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Diagnóstico e acompanhamento laboratorial das alterações no metabolismo de lipídeos

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Digestão e Absorção dos Triglicerídeos 
Características Gerais 
Lipases pré-duodenais (Lingual e Gástrica) – ação no estômago (15%): 
 Todas as outras são secretadas pelo pâncreas no duodeno, as anteriores a isso são chamadas de lipases 
pré-duodenais 
 Lingual: produzido pelas células serosas da língua e a gástrica 
 A Lipase lingual digere ácidos graxos de cadeias curtas e medias, o indivíduo consegue viver sem ela. 
Lipases ácidas (pH <4): 
 A lipase lingual e a gástricas podem ser chamadas de lipases ácidas pois possuem ação em pH de 
estômago, ao contrário das duodenais que precisam está no pâncreas com pH de básico a neutro. 
Enzimas Lipolíticas (forma ativa), podem ser chamadas de lipases pancreáticas pois trabalham todas juntas. 
 Lipase Pancreática (triacil-ester-glicerol-hidrolase) 
 Colesterol-éster-hidrolase 
 Geram: Glicerol, ácidos graxos livres, diacilgliceróis e colesterol 
Enzimas Lipolíticas (proenzima) 
 Fosfolipase A2 (resulta em lisofosfolipídeos) 
Outras substâncias liberadas: 
 Colipase (cofator para que as lipases possam trabalhar) 
 Proteína inibidora da tripsina 
Fatores importantes 
O grande problema da gordura é que ela tende a forma uma grande gotícula, ou seja, a área de contato externo 
de superfície para as enzimas agirem é menor e como a maior parte das enzimas são hidrossolúveis dificulta 
o acesso do lipídeo. Quando chega no duodeno e a gotícula se quebra mecanicamente, ela é emulsificada pelos 
sais biliares (evita que forme gotícula grande), além disso eles são anfipáticos o que facilita o acesso das 
enzimas hidrossolúveis para a gotícula. 
Logo após, as enzimas quebram as gotículas emulsificadas em monoglicerideo, ácido graxo e lisolecitina para 
poder atravessar a membrana. Tem-se os produtos da degradação das lipases (a maioria é monoglicerideo e 
 
ácido graxo). Quando a gotícula já sofreu a ação da enzima, ela é denominada micela. Para que a lipase tenha 
acesso, ela precisa de um cofator (Colipase), a Colipase não é uma enzima, ela é um cofator que permite que 
a lipase tenha acesso a gotícula emulsificada. 
Absorção 
Lipídeo atravessa a membrana sem precisar de transportador. 
As micelas vêm caminhando e próximo da borda em escova tem-se uma área em que o fluxo líquido é lento 
(estacionária), assim, os fosfolipídeos, ácidos graxos, monoglicerídeos e colesterol podem simplesmente se 
difundir pela membrana (lipídeo atravessa lipídeo, e a membrana plasmática é lipídica). 
Reestruturação / Recomposição / Resintetização do triglicerídeo 
Vai se associar ao retículo e ao golgi para que seja reestruturado; 
Empacota junta com o triglicerídeo uma proteína carreadora, que vai estar associada a vesícula contendo os 
lipídeos reestruturados; 
As vesículas grandes são chamadas de quilomícrons, são grandes demais para seguirem para os capilares. Os 
quilomícrons provenientes de ácidos graxos de cadeias longas vão seguir pelos capilares linfáticos: 
 A primeira partida formada a partir do metabolismo lipídico é uma lipoproteína chamada de 
quilomícron, assim, é a primeira proteína da via exógena pois ela é composta basicamente de produtos 
derivados da alimentação. Assim, vale ressaltar que, tudo que é apolar (respeitando as devidas 
proporções e peculiaridades de cada molécula) podem estar miscíveis no quilomícron para ser 
transportado, ex: vitaminas lipossolúveis, antioxidantes, medicações apolares; 
Os lipídeos de cadeia curta e alguns de cadeia média menor seguem pelos capilares sanguíneos. 
Resumo: 
Emulsificação – ação das enzimas – micelas se aproximam – reestruturação 
As gotículas grandes são emulsificadas pelos sais biliares (aumenta área de acesso e aumenta contato com 
enzimas lipossolúveis), uma vez que a enzima tenha acesso ao cofator forma as micelas pois já tem os produtos 
de degradação do triglicerídeos. As micelas vão se aproximando e eles se difundem livremente através da 
membrana. Quando chega no enterócito, vai haver a reestruturação para triglicerídeos que necessitam está 
acoplados a uma proteína carreadora na vesícula do golgi. As vesículas quando são provenientes de ácidos 
graxos de cadeia longa, não cabem nos capilares intestinais, a solução é usar os capilares linfáticos. Aquelas 
provenientes de capilares de cadeia curta podem usar os capilares sanguíneos. 
Vale ressaltar que, o destino dos ácidos graxos que entram no enterócito depende do comprimento da cadeia: 
➢ Ácido graxo de cadeia média e curta (<10C): são absorvidos principalmente na veia porta do fígado 
na forma de ácido graxos livres (são absorvidos facilmente). Como eles vão ser transportados para 
circulação sanguínea, precisam estar ligados a albumina, isso porque, tudo que tem característica 
apolar não vai ser transportado de forma adequada em um meio polar e o sangue é basicamente 
composto por água (polar). 
 Ácido graxo de cadeia longa (>12C): são esterificados para a ressíntese em triacilgliceróis. 
 
Transporte Sanguíneo dos Lipídeos 
Constituição das lipoproteínas 
As lipoproteínas realizam o transporte de lipídeos e derivados em meio aquoso: 
 Lipoproteínas = Lipídeos (lipídeos apolares no centro e lipídeos com características polares na 
extremidade – ex: fosfolipideos) + Apoproteínas. 
Apoproteínas (proteínas compostas somente por aminoácidos, ou seja, não possui heteroátomo nem grupo 
prostético nem cofator): 
 Função estrutural: necessário para que a partícula seja formada. Ex: quilomícron é formado a partir da 
ApoB48; 
 Função metabólica. 
Estrutura das Lipoproteínas 
Partícula quase esférica com núcleo apolar (constituídos de moléculas apolares). 
A estrutura básica das lipoproteínas é comum a todas, variando o tamanho e a proporção entre seus 
componentes. 
Uma partícula lipoproteica é composta por um centro contendo lipídeos apolares (triglicérides e ésteres do 
colesterol) e uma membrana de fosfolípides que constitui o limite externo da partícula e sua interface com o 
plasma. Nesta membrana estão inseridas as várias apoproteínas, que diferem segundo o tipo de partícula 
 
Tipos de Lipoproteínas 
Quilomícrons 
Lipoproteína da via exógena, formada a partir de produtos da alimentação. 
Características Gerais: 
 São as maiores partículas lipoproteicas, podendo ter diâmetro de 1 mm, e as menos densas, devido à 
alta proporção de lipídeos (até 99%). 
 Trajetória em condições fisiológicas: boca – estômago – intestino – circulação linfática – circulação 
sanguínea – fígado. 
 Como o fígado não é um local de armazenamento de gordura, ele utiliza o produto recebido do 
quilomícron para criar um novo ciclo (endógeno), assim, ele irá começar a secretar VLDL. 
VLDL (very low density lipoproteins) 
Têm diâmetro de 30 a 90 nm (no máximo 1/10 dos quilomícrons), é uma lipoproteína de baixa densidade. 
Características Gerais: 
 Preserva uma característica semelhante ao quilomícron que é a riqueza em triacilglicerol, porém possui 
várias outras proteínas de superfície e cada uma vai ter uma função metabólica importante, por 
exemplo, a apoCII ativa a lipoproteína lipase para que o conteúdo de triglicérides seja reduzido, a 
apoCIII inibe a lipoproteína lipase, apoE é uma ligante de receptor importante para remoção celular 
da partícula remanescente (remove a lipoproteína rapidamente), porém, no momento em que a 
lipoproteína não possui a apoE ela só será removida pelo receptor de apoB. 
 As VLDL são sintetizadas basicamente no fígado para exportação de triglicérides para os tecidos, 
especialmente o tecido adiposo. 
 Ao passar pelos capilares, boa parte dos triglicérides são retirados pela enzima lipase lipoproteica, de 
modo que a partícula fica menor, mais densa, e mais rica em colesterol. Esta forma intermediária é 
conhecida como IDL (intermediate density lipoprotein). 
LDL (low density lipoproteins) 
Resultam da conversão das IDL por perda de uma das apoproteínas. 
Características Gerais: 
 Partícula pequena comapenas resíduos de triacilglicerol, é praticamente composta por colesterol 
esterificado e apoB. 
 São ricas em ésteres de colesterol, e são a principal forma de distribuição de colesterol aos vários 
tecidos, onde é necessário para síntese de membranas e hormônios. 
 As LDL são captadas pelas células mediante receptores de membrana especiais, que a célula produz 
na medida de sua necessidade de importar colesterol. 
 A falta desta molécula é responsável pela doença hipercolesterolemia familial, caracterizada por 
aterosclerose intensa e precoce. O que não for captado por outros órgãos o é pelo fígado, onde o 
colesterol é catabolizado. 
HDL (high density lipoproteins) 
Originam-se basicamente do fígado e intestino na forma de bicamadas discoides de fosfolipideos. 
Características Gerais: 
 No plasma, captam colesterol não esterificado e o incorporam em seu centro hidrofóbico, entregando-
o aos hepatócitos para catabolismo. Agem, portanto, como “lixeiros” de colesterol. Ou seja, enquanto 
o quilomícron, VLDL e LDL estão levando colesterol para as células, a HDL vem no caminho 
contrário devolvendo de volta para o fígado. 
 A concentração de HDL é inversamente relacionada à incidência de aterosclerose coronária, talvez 
refletindo sua eficiência em remover colesterol. 
 As HDL são as menores lipoproteínas, com diâmetro da ordem de 10 nm (100 vezes menores que os 
quilomícrons), chegam a ter 57% de proteínas (contra 1% dos quilomícrons) e densidade 1,210 (contra 
<0,95 dos quilomícrons). Composta praticamente de apoI e apoaII, além disso, por ser pequena possui 
a capacidade de se movimentar bastante no campo elétrico. 
 
Composição e Mobilidade das Lipoproteínas 
Se o indivíduo sabe como as partículas se comportam, ele consegue precipita-la e desmonta-la. Uma 
lipoproteína é constituída de proteínas, assim, é possível explorar as características dessa parte da partícula, 
tais como: 
 Capacidade de ter carga elétrica: se ela tem carga elétrica, vai ser possível usar eletroforese para separar 
as partículas; 
 Densidade: se a partícula é basicamente uma composição lipídica, em meio aquoso ela vai flopar, o 
que vai dá peso será a presença das proteínas. Assim, quanto maior a quantidade de proteínas maior a 
densidade. Em uma ultracentrifugação, as partículas são separadas por densidade, o que torna possível 
fazer a comparação entre as lipoproteínas (HDL partícula mais densa). 
Vale ressaltar que a quantidade de proteínas é comparada com a proporção de lipídeos, por exemplo, o HDL 
tem muito mais proteínas do que lipídeos, o quilomícron tem mais lipídeos do que proteína, mas isso não 
significa que o HDL tem mais proteínas do que o quilomícron já que o quilomícron é composto por várias 
apoproteínas. 
As partículas que mais transportam colesterol no sangue é LDL e HDL, respectivamente. 
 
Características Físico-Químicas das Lipoproteínas 
Pontos importantes: 
 Na origem vai haver partículas grandes, caracterizadas pelos quilomícrons que é uma betalipoproteína 
(única que possui apoB48). 
 Pré-beta, Pré-beta lenta e Beta são partículas que irão possuir a apoB100, o que caracteriza a via 
endógena das lipoproteínas, ou seja, VLDL até LDL, são betalipoproteína. 
 Alfalipoproteína caracteriza a HDL, geralmente constituída por apoAI e apoAII, porém existe algumas 
que só possuem a apoAI. 
 Além disso, tem a chamada Lp(a) que conferem um risco cardiovascular independente e extremamente 
agressivo, ela é uma LDL só que pequena e densa, assim, entra facilmente no endotélio vascular, não 
consegue sair e pode causar um processo inflamatório localizado. Outrossim, compete com o sítio de 
ligação para o plasminogênio (plasmina é trombolítica) que precisa se ligar aos receptores para ser 
transformado em plasmina. Dito isso, quanto maior a quantidade de Lp(a) menos plasminogênio vai 
se ligar e maior será a tendência de trombose 
 
Apoproteínas, Proteínas de Transferência, Enzimas e suas Principais 
Funções na HDL 
Pontos importantes: 
 LCAT: ativada pela apoAI, responsável pela HDL ter a capacidade de remover o colesterol nas 
superfícies celulares e levar de volta, no transporte reverso, para o fígado. Sem ela, não há esterificação 
do colesterol. Dito isso, a HDL entra em contato com a superfície celular e a LCAT esterifica o 
colesterol que estava livre e bota para dentro da partícula. 
 ABCA-1: proteína de transferência que auxilia no transporte do colesterol esterificado da célula para 
a superfície celular na forma livre para que a LCAT possa atuar. 
 A presença da apoAI, junto com a LCAT e Paraoxonase, auxiliam a evitar a peroxidação lipídica da 
HDL e da LDL. 
 apoE: auxilia na remoção das partículas remanescentes de quilomícron, VLDL, etc. 
 CETP: logo que a partícula de HDL está rica em colesterol esterificado, ela vai fazendo a modulação 
para que HDL diminua de tamanho. 
 
Metabolismo Exógeno e Endógeno das Lipoproteínas 
 
Ciclo Exógeno 
Os triglicerídeos da dieta são digeridos no aparelho gastrointestinal para formar monoglicerídeos e gorduras 
livres. Estes são transformados através de vários processos metabólicos, incluindo ação da lipase gástrica, 
emulsificação da bile e lipase pancreática. Da mesma forma, os ésteres do colesterol da dieta submetem-se a 
um processo de esterificação para formar o colesterol livre. 
Dentro dos enterócitos, são remontados em triglicerídeos e combinados com colesterol para formar grandes 
lipoproteínas – quilomícron (QM), sendo a principal via pela qual os lipídios entram na circulação sanguínea 
Os QMs são partículas formadas no intestino, onde a apo B-48 se combina com os lipídios por ação da proteína 
microssomal de transferência (MTP). Na fase pós-prandial, os QM são despejados nos vasos linfáticos, passam 
pelo ducto torácico e entram na circulação sistêmica, na altura da veia subclávia. 
Os quilomícrons são responsáveis pelo transporte de triglicerídeos e do colesterol dietético de enterócitos e 
sem sistema de circulação. Os QM são as maiores lipoproteínas. 
Na circulação sistêmica, os QM realizam trocas com as HDL, adquirindo apo C-II, apo C-III, apo E, colesterol 
livre, colesterol esterificado e fosfolipídios, mantendo assim a estabilidade das partículas de QM. As HDL, 
por sua vez, recebem partes da apoA-I e IV dos QM. Uma vez adquirida a apo C-II, os QM tornam-se capazes 
de ativar a lipase lipoproteica (LPL), enzima localizada no endotélio, responsável pela hidrólise dos 
triacilgliceróis (TAG) nos QM e VLDL. A transferência da apoC-II, aliada ao aumento da inacessibilidade do 
núcleo dos QMs ao sítio ativo da LPL, resulta na interrupção da remoção de TAG. 
A apo B48 e a apo E permanecem nas partículas de QMs remanescentes, que são retirados da circulação pelo 
fígado, através de um receptor próprio, diferente do receptor B100/E, que capta a LDL, ou seja, esgotado da 
energia, os restos de quilomícrons ricos em colesterol viajam de volta ao fígado para ser cancelado pelo corpo, 
com um processo negociado pela apoproteína E. 
Os QM são as maiores lipoproteínas; surgem no plasma por volta de 60 minutos após a ingestão de gordura e 
são usualmente removidos da circulação nas 6 a 8 horas seguintes. 
Ciclo Endógeno 
Dois momentos: 
 Pós-prandial (após a alimentação): Quilomícrons formando remanescentes que vão para o fígado para 
haver a secreção de VLDL a LDL. Nesse momento, se for fazer um exame, vai ser notado os 
triglicérides bem altos, por isso para fazer um perfil lipídico é recomendado estar 12 horas de jejum. 
 Jejum: se houver um jejum muito prolongado tem que ser avaliado pois o indivíduo pode estar com 
hipertrigliceridemia de VLDL, pois como ficou um longo tempo sem alimentar o tecido adiposo 
secretou ácidos graxos livres e glicerol que foram para o fígado e assim, o fígado secretou novamente 
o VLDL. Assim, possa ser que o triglicérides tenham sido aumentado em jejum. 
O metabolismo dos lipídiosendógenos tem início com a síntese hepática da VLDL, onde a enzima MTP 
combina os lipídios com a apo B-100. Ao captar ésteres de colesterol e apolipoproteínas C-II, C-III e E 
recebidas da HDL no plasma, as partículas de VLDL se tornam capazes de interagir com a enzima LPL do 
endotélio capilar, liberando ácidos graxos aos tecidos, a partir de TAG que esta lipoproteína carreava. 
Outra troca que ocorre entre VLDL e HDL é a transferência de apo C e apo E para a HDL. E, num período de 
3 a 6 horas, devido às várias alterações na sua composição que ocorrem com a metabolização dos seus 
constituintes, as VLDL passam a ser classificadas como IDL, lipoproteínas de densidade intermediária, que 
têm uma meia-vida curta. 
Essas partículas seguem dois caminhos: cerca de dois terços das IDL podem ser captados no fígado e 
degradados em seus componentes; o terço restante sofre ação da lipase hepática, formando a LDL. Tanto a 
LDL como a IDL são retiradas da circulação pelos receptores celulares B100/E, existentes principalmente no 
fígado. 
Essa captação da LDL e a liberação do colesterol, no fígado em particular, tem 3 efeitos importantes: 
 Inibição da síntese endógena de colesterol; 
 Ativação da LCAT, para esterificação 
 Armazenamento do colesterol; bem como a diminuição do número de receptores para apo b-100 na 
membrana dos hepatócitos, aumentando com isso, seu nível plasmático. 
O transporte reverso de colesterol é uma via de transporte que remove o colesterol das células extra-hepáticas 
para o fígado e talvez para o intestino, para excreção. Ainda pela redução do acúmulo de colesterol das paredes 
das artérias, esse transporte previne o desenvolvimento de aterosclerose. 
Este processo é determinado parcialmente pela concentração plasmática de HDL, apo A-I e pelo metabolismo 
entre as subclasses de HDL (pré β1-HDL em pré β2-HDL principalmente). E está negativamente 
correlacionado com a incidência de doenças cardiovasculares (DCV). 
O transporte reverso de colesterol segue 5 passos: 
1. Retirada do colesterol das células extra-hepáticas por aceptores específicos (efluxo de colesterol); 
2. Esterificação do colesterol dentro da hdl por ação da enzima lcat; 
3. Transferência do colesterol para lipoproteínas que contêm a apoB; 
4. Remodelagem da hdl 
5. Captura da hdl pelo fígado, rim e, possivelmente, intestino delgado. 
O precursor inicial do transporte reverso é uma partícula de apo A-I, sintetizada e secretada pelo fígado, pobre 
em lipídio que rapidamente adquire colesterol livre e fosfolipídios de tecidos através do receptor ABCA1 
(transportador A1 cassete ligante de adenosina trifosfato) na superfície das células, formando a pré β1-HDL. 
O acúmulo de colesterol nesta partícula promove sua conversão a pré β2-HDL e a esterificação do colesterol 
pela LCAT e aquisição de mais apoA-I leva à maturação da mesma, formando a α3-HDL. 
Esta partícula adquire mais colesterol, continua a esterificação do mesmo e assim se transforma na α2-HDL e 
α1-HDL. Posteriormente, a α1-HDL realiza trocas de colesterol esterificado e triacilgliceróis com outras 
lipoproteínas através da ação da enzima CETP. Transfere ainda fosfolipídios para essas outras lipoproteínas 
pela ação da PLPT e, por fim é capturada pelo fígado e tecidos esteroidogênicos através de um receptor 
varredor chamado de SR-B1. Com essas modificações, a apoA-I se dissocia do colesterol e dos fosfolipídios. 
Os TAGs e fosfolipídios são hidrolisados pela lipase hepática e o material restante é remodelado para formação 
da α3-HDL e partícula de apoA-I livre, para recomeçar o ciclo ou catabolizadas no rim pelas proteínas 
megalina e cubulina. 
O receptor ABCA1 controla o efluxo de colesterol dos tecidos e dos macrófagos. Ele se localiza na superfície 
da célula, e está envolvido no reconhecimento da partícula de apo A-I e na sua associação com fosfolipídios 
e colesterol livre. Evidências sugerem que este receptor é o “porteiro” do efluxo de colesterol, e que sua 
elevada expressão gênica está diretamente relacionada ao nível de HDL no plasma, diminuindo os riscos de 
DCV e retirando o excesso de colesterol das células extra-hepáticas. 
Aproximadamente 9mg de colesterol/kg de peso corporal/dia sintetizados pelos tecidos periféricos vão ser 
transportados para o fígado para o catabolismo, onde pode ser excretado na bile (principal via para 
eliminação), ou reabsorvido (circulação enterohepática). 
80% do colesterol captado e esterificado nas partículas de HDL são transportados para outras lipoproteínas 
(1500mg/dia), por ação da enzima CETP. 
Simultaneidade entre os Ciclos 
 
 Didaticamente os ciclos são separados, mas os processos ocorrem o tempo inteiro, ou seja, é algo muito 
dinâmico. 
Quando o quilomícron sofre ação da lipase, ele libera ácidos graxos, uma parte vai para o fígado e a outra para 
o tecido adiposo para ser armazenado na forma de triacilglicerol. Ou seja, o triacilglicerol sempre é 
armazenado para reserva. Ex: grávidas têm que armazenar no tecido adiposo tudo aquilo que pode ser utilizado 
como fonte de energia. 
O intestino secreta quilomícron que vai sofrer ação da lipase lipoproteica a partir da ativação da apoCII e aí 
vai haver a liberação de ácidos graxos e glicerol que vão ser armazenados novamente no tecido adiposo ou os 
ácidos graxos de cadeia curta podem ser queimados automaticamente para gerar energia. Assim, começará a 
via endógena, o fígado secretará a VLDL sendo que 50% voltará para o fígado e 50% vai virar LDL, vale 
ressaltar que o receptor da LDL reconhece tanto apoB quanto apoE, porém ele dá prioridade a apoE. 
 
 
Subfrações da LDL 
Quanto menor o tamanho da LDL mais risco cardiovascular ela confere. Assim, se a LDL vai ficando na 
circulação, ela vai diminuído de tamanho e se tornando extremamente aterogênica e extremamente nociva 
para o corpo 
 
Classes e Subclasses das Lipoproteínas 
Segundo a literatura, há pelo menos 6 subclasses de VLDL, 3 de LDL. O HDL tem pelo menos 5 tipos de 
partículas separadas por ressonância magnética nuclear ou espalhamento de luz mas as que são normalmente 
comentadas são a HDL2 e a HDL3 sendo que a HDL2 é maior que a HDL3 pois possui um conteúdo maior 
de colesterol esterificado, o perfil HDL1 não é comentado em humanos 
 
Metabolismo do Colesterol 
Os Esteróis são compostos que apresentam uma cadeia hidrocarbonada de 8 carbonos. Os esteróis apresentam 
entre 8 e 10 carbonos na cadeia lateral ligada ao C-17 e um grupo hidroxila no C-3 
Dentre os esteróis, o mais conhecido é o colesterol. Ele é composto de 4 anéis hidrocarbonados que forma o 
chamado núcleo esteróide (comum em todos os esteroides). O colesterol é um composto muito hidrofóbico já 
que é composto por muitos carbonos e possui uma hidroxila no anel A 
O colesterol pode ser adquirido através da alimentação ou através da síntese pelos tecidos do organismo, 
principalmente o fígado. 
 A síntese do colesterol é estimulada quando a dieta fornece pouco colesterol 
 
Formas do colesterol 
O colesterol pode ser encontrado em duas formas no organismo: forma livre e esterificada 
Aproximadamente um terço do colesterol no plasma apresenta a forma livre (ou não-esterificado). Os dois 
terços restantes existem como colesterol-ésteres. 
Éster de colesterol (colesterol ligado a um ácido graxo de cadeia longa): ácido graxo de cadeia longa (em geral 
ácido linoleico) está unido por ligação éster ao grupo hidroxila no C3 do anel A. 
 A Acil-CoA-colesterol-acil-transferase (ACAT) catalisa a formação de ésteres de colesterol a partir do 
colesterol com a adição de um ácido de cadeia longa 
 Os ésteres de colesterol também são muito hidrofóbicos e são utilizados para o armazenamento e 
transporte do colesterol 
 
Destinos do Colesterol 
O colesterol oriundo da alimentação ou da síntese pelo fígado é utilizado para diversas funções, tais como: 
 Produção dos hormônios esteroides 
 Produção de sais biliares Composição das lipoproteínas 
 Composição as membranas celulares 
 
Local de Síntese do Colesterol 
O colesterol é sintetizado no retículo endoplasmático e no citosol de quase todos os tecidos do corpo 
Os principais tecidos que fazem a síntese do colesterol são: 
 Fígado(principal), intestino, glândula adrenal, gônadas masculina e feminina 
Fonte de Carbono e Energia para Síntese do Colesterol 
A fonte de carbono é oriunda do Acetil-CoA que é formado através da: 
 Degradação da glicose que forma Acetil-CoA através do Ciclo de Krebs 
 Ou da oxidação de ácidos graxos 
 Ou da degradação de proteínas 
O poder redutor para síntese de colesterol é oriundo do NADPH: 
 Produzido nas vias das pentoses no metabolismo de carboidratos 
A fonte de energia é oriunda da hidrólise do ATP: 
 Gerado através do consumo de glicose na dieta 
 
Biossíntese do Colesterol 
Visão Geral 
A fonte de carbono, que é o Acetil-CoA, forma HMG-CoA que forma mevalonato através da HMG-CoA 
redutase. 
 O Mevalonato forma vários intermediários até chegar na formação do esqualeno que já tem uma 
estrutura parecida do colesterol, sendo assim, ele sofre uma reação formando um intermediário que é 
o lanosterol que em seguida forma o colesterol. 
 
A biossíntese do colesterol pode ser dividida em 3 etapas: 
 Formação de HMG-CoA (-hidróxi--metiglutaril-CoA) a partir da Acetil-CoA 
 Conversão do HMG-CoA a esqualeno 
 Conversão do esqualeno em colesterol 
Etapa 1 
Formação de HMG-CoA (-hidróxi--metiglutaril-CoA) a partir da Acetil-CoA 
Duas moléculas de Acetil-CoA condensam-se para formar Acetoacetil-CoA em uma reação catalisada pela 
tiolase. Após isso, o Acetoacetil-CoA vai se unir a uma outra molécula de Acetil-CoA e formar o HMG-CoA 
através da HMG-CoA-sintase. 
São reações similares aquelas que produzem corpos cetônicos, a diferença é que a formação de HMG-CoA 
para síntese de colesterol ocorre no citosol e para síntese de corpos cetônico ocorre na mitocôndria 
(compartimentos diferentes) 
 As células do parênquima hepático possuem duas isoformas de HMG-CoA-sintase. A enzima 
citosólica participa da síntese de colesterol, enquanto que a enzima mitocondrial é responsável pela 
síntese de corpos cetônicos 
 
Biossíntese de corpos cetônicos (como é possível ver na imagem, ocorrem reações similares só que na 
mitocôndria,) 
 
Etapa 2 e 3 
Conversão do HMG-CoA a esqualeno (etapa 2): 
 O HMG-CoA sofre ação da HMG-CoA redutase para formar o mevalonato, essa etapa é muito 
importante pois é uma etapa regulatória. 
 Vale ressaltar que para ação da HMG-CoA redutase foi necessário o uso de 2 NADPH oriundo das 
vias das pentoses. 
 O mevalonato vai ser descarboxilado através do uso do ATP como fonte energética, formando o 
intermediário isopentenil pirofosfato (também chamado de unidade isoprênica) 
 O Isopentenil é um intermediário muito importante, pois ele pode continuar na rota para formação de 
colesterol ou pode formar outros intermediários essenciais para o funcionamento do organismo 
 O Isopentenil pirofosfato (composto formado por 5 carbonos) vai se unir a outra unidade de isopentenil 
para formar o geranil pirofosfato (possui 10 carbonos) 
 O Geranil pirofosfato vai se unir a mais uma unidade de isopentenil formando o intermediário farnesil 
pirofosfato (possui 15 carbonos) 
 Duas unidades de farnesil pirofosfato se combinam para formar o esqualeno (possui 30 carbonos e já 
possui a estrutura de anel) 
Conversão do esqualeno em colesterol (etapa 3) 
 O esqualeno sofre ação da ciclase para formar o lanosterol como intermediário 
 Obs.: outras enzimas participam nessa reação, para fazer o fechamento dos anéis e a adição da hidroxila 
 O Lanosterol forma o Colesterol 
 
Isopentenil Pirofosfato 
Conforme a demanda do organismo, o isopentenil pode seguir rotas para formar diferentes moléculas, tais 
como: 
 Heme A, Ubiquinona, Vitamina A, Vitamina K, Vitamina E, Carotenoides, Colesterol 
 Alguns autores consideram todas essas moléculas como derivadas do colesterol já que é formada por 
um intermediário do mesmo 
 
Transporte do Colesterol 
LDL-c: 
 60% do colesterol plasmático; 
 Origina-se da degradação da VLDL: 
o Nível extra-hepático: trocas com HDL; 
o Nível hepático: ação da lipase hepática (age bastante nos fosfolipídeos), quando ela está 
estimulada vai destruir o HDL e faz com que a LDL fique pequena e densa. 
HDL-c: 
 Transporte reverso do colesterol: 
o Papel da LCAT 
o Papel da ApoAI 
 Trocas com outras lipoproteínas: 
o Apoproteínas 
o Colesterol/Triglicérides/ Fosfolípides 
Metabolismo Celular do Colesterol 
As estatinas vão atuar na HMGCoA redutase, assim, quando essa enzima é bloqueada a célula não terá síntese 
de colesterol endógeno e aí ela vai mandar um sinal para que haja expressão de receptores. A partir daí, haverá 
a expressão de receptores LDL para poder captar o colesterol que está na LDL circulante e aí então a célula 
começa receber colesterol livre que pode ser esterificado a partir da ação da ACAT. 
 
 
Metabolismo da HDL 
A HDL pode ser biossintetizada tanto no intestino quanto no fígado, ambas serão chamadas de HDL nascentes. 
Normalmente quando ela sai do intestino está no formato de apoAI pura, já no fígado ela sai um pouco mais 
formada (como a pré-beta-HDL) isso em função do tipo de mobilidade eletroforética que a partícula vai ter 
no início da sua formação. 
A HDL está relacionada ao transporte reverso do colesterol, ou seja, remoção do colesterol dos tecidos extra-
hepáticos a partir da ação da LCAT. Assim, ela vai se enchendo de colesterol e vira HDL2 e quando ela cede 
o colesterol esterificado para a IDL a partir da ação da CETP ela se transforma em uma HDL menor (HDL3) 
e o IDL se transforma no LDL. 
 
Principais Vias do Transporte Reverso do Colesterol e Metabolização do HDL 
A HDL pode ser inicialmente secretada a partir do intestino ou do fígado, no fígado ela já sai na forma de pré-
beta-HDL no qual vai ganhar colesterol esterificado, a partir da LCAT, e se transforma em HDL2 até ficar 
turgida e daí a CETP entra em ação para auxiliar na remoção do excesso de colesterol esterificado. Dito isso, 
só quando a partícula diminuir de tamanho que se transformará em HDL3 que vai esterificar mais colesterol 
a partir da ação da LCAT até voltar a ser HDL2, ou então, ele pode voltar para o fígado para ser diretamente 
removido 
Pontos importantes: 
 Muitas proteínas de transferência e enzimas vão ser relacionadas nesse metabolismo. 
 Quanto mais heterogêneo o tamanho das partículas, melhor será o transporte reverso. 
 A LCAT vai auxiliar na esterificação, aumentando o HDL de tamanho, sendo que, vai receber o 
colesterol livre de outras lipoproteínas e das membranas celulares. 
 Quando a partícula está turgida de colesterol esterificado, a CETP o envia. 
 A VLDL ajuda na diminuição do conteúdo de triglicérides 
 A PLTP auxilia no caminho reverso, ou seja, traz triglicérides e fosfolípides para fazer remodelação 
da partícula do HDL 
 
Papel Fisiológico das Proteínas de Transferências PLTP e CETP 
Em situações infecciosas, tais como na pelo mycobacterium tuberculosis, a HDLc vai diminuir bastante de 
tamanho juntamente com a ApoAI (proteína de fase aguda negativa), por outro lado, será secretado uma 
proteína de fase aguda chamada de SAA (albumina amiloide sérica A). 
Nesse processo de fase aguda, a PLTP da HDL transfere a-T para superfície celular (vitamina E – antioxidante) 
ajudando assim na manutenção da célula, além disso também ajuda na neutralização de LPS bacteriano. Por 
isso, em geral, quando é olhado o perfil lipídico de um indivíduo com uma doença infecciosa é notado um 
HDLc baixo, assim, o primeiro sinal de melhora da infecção é o aumento da HDLc. 
 
 
Excreção do Colesterol 
Em humanos, a estrutura cíclica do colesterol não pode ser degradada até Co2 e H20, porém o colesterol tem 
que ser eliminadode alguma forma. 
 A eliminação do colesterol ocorre +/- 50% através da síntese de sais biliares e +/- 50% através da 
secreção de colesterol na bile 
 
Ácidos Biliares 
Os ácidos biliares (ex: ácido cólico e ácido quenodesoxicólico – ácidos biliares primários) são formados a 
partir do colesterol, sendo uma forma de eliminar o núcleo esteroide 
 O núcleo esterol é eliminado intacto pela conversão de ácidos e sais biliares que são excretados nas 
fezes 
Os ácidos biliares são compostos anfipáticos (possui lado apolar e polar) 
 Podem atuar como agentes emulsificadores no intestino, auxiliando na digestão dos lipídeos pelas 
enzimas digestivas pancreáticas 
 
Síntese dos Sais Biliares 
Os ácidos biliares são sintetizados no fígado (ácidos biliares primários) 
Os grupos hidroxila são inseridos em posições específicas na estrutura do esteróide tornando um lado da 
molécula bastante polar, ou seja, dá a característica anfipática dos ácidos biliares dando a eles a função de 
emulsificar gorduras 
A ligação dupla do anel B do colesterol é reduzida para formar os ácidos biliares 
 Essa reação é inibida pelos sais biliares (se tem muito não é necessário produzir) 
 
Sais biliares conjugados 
Os sais biliares são ácidos biliares conjugados, produzidos pelo fígado. 
Os ácidos biliares são conjugados por uma molécula de glicina ou de taurina formando os sais biliares. Vale 
ressaltar que esse processo de conjugação é feito nos canalículos. 
 Ex: o ácido cólico que é um ácido biliar pode ser conjugado com uma glicina para formar o ácido 
glicocólico que é um sal biliar 
 O ácido quenodesoxicólico que é um ácido biliar pode ser conjugado com a taurina para formar o ácido 
tauroquenodesoxicólico que é um sal biliar 
Os sais biliares são detergentes mais efetivos que os ácidos biliares, por terem a sua natureza anfipática 
aumentada (adição de moléculas de oxigênio através da glicina e da taurina, aumenta a natureza anfipática 
fazendo com que eles sejam melhores emulsificadores de gordura) 
Uma vez produzidos no fígado, os sais biliares podem ser utilizados ou podem ser estocados na vesícula biliar 
e liberados no intestino durante a refeição, na qual servem como um detergente que auxilia na digestão dos 
lipídeos da dieta. Sendo que, somente as formas conjugadas com taurina ou com glicina, ou seja, os sais 
biliares, são encontradas na bile. Sendo assim, como as formas mais efetivas são as conjugadas, quem vai 
promover a emulsificação das gorduras, na maioria das vezes, são os sais biliares que estão nesse formato. 
 
Ação da flora intestinal sobre os sais biliares 
As bactérias intestinais desconjugam e desidroxilam os sais biliares, assim elas formam: 
 Ácido desoxicólico a partir do ácido cólico e ácido litocólico a partir do ácido quenodesoxicólico 
Sendo assim, as bactérias no intestino podem remover glicina e taurina dos sais biliares, regenerando os ácidos 
biliares (ácido biliares secundários). 
 
Recirculação – Circulação Enterohepática do Colesterol 
90% do colesterol que devia ser eliminado nas fezes, vai recircular para o fígado novamente. Por isso, é muito 
difícil baixar colesterol pois além de 90% ser produzido por via endógena, ainda haverá a recirculação de boa 
parte do mesmo. 
Assim, qualquer alteração anatômica, tal como remoção da vesícula, alteração no trânsito intestinal, perda de 
função exócrina do pâncreas, vai acarretar em consequências para o organismo. Vale ressaltar que, por 
exemplo no HIV, os pacientes apresentam um quadro de infecções oportunistas gerando em muita diarreia e 
muitas isso ocorre por conta da obstrução do ducto biliar e perda da secreção exócrina do pâncreas, por isso 
muitas vezes é necessária uma análise macroscópica e microscópica das fezes para verificação da 
digestibilidade. 
Fatores que reduzem a concentração intracelular de colesterol livre 
1. Inibição da biossíntese do colesterol 
 Exemplo, se há uma baixa síntese de colesterol vai reduzir a concentração de colesterol livre 
 
2. Regulação negativa do receptor de LDL 
 Quando há uma regulação negativa desse receptor vai haver uma diminuição da concentração do 
colesterol livre 
 
3. Esterificação intracelular do colesterol pela ACAT (acil-CoA-colesterol-acil-transferase) 
 
4. Transferência de colesterol para a HDL 
 Já que o HDL tem a função de captar o colesterol livre, também será um fator que reduz a concentração 
do mesmo. 
 
5. Conversão do colesterol em ácidos biliares ou hormônios esteróides 
Fatores que aumentam concentração intracelular de colesterol livre 
1. Biossíntese de novo 
 Se há uma grande produção de colesterol vai haver muito colesterol livre já que ele é produzido na 
forma livre 
 
2. Ingestão diária de colesterol e absorção a partir dos quilomícrons 
 Se há uma grande ingestão de lipídeos na dieta vai haver um aumento de colesterol livre 
 
3. Absorção mediada por receptores de lipoproteínas 
 
4. Hidrólise dos ésteres de colesterol intracelular pela enzima colesterol éster hidrolase 
Avaliação Laboratorial do Perfil Lipídico 
O perfil lipídico é definido pelas determinações do CT, HDL-c, TG, e conforme avaliação do LDL-c após 
jejum de 12h; 
Hoje em dia é permitido fazer os exames de laboratório sem estar em jejum, mas aí se for detectado alguma 
alteração será necessário o retorno para fazer o jejum de 12 horas. 
Fórmula de Friedewald 
LDL-c = CT – HDL-c – TG/5 (válida se TG < 400mg/dL, as distorções da [LDL-c] iniciam-se quando TG > 
100mg/dL). 
O LDL-colesterol pode ser calculado a partir do colesterol total, HDL-colesterol e triglicerídeos ou VLDL 
(VLDL-colesterol corresponde a TG/5). Entretanto, esta fórmula torna-se imprecisa na vigência de 
hipertrigliceridemia (triglicerídeos>400mg/dL), hepatopatia colestática crônica ou síndrome nefrótica, quando 
não deve ser utilizada. 
Determinação e Cálculo LDL-c e VLDL-c 
Recentemente, Martin et al. Sugeriram outro método para estimar os valores de LDL-c, utilizando como 
referência a ultracentrifugação, e por meio de cálculos estatísticos, definiram diferentes divisores para o valor 
de TG, que permitem estimar com maior fidedignidade os valores de VLDL-c. Para obter estes divisores 
depende-se das concentrações do colesterol Não-HDL (não HDL-c) e do TG da amostra do paciente. Com 
este novo divisor (x) aplica-se a fórmula: LDL-c = CT – HDL-c – TG/x, onde x varia de 3,1 a 11,9 (Grau de 
recomendação: IIa; Nível de eficiência: C). 
Colesterol não-HDL: 
 A fração colesterol não-HDL é usada como estimativa do número total de partículas aterogênicas no 
plasma (VLDL + IDL + LDL) e refere-se também a níveis de apoB. O colesterol não-JDL é calculado 
facilmente pela subtração do HDL-c do CT: Colesterol não-HDL = CT – HDL-c. 
 O colesterol não-HDL pode fornecer melhor estimativa do risco em comparação com o LDL-c, 
principalmente nos casos de hipertrigliceridemia associada ao diabetes, à síndrome metabólica ou 
renal. 
 
Separação de Lipoproteínas por Ultracentrifugação em Grandiente de 
Densidade 
 
Considerações 
O perfil lipídico deverá ser realizado em indivíduos com estado metabólico estável. A dieta habitual e o peso 
devem ser mantidos por pelo menos duas semanas antes da realização das determinações. Levar em 
consideração que após qualquer doença ou cirurgia em geral, o perfil lipídico do paciente poderá estar 
temporariamente comprometido. 
Recomenda-se, portanto, aguardar pelo menos oito semanas para a determinação dos lipídeos sanguíneos. 
Nenhuma atividade física vigorosa deve ser realizada nas 24h que antecedem o procedimento. 
Realizar as determinações seriadas sempre que possível no mesmo laboratório para tentar minimizar o efeito 
da variabilidade analítica. Evitar a ingesta de álcool nas 72h que antecederem a coleta do sangue. 
Valores de Referência 
Além de verificar os valores de referência, é necessário fazer uma abordagem de forma diferente: 
 Classificaçãode risco para DCV; 
 Grandes estudos (informações científicas); 
 Análise do estado de vida do paciente. 
Valores de Referência dos Lipídeos em Indivíduos de 2 a 19 anos 
O colesterol em geral não muda com o estado de alimentação do indivíduo, o que vai variar bastante são os 
triglicérides. 
 
Valores de Colesterol e Condições para indicação de Tratamento Hipolipemiante em Crianças e 
Adolescentes 
 
Valores de Referência dos Lipídeos em Indivíduos Maiores de 20 anos 
Clinicamente, o Não-HDL-c é um melhor preditor de risco do que o LDL-c na hipertrigliceridemia. 
Os valores referenciais desejáveis do colesterol total e HDL-c são idênticos com e sem jejum. Os níveis 
desejáveis de triglicérides são diferentes no estado com e sem jejum. Os valores de alvo terapêutico de LDL-
c e não HDL-c passam a ser categorizados nesta atualizado de acordo com a estimativa de risco. 
Quem tem um colesterol alto, deve reduzir o consumo de carnes por semana. 
 
Redução percentual e Metas terapêuticas absolutas do LDL-c e do colesterol não-HDL para pacientes 
sem ou com uso de hipolipemiantes 
 
Recomendações 
O colesterol total, o HDL-c e os triglicerídeos devem ser analisados por métodos enzimáticos colorimétricos. 
Na maioria dos laboratórios, o LDL-c é calculado pela forma de Friedewald, ou analisado por dosagem direta. 
A utilização de fator de correção para a fórmula de Friedewald aumenta a acurácia na estimativa do LDL-c. 
A dosagem das apolipoproteínas A1 e B-100 não oferece vantagem ao HDL-c e ao não HDL-c, 
respectivamente, embora a ApoB e o não HDL-c tenham se mostrado superiores ao LDL-c. 
A determinação rotineira de ApoAI e ApoB não é recomendada. A dosagem de Lp(a) não é recomendada de 
rotina na avaliação do risco cardiovascular, podendo ser solicitada na estratificação de risco da 
hipercolesterolemia familiar e naqueles com alto risco de doença coronária prematura. 
Dislipidemias 
Alteração metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo de lipídeos, que 
ocasionem em repercussão nos níveis séricos de lipoproteínas 
Classificação das Dislipidemias 
As dislipidemias primárias ou sem causa aparente podem ser classificadas genotipicamente ou 
fenotipicamente por meio de análise bioquímicas. 
 Na classificação genotípica, as dislipidemias se dividem em monogênicas, causadas por mutações em 
um só gene, e poligênicas, causadas por associações de múltiplas mutações que isoladamente não 
seriam de grande repercussão. 
 A classificação fenotípica ou bioquímica considera os valores de CT, LDL-c, TG e HDL-c e 
compreende quatro tipos principais bem definidos. 
Dislipidemias primárias (classificação genotípica) 
Origem genética: 
 A menos rara e que já levanta vários estudos é a hipercolesterolemia familiar 
 
Dislipidemias secundárias 
Causadas por outras doenças ou uso de medicamentos: 
 Ex: hipotireoidismo, diabetes mellitus, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, obesidade – se 
houver síndrome metabólica, alcoolismo, icterícia obstrutiva, uso de doses altas de diurético, 
betabloqueadores, corticoesteróides, anabolizantes. 
 
 
 
Classificação das Dislipidemias – Fenotípica/Laboratorial 
 
Classificação de Friedrickson: 
 Hoje em dia não é utilizada para pesquisa, mas as vezes é necessário recorrer a essa classificação para 
entender algum perfil metabólico, principalmente das causas secundárias. 
 
Principais Causas de Dislipidemias na Infância e Adolescência 
 
Correlação Clínica – Aterogênese 
Em humanos, o balanço entre o influxo e o efluxo de colesterol não é meticuloso, resultando em sua deposição 
nos tecidos, particularmente no endotélio vascular. 
 Essa ocorrência se torna um fator potencial de risco, quando a deposição de lipídeos leva ao 
estreitamento dos vasos, com formação de placas (aterosclerose), aumentando o risco de doença 
arterial coronariana (DAC) 
Dislipidemia X Aterosclerose 
 
Aterosclerose, ou doença aterosclerótica, é uma afecção de artérias de grande e médio calibre, caracterizada 
por lesões com aspecto de placas. Essas placas são conhecidas como ateromas. A doença cardiovascular 
aterosclerótica é responsável pela metade da morbidade e mortalidade em todo o mundo. 
A formação da placa aterosclerótica inicia-se com a agressão ao endotélio vascular devido a diversos fatores 
de riscos como elevação de lipoproteínas aterogênicas (LDL, IDL, VDL, remanescentes de quilomícrons), 
hipertensão arterial ou tabagismo 
O papel da dislipidemia na deflagração da aterosclerose coronariana está bem estabelecido. Em especial, 
níveis elevados do colesterol total e LDL, redução nos níveis do colesterol HDL e aumento dos níveis de 
triglicérides, podem induzir à doença coronariana. O risco de aterosclerose coronariana aumenta, significativa 
e progressivamente, em indivíduos com níveis de colesterol total e LDL acima dos patamares de normalidade. 
Para o colesterol HDL, a relação é inversa: quanto mais elevado seu valor, menor o risco. Níveis de colesterol 
HDL maiores do que 60 mg/dL caracterizam um fator protetor. Níveis de triglicérides maiores que 150 mg/dL 
aumentam o risco de doença aterosclerótica coronariana. 
Correlação Clínica – Hipercolesterolemia 
 
Hipercolesterolemia é o aumento da concentração de colesterol no sangue. É uma forma de hiperlipidemia 
(concentração elevada de lipídeos no sangue) e hiperlipoproteinemia (concentração elevada de lipoproteínas 
no sangue). 
A provastatina, a lovastatina, a compactatina e sinvastatina são utilizados no tratamento da 
hipercolesterolemia, por inibirem a HMG-CoA redutase e estimularem a síntese do receptor LDL (APOB-
100, APO-E) 
 Vale ressaltar que essa enzima faz parte da etapa limitante de colesterol a partir do Acetil-CoA (etapa 
que sofre regulação). 
 Esses compostos inibem essa enzima por possuir uma estrutura semelhante ao mevalonato que é o 
produto da ação da mesma. Ou seja, vai haver uma inibição alostérica negativa pois como vai ter muito 
mevalonato, esses compostos com estruturas parecidas vão entrar e atuar para substituir o mesmo 
(produto inibe reação) 
 
Tratamento Farmacológico das Dislipidemias 
Hipercolesterolemia isolada: 
 Os medicamentos recomendados são as estatinas, que podem ser administradas em associação à 
ezetimiba, à colestiramina e, eventualmente, aos fibratos ou ao ácido nicotínico 
o Estatina (inibe a HMG-CoA-redutase) – mais validada por estudos clínicos para diminuir a 
incidência de eventos cardiovasculares 
o Ezetimiba (inibe a absorção de colesterol) 
o Colestiramina (sequestradores dos ácidos biliares) 
Síndrome Metabólica 
A síndrome metabólica ou plurimetabólica, chamada anteriormente de síndrome X, é caracterizada pela 
associação de fatores de risco para as doenças cardiovasculares (ataques cardíacos e derrames cerebrais), 
vasculares periféricas e diabetes. Ela tem como base a resistência à ação da insulina, o que obriga o pâncreas a 
produzir mais esse hormônio. 
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/infarto-do-miocardio/
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/avc-acidente-vascular-cerebral-ou-derrame/
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/diabetes/
https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/pancreas/
É uma doença da civilização moderna, associada à obesidade, como resultado da alimentação inadequada e 
do sedentarismo. 
A federação internacional de diabetes (IDF) estabeleceu critérios diagnósticos de síndrome metabólica: 
 A obesidade central é definida em função da circunferência da cintura, aproximadamente na altura do 
umbigo. Essa medida é atrelada com alguns valores étnicos em relação as populações. Além do 
diâmetro da cintura é somado com pelo menos mais dois fatores, tais como, aumento dos triglicérides, 
redução do HDL-c, aumento da pressão arterial, observação da glicemia em jejum. 
 Os indivíduos com diabetes tipo 2 obesos, provavelmente sãoindivíduos com síndrome metabólica, 
apresentam a chamada dislipidemia diabética. 
 
Valores de referência da Circunferência da Cintura: 
 Se os indivíduos têm características europeias ou são europeus nativos, para homens é considerado o 
diâmetro ≥ 94cm e para mulheres ≥ 80cm. 
 Se forem asiáticos, chineses ou japoneses, para homens é considerado o diâmetro ≥ 90cm e para 
mulheres ≥ 80cm 
 Os indivíduos que não foram citados acima, são incluídos em outros grupos conforme suas 
características. 
 
https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/obesidade/
Tríade Lipídica da Síndrome Metabólica 
Em pacientes com dislipidemias diabética, é notório: 
 HDL-c baixo: o colesterol HDL é diminuído porque a HDL vai diminuir 
 LDL pequena e densa 
 Hipertrigliceridemia 
 
Mudança nos níveis pós-prandiais do TG 
em relação ao status de jejum na DM tipo 2 
Ao fazer uma sobrecarga glicídica em um indivíduo diabético e com hipertrigliceridemia, além de seu 
triglicérides subir vai levar mais tempo alto, com isso vai formar várias partículas de tamanho intermediário 
que vão ficar muito mais tempo na circulação podendo gerar ateroma. Um indivíduo com diabetes controlada 
e que não tem hipertrigliceridemia vai responder praticamente igual a um saudável. 
 
Esquema Hipotético da Relação entre a Alteração no Metabolismo das 
Lipoproteínas Ricas em TG e Desenvolvimento das Lipoproteínas com 
Fenótipo Aterogênico 
Em uma situação lipídica normal onde o metabolismo lipídico está adequado, normalmente é formado VLDL 
no tamanho adequado que vão sofrer o catabolismo através da lipase hepática para se transformar em 
remanescentes e depois formar LDL grandes que se acoplam facilmente aos receptores de LDL para serem 
removidas. 
Numa situação em que o individuo está tendo um aporte de ácidos graxos tal como na síndrome metabólica, 
vai haver a formação de VLDL muito grandes que vão ser rapidamente catabolizadas pela ação da LPL 
formando vários remanescentes que vão sofrer uma ação maior da lipase hepática dando então origem as LDL 
pequenas e densas. Além disso, várias partículas de tamanho intermediário podem ser modificadas já que 
ficam mais tempo no compartimento circulando. 
 
Dislipidemias em Adultos com Diabetes (Framingham Heart Study) 
Um estudo muito importante que avaliou as dislipidemias em adultos diabéticos e risco cardiovascular. Com 
isso, foi notório que os fatores que mais alteram no diabetes é o HDL-c e o Triglicérides. 
 
Características notáveis na dislipidemia diabética: 
 
Correlação entre Resistência Insulínica e Hipertrigliceridemia 
Ao fazer uma avaliação da resposta da glicose oral, é possível observar que quanto maior o recebimento de 
glicose maior a quantidade de triglicérides e maior a secreção de insulina. 
 
Associação entre Hiperinsulinemia e HDL-c Baixo 
Independente de ser obeso, o indivíduo hiperinsulinêmico vai ter menos HDL-c isso ocorre porque a lipase 
hepática estará mais ativa e por isso ela irá catabolizar mais o HDL. 
Ou seja, na Hiperinsulinemia vai ser notório o HDL-c baixo e a formação de LDL pequeno e denso, 
basicamente em função do aumento da lipase hepática. 
Importante ressaltar as duas lipases que geralmente estarão aumentadas nessa patologia são: 
 Hormônio-sensível presente no tecido adiposo e por isso é liberado uma alta quantidade de ácido 
graxo que juntamente com o glicerol vai para o fígado para ser reempacotado e sair como VLDL; 
 Lipase hepática que gera o aumento do catabolismo do HDL-c e aumento da formação da LDL 
pequena e densa. 
 
Mecanismos Relacionados a Resistência Insulínica e Dislipidemias 
Há o aumento de ácidos graxos livres e isso impacta no aumento de insulina já que a glicose não conseguirá 
entrar na célula; 
Assim, esses ácidos graxos vão para o fígado, porém como esse órgão não é um local de armazenamento de 
gordura, vai haver a secreção de lipoproteínas da via endógena, com isso será secretado uma VLDL muito 
rica em triglicérides (como há muito VLDL, haverá muito apoB); 
Então, a VLDL vai formar vários remanescentes que vão interagir com o HDL em função da atividade da 
CETP que também estará aumenta na Hiperinsulinemia. A lipase hepática vai começar a atuar fortemente no 
HDL em função do catabolismo dos fosfolipídeos fazendo com que a HDL seja destruída e se torne 
basicamente apoAI que vai recircular e ser eliminada nos rins; 
Outro ponto importante é que quando as partículas estão muito ricas em triglicérides, vão ser catabolizadas ao 
ponto de ser transformadas em LDL pequeno e denso. 
 
Fenótipos de Subclasses de LDL na Diabetes Mellitus 
Notório que, por exemplo, em uma população de 29 indivíduos homens e for analisado o fenótipo A (normal) 
e o fenótipo B (aterogênico), vai ser perceptível que nessa pequena população o individuo diabético vai possuir 
51% de fenótipo B, 28% terá o fenótipo normal e 21% o fenótipo intermediário. Assim, há uma maior 
quantidade de pessoas doentes do que saudáveis, Já nos indivíduos não diabéticos, há uma maior normalidade. 
 
LDL Pequena e Densa e DAC 
Mecanismo potencialmente aterogênicos: 
 Susceptibilidade aumentada a oxidação; 
 Aumento da permeabilidade vascular; 
 Mudança na conformação da apoB; 
 Afinidade diminuída ao receptor de LDL; 
 Associação com a síndrome de resistência insulínica; 
 Associação com TG (VLDL) alto e HDL-c baixo. 
Efeito das Estatinas no LDL-c 
O principio básico das estatinas é a inibição da HMG-CoA-redutase que é uma enzima muito importante na 
biossíntese do colesterol. Para escolha da prescrição de uma estatina é necessário avaliar o risco-benefício, 
tolerabilidade, custo-benefício, adesão terapêutica. 
A principal função da estatina é baixar o colesterol total, principalmente de LDL. 
 
Efeito dos Fibratos sobre o HDL-c e TG 
Se um paciente está com HDL-c baixo e tem triglicérides alto, vai ser feito a tentativa de uma terapia com 
fibrato analisando a característica de cada fármaco. Vale ressaltar que em algumas situações esse 
medicamento pode causar dano muscular. 
Vale ressaltar que as cápsulas de ômega 3 têm uma resposta fenomenal para esse caso, assim, pode ser uma 
ótima alternativa terapêutica a ser tentada antes do fibrato. 
 
Aterogênese e Aterosclerose 
Processo dinâmico, evolutivo, a partir de dano endotelial de origem multifatorial, com características de 
reparação tissular. 
Características: 
 Possui influência genética; 
 Sítios de propensão à lesão; 
 Papel da LDL e da LDL modificada: como ela é muito pequena, vai entrar na parede do vaso, não vai 
conseguir sair e vai começar lesionar a camada muscular. 
Aterogênese X Aterosclerose: 
 Aterogênese é a formação de placas locais ou difusas. 
 Aterosclerose é o enrijecimento dos vasos, algo que acontece ao longo da vida. 
Aterosclerose: 
 É uma doença multifatorial, assim quanto maior o número de fatores de riscos maior será a incidência 
de casos 
 
A maior parte dos infartos não ocorrem com níveis elevados de colesterol. Ou seja, não é só o colesterol que 
está associado com evento isquêmico. 
 
Fatores e Marcadores de Risco da Doença Arterial Coronária 
Marcadores de risco é aquilo possível de determinar, fator já está relacionado a um indivíduo como todo 
(informações clínicas). 
 
Os marcadores de risco são extremamente importantes porque eles vão ser produzidos, a partir do processo 
inflamatório, e vão estimular mudanças no leito vascular e mudanças no padrão de secreção de proteínas de 
fase aguda hepáticas, tais como proteína-C-reativa. 
Túnicas Vasculares. 
Na aterosclerose, as lipoproteínas passam pelas fenestras celulares, assim, na camada média no qual possui os 
fibroblastos, células da musculatura lisa, células polimorfonucleares e etc. Dai então a placa de ateroma 
começa a ser formada da camada muscular para dentro da luz vascular. 
 
Papel da LDL- Oxi no Processo Aterogênico 
A Aterogênese se dá pelapassagem das lipoproteínas nativas para o endotélio. No subendotélio e na camada 
muscular, células vão fazer a captação da LDL modificada através dos receptores Scavenger. 
 
Processo Aterogênico 
O processo aterogênico se inicia na camada muscular e há uma formação de uma estria lipídica e em algumas 
situações antes de haver a obstrução completa do vaso há uma instabilidade de placa que pode levar aos 
eventos isquêmicos. 
O processo aterogênico não é apenas um processo central cardíaco, pode ocasionar em doenças cerebrais, 
gangrenas em extremidades e aneurisma das artérias. 
Progressão da Aterosclerose:

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