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Icterícia do Recém-Nascido Introdução • Icterícia: trata-se do aumento da bilirru- bina indireta. A formação da bilirrubina se dá pela destruição de eritrócitos; • É um problema comum, na maioria dos ca- sos é benigno; - Bilirrubina não conjugada (indireta): potencialmente neurotóxica, por ultrapassar a barreira hematoencefálica. Não se deve ter a alta do RN caso ele esteja com níveis ele- vados de bilirrubina indireta. O tratamento deve ser feito com banho de luz ou com a troca de sangue (exosanguíneotransfusão) - Bilirrubina conjugada (direta): pode indicar doenças graves; • Na 1ª semana de vida: - RN termo (= ou acima de 37 semanas): 60% nascem com icterícia; - RN prematuros: 80% nascem com icte- rícia; • A icterícia progride no sentido craniocau- dal, aumentando em zonas; • A icterícia neonatal pode ser classificada quanto ao seu período de surgimento em: - Icterícia neonatal precoce: ocorre antes das primeiras 24 horas de vida; - Icterícia neonatal tardia: ocorre após as primeiras 24 horas de vida; • Além disso, a icterícia neonatal pode ser classificada quanto a sua etiologia em: - Icterícia neonatal patológica: ocorre sempre antes das primeiras 24 horas de vida. Ou seja, toda icterícia neonatal precoce é patológica; - Icterícia neonatal fisiológica: esta tam- bém é denominada icterícia própria do re- cém-nascido, sendo geralmente é benigna e reversível, porém, quando exagerada pode causar danos. Esta icterícia fisiológica ocorre após as primeiras as 24 horas de vida patológica. Bilirrubina → • É um pigmento amarelo-alaranjado (de fórmula C33-H36-N4-O6), com 4 núcleos pir- rólicos; • No soro humano esta molécula assume conformação preferencial como um “clipe de papel aberto” que possui estabilidade, lipossolubilidade (mancha a parte gordu- rosa da derme do RN), pontes intramolecu- lares de hidrogênio e polos hidrofílicos in- capazes de serem atacados pela água; Marianne Barone (15A) Neonatologia e Pediatria Geral – Prof. Sueli Lefort • A molécula da bilirrubina tem sua origem, basicamente, a partir da degradação da he- mácia (glóbulo vermelho), ocorrendo no sangue. Outras fontes podem ser: eritrócitos jovens não-hemoglobínico; • Depois, o resultado dessa degradação se- gue para o sistema retículoendotelial (SRE), que é formado por baço, fígado, medula óssea e alguns macrófagos; • Valores: - 1g de hemoglobina forma cerca de 35mg de bilirrubina; - RN normal: 8 a 10 mg/kg/dia de bilirru- bina. A vida média é menor; - Bilirrubina livre no RN → 5 a 7% (adulto: < 1%); • 1g de Hb fornece cerca de 35mg de bilir- rubina, sendo que no adulto 1% da Hb exis- tente no corpo é degradado diariamente; • No RN é 2x superior ao adulto, sendo que é percentualmente semelhante à destruição em RNT (termo) e RNPT (prematuro), variando em valor absoluto segundo a quan- tidade de Hb presente (em maiores valores). O hematócrito (volume ocupado pelas he- mácias) do RN é maior que no adulto; • O ferro resultante do processo é armaze- nado provisoriamente no fígado e no baço e depois reutilizado e, os produtos da cisão da globina são integrados no “pool” orgânico de aminoácidos; • Os eritrócitos são aprendidos pelas célu- las do sistema reticuloendotelial/SRE (fí- gado, baço, medula óssea e macrófagos) ocorrendo: → no fígado é sistema reticulo- endoplasmático e no resto é sistema reticu- loendotelial (no início da degradação da he- mácia) - Tem-se, primeiramente, a oxidação da estrutura do grupo heme (saída do Fe) na presença da enzima hemoxigenase, libe- rando ferro, formando biliverdina e CO que será excretado pelo pulmão (mensura- ção da velocidade da reação de formação de bilirrubina indireta pela excreção de CO); - A segunda reação é de redução da bili- verdina até a bilirrubina indireta na presença da enzima biliverdina redutase e de NADPH; • A bilirrubina indireta possui uma caracte- rística lipossolúvel, ficando impregnada na camada da derme do RN, onde tem célula gordurosa, ficando num sentido crânio-cau- dal. → • A bilirrubina liberada pela corrente san- guínea é lipossolúvel e desconjugada (BI) e liga-se principalmente à albumina para ser transportada, formando um complexo bilirrubina-albumina na razão de 1:1, 2:1, 3:1; • A bilirrubina indireta, desde que não esteja em valores muito altos, tem característica benigna (pode se tornar neurotóxica); • Fatores que interferem na ligação bilir- rubina-albumina: - pH: quando baixo (<7,1), diminui a ca- pacidade de ligação. O RN que passa por as- fixia ao nascimento (mesmo após a reani- mação neonatal com retomada da FC) e chega ao estado de acidose (visto com a co- leta de gasometria), leva seu pH a abaixar, aumentando a chance deste ficar amarelado pelo aumento da bilirrubina indireta, que deixa de ser transportada pela albumina (di- minui a capacidade de ligação), e podendo ir ficar mais tempo na terapêutica de banho de luz; - Idade gestacional: RN tem capacidade de ligação 2 a 3 vezes menor que o adulto e diminui no 2° mês de idade. O RN prema- turo deve ir mais cedo ao banho de luz, por ter um pico de aumento da bilirrubina en- tre 5º-7º dias (tem início com 24h, ou seja, fica mais tempo amarelado) principalmente, além de ter uma capacidade hepática me- nor. No RN de termo o pico de bilirrubina é entre 3º- 5º dias, ou seja, o RN prema- turo tem seu pico mais tardiamente; - Substâncias no soro: sulfas, saliciatos, cefalosporinas (ex: ceftriaxona/rossefin → atrapalha na ligação entre a bilirrubina indi- reta e a albumina, não devendo ser administrado), furosemida, ácidos graxos li- vres competem com a ligação. → • O hepatócito capta a bilirrubina que se dis- socia da albumina (se mantém no sangue, sem entrar no hepatócito); • No fígado, o SRE recebe o nome de sis- tema endoplasmático; • A bilirrubina entra no hepatócito e se liga às proteínas ligandinas, chamadas de Y e Z, transportando-a até o SRE (sistema endo- plasmático), onde será conjugada e formará a bilirrubina direta; • Quando desligada da albumina, a bilirru- bina é denominada fração livre que, se ele- vada, é tóxica; • BI eliminada da corrente sanguínea por meio da captação e conjugação hepática e excretada na bile. Até o fígado a bilirrubina é indireta e depois de ligações com a en- zima glicoruniltransferase se torna bilirru- bina direta (conjugada); • No SRE a bilirrubina indireta combina-se com o açúcar (UDGP) produzindo um pig- mento hidrossolúvel excretado pela bile ou filtrados pelos rins. Depois, tem-se a conju- gação, ou seja, é necessária a ligação da bi- lirrubina indireta no açúcar; • A conjugação é realizada no “complexo bilirrubina indireta + açúcar”, na presença da enzima glicoruniltransferase, for- mando a bilirrubina mono ou diglicorunide, denominada bilirrubina direta; • Existem síndromes relacionadas a defici- ência parcial ou total dessa enzima, atrapalhando na transformação de bilirru- bina indireta em bilirrubina direta, como na síndrome de Crigler-Najjar; • É no fígado que se forma a bilirrubina in- direta (lipossolúvel) em bilirrubina direta (hidrossolúvel). Ou seja, antes de passar no fígado = BI, depois de passar no fígado = BD, seguindo para as vias biliares, depois para o intestino caindo nas fezes (mecônio → estercourina) ou na urina (urobilinoge- nio). → • A bilirrubina direta atravessa a membrana hepatocítica, cai nos canalículos biliares e, com a bile, chega ao intestino delgado, que pela presença de bactérias é reduzida à es- tercobilina ou urubilinogênio, sendo secre- tados nas fezes ou rim por ação da flora sa- prófita. O RN que é amamentado e passa a ter o desenvolvimento da flora saprófita tem a melhor redução da bilirrubina direta em urubilinogênio; • Uma pequenaquantidade será hidrolisada pela beta-glicuronidase (é encontrada na- turalmente no intestino delgado) para bilir- rubina indireta e reabsorvida pela circu- lação enteropática (não é excretada na eva- cuação ou no rim). Esta enzima é inibida pela flora intestinal, desta forma, se o RN não teve o início do desenvolvimento dessa flora, a enzima tem uma maior atividade de conversão, sendo encontrada a BI no intes- tino delgado e seguindo para o fígado nova- mente, é por isso que se tem uma estimula- ção da amamentação na primeira hora de vida; • A bilirrubina indireta que foi originada pela conversão através da enzima beta-gli- curonidase passa pelo fígado e é convertida novamente em bilirrubina direta, porém, como o RN não tem uma flora bem desen- volvida, forma-se um ciclo de “conversão- desconversão”; • Mecônio: cerca de 100 – 200g equivalem a 1 mg de bilirrubina/g. → • Na vida fetal precoce a bilirrubina indireta é transportada ligada à alfa-fetoproteína; • Capacidade de conjugação do fígado fetal aumenta com a IG, já que tem glicuronil- transferase em maior quantidade, sendo que esta é a enzima responsável por converter BI em BD; • A concentração de UDPG-T parece totali- zar apenas 1% dos valores do adulto se as- semelhando por volta do 3º mês de vida; • Portanto, a BI no feto é excretada pela pla- centa, entrando na circulação materna, en- tão a BI é metabolizada pela mãe; • Em casos de hiperbilirrubinemia fetal, o líquido amniótico pode conter BI (segui- mento da doença hemolítica grave por Rh). A punção do líquido amniótico deve ser feita para detectar destruição em bebês que tem mães Rh negativas que já foram sensi- bilizadas com o 1º filho; • Conjugação hepática da bilirrubinemia: quanto mais prematuro, menos enzima gli- curoniltransferase o RN tem disponível, au- mentando a chance de icterícia. Icterícia própria do RN ou fisiológica • A icterícia fisiológica é aquela em que o RN começa a apresentar uma coloração amarelada na sua pele após 24h de vida, ocorrendo em grande parte dos RN por pre- domínio de bilirrubina indireta; • Um dos mecanismos de ocorrência é pela ação da enzima beta-glicuronidase (como em casos em que a mãe não consegue ama- mentar), resultando da ausência da flora bacteriana, que aumenta a conversão de BD em BI no intestino delgado; • Geralmente benigna e reversível, porém quando exagerada pode causar danos, por- que pode ter efeito neurotóxicos, ultrapas- sando a barreira hematoencefálica, podendo causar kernicterus; • Após as 24h de vida e faz pico: - No RN de termo entre o 3º e 5º dias de vida e desaparece até o 10º-14º dia de vida; - No RN prematuro, o pico é entre o 5º e 7º dia de vida e desaparece no 24º dia de vida; • Toda icterícia que aparece com menos de 24h de vida é patológica. Se permanecer a icterícia após o tempo previsto para o RNT ou RNPT, é possível que ela seja patológica; • Mais visível quanto maior for o tecido ce- lular subcutâneo, por ter uma maior difusão da bilirrubina (lipossolúvel) em tecidos gor- durosos; • Os valores de BI no cordão umbilical equi- valem a 1-3mg/dl. Aumenta num ritmo < 5mg/dl/24h; • Visível no 2º/3º dias, com pico entre 2º e 4º dias com 5-6mg/dl e diminui para me- nos de 2mg/dl entre 5°- 7° dias; • Valores para a alta do bebê: - 6-7% dos RN termo têm BI > 12,9 mg/dl; - < 3% dos RN termo têm BI > 15 mg/dl • Critérios que excluem icterícia fisioló- gica: - Icterícia clínica com menos de 24h de vida; - Bilirrubina total aumenta mais que 5mg/dl/dia; - Bilirrubina total maior que 12,9 mg/dl no RNT ou maior que 15 mg/dl no RNPT; - Bilirrubina conjugada (direta) maior que 1,5-2mg/dl; - Icterícia clínica persiste por: mais de 1 semana no RNT e mais que 2 semanas no RNPT. → • Aumento da produção de bilirrubina: RN produz cerca de 8,5mg/kg/dia de bilir- rubina, por maior concentração de hemo- globina e menor sobrevida do eritrócito fe- tal. Ela é mais destruída no RN, tendo uma meia-vida menor e, com isso, aumenta a produção de bilirrubina; • Circulação enteropática: ausência da flora bacteriana e aumento da beta-glicuro- nidase no intestino aumenta a reabsorção de bilirrubina desconjugada (indireta) para o sangue (portanto, processos que retardam a eliminação do mecônio intensificam e pro- longam a icterícia); • Diminuição da função hepática: as li- gandinas (fase 2) estão deficientes transito- riamente (melhorando no 5º dia de vida no RNT) e a glicoruniltransferase (fase 1 → converte BI em BD) está reduzida. A UDPG-T atinge nível adulto por volta da 6ª e 14ª semana e a excreção hepática é limi- tada; • Circulação hepática: dentro da vida fetal, o primeiro órgão que recebe O2 por meio da veia umbilical é o fígado. Após o nasci- mento, com o clampeamento do cordão, o hepatócito passa a receber sangue pouco oxigenado (o sangue é oxigenado pelos pul- mões) dos vasos portais que diminuem a ca- pacidade hepática. Com isso, essa mudança de oxigenação da vida fetal para a vida ne- onatal é responsável pela diminuição da passagem de sangue oxigenado, afetando a capacidade de conversão da BI em BD - Fase 1: capacidade diminuída de conju- gação da bilirrubina; - Fase 2: capacidade diminuída na capta- ção hepática, que aumenta a carga de bilir- rubina indireta; • Alguns fatores de risco têm sido valoriza- dos para hiperbilirrubinemia indireta com necessidade de tratamento; • Frequência do aleitamento materno e BTtc > 23,5 mg/dL → Fatores genéticos, étnicos e familiares: • RN orientais tem níveis de BT até 2x maior; - Maturação mais lenta UDPGT; - Maior absorção intestinal BI em orientais, indígenas, norte-americanos e gregos; • Risco de icterícia é relacionado à herança genética (G6PD). Fatores maternos: • Tabagismo: diminui a BT; • Deficiência de zinco e magnésio: au- menta a BT; • Diabetes mellitus. Fatores relacionados ao parto: • Uso de ocitocina durante trabalho de parto; • Anestesia e analgesia: anestesia epidural com bupivacaina aumenta a icterícia; • Tipo de parto: - RN de parto vagina: aumenta a BT e au- menta o hematócrito - RN de cesárea: diminui a IG (o pico da icterícia ocorre mais tardiamente); • Uso de drogas na parturiente: - Narcóticos, barbituratos, aspirina, hi- drato cloral, betametasona, reserpina, feni- toína sódica e antipirina diminuem a BT; - Diazepam: aumento da BT (em +/- 1mg/dl); - Mães viciadas em heroína: diminui a BT no RN. Fatores neonatais: • Masculino: aumento de BT; • Parto normal e idade gestacional: re- cém-nascido pré-termo e recém-nascido baixo-peso ou muito baixo peso são a popu- lação de maior risco para aumento de BT; - Imaturidade do sistema enzimático - Instabilidade térmica; - Aumento da hipóxia; - Início mais tardio da alimentação; - Sucção menos eficaz; - Menor concorrência com a albumina plasmática; • Perda ponderal: maior perda de peso nos primeiros dias leva a uma menor BT, au- mento da circulação êntero-hepática; • Eliminação de mecônio: diminui a absor- ção da BI. Estima-se que há 1 mg de bilir- rubina indireta para cada 1g mecônio, ha- vendo, assim, a produção de 100 a 200 mg por dia de bilirrubina indireta no intestino (de 5 a 10 vezes maior); • Tipos de dieta: - Hidrolisado caseína: inibe a beta-glicu- ronidade, diminuindo a BT; - Icterícia associada ao aleitamento ma- terno: tem início com 2 a 4 dias, decorrendo do aumento da reabsorção êntero- hepática de BI por privação calórica nos primeiros dias (dificuldades da amamentação) e re- tardo na eliminação de mecônio; - Icterícia pelo leite materno: 10-30% dos RN em amamentação exclusiva, de iní- cio com 4 a 7 dias, várias semanas ou até 3 meses. Ocorre o aumento da reabsorção ên- tero-hepática de BI porsubstância não iden- tificada do leite materno. Fatores ambientais: • Altitude; • Uso de detergentes fenólicos: aumento da BT. → • Observar níveis séricos de bilirrubina re- lacionando com intensidade da coloração amarela da pele; • A icterícia torna-se visível com níveis sé- ricos de bilirrubina ao redor de 5 a 6 mg/dl; • A icterícia ocorre com progressão cranio- caudal e Kramer classificou em zonas cor- porais, sendo que quanto mais caudal é a ic- terícia, maior o nível sérico da bilirrubina (esse zoneamento é subjetivo e não deve ser feito em RN’s em fototerapia); Zonas Áreas Bilirrubina Zona 1 Cabeça e pes- coço 5,9 – 4,3 – 7,0 Zona 2 Tronco até o umbigo 8,9 – 5,4 – 12,2 Zona 3 Hipogastro e coxas 11,8 – 8,1 – 16,5 Zona 4 Joelhos e coto- velos, até punho e tornozelos 15 – 11,1 – 18,3 Zona 5 Mãos e pés, in- cluindo palmas e plantas >15 • A presença da icterícia na zona 3 indica que, provavelmente, as zonas 1 e 2 foram, também, acometidas; • Além de dosar a bilirrubina sérica por co- leta sanguínea, é possível realizar a avalia- ção não invasiva, porém, geralmente é difí- cil acesso. Icterícia patológica → Aumento na produção de bilirrubina: • Patologia relacionada ao fígado; • São doenças ligadas ao eritrócito, ocor- rendo na hemácias; • Doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) por incompatibilidade materno-fe- tal (Rh, ABO, grupos raros); • Defeitos metabólicos genéticos dos eri- trócitos: - Defeitos de forma dos eritrócitos: esfe- rocitose hereditária/eliptocitose/estomato- citose; - Defeitos enzimáticos dos eritrócitos: G6PD/PK/hexoquinase; - Hemoglobinopatias: alfa-talassemias ou beta-gamatalassemias; • Hemólise tóxica: hiperdosagem de vita- mina K sintética; • Hemólise por alterações eritrocitárias desconhecidas/etiologia múltipla: picno- citose eritrocitária neonatal; • Coleções sanguíneas confinadas: - Cefalohematoma, equimoses, hemato- mas, púrpura; - Outras hemorragias: intracraniana, di- gestiva, pulmonar, oculta; - Sangue deglutido no parto • Policitemia: aumento do número de he- mácias na corrente sanguínea; - Clampeamento tardio do cordão: 1-3 minutos; - Transfusão materno-fetal ou feto-fetal; - RN PIG (nasce com + hemácia = + icte- rícia); - RN filhos de diabéticas macrossômicos. Deficiência na captação da bilirrubina (BI): • Patologia relacionada ao fígado; • Síndrome de Gilbert: colemia simples fa- miliar, que é autossômica dominante; - Deficiência parcial de UDPGT (faz a conversão da direta para a indireta); - Em geral, não se manifesta no período neonatal (adolescência); - Pode coincidir com deficiência de G6PD, aumentando a chance de icterícia neonatal; • Hipotireoidismo: deficiência de captação, conjugação e excreção BI; • Galactosemia: erro inato do metabolismo (deficiência de captação, conjugação, excreção BI). Tem-se um aumento da BI na 1ª semana e aumento a BD na 2ª semana; • Presença de substâncias (ânions) que com- petem pelas proteínas Y e Z (ligandinas). Deficiência de conjugação da bilirrubina (BI): • Patologia relacionada ao fígado; • Icterícia própria do RN; • Icterícia familiar não-hemolítica (Crigler- Najar); • Hipotireoidismo congênito; • Síndrome de Down e trissomia do 13; • Hipopituitarismo congênito; • Hiperbilirrubinemia neonatal familiar transitória; • Icterícia iatrogênica por inibição da conju- gação. Deficiência da excreção hepática de bilirrubina conjugada: • Patologia extra-hepática; • Deformidade congênita das vias biliares: - Atresia VB extra-hepática; - Atresia VB intra-hepática; - Cisto de colédoco; - Obstrução biliar extrínseca • Tumores/pâncreas anelar: bridas fibró- ticas; • Perfuração espontânea de vias biliares; • Colestase intra-hepática (síndrome da bile espessa) Ex.: doença fibrocística do pâncreas, de- ficiência congênita de alfa-1-antitripsina • Hepatite neonatal; • “Fígado reacional” (ITU); • Erros inatos do metabolismo: - Galactosemia; - Tirosinemia; - Hipermetionemia; • Defeitos genéticos da excreção: - Doença de Byler; - Doença de Rotor e Doença de Dubin- Johnson; - Colestase (diminuição ou interrupção do fluxo biliar) recorrente familiar com linfe- dema; • Colestase: nutrição parenteral prolongada ou malformação no coração; • Doença de Niemann-Pick; • Hemangiomatose múltipla; • Síndrome de Zellweger. Aumento da circulação enteropática: • Patologia extra-hepática; • Aleitamento materno; • Retardo no início da alimentação enteral ou jejum prolongado; • Estenose hipertrófica do piloro; • Obstrução intestinal; • Sangue materno deglutido. Mecanismo misto ou pouco conhecido: • Filho de mãe diabética; • Sepses; • Icterícias acompanhadas de infecções con- gênitas ou adquiridas: - Sífilis; - Citomegalia; - Toxoplasmose; - Doença de Chagas; - Rubéola. Icterícia fisiológica x não fisiológica • Início precoce da icterícia (< 24h); • Velocidade de subida BT: > 5 mg/dl/dia • Nível máximo BT: > 12,9 mg/dl (RNT) e > 15 mg/dl (RNPT); • BD > 1,5 a 2 mg/dl • Persistência icterícia clínica: > 1 semana (RNT) e > 2 semanas (RNPT); • Níveis BI > 5 mg/dl nas primeiras 24h e > 8 mg/dl nas primeiras 48h • Os 2 primeiros Critérios devem ser revis- tos, levando em conta o aleitamento ma- terno. → História clínica: • Familiar/RN sugestiva de doença hemolí- tica ou outro distúrbio; • Irmão com icterícia. Sinais clínicos de icterícia colestática: • Urina escura; • Fezes hipo ou acólicas; • Icterícia com duração maior que 3 sema- nas. → • Avaliação da prematuridade; • PIG (policitemia ou TORCH); • Microcefalia (TORCH) → toxoplasmose, outras doenças, rubéola, citomegalovírus, herpes); • Sangue extravascular (hematomas, cefalo- hematoma); • Palidez (hemolítica, com perda sanguínea); • Petéquias (Torch, sepse, eritroblastose); • Hepatomegalia; • Onfalite; • Corioretinite; • Hipotireoidismo. Icterícia precoce • É a icterícia que ocorre com menos de 24h de vida; • É sempre patológica. → Doença hemolítica do RN: • Deve-se ter uma dosagem da BTF • HGM + reticulócitos, Eo, microesferócitos • TS mãe e RN; • Evolução dos eritrócitos (titulagem anti- A e anti-B); • Teste de Coombs direto. Se for positivo somado do aumento da BT; - Doença hemolítica do RN - Por aloimunização do RN - Por um dos antígenos raros • Raramente por I-ABO. Se se for negativo somado de aumento Da BI; - RN A ou B/mãe O + título significante imune com anticorpo anti-A/anti-B (cordão) + microesferócitos do sangue periférico; - Doença hemolítica do RN pelo sistema ABO, devendo ser feita uma eluição dos eri- trócitos (titulagem anti-A e anti-B). Não há dados laboratoriais de aloimunização: • Há anemia, clinicamente aparente ou não: - Doença hemolítica por defeito genético dos eritrócitos - Hemoglobinopatias: alfa-talassemias (formas H e hidrópica) ou beta-gama talas- semia (anemia grave); - Estado geral grave, PIG, hepatoespleno- megalia, infecções congênitas ou sepse bac- teriana; - Exames: G6PD, PK, triosefosfatoisome- rase, eletroforese Hb para pesquisa Hb Bart’s (g4) e H (beta 4) e resistência osmó- tica de eritrócitos (RN ou pais); • Não há sintomatologia associada: - Icterícia própria do RN de termo ou pré-termo: algumas vezes é precoce, espe- cialmente se agravada (coadjuvante); - Doença hemolítica por defeito genético dos eritrócitos: nesta fase pode não haver anemia e a icterícia pode ser mais tardia; - Hemólise tóxica: doses elevadas de vita- mina K sintética (à mãe ou ao RN) • Outra sintomatologia que não anemia: - Icterícia por reabsorção excessiva de san- gue, apresentando cefalohematoma extenso, sufusões hemorrágicas, sanguedeglutido no parto (icterícia geralmente mais tardia) - Icterícia associada à pletora (bebê fica vermelho); - Icterícia associada a doenças (estado geral grave): infecções congênitas ou sepse bacteriana precoce. Principais causas da icterícia precoce: • Doença hemolítica do RN (maioria dos ca- sos); • Esferocitose; • Deficiência de G6PD: é uma das eritro- enzimopatias mais conhecidas, afetando cerca de 100 milhões de pessoas no mundo, sendo uma doença de transmissão ligada ao sexo. Nesta doença é característico encon- trar um quadro de INN sem evidências de isoimunização, desencadeada após uma ex- posição à drogas antioxidantes. O grau de hemólise varia de acordo com a droga, a quantidade ingerida e a intensidade da defi- ciência enzimática do indivíduo. A intensi- dade da manifestação é modificada pela ma- turidade do RN, presença de hipoglicemia, hipóxia ou uma infecção, mesmo sem expo- sição documentada a drogas (ex: cetoaci- dose diabética e hepatite); - Achados laboratoriais: icterícia à custa de BI, reticulocitose, anormalidade morfo- lógica em esfregaço de sangue periférico, redução dos níveis de atividade de G6PD; - Drogas que não devem ser usadas na Defic de G6PD: acetalinide, doxorrubicina, niridazole, sulfametoxazol, ácido nalidíxico, fenazopiridina, nitrofurantoína, azul-de- metileno, furazolidona, primaquina, AAS, cloranfenicol - Não existe tratamento específico para esta deficiência. Deve-se controlar a anemia e a hiperbilirrubinemia; • Hemoglobinopatias; • Cefalohematoma extenso, sufusões he- morrágicas, sangue deglutido durante o parto; • Pletora neonatal. Icterícia tardia • É a icterícia que ocorre após 24h de vida; • Pode ser: - Discreta: acompanhamento clínico; - Relevante: dosar BTF. → Sem sintomatologia associada: • Icterícia fisiológica ou própria do RN; • Icterícia associada ao aleitamento ma- terno: - Início com 2 - 4 dias (forma precoce) - Deprivação calórica (dificuldade do alei- tamento materno) + retardo da eliminação de mecônio = reabsorção exagerada da BI (jejum); • Icterícia prolongada (10 a 14 dias): evo- lução mais arrastada: - Icterícia pelo leite materno: forma tar- dia; - Icterícia familiar não hemolítica de Crigler-Najjar: tipos I e II; - Síndrome de Gilbert: icterícia não visí- vel no período neonatal, causada por insufi- ciência parcial e benigna da conjugação; - Síndrome de Lucey-Driscoll: geral- mente grave; - Inibição da conjugação por drogas: no- voblocina. Com sintomatologia associada: • Anemia associada: - Incompatibilidade sanguínea; - Deficiências enzimáticas dos eritrócitos; - Alterações da forma dos eritrócitos; - Em todas: icterícia pode ter início após as primeiras 24h; • Síndromes associadas: - Síndrome de Down ou Patau; - Hipotireoidismo e hipopiuitarismo con- gênitos • Vômitos biliosos e/ou distensão abdomi- nal: icterícia associada à obstrução intesti- nal; • Vômitos não biliosos + obstipção: icterí- cia associada à estenose hipertrófica do pi- loro • Macromossia, hipoglicemia frequente: Icterícia do filho de diabética (produz mais eritrócitos devido à hipóxia intrauterina). Icterícia pelo leite materno: • Sem sintomatologia associada; • É uma forma de icterícia tardia, ocorrendo com mais de 24h; • Reabsorção intestinal da bilirrubina: - Forma precoce: aumento da reabsorção devido à deficiência calórica, relacionada à dificuldade do início da amamentação, e consequentemente menos eliminação do mecônio; - Forma tardia: após o final da primeira semana, podendo-se observar níveis eleva- dos de bilirrubina até o final do primeiro mês de vida, podendo perdurar até final do 2º ou 3º mês; • Está relacionado com a ingestão materna de hormônios esteróides, aumento da con- centração de beta-glicuronidase e ácidos graxos insaturados, que passam para o RN através do leite e causam o aumento da BI; • Tratamento: suspender o leite materno, explicando para a mãe que o aleitamento ainda é importante, mas que é necessário re- alizar esse teste por poder ter alguma das substâncias indo para o RN, devendo sus- pender por 48h para a bilirrubina cair a nível seguro. Depois pode voltar a consumir o leite materno normalmente; • Não causa encefalopatia; • Níveis muito elevados: suspender leite materno por 48h; • Reintrodução do leite materno o mais rá- pido possível. → • Colestase neonatal; • Fezes coradas ou acólicas; • Exames específicos para cada entidade; • Detectar precocemente casos cirúrgicos. Colestase neonatal: • Trata-se de um quadro caracterizado pela redução do fluxo biliar e com BD > 5 mg/dl ou dosagem ≥ 20% BT; • Apresenta predomínio de BD; • A bile é constituída também por colesterol + ácidos biliares; • Mecanismo multifatorial: problemas na síntese, metabolismo e excreção de sais bi- liares, alterações na membrana do hepató- cito, comprometendo bomba de sódio; • Presença de acolia/hipocolia fetal; • Causas: - Hepatite neonatal: é causada por infec- ções adquiridas e congênitas constituem principal causa de hepatite neonatal (gram-, STORCH, doença de Chagas, hepatites); - Atresia de vias biliares; - Deficiência de alfa-1-antitripsina; - Prematuros, doença hemolítica grave, medicamentosa (ceftriaxone/furose- mida/oligoelementos/hidrato de cloral), NPP prolongada (jejum reduz fluxo biliar devida imaturidade hepática); - Atresia de vias biliares extra ou intra-he- páticas e/ou malformações das vias (Do- ença de Caroli/cisto coledoco), sendo a 2ª maior causa de colestase; - Erros inatos do metabolismo: galacto- semia (mais frequente), hemocromatose ne- onatal/deficiência de alfa-1- antitripsina • Diagnóstico: - Observar presença de acolia/hipocolia fe- cal e estado geral; - Geralmente na investigação solicita-se sorologia, US de vias biliares, cultura de sangue, urina, líquor, pesquisa de erros ina- tos, dosagem de alfa-1- antitripsina, biópsia hepática; • Tratamento: - Dieta: hipogordurosa; - Isenta de leite ou derivados para portado- res de galactosemia; - Fenobarbital; - Ácido ursodeoxicólico: reduz efeitos co- laterais do acúmulo de ácidos biliares. → • Icterícia fisiológica (maioria); • Predomínio de BI: icterícia fisiológica, doença de Gilbert, icterícia pelo leite ma- terno, hipotireoidismo congênito, Crigler- Najar tipos I e II e outros; • Predomínio de BD (maior que 1,5 mg/dl ou 20% da BT): colestase neonatal por he- patite neonatal (mais comum), atresia de vias biliares, deficiência de alfa-1-antitrip- sina. → • Trata-se da icterícia causada por aumento de BI por mais de 14 dias (2 semanas) no RNT; • Pode ter como causas: - Icterícia pelo leite materno; - Doença hemolítica; - Hipotireoidismo congênito; - Estenose hipertrófica piloro; • Síndrome de Crigler–Najjar; • Reabsorção de sangue extravascular. → • Morte: falência respiratória; • Encefalopatia bilirrubínica aguda; • Sequela pós-icterícia: neuromotora e au- ditiva; • Manifestações agudas: liberação extrapi- ramidal e desordem central; • Disfunção neurológica induzida pela bilir- rubina. Fatores de risco para hiperbilirrubinemia • Idade materna > 24/25 anos; • Irmão com icterícia fisiológica; • Sexo masculino; • Idade gestacional 35 a 38 semanas; • Aleitamento materno exclusivo; • Icterícia precoce; • Perda de peso não fisiológica (desidrata- ção/privação calórica); • Equimose ou cefalohematoma; • Policitemia; • Etnia asiática; • Trissomia 21; • Doença hemolítica (ABO/Rh/G6PD); • Atraso na eliminação do mecônio; • Prematuridade; • Filho de mãe diabética. Falhas no atendimento ao RN • Alta precoce sem reavaliação em 48h; • Não colher bilirrubina total em RN com icterícia precoce;• Não reconhecer fatores de risco; • Subestimar gravidade da icterícia clinica- mente; • Demora na dosagem de BT e início da fo- toterapia; • Demora na observação e tratamento da baixa oferta de leite. Efeitos nocivos • Estão relacionados a níveis séricos de BI, genética, clínica e tempo desse aumento de BI. → • Doença hemolítica por isoimunização, re- lacionada a prematuridade; • Sepse, hepatite, doença por vírus de inclu- são citomegálica; • Icterícia familiar não hemolítica, deficiên- cia de G6PD; • Esferocitose hereditária, anemia congênita não esferocítica; • Fatores coadjuvantes: - Hiperhemólise de qualquer etiologia; - Hipóxia neonatal; - Hipoalbuminemia; - Infecções graves; - Drogas ou substâncias que comprome- tem a albumina plasmática; • pH e asfixia, além de atuarem na fração livre, ou mesmo na barreira hematoencefá- lica, podem exercer influências diretas so- bre as células cerebrais, alterando a integri- dade das mesmas. Características: • Coloração amarela: - Núcleos da base (subtalâmico e pálido), hipocampo, corpos geniculados, núcleos vestibular, coclear e óculomotor, cerebelo e cordão espinhal; - Não há diferença no local da impregna- ção, segundo a IG; • Papel primordial: BI, principalmente na forma livre; • Imaturidade BHE: om aumento da per- meabilidade a BI e anóxia grave, devendo- se ter uma administração de soluções hiper- tônicas. Quadro clínico: • Fase 1: hipotonia, letargia, má sucção, choro agudo durante horas. Difícil reconhe- cimento no prematuro; • Fase 2: hipertonia com tendência à espas- ticidade, febre; • Fase 3: aparente melhora, diminui espas- ticidade ou cede e que se instala ao final da 1ª semana; • Fase 4: depois do período neonatal, sinais de paralisia cerebral com predomínio de perda da audição neurossensorial, distúr- bios extrapiramidais e, mais raramente, ra- baixamento de QI. Prematuros tem raro comprometimento do sistema extrapirami- dal. → • Orth–1875: coloração amarelada no cére- bro do RN com hiperbilirrubinemia; • Turkel-1982: hiperbilirrubinemia associ- ada à presença de sintomas neurológicos, ao depósito de BI na macroscopia cerebral e à evidência histológica da toxicidade da BI; • “Kernicterus é somente prevenível, mas a severa hiperbilirrubinemia é prevenível e tratável”; • Valores de bilirrubina acima de 20 ultra- passam a BHE. → • Níveis séricos de BI; • Fatores de risco: doença hemolítica, aci- dose, hipercapnia, hiperosmolaridade san- guíneia, hipoalbuminemia e infecção; • BERA (resposta auditiva evocada do tronco cerebral): deve-se detectar fase ini- cial da ação da bilirrubina; • TC de crânio com emissão de pósitrons e RM; • Fatores de risco para disfunção neuro- lógica causada pela bilirrubina: - Nível de BI; - Duração da hiperbilirrubinemia; - Ligação albumina-bilirrubina; - Idade gestacional; - Hemólise; - Alterações da barreira hemato-liquó- rica: acidose, asfixia, sepse, meningite, hi- poglicemia, hipotermia. Tratamento • RN ictérico nas primeiras 24h de vida: dosagem de bilirrubina; • RN com alta até 48h de vida: deve ser reavaliado nos 2 a 3 dias subsequentes; • Se houver fator de risco: ser avaliado nos 2 dias subsequentes após a alta (ou 24h, se precoce ou fototerapia). → • Metabolismo alternativo: torna a BI hi- drossolúvel sem necessidade de conjugação hepática; • Isomeração: eliminação hepática; • Oxidação: quebra em 5 fragmentos, per- mitindo a eliminação renal); • Eficácia: intensidade da luz, espectro de emissão próximo ao da absorção da bilirru- bina, idade do RN, IG, PN, causa da icterí- cia e valor BI no início do tratamento. Avaliar na dose de fototerapia: • Espectro de luz; • Irradiância mínima; • Tipo de unidade de fototerapia; • Superfície corporal exposta; • Distância entre RN e fototerapia. Intensidades: • Baixa intensidade: - Menor que 6 μWatts/cm2/nanômetro: aparelho convencional de seis lâmpadas brancas fluorescentes; - Reduzem bilirrubina em RN termo de 1- 2 mg/dl em 24 h de uso; • Média intensidade: - Entre 6 e 12 μWatts/cm2/ nanômetro; - Aparelho de lâmpadas fluorescentes brancas e azuis; • Alta intensidade: - Entre 12 e 40 μWatts/cm2/ nanômetro; - Lâmpada de halogênio do tipo spot ou tipo manta. 5-7mg/dl; • Indicação de foto: causa; idade pós-natal, concentração bilirrubina. Fototerapia convencional: • Fezes amolecida e esverdeada, exantema e bronzeamento; • Superaquecimento (ou as vezes o resfria- mento) podem complicar o tratamento; • Deve-se proteger os olhos do RN sempre. • Cianose e palidez podem ser mascaradas; • Hipocalcemia, diminuição da sobrevida dos eritrócitos, diminuição dos níveis de ri- boflavina, diminuição da síntese de prosta- glandina, alteração do DNA de células em cultura e trombocitopenia; • Possui uma radiância de 6-12µWcm²/nm, devendo estar a uma distância de 40-50cm; RN despido, com proteção ocular e prote- ção genital, realizando-se mudança de decú- bito; • Troca das lâmpadas; • Contínua × intermitente; • Diminui entre 3 e 4 mg/dL nas primeiras 24 h e 1 e 2 mg/dL após. Como maximizar a fototerapia • Lâmpadas azuis especiais; • Diminuir distância entre RN e fototerapia; • Fototerapia dupla; • Medir irradiância com radiômetro (4 a 30 uw/cm2/nm). Técnicas De Fototerapia Fonte De Luz Técnicas de fototerapia: • Biliberço: diminuição mais acentuada da BI com uso no RNTPE; • Mantas de fibraótica: biliblanket = foto convencional; • Lâmpada de halogênio: com radiância até 70 uw/cm2/nm, causam um aumento do fluxo sanguíneo abdominal em nível de pele e músculo (calor emitido é concentrado em pequena área). Resultam na diminuição das indicações de radiações externas no RNPT; • “Bilitron”. Efeitos colaterais • Bronzeamento; • Erupção cutânea; • Queimadura; • Hipertermia; • Aumento da perda insensível de água; • Sobre retina (proteção ocular); • Sobre o trânsito intestinal; • Síndrome do bebê-bronze; • Aumento da velocidade de fluxo cerebral; • Abertura de PCA; • Aumento da velocidade de fluxo intestinal; • Hipocalcemia. Controles durante a fototerapia: • Clínico: bilirrubinômetro transcutâneo; • Dosagem de bilirrubinas: sangue; • Hidratação: temperatura, peso e densi- dade urinária; • Amamentação. Interrupção da fototerapia: • Níveis inferiores aos de indicação; • Rebote; • Critérios para a retirada: - Manter em observação (+/- 12 horas); - Reavaliação. → • Trata-se do mecanismo de troca do sangue no qual se remove parcialmente as hemá- cias hemolisadas, os anticorpos ligados ou não as hemácias e a bilirrubina plas- mática; • Único tratamento capaz de reduzir rapida- mente os níveis séricos de bilirrubina; • 80% dos anticorpos e 50% da bilirrubina plasmática = 1 procedimento; • Hiper-hemólise: indicação precoce, inde- pendentemente do nível da bilirrubina; • Sem hiper-hemólise: dependente dos ní- veis de bilirrubina ou velocidade de eleva- ção da mesma; • Volume: 2 volemias; - RNT: 80ml/kg; - RNPT: 100ml/kg; • Sangue fresco (48h): sangue total recons- truido, preservado com anticoagulante CPD (ácido-fosfato- dextrose); • Via: veia umbilical ou veias profundas; • Sangue: - Rh negativo para casos de incompatibili- dade Rh, preferência para O; - Hemácias suspensas em plasma compatí- vel com o do RN ou em plasma AB, para casos de incompatibilidade ABO, respei- tando-se o tipo Rh do RN. Considerar: • Velocidade de aumento da bilirrubina su- perior a 0,5mg/100ml/h nas primeiras 24 horas de vida nos casos de isoimunização Rh; • Falta de queda da bilirrubina após o uso de fototerapia de alta intensidade (doença he- molítica ainda não diagnosticada); • Idade pós-natal do RN: níveis elevados emidades precoces. A encefalopatia é rara após 8 dias de vida; • Sinais clínicos de hipoxemia: maior ten- dência à encefalopatia; • Avaliar em conjunto aos fatores acima os níveis de bilirrubina; • Alteração neurológica = exsanguino- transfusão. Indicações de exsanguinotransfusão: • Logo ao nascimento: RN hidrópico (pá- lido/ictérico, com hepatoesplenomegalia, edema, ICC, hemorragias, petéquias) com dados maternos de sensibilização; • Após resultado de exames nas primeiras 24h de vida e com comprovação de sensibi- lização Rh: - Sangue do cordão CD+/BI≥4mg/dl; - Velocidade de elevação da BI ≥ 0,5mg/dl/h; - Níveis elevados de BI; • Após 24h de vida: - Velocidade de elevação de BI ≥ 0,5mg/dl/h; - Níveis elevados de BI; - Falha na queda de BI após uso de 12h de fototerapia de alta intensidade; • RN cuja indicação é duvidosa, considerar: - Reticulócitos e ou eritroblastos elevados; - Falha de queda da bilirrubina após 12h de fototerapia de alta intensidade; • Repetição de exsanguineo: níveis de BI elevados Fatores de risco: • Doenças hemolíticas; • Deficiência de G6PD; • Asfixia; • Letargia; • Instabilidade térmica; • Sepse; • Acidose. Cuidados gerais: • Aquecimento do RN: incubadora ou co- bertor elétrico; • Verificar material; • Cateterização umbilical; • Controlar FC (arritmias, hiperpotassemia e hipocalcemia). Complicações: • Vasculares: trombose, embolia, perfura- ção de vaso, espasmo vascular; • Metabólicas e EAB: hiperglicemia, hiper- natremia, hiperpotassemia (após), hipocal- cemia (durante), acidose metabólica (du- rante), alcalose (após); • Circulatórias: arritmias, parada cardíaca, sobrecarga de volume; • Infecciosas: hepatites A e B, AIDS, do- ença de Chagas, CMV e bacterianas; • Outras: fibroplasia retrolenticular. Cuidados adicionais ao ictérico • Proteção contra resfriamento; • Prevenção e tratamento da acidose; • Tratamento da hipoalbuminemia; • Prevenção e tratamento da hipoglicemia; • Evitar infusão de substâncias hiperosmo- lar e avaliar condições e substâncias nocivas • Rastrear e tratar infecções; • Frequência de EST. Recomendações para hiperbilirrubinemia • Promover a apoiar o aleitamento materno; • Estabelecer protocolos para identificação e avaliação de biperbilirrubinemia; • Medir BTF ou bilirrubina transcutânea nos RN com icterícia precoce; • Reconhecer que a estimativa visual do grau de icterícia pode ser errática, particu- larmente nos RN de cor parda; • Interpretar os níveis de BT de acordo com a idade do RN em horas; • Reconhecer que em RN < 38 semanas, principalmente aqueles sob aleitamento ma- terno, têm maior risco de desenvolver hiper- bilirrubinemia e exigem maior vigilância e monitoração; • Realizar avaliação sistemática de todos os RN antes da alta quanto ao risco de hiperbi- lirrubinemia grave; • Dar aos pais informações verbais e escritas acerca da icterícia neonatal; • Fornecer acompanhamento adequado com base no momento da alta e na avaliação do risco; • Tratar os RN, quando indicado, com foto- terapia e exsanguinotransfusão.