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Em “Smithereens”, episódio da série televisiva britânica “Black Mirror”, a personagem principal responsabiliza-se por ocasionar a morte de sua esposa ao usar seu celular enquanto dirigia. Infelizmente, a trama, além de retratar os infortúnios e transtornos mentais da vida do recém viúvo, faz referência à situação de vários brasileiros, que também tiveram seus cotidianos mudados com a ascensão da nova era tecnológica. Assim, têm-se percebido, com o passar das décadas, a eclosão dos mais variados efeitos psicológicos como consequências da dependência digital no Brasil, como a nomofobia e a redução da produtividade. Por isso, esse quadro demanda medidas de contenção urgentes. Primeiramente, muitos transtornos mentais têm sido desenvolvidos a partir do medo individual de distanciamento de tecnologias - mais especificamente, de celulares. Segundo a empresa de seguro eletrônico “Bem Mais Seguro”, aproximadamente 70% dos americanos sofrem de nomofobia e outros de mesma porcentagem dizem usar seus “smartphones” logo quando acordam, o que, conforme especialistas, causa sensações de cansaço antecipado, além de poder ajudar no desenvolvimento de ansiedade e prejudicar o humor. Ademais, como apontado nessa mesma pesquisa, 20% das pessoas que não acessam seus aparelhos eletrônicos por um dia são afetadas psicologicamente com angústia, confusão e coceira. Nesse viés, nota-se a relação direta entre a dependência digital e o desenvolvimento de transtornos psicológicos. Outrossim, a subordinação a aparelhos celulares no Brasil também diminui a eficiência humana. De acordo com o portal de emprego “Jobatus Brasil”, 38,2% dos empregados gastam mais de uma hora em seus “smartphones” enquanto no trabalho, o que, segundo o Instituto de Tecnologia Política de Washington, pode reduzir em 25% sua produtividade. Nessa perspectiva, a redução da eficiência laboral é consequência do vício em dispositivos eletrônicos. Portanto, é imprescindível a tomada de medidas que controlem os efeitos psicológicos da dependência digital no Brasil. Desse modo, cabe ao Ministério da Saúde, por meio da elaboração de encontros semanais, criar comunidades voluntárias de nomofóbicos e simpatizantes, com o objetivo de, através de conversas em grupo com psicólogos e dinâmicas lúdicas e assistivas, alcançar a independência tecnológica. Além disso, a Secretaria do Trabalho deve instruir empresas a criarem normas que proíbam o uso de aparelhos eletrônicos pessoais durante o trabalho. Feito isso, a realidade de “Smithereens” não se repetirá e a saúde mental brasileira melhorará.
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