Buscar

Criptorquidia- WB


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Definição: Ausência do testículo unilateral
ou bilateral na bolsa escrotal ao nascimento
(mas seu diagnóstico pode ser tardio).
Também é chamada de distopia ou ectopia
testicular.
Fisiopatologia
Ocorre devido à falha de migração do
testículo do abdome para a bolsa escrotal
ou complicação cirúrgica.
Consiste na anomalia congênita isolada mais
frequente ao nascer, afeta quase 2-5% dos
neonatos do sexo masculino a termo e
aproximadamente 30% dos prematuros.
A maioria dos testículos criptorquídicos
desce espontaneamente para a bolsa escrotal
nos primeiros três meses de idade. Essa
descida testicular espontânea geralmente
ocorre por um pico de testosterona no
segundo mês de vida.
A criptorquidia pode ser congênita ou
secundária à complicação cirúrgica,
principalmente de herniorrafia inguinal.
Apresentação Clínica
Anamnese
Por vezes, os pais referem que a bolsa
escrotal parece estar vazia ou eles só
visualizam um dos testículos.
Devemos questionar também sobre fatores
de risco:
● Desordem de desenvolvimento sexual;
● Distúrbios hormonais;
● Prematuridade;
● Peso ao nascer < 2,5 kg;
● Defeitos de parede abdominal (ex.:
síndrome de Prune-Belly);
● Defeitos de tubo neural (ex.:
mielomeningocele);
● História prévia de herniorrafia inguinal;
● Síndromes genéticas;
● História familiar de criptorquidia.
Exame Físico
Explicar como será feito o exame físico para
os responsáveis e para o paciente e a
importância dele na detecção de alterações.
O paciente deve estar em decúbito dorsal,
tranquilo. O uso de lubrificação nas mãos do
examinador facilita o exame e as mesmas
devem estar aquecidas.
Inspeção: Verificar se os testículos são
visíveis e se a bolsa escrotal globalmente ou
de um dos lados é desenvolvida, pois a
ausência testicular na bolsa escrotal pode
levar ao hipodesenvolvimento da mesma
globalmente (se bilateral), ou de um dos lados
(se unilateral).
Logo, o adequado desenvolvimento da bolsa
ou hemibolsa escrotal reflete que o testículo
está posicionado abaixo do anel inguinal
interno ao lado ou aos lados
correspondentes. Assim como a hipotrofia da
bolsa escrotal uni ou bilateral reflete
criptorquidia ipsilateral ou bilateral,
respectivamente. A visualização dos
testículos também pode ser facilitada pela
posição de cócoras ou sentado, se viável, por
promover maior relaxamento da musculatura
abdominal.
Palpação: É facilitada quando comprimimos
com uma de nossas mãos o anel inguinal
externo e com a outra mão tentamos palpar o
testículo de um dos lados. Devemos verificar:
● Se os testículos são palpáveis uni ou
bilateralmente ou ainda se não são
palpáveis (se há criptorquidia uni ou
bilateral);
● Posição testicular, se palpável (inguinal,
perineal, pré-púbica ou crural / femoral);
● Se é retrátil ou são retráteis (na maioria
das vezes, palpável em região inguinal,
mas com posição extraescrotal, que varia
conforme o reflexo cremastérico);
● Devemos verificar a consistência
testicular, que deve ser fibroelástica.
Consistência testicular mais endurecida
pode indicar alguma tumoração e deve ser
investigada;
● Devemos comparar o tamanho de um
testículo com o outro, que devem ser
semelhantes.
Classificação do testículo conforme exame
físico:
● Tópico (posição adequada na bolsa
escrotal);
● Retrátil: na maioria das vezes, palpável
em região inguinal, mas com posição
extraescrotal, que varia conforme o reflexo
cremastérico;
● Ectópico: desce externamente ao canal
inguinal, posicionando-se nas regiões
perineal, pré-peniana ou femoral (região
interna da coxa);
● Inguinal: desce incompletamente e
posiciona-se no canal inguinal ou na região
pré-escrotal junto ao anel inguinal externo;
● Não palpável (com as possíveis causas:
agenesia testicular, atrofia ou necrose
testicular secundária à torção testicular ou
testículo retroperitoneal).
● Pode estar associado à hérnia inguinal,
hipospádia (principalmente proximal) e
micropênis.
Abordagem Diagnóstica
O diagnóstico é feito pelo exame físico,
idealmente antes dos seis meses de idade.
Caso o testículo esteja impalpável durante
seu exame atual, mas previamente já foi
palpável, provavelmente trata-se de testículo
retrátil.
Desordem de desenvolvimento sexual deve
ser suspeitada diante de criptorquidia
bilateral. Deve-se solicitar cariótipo para
definição do sexo, já que pode se tratar de
menina com hiperplasia adrenal com
virilização total.
Criptorquidia não palpável indica
laparoscopia exploradora entre 6-12 meses
(algumas referências consideram até 18
meses de idade).
A realização de exames de imagens é
desnecessária na criptorquidia não palpável.
Não é recomendável o uso de terapias
hormonais para estimular a descida
testicular devido à baixa resposta, segundo o
consenso americano de 2014.
Complicações
Se criptorquidia não for tratada:
● Risco de infertilidade;
● Risco aumentado de câncer de testículo.
Cirúrgicas:
● Atrofia testicular por comprometimento
da vascularização pela manipulação;
● Orquiectomia inadvertida;
● Testículo retrátil ou inadequadamente
posicionado, necessitando de
reabordagem cirúrgica.
Abordagem Terapêutica
Encaminhar para uropediatra aos 6 meses de
idade.
A laparoscopia exploradora deve ser
realizada entre 6-12 meses de idade, a fim de
permitir a descida testicular espontânea
(geralmente ocorre no 1º trimestre de vida) e
evitar danos nos testículos pelo ambiente
abdominal ter temperatura elevada. Na
presença testicular, pode ser feita
orquidopexia e correção de hérnia inguinal.
Nos pacientes do sexo masculino com
anorquia (ausência de testículo) unilateral ou
bilateral, pode ser avaliada a colocação de
próteses testiculares conforme avaliação
urológica.
- Última atualização: 06/01/2021