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eia o texto "Sobre inclusão e suas pequenas revoluções" (de Chris Herrmann): "Há 26 anos eu trabalhava em uma empresa no Rio de Janeiro como secretária executiva na diretoria de uma multinacional. Havia uma outra secretária que veio trabalhar conosco “emprestada” de uma firma pequena (brasileira) e foi ficando. Ela era semi-cadeirante e não faltava muito para sua aposentadoria. Poucas vezes tive uma colega de trabalho tão competente, eficiente e gentil. Fizemos amizade. Fui me revoltando a cada dia mais em ver que, pela condição de deficiente física, ela continuava a ser explorada. Nunca recebeu mais que um salário mínimo em quase toda a sua vida. Para resumir, depois de cerca de um ano que ela estava conosco eu intercedi tanto que meu emprego ficou por um fio. Mas não me arrependo um segundo da confusão que causei naquela diretoria. Minha mãe, muito religiosa, rezou para todos os santos para que eu não fosse despedida. E não fui. Tudo se acalmou e a minha amiga deixou de ser “emprestada” para ser contratada e receber um salário à altura do seu trabalho. Ela só soube da história depois que estava tudo bem. Não deixei que soubesse antes porque tenho certeza que ela se sentiria culpada e sofreria muito por mim. Ela finalmente se aposentou com um salário digno, não como a escrava que foi durante mais de vinte anos com o empregador anterior. Um empresário rico que tinha sido inclusive senador. Ele não precisava, mas explorou uma deficiente por mais de duas décadas. Como pôde? Terrível pensar que isso ainda aconteça tanto por aí e não somente no Brasil. Se ninguém reage, se ninguém denuncia, se ninguém põe a boca no trombone, nada muda. No meu caso, o risco valeu a pena e eu faria de novo. Se eu tivesse sido demitida? Eu teria tido muito mais chances de conseguir outro emprego. Ela, deficiente e com idade avançada, praticamente nenhuma. A inclusão demorou muito para chegar a ela, mas lhe garantiu uma vida e aposentadoria mais dignas. Foi merecida". Após a leitura do texto, responda: a- Qual é o tema central do texto
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