Prévia do material em texto
NOME DA INSTITUIÇÃO CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM PRISCILA ARAUJO PRADO SEGURANÇA DO PACIENTE X O PROCESSO DE ENFERMAGEM Itapetininga/SP 2022 SEGURANÇA DO PACIENTE X O PROCESSO DE ENFERMAGEM Artigo apresentado como requisito obrigatório para a conclusão do curso, orientado pelo tutor à distância do curso de Bacharelado em Enfermagem. 2022 SUMÁRIO SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................... 4 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 6 2.1 Objetivo geral .............................................................................................................................6 2.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 6 6 RESULTADOS ......................................................................................................... 7 6.1 Etapas do processo de enfermagem ..................................................................... 8 6.2 Segurança do Paciente ......................................................................................... 9 7 Discussão ............................................................................................................... 13 7.1 Relação d Comunicação Efetiva com o Histórico de Enfermagem ..................... 13 7.2 Relação da comunicação efetiva com o Diagnóstico de enfermagem ................ 14 7.3 Relação da Segurança do paciente na administração dos medicamentos com o Planejamento de Enfermagem .................................................................................. 14 7.4 Relação da comunicação efetiva e Cirurgia Segura com a implementação da assistência de enfermagem ; Risco de quedas e Risco de Lesão por pressão ....... 15 7.5 Relação da comunicação efetiva com a Avaliação de enfermagem ................... 17 8 CONCLUSÃO ou CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................... 18 9 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 19 4 RESUMO Introdução: A segurança do paciente é definida como a redução dos riscos e dos danos desnecessários associados à assistência em saúde a um mínimo aceitável e tem sido tema recorrente nos programas e nas políticas de saúde em todo mundo. O Processo de Enfermagem é importante para identificação e prevenção de possíveis erros ou incidentes que coloquem o paciente em risco, sendo o meio norteador. Objetivo: Relacionar os passos da Segurança do Paciente com as fases do Processo de Enfermagem. Método: Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, descritiva, em periódicos nacionais, dos últimos 5 anos. Os bancos de dados consultados foram: LILACS e ScIELO da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) e sites e governamentais. Resultado: A resolução 358 de 2009 discorre sobre a implementação do processo de enfermagem (PE). Na mesma resolução, no artigo 6º cita-se o registro das etapas do PE, o que lhe confere um caráter processual, dinâmico e vivo; ocorrendo no momento do encontro da ciência de enfermagem com as demandas de cuidado, esse, organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes: Coleta de dados (histórico), Diagnósticos de Enfermagem, Planejamento, Implementação e Avaliação. Devido a necessidade de criar dispositivos para a melhoria da segurança do paciente, em 2022 o COREN-SP desenvolveu a livro “Segurança do Paciente: Guia Para a Prática”, com o objetivo de conscientizar os profissionais e mudar essa realidade, contemplando os principais pontos de impacto direto na assistência de enfermagem, são eles: Meta 1. Identificação correta do paciente.; meta 2. Comunicação efetiva; meta 3. Segurança do paciente na administração dos medicamentos; meta 4. Cirurgia segura; – administração segura; meta 5. Higiene das mãos; meta 6. Risco de lesões por pressão; meta 7. Risco de queda. A função mais importante do enfermeiro é planejar a assistência, para isso é necessário levantar informações, problemas, executar ações e avaliar os resultados para assegurar a continuidade e segurança do cuidado prestado. Conclusão: O PE é atribuição do enfermeiro e cabe a este garantir um cuidado efetivo, respeitando a individualidade de cada indivíduo e estabelecendo uma assistência de enfermagem assertiva para uma recuperação plena e segura. Palavras chave: segurança em saúde, processo de enfermagem, sistematização da assistência de enfermagem. https://portal.coren-sp.gov.br/publicacoes/livros/ https://portal.coren-sp.gov.br/publicacoes/livros/ 5 1 INTRODUÇÃO Segundo Silva et al. (2019) o termo “segurança do paciente” é o elemento mais atual dos docentes, ela foi adotada em 2008 pela Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente (REBRAENSP), consolidando-se no Programa Nacional de Segurança do Paciente. Tal tema é definido como a redução dos riscos e dos danos desnecessários associados à assistência em saúde a um mínimo aceitável e tem sido tema recorrente nos programas e nas políticas de saúde em todo mundo (SILVA et al., 2022). Tendo em vista que o erro no trabalho em saúde deve ser considerado um fenômeno estrutural, ele deve ser examinado com base no contexto de trabalho, nas modificações das estratégias organizacionais, na variabilidade e na multiplicidade de atividades desenvolvidas (GAMA et al., 2022). Para Ribeiro; Servo e Silva ( 2021), os profissionais de enfermagem integram o grupo com maior número de trabalhadores nos Serviços de Saúde (SS), cerca de 60% dos trabalhadores de um hospital, assim, são responsáveis em realizar a maior parte dos procedimentos nos serviços hospitalares, estão presentes em todos os pontos da assistência e consequentemente são responsáveis pela promoção da segurança do paciente, sendo o enfermeiro, o profissional apto a identificar e comunicar riscos iminentes para prevenir a ocorrência de danos (RIBEIRO; SERVO; SILVA FILHO, 2021). A segurança compõe uma dimensão importante da qualidade, definindo-se como o direito dos indivíduos de terem os riscos de um dano desnecessário associado com o cuidado de saúde reduzidos a um mínimo aceitável. Essa, por sua vez, é um dos maiores desafios para a excelência da qualidade no serviço de saúde (RIBEIRO; SOUZA, 2022). Alcançá-la é algo complexo, pois a cultura de uma organização está fortemente impregnada nas atitudes e comportamentos das pessoas e, portanto, para mudá-la são necessários o planejamento e a execução de intervenções efetivas que visem a segurança do paciente (SIQUEIRA et al., 2021). Em abril de 2022 O Grupo de Trabalho (GT) em Segurança do paciente do Coren- SP, lançou uma edição ampliada e revisada do livro “Segurança do Paciente: Guia Para a Prática”. Onde em um de seus capítulos trata de 7 metas para a https://portal.coren-sp.gov.br/publicacoes/livros/ https://portal.coren-sp.gov.br/publicacoes/livros/ 6 Segurança do paciente. Através desses estudos surgiu a seguinte indagação: os passos para a segurança do paciente e prevenção de erros podem ser observados nas diferentes etapas do PE? Este estudo busca responder o questionamento sobre a intersecção do processo de enfermagem com as ações dos profissionais frente a segurança do paciente. O tema investigado é de suma importância na categoria de Enfermagem, visto que o PE é a metodologia que poderá guiar os futuros enfermeiros em sua atuação nos serviços de saúde. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Identificar na literatura as 5 fazes do Processo de Enfermageme as 7 metas da Segurança do Paciente 2.2 Objetivo específico Relacionar as metas da Segurança do Paciente com as fases do Processo de Enfermagem 7 5 METODOLOGIA Este estudo trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, descritiva, mediante revisão de artigos, tendo como objeto os estudos publicados sobre o tema em questão, em periódicos nacionais, dos últimos 5 anos, indexados e especializados na área da saúde. Realizou-se por meio de levantamento bibliográfico nos bancos de dados LILACS, ScIELO da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) e sites governamentais no período de fevereiro a maio de 2022, utilizando os seguintes descritores: segurança em saúde, processo de enfermagem, sistematização da assistência de enfermagem. Os dados foram coletados por meio da análise dos artigos incluídos na amostra, respeitando-se os seguintes critérios de inclusão: publicados no período de 2017 a 2022, disponíveis na íntegra na BVS, em português, e relacionados à temática proposta. Foram excluídos os trabalhos que não preenchiam esses critérios de inclusão. Análise do trabalho coletado foi feita por meio de leitura informativa e exploratória, além de uma leitura crítica e comparativa realizada com o objetivo de encontrar definições conceituais que trouxessem subsídio para elaboração do estudo em questão e realizar uma comparação e reflexão sobre os temas de segurança do paciente e processo de enfermagem, bem como suas atribuições. 6 RESULTADOS A resolução 358 de 2009 discorre sobre a implementação do processo de enfermagem (PE). Na mesma resolução, no artigo 6º cita-se o registro das etapas do PE, ele é constituído de 5 fases, o que lhe confere um caráter processual, dinâmico e vivo; ocorrendo no momento do encontro da ciência de enfermagem com as demandas de cuidado. Neste sentido, o método “é caminho, modo de fazer, regulado pela compreensão de uma dada situação, da finalidade da ação projetada e das potencialidades da situação transformar-se ou ser transformada modo de conceber a necessidade e o cuidado” (SANTOS, 2021). Segundo a resolução COFEN 358/2009 as etapas do processo de enfermagem são definidas em: 8 6.1 Etapas do processo de enfermagem Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) - processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença. Diagnóstico de Enfermagem - processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados. Planejamento de Enfermagem - determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem. Implementação - realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de Planejamento de Enfermagem. Avaliação de Enfermagem - processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença, para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. A execução do Processo de Enfermagem deve ser registrada formalmente, envolvendo: a) um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, família ou 9 coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; b) os diagnósticos de enfermagem acerca das respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; c) as ações ou intervenções de enfermagem realizadas face aos diagnósticos de enfermagem identificados; d) os resultados alcançados como consequência das ações ou intervenções de enfermagem realizadas (BRASIL, 2009). 6.2 Segurança do Paciente Uma das estratégias desenvolvidas pelo “COREN-SP em 2022, foi a “7 metas para a Segurança do paciente”, com o objetivo de conscientizar os profissionais e mudar essa realidade, contemplando os principais pontos de impacto direto na assistência de enfermagem META 1. IDENTIFICAÇÃO CORRETA DO PACIENTE A identificação incorreta do paciente foi descrita como a principal causa raiz de diversos eventos adversos na área da saúde. Não foi ao acaso que a Joint Commission International (JCI) Junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) elencaram como primeira meta de segurança a melhoria da precisão da identificação do paciente em 2006, e esta continua a ser um requisito para a acreditação hospitalar. As pulseiras de identificação dos pacientes são as formas mais comumente utilizadas para o alcance desta meta de segurança. Questões como a falta de pulseiras ou informações incorretas limitam a eficácia desse processo. Os identificadores recomendáveis podem ser o nome completo do indivíduo, um número de identificação (exemplo: data de nascimento da pessoa) ou outro identificador específico da pessoa (exemplo: nome da mãe), sendo utilizado no mínimo dois identificadores. Há de se evidenciar que existem tecnologias mais recentes que melhoram a identificação do paciente, como por exemplo, o uso de código de barras ou de sistema biométrico (ABDELLATIF et al 2007; JCI, 2019). A identificação correta possui como objetivo identificar com segurança a pessoa a quem o procedimento ou o tratamento se destina 10 META 2. COMUNICAÇÃO EFETIVA A comunicação efetiva à luz do trabalho da equipe multiprofissional é voltada para a qualidade, a segurança na prestação de cuidados aos usuários dos serviços e a continuidade da assistência segura para melhoria dos processos de trabalho e mudanças na cultura das organizações de cuidados de saúde (ANVISA, 2017; BRASIL,2019). A comunicação efetiva é bidirecional. Para que ela ocorra com segurança, é necessário que haja resposta e validação das informações emitidas. A técnica “leia de volta” (read-back), ou repita o que foi dito, pode ser utilizada, por exemplo, para validar as informações transmitidas na passagem de plantão entre os turnos de trabalho: o profissional anota a informação recebida e repete para a pessoa que a transmitiu, de modo a confirmar que a compreendeu corretamente (COREN- SP, 2022); META 3. SEGURANÇA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO DOS MEDICAMENTOS Muitos são os benefícios dos medicamentos para o tratamento e resgate da saúde das pessoas, para a prevenção de doenças e para minimizar o sofrimento nos casos em que o paciente se encontra em condições graves e, muitas vezes, em quadros irreversíveis. Entretanto, para o uso seguro dos medicamentos e eficácia do tratamento, é importante que o profissional disponha de conhecimento, ética e uso de estratégias que possam evitar e mitigar danos no manejo, na prescrição e na administração (SANTOS et al, 2019; COREN-SP, 2022). A Comunicação com o paciente é uma estratégia importante de mitigação de erros na medicação. Oferecer conhecimento sobre o medicamento, seu uso, via de administração, reações adversas, são orientações que contribuem com a segurança e incentivam o autocuidado. A OMS recomenda encorajar o paciente para que tenha conhecimento e cuidado com suas medicações favorecendo a segurança no uso (COREN-SP, 2022) Os 9 certos atualmente recomendados para sua aplicação, são: Pacientecerto, Medicamento certo, via certa, Hora certa, Dose certa, Documentação certa (Registro 11 certo), Ação certa, Forma certa e Resposta certa. Todos eles devem ser adequadamente compreendidos pelo profissional que os executa (BRASIL, 2013; COREN-SP, 2022). META 4. CIRURGIA SEGURA. A lista de verificação, também conhecida como check list, é uma ferramenta para assegurar que elementos de segurança sejam incorporados dentro da rotina da sala de operações, de forma simples, com ampla aplicabilidade e possibilidade de mensuração (OMS, 2008; COREN-SP, 2022). 5- META 5 HIGIENE DAS MÃOS A higienização das mãos é capaz de eliminar patógenos presentes na pele. Diversos estudos demonstraram que a higiene correta contribui para a melhora de diversos parâmetros de saúde. A implementação de programas de higienização das mãos está relacionada com diminuição de infecções neonatais, redução do número de nascidos com baixo peso, redução de infecção de sítio cirúrgico, redução de pneumonia, diarreia e impetigo, tanto em ambiente hospitalar quanto comunitário (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2009) META 6. RISCO DE LESÕES POR PRESSÃO Entre esses danos frequentes, as lesões de pele são consideradas eventos que podem trazer elevados custos financeiro e emocional para os pacientes, familiares e serviços de saúde, além de ser fator importante para a perda da saúde e agravamento de outros problemas do indivíduo (ANVISA, 2013; (COREN-SP, 2022). O Protocolo de Prevenção de Lesão por Pressão, publicado pelo Ministério da Saúde, preconiza medidas que devem ser adotadas por todos os profissionais de saúde em ambiente hospitalar. Em sua maioria, os casos de LP podem ser evitados através da identificação dos pacientes em risco, utilizando ferramentas validadas e pela adoção de medidas preventivas (COREN-SP, 2022). META 7. RISCO DE QUEDA 12 Para a redução do risco de queda, os serviços devem avaliar o risco de quedas do paciente e implementar medidas para reduzi-las, assim como tomar as devidas providências quando ela ocorrer. A avaliação do risco de quedas pode usar de estratégias que incluam a pesquisa de histórico de quedas; revisão de medicamentos; avaliação da marcha e equilíbrio; uso de dispositivos de locomoção como andadores e bengalas e avaliações do ambiente. (JCI, 2020) As escalas de avaliação utilizadas com maior frequência no Brasil e internacionalmente são: Morse (MORSE, 1989; AHRQ, 2020). Essas duas escalas possuem semelhanças quanto à gradação dos fatores que predispõem à queda e permitem, portanto, classificar o grau de risco que o paciente apresenta para cair, possibilitando orientar as intervenções necessárias para evitar a ocorrência de queda. (STRATIFY (OLIVER, 1997; 141 AHRQ, 2020). 13 7 DISCUSSÃO Relação da Segurança do Paciente com o Processo de Enfermagem O PE é difundido mundialmente como o modo de orientar o cuidado profissional de Enfermagem, e relaciona-se diretamente à assistência prestada, uma vez que, por meio de seus componentes estrutura a assistência a partir das teorias de enfermagem e do conhecimento subjacente a área: O Processo de Enfermagem (PE) tem sido associado à orientação do cuidado e ao consequente registro, ou seja, a documentação clínica da assistência de enfermagem prestada (SANTOS, 2021). 7.1 Relação da Comunicação Efetiva com o Histórico de Enfermagem O Histórico de enfermagem está relacionado com a Identificação correta do paciente e Comunicação Efetiva, uma vez que, para o levantamento de dados e elaboração das próximas etapas de cuidado, é essencial uma boa comunicação entre paciente-enfermeiro, realizando sempre técnicas de comunicação como clarificação e validação das informações a cada nova etapa, auxiliando também na identificação correta do paciente, criando assim um vínculo e conhecimento maior sobre suas necessidades de saúde, evitando, futuramente, possíveis erros ou constrangimentos. Azevedo et al. (2019) em um estudo quantitativo sobre a prevalência de documentação do Processo de Enfermagem nos hospitais e ambulatórios administrados pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, identificou que as frequências de setores que as documentam variavam de 78,8% (levantamento de dados e diagnósticos). O levantamento de dados (exame físico/entrevista), procedimento que permite obter as informações para identificar as alterações do paciente que necessita da atenção do enfermeiro, foi uma das fases menos documentada do PE (78,8%) juntamente com o diagnóstico (78,8%).Os autores também afirmam que ausência da realização do exame físico/entrevista pelo enfermeiro dificulta a abordagem adequada dos problemas enfrentados pelo paciente e a avaliação dos resultados obtidos com as intervenções prescritas/realizadas. A falta 14 do registro dessa etapa dificulta as avaliações subsequentes, a permanência ou exclusão de diagnósticos, alterações da prescrição e evolução de enfermagem. Essa fase é considerada essencial às demais fases do PE, e deve ser documentada 7.2 Relação da comunicação efetiva com o Diagnóstico de enfermagem A partir dos diagnósticos de enfermagem é estabelecido o planejamento da assistência, sendo assim, este está relacionado, sobretudo, com a comunicação efetiva, pois a partir do momento em que se tem as informações corretas, claras e precisas é possível conhecer os problemas e necessidades de saúde do paciente, sejam elas físicas ou psicoemocionais, permitindo assim, um levantamento preciso dos diagnósticos e o acompanhamento/evolução destes ao longo do tratamento do paciente, além de sua mudança conforme a evolução do próprio paciente, garantindo assim, uma assistência segura. Amaral et al (2021) em seu estudo Avaliação do registro eletrônico de diagnósticos e intervenções de enfermagem em sistema informatizado levantou que em relação ao conhecimento acerca da taxonomia NANDA-I, 53 (60,9%) enfermeiros auto avaliaram -se com conhecimento regular, 17 (19,5%) com bom conhecimento, 12 (13,8%) com conhecimento baixo, 4 (4,6%) com conhecimento muito bom e 1 (1,1%) referiu não conhecer ou não lembrar sobre a temática. Sendo assim, é importante investir no treinamento contínuo do enfermeiro para identificação dos diagnósticos dos clientes baseados na utilização da NANDA. 7.3 Relação da Segurança do paciente na administração dos medicamentos com o Planejamento de Enfermagem O Planejamento de Enfermagem está relacionado com a meta 3. Segurança do paciente na administração dos medicamentos Para Gama et al. (2022), os erros de medicação, nos serviços de saúde, são objeto de preocupação em diversos países. Estudo realizado para identificar e analisar 15 eventos adversos na assistência de enfermagem verificou que 44% dos relatórios de notificação de incidentes ocorridos no local da pesquisa foram erros de medicação. Isto pode ser atribuído ao fato de esses erros serem mais facilmente identificados e, também por apresentarem potencial de danos imediatos ao paciente, sendo mais frequentemente relatados pelos trabalhadores de saúde. Vale destacar que, embora representem um dos tipos de erros habituais nos serviços de saúde, as evidências apontam para a causalidade complexa e multifatorial. Ressalta-se, também, que os erros na terapia medicamentosa incluem diferentes etapas: erros de dispensação, prescrição, transcrição, preparação e administração, o que envolvem diversos profissionais da equipe de saúde e, dentre eles, estão as (os) trabalhadoras (es) em enfermagem, médicos e farmacêuticos. A administração segura de medicamentos consiste na administração da droga correta ao paciente correto, na dose correta, no tempo correto, e pela via correta. (RIBEIRO; SOUZA, 2022) Para que o planejamento da assistência seja efetivo é importante a Identificação do paciente correta para que o levantamento dos dadose diagnósticos de enfermagem sejam o mais preciso possíveis, a fim de ter todas as informações necessárias e essenciais para uma assistência segura e de qualidade. Além disto, para que se consiga conscientizar o paciente sobre o processo saúde-doença e envolvê-lo em seus cuidados é necessária a Comunicação efetiva entre equipe de saúde e paciente, propiciando ambiente livre para que os questionamentos e dúvidas deste sejam resolvidas, auxiliando no seu entendimento, minimizando suas angústias e permitindo assim que todas as suas necessidades sejam contempladas dentro do planejamento da assistência. 7.4 Relação da comunicação efetiva e Cirurgia Segura com a implementação da assistência de enfermagem; Risco de quedas e Risco de Lesão por pressão A Implementação de enfermagem é a fase mais importante do PE, pois ela consiste na assistência propriamente dita. Para que se chegue nesta fase é 16 necessário percorrer várias etapas envolvidas na segurança do paciente, além disto, de acordo com o tipo de necessidade deste, muitas destas etapas podem ser importantes neste processo. As etapas de segurança do paciente que estão sempre presentes no momento da implementação da assistência de enfermagem são: a Identificação do paciente, que precisa ser reavaliada a cada nova ação da assistência, trazendo a certeza de estar assistindo o paciente correto, com as informações corretas sobre este, eliminando as possibilidades de causar danos relacionados a erros de informação; a comunicação efetiva é essenciais nesta fase, pois para prevenir os danos é importante que também o paciente esteja conscientizado sobre o porquê das ações e cuidados de enfermagem direcionados a ele e a importância de comunicar alterações em seu estado geral, retirando possíveis dúvidas com os profissionais; por fim, Há meta higienização das mãos é uma etapa básica na segurança do paciente, pois expressa a proteção contra infecções que podem ser transmitidas dentro do ambiente hospitalar, sendo assim, este cuidado deve ser realizado antes e após qualquer contato com os pacientes. Outras etapas da segurança do paciente contidas na implementação da assistência de enfermagem são a, Cirurgia segura, uma vez que o profissional deve estar capacitado para trabalhar com os matérias e procedimentos envolvidos na assistência, minimizando erros de administração, cirurgia ou utilização incorreta de equipamentos, garantindo a proteção do paciente frente aos diferentes momentos da assistência. Por fim, as últimas duas metas que consistem na segurança do paciente (Risco de quedas e Risco de Lesão por pressão), podem ou não ser necessárias na assistência, dependendo assim de um minucioso histórico de enfermagem que permita a identificação dos riscos existentes na internação de cada paciente, para que este tenha a garantia de sua integridade física preservada e reestabelecimento da sua saúde, sendo estes passos responsabilidade da equipe de enfermagem, uma vez que a ocorrência de qualquer um destes eventos adversos representa um agravo sério na 17 saúde do paciente, podendo causar consideráveis danos, desde o aumento do período de internação até mesmo a danos irreversíveis decorrentes de quedas ou outras complicações. 7.5 Relação da comunicação efetiva com a Avaliação de enfermagem A última fase do PE é a Avaliação de enfermagem, que está relacionada com a comunicação efetiva, visto que é a partir do que o paciente relata e o que é observado pelo profissional de enfermagem que é possível avaliar a evolução deste e saber se o objetivo da assistência foi alcançado ou não, devendo esta ser realizada em diferentes momentos da internação para identificar qual o próximo passo a ser dado em relação a sua assistência. Para a avaliação correta é necessário um registro correto das atividades realizadas com o paciente, uma vez que este é um documento, ou seja, é a representação de um fato ou de um ato e, portanto, deve ser registrado com clareza, uma vez que o entendimento de um texto pode ser dificultado por frases mal construídas ou uso de palavras que podem gerar múltiplos sentidos. (SETZ, 2009). É importante ressaltar que em todas as etapas do PE o enfermeiro e sua equipe devem realizar correta identificação do paciente, checando antes da realização de qualquer procedimento, e higienização das mãos, evitando possíveis infecções ou transmissões destas. Além disso é essencial criar um vínculo entre paciente- profissional através de uma comunicação efetiva entre estes, verificando assim o entendimento do paciente frente ao processo saúde-doença e envolvendo-o na assistência e em sua própria segurança. O PE é atribuição do enfermeiro e cabe a este garantir uma assistência efetiva e segura, respeitando a individualidade de cada indivíduo e estabelecendo uma assistência de enfermagem assertiva para uma recuperação plena e segura. 18 8 CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS O PE é atribuição do enfermeiro e cabe a este garantir um cuidado efetivo, respeitando a individualidade de cada indivíduo e estabelecendo uma assistência de enfermagem assertiva para uma recuperação plena e segura. Conclui-se assim, que a segurança do paciente e processo de enfermagem devem trabalhar simultaneamente para que os riscos sejam cada vez mais reduzidos, auxiliando na identificação e prevenção de possíveis erros ou incidentes que coloquem o paciente em risco, preservando sua segurança física e emocional durante todo o processo de cuidado à saúde. Dessa forma, práticas preexistentes do PE vão de encontro à Resolução COFEN 358/2009 e se configuram como representações paradoxais no ensino e na assistência, ao ser aplicado como método lógico, pode impactar positivamente na segurança do paciente, reduzir riscos, danos e proporcionar cuidado de enfermagem individualizado, integral e qualificado. 19 9 REFERÊNCIAS AMARAL, Carolina Siqueira et al; Avaliação do registro eletrônico de diagnósticos e intervenções de enfermagem em sistema informatizado. Revista de Enfermagem da Ufsm, Santa Maria, v. 11, n. 68, p. 1-16, set. 2021. Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio- 1292261. Acesso em: 01 de maio 2022. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde. Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde. Assistência segura: uma reflexão teórica aplicada à prática. Caderno 1. 2. ed. Brasília, DF: Anvisa, 2017. Disponível em: Acesso em: 30 abr. 2022. AZEVEDO, Oswalcir Almeida de et al. Documentação do processo de enfermagem em instituições públicas de saúde. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v.53, p.1-8, ago. 2019.Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-31433013. Acesso em: 01 maios 2022. Brasil. Organização Mundial da Saúde. Cirurgias seguras salvam vidas: segundo desafio global para a segurança do paciente: Manual – cirurgias seguras salvam vidas [Internet]. Rio de Janeiro: ANVISA; 2009 [citado 25/03. 2022]. Disponível em: https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2022/04/Seguranca-do-Paciente- Guia-para-a-Pratica-1.pdf BRÁS AMR, QUITÉRIO MMSL, NUNES EMGT. Nurse’s interventions in preventing falls in hospitalized children: scoping review. Rev Bras Enferm. 2020;73(Suppl 6): e20190409. doi: http://dx. doi.org/10.1590/0034- 7167-2019-0409. BRASIL. Resolução 358/2009 COFEN Conselho Federal de Enfermagem. Disponível em: http://novo.portalcofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. Acesso em: 15/03/2022 COREN-SP, da Câmara Técnica de Atenção À Saúde . Segurança do Guia para a Prática PACIENTE. São Paulo: Gerência de Comunicação/Coren-SP, 2022. GAMA, Daniely Oliveira Nunes et al. Caracterização da produção científica sobre erro no trabalho em saúde. Acta Paulista de Enfermagem, [S.L.], v. 35,p. 1-8, mar. 2022. Acta Paulista de Enfermagem. http://dx.doi.org/10.37689/acta- ape/2022ar03563. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1364212. Acesso em: 30 abr. 2022. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Guia para a Implementação da Estratégia Multimodal da OMS para a Melhoria da Higiene das Mãos. Genebra: OMS, 2009. https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2022/04/Seguranca-do-Paciente-Guia-para-a-Pratica-1.pdf https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2022/04/Seguranca-do-Paciente-Guia-para-a-Pratica-1.pdf 20 MORSE JM, MORSE RM, TYLKO SJ. Development of a scale to identify the fall- prone patient. Can J Aging 1989;8:366-7. RIBEIRO, Bárbara; SOUZA, Janaina Samantha Martins de. A segurança do paciente no centro cirúrgico: papel da equipe de enfermagem. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, [S.L.], v. 43, n. 1, p. 27, 13 jan. 2022. Universidade Estadual de Londrina. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1354403. Acesso em: 23 fev. 2022. RIBEIRO, Rogério; SERVO, Maria Lúcia Silva; SILVA FILHO, Aloisio Machado da. Perfil da Cultura de Segurança do Paciente em um Hospital Público. Enferm Foco, Brasília, v. 12, n. 3, p. 504-511, dez. 2021. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1352679. Acesso em: 30 abr. 2022. SANTOS, C.O.; LAZARETTO, F.Z.; LIMA, L.H.; AZAMBUJA, M.S.; MILLÃO, L.F. Reconciliação de medicamentos: processo de implantação em um complexo hospitalar com a utilização de sistema eletrônico. Saúde Debate, 43 (121): 368-377, 2019. SANTOS, George Luiz Alves. Sistematização da Assistência de Enfermagem: compreensão à luz de seus pilares e elementos constituintes. Enferm Foco, Brasília, v.21, n.1, p.168-173, jun.2021.Disponível em: http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/3993/1114. Acesso em: 30 abr. 2022. SILVA, Iranete Almeida Sousa et al. Representações sociais de docentes sobre o processo de enfermagem: abordagem estrutural. Reme Revista Mineira de Enfermagem, [S.L.], v. 23, n. 8, p. 1-7, jan. 2019. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1005117. Acesso em: 30 abr. 2022. SILVA, Liliane de Lourdes Teixeira et al. Segurança do paciente na Atenção Primária à Saúde: percepção da equipe de enfermagem. Esc Anna Nery Rev.Enferm, Rio de Janeiro, v. 26, n. 1, p. 1-8, jan. 2022. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1346046. Acesso em: 30 abr. 2022 SIQUEIRA, Carolina Poite de et al. Segurança do paciente em uma unidade de pronto atendimento: planejamento de ações estratégicas. Rev. Enferm UERJ, Rio de Janeiro, v. 29, n. 01, p. 1-9, abr. 2021. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1177546. Acesso em: 30 abr. 2022.