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SERVIÇO SOCIAL
JULIANA OLIVEIRA
JOSELI OLIVEIRA SILVA
KAREN CRISTINA MENEGUELI
produção textual
Paranaíba
2021
JULIANA OLIVEIRA
JOSELI OLIVEIRA SILVA
KAREN CRISTINA MENEGUELI
produção textual
Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial à aprovação no 4º semestre do curso de Serviço Social.
Paranaíba
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
DESENVOLVIMENTO	4
CONSIDERAÇÕES FINAIS	11
REFERÊNCIAS	12
INTRODUÇÃO
O trabalho a seguir trata-se de uma produção textual interdisciplinar realizada pelos alunos do curso de Serviço Social do 4º Semestre da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR.
Como atividade iremos realizar a leitura de textos indicados no Plano de Trabalho que tratam a respeito de modo geral sobre a Assistência Social e principalmente a respeito do Benefício de Prestação Continuada. 
Nesse sentido, três questões são feitas a respeito com assunto, sobre o BPC, sobre como é a atuação do assistente social dentro dos órgãos que dizem respeito ao trabalho de assistência social e como foram as mudanças ocorridas na Lei que trata sobre o benefício e como elas afetaram as pessoas que serão beneficiadas.
Assim, ao responder às perguntas formuladas, a produção textual deve contemplar o que os textos indicaram, e também o aprofundamento no texto de lei para determinar a maneira correta como devem ser implementados os serviços sociais. 
7
DESENVOLVIMENTO 
1) O BPC é um benefício diretamente interligado à duas políticas sociais setoriais vinculadas à Seguridade Social, sendo elas a Previdência Social e a Assistência Social. O referido benefício garante o acesso a renda, tanto para idosos, como para pessoas com deficiência, que estejam inseridas nos critérios de ingresso ao mesmo. Quais destaques podemos fazer, na construção de um texto, em relação a essas políticas? Como podemos explica-las? Quais os níveis de proteção e serviços vinculados à Política de Assistência Social?
O termo Previdência Social não é desconhecido pelo brasileiro, pelo contrário, muitos já ouviram falar do termo só não sabem ao certo do que se trata. Nesse sentido, cabe dizer que Previdência Social se trata de um seguro social onde o trabalhador contribui mensalmente. Em troca, como benefício, a ele é garantido renda quando ele se aposenta.
De modo como falado, a Previdência Social decorre então das chamadas contribuições feitas pelo trabalhador visando prover a subsistência a essa pessoa no caso de um acontecimento que o impossibilite ao trabalho. Surge então essa forma de pagamento por conta das contribuições obrigatórias. 
De acordo com Dias e Macedo (2012, p. 29)
Conceituar a Previdência social, advirta-se, de logo, dá ensejo [...] a não poucas incertezas e confusões não só́ terminológicas mas propriamente conceituais, ou porque corresponde a um fenômeno que permanece em evolução, ou porque a expressão que o define nem sempre tem sido adoptada nos vários países para significar o mesmo preciso sistema, ou ainda porque o mesmo sistema também tem sido designado de formas diversas.
Ainda de acordo com Dias e Macedo (2012) a Previdência Social como parte do processo cultural brasileiro, surgido nesse período traz toda uma problemática para enfrentar questões da realidade e o cotidiano das pessoas, ainda mais em um cenário como o do Brasil, muito desigual. 
Além disso, a Previdência protege esses trabalhadores dos riscos econômicos seja por invalidez desse trabalhador, ou o acometimento de doença que o impossibilite auferir renda entre outros. 
Existe também o pagamento do benefício em caso de pensão por mote, auxílio-doença, salário-maternidade. Quanto ao direito de receber o BPC, por exemplo, é a própria Agência da Previdência Social (APS) quem recebe o requerimento e quem reconhece ele ser devido através de um Centro de Referência de Assistência Social ou outro órgão de Política de Assistência Social.  
Além de ser organizada pelo SUAS – Sistema Único de Assistência Social que articula junto aos estados, municípios e União para a realização de recursos e reforços com financiamento da Política Nacional de Assistência Social. 
Nesse sentido, podemos identificar a Assistência Social com uma política direito de todo cidadão. Ela buscar garantir a proteção social as pessoas em geral que enfrentam dificuldades fornecendo diferentes benefícios e programas voltados para essas pessoas. 
Ao contrário da Previdência, a Assistência Social não demanda nenhuma contribuição específica para fazer jus ao benefício. É o que indica Horvath Júnior:
A existência digna deve ser algo comum a todas as pessoas. Aqueles que não conseguem subsistir com seus próprios recursos e do seu núcleo familiar devem ter o amparo da coletividade e do Estado. A Constituição Federal tratou do direito à assistência social em seus arts. 203 e 204, garantindo prestações assistenciais a todos que necessitarem, independentemente de contribuição. Nesse sentido, pode ser feita a primeira distinção em relação aos subsistemas previdenciário e assistencial: a previdência social atende aqueles que contribuem, enquanto a assistência não requer participação contributiva. (HORVATH JÚNIOR, 2011, p.17).
Pensando, portanto, de maneira mais ampla, a assistência social tem como gestor o próprio Estado e é destinado geralmente às pessoas mais carentes que estejam em situação de pobreza, que não tenha dinheiro para as questões mais básicas de sobrevivência.
Conforme Sposati (2007, p. 449) a Assistência Social é ‘‘política de garantia de direitos de prevenção e proteção social através de serviços, benefícios, programas, projetos, monitoramento e trabalhos sociais’’. 
O BPC faz parte dos benefícios dados pela Política de Assistência Social. É garantido como um salário mínimo à pessoa com 65 anos ou mais e também à pessoa que seja portadora de algum tipo de deficiência que não tenha condições de sobreviver sem essa ajuda. 
Como dito pelo próprio BPC: Guia para Técnicos e Gestores da Assistência Social. Publicado em 2018: ‘‘O BPC se constitui no repasse mensal de um salário mínimo à pessoa idosa com 65 anos ou mais e à pessoa com deficiência de qualquer idade e que tenha renda familiar per capita inferior a 1/4 de salário mínimo.’’ (2018, p. 7)
O BPC está previso na Proteção Social Básica dentro do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e é devido a quem não tenha contribuído com a Previdência Social. 
No que diz respeito aos níveis de Proteção, são dois: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial. 
Na Proteção Social Básica atua-se mais com prevenção. Nesse sentido, os profissionais atuam em proteção e planejamento e execução sempre antecipando situações de risco social e vulnerabilidades. Aqui são oferecidos serviços como: Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família, Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas, Além do próprio Benefício de Prestação Continuada. 
Já na Proteção Social Especial pressupõe o atendimento integral oferecido pela Política de Assistência Social tratando sobre vulnerabilidades e proporcionando atendimentos diferentes. Aqui, ao contrário da primeira, já se trabalha com atendimento de pessoas já em situação de violação de direitos. Sendo assim, são pessoas além da Proteção Social Básica. 
Dentre os serviços ofertados estão: Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias Indivíduos (PAEFI) , Serviço Especializado em Abordagem Social , Serviço de proteção social a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) 
2) Com a promulgação da Lei 14.176/2021, novas regras foram criadas para acesso ao BPC. Comente sobre essa nova legislação, bem como as novas regras, critérios, formas de acesso, elencando pontos que considera como positivos e negativos acerca do referido regramento
O Benefício de Prestação Continuada foiinstituído através da Constituição Federal de 1988 e a partir disso foi regulamentado primeiramente por força da Lei Orgânica da Assistência Social, a Lei 8.742 de 1993.
Posteriormente, outras leis foram introduzidas para tratar a respeito do BPC como por exemplo a 12.435 de 2011, e os Decretos 6.214 de 2007, o 6.564 de 2008 e 7.617 de 2011. 
A última modificação no sentido no BPC veio por força da Lei 14.176 de 2021, sancionada no governo de Jair Bolsonaro que alterou diretamente a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 e trouxe mudanças no que diz respeito aos requisitos para a concessão ao Benefício da Prestação Continuada (BPC). 
Nos ditames do governo, essa lei foi editada com o objetivo de ampliar o benefício tanto para pessoas idosas quanto para as pessoas com deficiência aprimorando os mecanismos de revisão de renda. 
No que diz respeito ao critério para a concessão quanto à renda per capita nos moldes anteriores, essa deveria ser inferior a 1/4 do salário mínimo para pessoa idosa ou com deficiência receber o BPC. 
Enquanto isso, caso a renda fosse superior, com a redação e os critérios anteriores, esse até teria a possibilidade de ser concedido para a família uma vez que houvesse comprometimento da renda familiar com possíveis gastos relacionados à saúde. 
Com a nova lei, em caso excepcional, a renda per capita da família pode chegar somente até meio salário mínimo, reduzindo, portanto, o número de pessoas que podem ser beneficiadas. 
Nos termos da Lei 8.742/1993: 
Art. 20. [...]
§ 3º Observados os demais critérios de elegibilidade definidos nesta Lei, terão direito ao benefício financeiro de que trata o caput deste artigo a pessoa com deficiência ou a pessoa idosa com renda familiar mensal per capita igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo.
Atualmente os critérios para a concessão do benefício para a pessoa idosa no caso de excepcionalidade são dois. Além da necessidade de comprovação de gastos com saúde há também a necessidade de comprovar dependência de terceiros para realizar suas atividades.
Além disso, para o portador de deficiência no caso de excepcionalidade, além de comprovar também os gastos com saúde deve também comprovar o grau de sua deficiência. 
Acreditamos que os novos critérios estabelecidos para considerar quem o BPC passará a atender, são extremamente dificultosos para as pessoas, no sentido de que não concordamos com os novos moldes trazidos pela lei. 
Como por exemplo, entre os pontos negativos que podem ser observados nessa lei dizem respeito, por exemplo, na concessão do benefício excepcional ao portador de deficiência considera como avaliação apenas a biomédica que considera funções e estruturas do corpo e não considera os aspectos sociais da deficiência. 
3) Assistentes Sociais que atuam tanto no INSS, como em unidades da Política de Assistência Social vinculadas à Proteção Social Básica e Especial, atendem idosos, pessoas com deficiência, bem como seus familiares. Por vezes o próprio profissional identifica a necessidade de tratar sobre o BPC com alguns usuários atendidos ou a ele é demandado o esclarecimento de informações acerca do referido benefício. Fundamentados nessa realidade profissional, sabemos que o cotidiano do(a) Assistente Social pode ser atravessado por demandas de trabalho vinculadas ao BPC. Diante disso, fale sobre as atribuições profissionais nesses casos, elencando e explicando também os possíveis instrumentos e técnicas a serem empregados em tais intervenções.
No contexto brasileiro, é possível indicar que o Serviço Social surgiu a partir da década de 1930 influenciado pelas referencias europeias advindas basicamente do trabalho exercido pela Igreja Católica. A primeira Escola de Serviço Social é datada de 1936 em São Paulo.
O Serviço Social passou a ser muito importante. O assistente social atualmente desempenha um dos papeis mais importantes em setores como o INSS, em unidades da Política de Assistência Social e outros. 
Os gestores do INSS atuam de forma a pressionar os assistentes e analistas sociais quando trabalhando nesse órgão mais precisamente para realizar atividades que são incompatíveis com suas atribuições, ou para que alterem seus atendimentos. Essas pressões influenciam diretamente na qualidade do atendimento nesses profissionais, além de impactar em caráter ético do seu trabalho. 
O assistente social possui relação intima com as pessoas atendidas, visto que fazem contato com as vidas dessas pessoas em uma relação mais profunda do o normalmente comum, conhecem a vida e a história dessas pessoas. 
Sendo assim, assistentes sociais devem possuir autonomia em sua atuação, principalmente técnica para ter a liberdade de executar suas atividades objetivando auxiliar as pessoas da maneira correta, para que essas pessoas possam ter os seus direitos respeitados.
Trabalhar com a assistência social é saber que se deve exercer uma finalidade social, não se limitando às finalidades institucionais, não é pessoal ou individual, deve olhar para o todo e para as necessidades coletivas. 
Nesse sentido, como indica Garlet e Renk (2017, p. 3) ‘‘O Serviço Social não possuía noções críticas e sim características centralizadas na política do assistencialismo, preocupando-se com o ajustamento dos indivíduos às questões decorrentes de sua situação social.’’
Dentro do Manual Técnico do Serviço Social, dentre as atribuições do assistente social e suas atividades, estão:
1) socialização de informação individual ou coletiva sobre benefícios previdenciários e BPC; 
2) parecer social; 
3) avaliação social da pessoa com deficiência para fins de acesso ao BPC ou aposentadoria por idade ou, ainda, por tempo por contribuição da pessoa com deficiência. Dentre outros saberes teóricometodológicos necessários para realização de tais atividades, basicamente são operacionalizadas por meio das técnicas de entrevista, estudo social, visita domiciliar, apreensão/análise da demanda, considerando o contexto socioeconômico, orientação, encaminhamentos e estudo exploratório da rede sócio assistencial.
Sendo assim, o assistente social é um profissional que atua visando as questões voltadas para o assistencialismo como é possível perceber em órgãos como o INSS. Ele deve, portanto, ter o caráter visando o atendimento mais humanitário e social. 
Esses procedimentos geralmente voltados para a população mais carente devem ser prestados então observando a história das pessoas que estão sendo atendidas pelos profissionais. 
Os Assistentes Sociais atuam em estabelecimentos como CRAS e CREAS que são para ofertar serviços socioassistenciais. Realizam então um trabalho de acordo com a situação da família seja em questão de acolhimento, de socialização, ofertando informações a respeito de direitos e outros. É importante se manter próximo ao cotidiano das famílias com potencial para atendimento que estejam enfrentando situações de riscos ou estejam em vulnerabilidade. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A produção textual interdisciplinar acima feita teve como função principal falar a respeito do chamado Benefício de Prestação Continuada de modo que se tratou das mudanças trazidas em caráter legal para o referido benefício.
De tal maneira, descobrimos a partir de que momento o benefício foi introduzido no contexto legal, que se deu por meio da Constituição Federal, considerada como um marco para os direitos das pessoas brasileiras. Contudo, a partir de mudanças na legislação, tal benefício se tornou muito mais burocrático e de certa forma, nada inclusivo.
Os novos critérios dificultam a chegada do benefício para diversas famílias que realmente necessitam e principalmente para algumas categorias de pessoas com deficiência visto os novos métodos de comprovação dessa situação especial. 
Para além disso, observou-se como o assistente social e o próprio serviço social. Em órgãos como o próprio INSS, onde o profissional terá atuação direta com a concessão do BPC, é importante frisar que o assistente social deve realizar seu trabalho de maneira humanitária e visandoa questão social. 
Justamente por serem órgãos assistencialistas e dialogarem com a dependência, na maioria das vezes, financeiras, o olhar que se tem é justamente para o exercício do social dessas pessoas. 
De tal maneira, pode-se entender a importância desse espaço de assistência bem como do profissional capacitado para atuar na área de proteção de direitos básicos sociais das pessoas. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 8.742. Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). Brasília: DF, 7 de Dezembro de 1993.
BPC: Guia para Técnicos e Gestores da Assistência Social. Publicado em 2018. Disponível em <http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Guia/G uia_BPC_2018.pdf> . Acesso em 24 set. 2021.
CFESS – Série “Assistente Social, explica pra gente! Será mesmo que a nova lei do BPC amplia o benefício?”. Disponível em <http://www.cfess.org.br/visualizar/noticia/cod/1822>. Acesso em 24 set. 2021.
DIAS, Eduardo Rocha; MACEDO, José Leandro Monteiro de. Curso de Direito Previdenciário. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2012. 3ª Edição.
GARLET, Claudia Lago; RENK, Elisônia Carin. Serviço social na previdência social: atuação do assistente social. Monografia. Universidade Comunitária Da Região de Chapecó- Unochapecó. 2017
HORVATH JÚNIOR, Miguel. Direito Previdenciário. 5. Ed. São Paulo: Quartier Latin, 2011
SANTOS, Edina Maria de Souza. O trabalho profissional do assistente social na área da assistência social no município de Santo Antônio de Jesus: Reflexões sobre os limites e possibilidades. Monografia. Bahia. 2012
SPOSATI, A. Assistência social: De ação individual a direito social. Revista Brasileira de Direito Constitucional. 2007
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