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1 Câmpus de Presidente Prudente Projeto de Pesquisa Mestrado O processo de fragmentação sócioespacial em Presidente Prudente e Álvares Machado: Uma conurbação? Projeto de Pesquisa submetido à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - (FAPESP) com vistas à obtenção de bolsa de pesquisa de nível Mestrado. Thiago Yugo Nagai Matsutane Candidato a Bolsa Prof. Dr. Márcio José Catelan Orientador Presidente Prudente – SP 2018 2 SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................ 3 1. INTRODUÇÃO, JUSTIFICATIVA ............................................... 4 2. SINTESE DA BIBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL. ...................... 5 2.1 A FRAGMENTAÇÃO SÓCIOESPACIAL .............................. 5 2.2 CONURBAÇÃO E MOBILIDADE URBANA: PRESIDENTE PRUDENTE E ÁLVARES MACHADO ............................................................. 8 3. OBJETIVOS ............................................................................... 13 3.1 - OBJETIVO GERAL ........................................................... 13 4. PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO . 14 5. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................... 15 6. FORMA DE ANÁLISE DO TRABALHO ................................... 16 REFERÊNCIAS ........................................................................... 17 7. ....................................................................................................... 17 3 RESUMO O recente e rápido processo de urbanização brasileiro colaborou para a existência de diversos problemas urbanos como a segregação sócioespacial, e com o passar do tempo, seu processo posterior que é a fragmentação sócioespacial, onde traz uma cidade espraiada e com descontinuidade espacial, aprofundando ainda mais na desigualdade, e isso não ocorre somente nas cidades de grande como as metrópoles mas é um processo em curso nas cidades médias. A presente pesquisa tem por objetivo o levantamento da expansão, estruturação e a articulação das cidades de Presidente Prudente e Álvares machados que estão localizadas na parte oeste do estado de São Paulo e como o processo da fragmentação sócioespacial pode vir a contribui para o fortalecimento do processo de conurbação onde já é presente a aglomeração urbana. A metodologia a ser seguida nesta pesquisa se apoia em análises e discussões de forma técnica, e para tal serão realizadas pesquisas bibliográficas, documentais e de campo. Palavras Chave: Fragmentação Sócioespacial, Aglomeração Urbana, Conurbação, Mobilidade Urbana, Presidente Prudente e Alvares Machado. 4 1. INTRODUÇÃO, JUSTIFICATIVA O recente processo de urbanização brasileiro ocasionou uma série de dificuldades no que diz respeito à gestão e ao planejamento urbanos, bem como à organização territorial municipal, o que acaba por intensificar a desigualdade nas cidades (HONDA, 2011). Conhecer a estrutura intraurbana e interurbana se faz necessário para que as cidades venham se desenvolver de forma autêntica, ou seja, no âmbito social, econômico e ambiental. A organização espacial das cidades contemporâneas, tem mostrado a sua disposição e distribuição de infraestrutura técnica e social de maneira desigual, contribuindo para que os problemas supracitados sejam intensificados, fazendo com que, o desenvolvimento no seu verdadeiro sentido, não como sinônimo de desenvolvimento econômico, mas sim como mais justiça social e melhor qualidade de vida tem sido cada vez mais difícil de alcançar de forma significativa (SOUZA, 2013). Segundo Santos (2013), as cidades de todo o Brasil possuem problemas semelhantes relacionados ao modelo de estruturação da malha urbana que, entre outros fatores, desencadeia uma acentuada segregação socioespacial, e que por sua vez, na fragmentação sócioespacial (SPOSITO;GÓES, 2013). Essa estrutura é influenciada, não exclusivamente, mas em grande parte, pela camada de alta renda e pelo mercado imobiliário, que investem nas áreas onde se instalam, aumentando o valor do solo local dotando-a de boa infraestrutura, acessibilidade, mobilidade, que acabam por enfatizar as desigualdades em relação às áreas ocupadas pelas classes de baixa renda (VILLAÇA, 1998). É importante analisar o papel do planejamento urbano nas cidades que tem sido produzido de forma desigual e fragmentada, embora o Estatuto da Cidade tenha regulamento os artigos 182 e 183 da Constituição de 1988, trazendo a possibilidades de elaboração de planos diretores municipais à luz das discussões sobre os instrumentos urbanísticos que direcionassem e ordenassem o desenvolvimento urbano de forma autêntica, ou seja, visando o desenvolvimento nos âmbitos econômico, social e ambiental. No entanto, com o neoliberalismo atuando, os Estados e também as câmaras municipais flexibilizaram as legislação de forma a se adaptar as exigências neoliberais, ou seja, os interesses das grandes corporações e do capital financeiro, e também através da influência midiática, favoreceram empreendimentos privados, Comentado [T1]: poderia trazer discussão sobre desenvolvimento (SOUZA) FEITO 5 desencadeando um aumento significativo de conjuntos residenciais fechados implantados distantes da malha urbana consolidada (MARICATO, 2015). Essas ações favorecem não apenas nas metrópoles mas também nas cidades médias a entrar no processo de fragmentação sócioespacial, uma cidade com uma morfologia menos integrada e menos apoiada em espaços de convívio de pessoas de classes sociais distintas (SPOSITO; GÓES, 2013). A ausência desses espaços de inserção, a falta de investimento nos transportes coletivos, a condição de mobilidade nas cidades se tornou um problema gravíssimo, visto que a fragmentação sócioespacial retira o direito de cidade para todos, resultando em vários problemas sociais (MARICATO, 2015). 2. SINTESE DA BIBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL. 2.1 A FRAGMENTAÇÃO SÓCIOESPACIAL Nesse trabalho será utilizado o termo “sócioespacial” (SPOSITO;GÓES, 2013), para afim de enfatizar que o processo de segregação é gerado por condições sociais e também as condições espaciais, já que tais processos sempre são expressados espacialmente. Correa (1995) traz a definição do conceito de segregação como a concentração de um tipo de população em um determinado território, sendo essas separações ocorre por áreas sociais, que pode possuir algumas dessas características como a urbanização, o status socioeconômico e a etnia. Caldeira (2000), se aprofundando mais ao conceito, afirma existir três tipos de segregação no Brasil, a primeira delas é onde diferentes grupos sociais segregavam em determinada área por tipo de moradia, este tipo se deu no final do século XIX até os anos de 1940; o segundo tipo e a segregação centro-periferia, onde as classes sociais eram separadas por grandes distâncias, as classes média e alta residiam nas áreas centrais da cidade e a classe baixa na periferia desprovidos de uma acessibilidade como os demais; e a última, onde as classes sociais podem estar próximas em termos de distância, todavia separada por muros, tecnologia e o acesso à mobilidade urbana. 6 Analisando a definição desse conceito e suas principais características, pode-se entender que a segregação é um dos pontos chaves para compreender a realidade das cidades brasileiras. A segregação expressa a ausência da justiça social que está vinculado à economia e ao poder político (VILLAÇA, 1998). Os processos e os padrões de segregação pode sofrer mudanças, como a própria fragmentação sócioespacial, mas os processos antecedentes não desaparecem, do contrário eles se redefinem e se superpõe, trazendo novos formatos da morfologia da cidade,se adaptando as novas lógicas da produção do espaço (HOLSTON, 2013). Alguns fatores que vem acontecendo tem trazido a contribuição para que muitas cidades brasileiras não somente vivenciem a segregação, mas existe um processo posterior a ela, está é denominada fragmentação sócioespacial. E este processo já é presente também em muitas cidades médias (SPOSITO;GÓES,2013). Estes fatores são: o aumento exponencial da autossegregação, pela busca de viver com exclusividade, entre os iguais, e pela busca da segurança. A busca da segurança é influenciada pelo segundo fator que é a influência da mídia, onde tem tido um papel nessa tendência de associar a vida urbana à violência. E um outro fator relevante também e o próprio neoliberalismo, onde a classe alta traz a consigo a conclusão que o Estado não tem competência para resolver os problemas voltados a segurança, então recorrem ao mercado imobiliário (SPOSITO;GOÉS,2013). O neoliberalismo que traz permissão o máximo da iniciativa privada, não enfraquece o Estado, mas este que deveria servir a sociedade como um todo acaba provocando o reforço da exploração do conjunto da sociedade (LEFEBVRE, 1999). Maricato (2015) também afirma que o neoliberalismo não enfraqueceu o Estado, mas o que houve é a adaptação do mesmo às exigências e interesses do mercado, o que e de fato enfraqueceu foram as políticas sociais. Os fatores supracitados como a questão da busca pela exclusividade, a influência da mídia na insegurança, são elementos psicológicos são chamados de determinantes simbólicos, e estes comprometem os processos de segregação sócioespacial através das percepções sobre os indivíduos e a coletividade (SARAVÍ, 2009). A autossegregação tem sido um fato relevante nessa discussão, pois os espaços residenciais fechados tem sido um produto fundiário e imobiliário de grande aceitação do mercado sendo metropolitano ou não, através de estratégias de venda como 7 discurso relacionado a violência com o reforço da mídia e a busca de viver entre os iguais, atinge também as cidades médias (SPOSITO;GÓES, 2013). As cidades médias possui mais facilidade em produzir espaços residenciais fechados devido as condicionantes existentes que diferem das áreas metropolitanas, uma das condicionantes principais é que o preço da terra é relativamente baixo comparado às áreas metropolitanas, facilitando até a classe média a optar por esse tipo de moradia (SPOSITO;GÓES,2013). A diferença da segregação para a fragmentação sócioespacial e que diferente do primeiro, este conceito não se limita estritamente ao uso residencial do espaço, mas sim existem novos elementos que foram acrescentados como a policentralidade e a presença de territórios descontínuos, resultando em uma cidade menos ancorada nos espaços de inserção imediata de diferentes sujeitos sociais, ou seja, espaços com a possiblidade de encontro com o diferente (SPOSITO;GÓES,2013). Maricato traz uma descrição sobre o conceito da seguinte forma: O espraiamento crescente de usos urbanos pelo território desafia conceitos tradicionais sobre o que é urbano e o que é rural. Os empreendimentos imobiliários são crescentemente mais fechados ou constituem espaços crescentemente fragmentados( clusters, guetos e cidades ou citadels). Se a mobilidade do capital aumentou, a mobilidade entre as classes sociais declinou (MARICATO, 2015, p.83). Não é possível analisar as cidades atuais de forma unificada e consolidada, já que sua articulação entre ela e o campo são muito mais intensas que antes, não mais se limitando a uma divisão técnica, social e territorial do trabalho delimitando como área rural e área urbana, mas uma articulação acentuada, onde uma se sobrepõe a outra (SPOSITO, 2011). A fragmentação sócioespacial tem colaborado para a visão de desperdício em relação aos espaços públicos sobre a lógica econômica do mercado, e é no espaço público que se pode exercer a possibilidade de socialização de classes distintas, porém com a cidade trazendo um formato descontínuo, a mobilidade urbana que possibilita esses encontros diminui (CARRION, 2016). Esse revela um aprofundamento nas desigualdades, negando cada vez mais a possibilidade de encontro e de diálogo entre os diferentes, negando consequentemente, o direito de cidade para todos (SPOSITO, 2011). Comentado [T2]: falar que a partir de uma determinada distancia, as relações sociais diminuem (lefebre ou Smith) feito 8 Lefebvre (1999) afirma que as relações sociais, que seriam imprescindíveis para se trabalhar o convívio entre classes sociais diferentes, a partir de uma determinada distância começa a se deteriorar. Isso é ainda mais nítido no contexto da fragmentação sócioespacial, já que além das distâncias há de ressaltar a ausência de contiguidade, espaços que só é possibilitado circular por meio de automóveis, enfraquecendo a possibilidade de encontro entre os desiguais. 2.2 CONURBAÇÃO E MOBILIDADE URBANA: PRESIDENTE PRUDENTE E ÁLVARES MACHADO Segundo Villaça (1998), conurbação é quando uma cidade passa a absorver núcleos urbanos a sua volta, e isso somente acontece quando se há uma intensa vinculação socioeconômica. Este conceito é também descrito por Miyazaki (2008), sendo a conurbação uma expansão da malha urbana por forças internas, tornando em uma única mancha urbana, diferente de aglomeração urbana que se trata da expansão da cidade maior. Apesar desta distinção, considera-se que o processo de conurbação também se constitui em um processo de aglomeração trazendo como uma complementaridade (MIYAZAKI, 2008). Nesta pesquisa traremos como estudo de como o processo de fragmentação sócioespacial pode vir a contribuir para o processo de conurbação entre Presidente Prudente e Álvares Machado. Presidente Prudente é uma cidade média, localizada na região oeste do estado de São Paulo. Possui em torno de 227.072 mil habitantes (IBGE, 2018). Álvares Machado é uma cidade local, localizada na região oeste do estado de São Paulo. Possui em torno de 24.830 mil habitantes (IBGE, 2018). Santos (1979) prefere tratar como “cidades locais” ao invés de “cidades pequenas”, pelo fato do último possuir uma certa generalização e pode ser associado à questão do volume. O autor fala sobre as diferenciações de tipos de cidades existentes ainda que possuam volumes semelhantes, como as cidades e as pseudocidades. As 9 pseudocidades são dependentes das atividades de produção de matéria prima, e outras são inseridas em zonas de influência imediata das grandes cidades tornando parte de sua aglomeração (SANTOS, 1979). Já as cidades locais, dispõe de uma atividade polarizante, isto é, ela possui uma dimensão mínima com uma aglomeração capaz de responder às necessidades vitais mínimas, não sendo dependentes de atividades de produção primária (SANTOS, 1979). Presidente Prudente, sendo uma cidade média, exerce uma função polarizante em sua região, trazendo na hierarquia como dominante em relação aos centros menores em seu redor, suas relações econômicas e sociais (CORREA, 2015). Álvares Machado e Presidente Prudente participa de uma intensa integração, onde há uma forte articulação por meio de fluxos e deslocamentos, revelando uma tendência continuidade territorial urbana entre essas cidades (MIYAZAKI, 2008). Todavia, essa continuidade territorial não é sinônimo de continuidade espacial onde traz a unificação do tecido urbano, mas sim apenas a continuidade em redes, cada vez mais dispersas e descontínuas, onde revela o processo da fragmentação sócioespacial (SPOSITO;GÓES, 2013). 10 Figura 1. Mapa representativo da integração de Presidente Prudente e Álvares Machado (2018). Fonte: Autor, 2018. É de extrema relevância não estudarmos Presidente Prudente e Àlvares Machado de maneira separada, ou seja, apenas no intraurbano, mas no contextoatual requer trabalhar com a articulação das escalas para compreender as dinâmicas e os processos que se estabelecem entre as duas cidades (SPOSITO, 2011). É necessário, então, trabalhar articulando escalas, para se compreender as dinâmicas e processos contemporâneos, sejam eles de natureza econômica, social, política ou cultural, visto que as determinantes que orientam as novas lógicas de produção do espaço urbano podem ser apreendidas na escala da sociedade capitalista (SPOSITO e GOES, 2013, p.46). Comentado [U3]: Padronize os títulos deste modo. 11 O fato de que exista essas continuidades territoriais entre as duas cidades mesmo sem haver uma dinâmica de aglomeração, se deve ao caso de possuir condições de circulação e ainda mais porque os interesses fundiários e imobiliários se intensificam nessa área (SPOSITO, 2011), no caso entre as cidades de Presidente Prudente e Alvares Machado, a Figura 1 revela a presença de espaços residenciais seja para classe alta e baixa que estão dispersas no território, além da presença de sítios e chácaras de lazer que também compõe essa dinâmica. Sposito (2011) afirma que a possibilidade de articular escalas e redes que não estão próximas umas das outras, favorece que empresas, instituições e indivíduos tenham a capacidade de saltar as escalas para atender seus interesses conforme sua capacidade econômica e política. As aprovações de novos loteamentos não estão vinculadas apenas as demandas de novas áreas urbanas para oferecer a cidade, mas visa atender a interesses imobiliários, pois o solo urbano constitui-se também como uma mercadoria (MIYAZAKI, 2008). Com o tecido urbano descontínuo e disperso, agrava-se o problema da imobilidade. A imobilidade física está associada a imobilidade social, pois uma parcela da população possui dificuldades de ter acesso aos equipamentos e serviços urbanos que estão presentas na malha urbana consolidada sobretudo nas áreas centrais (ALVES, 2011). Os condomínios fechados, provenientes da autossegregação, e os conjuntos habitacionais inseridos de forma dispersa, impossibilita a manutenção das relações de proximidade. Dessa forma, permitindo mobilidade apenas a uma parcela da população que tem condições de utilizar um automóvel particular, e não somente isso, a ausência das relações de possibilidade aumenta a indiferença e a intolerância de aceitar o convívio com camadas sociais diferentes (ALVES, 2011). As formas espaciais possuem a capacidade de influenciar as práticas sociais, o processo de fragmentação sócioespacial intensifica de forma significativa a individualização, dificultando então não somente a mobilidade urbana por parte da camada de mais baixa renda mas também a possibilidade de encontro nos espaços públicos também diminui por influência tanto do espaço como do tempo (WHITACKER; MIYAZAKI, 2012). A implantação de conjuntos residenciais distante da malha urbana consolidada leva a um maior consumo de combustíveis, aumento de emissão de gases e Comentado [T4]: Falar sobre forma urbana 12 a degradação do transporte coletivo, trazendo problemas ambientais e sociais (VASCONCELOS, 2012). O mercado mobiliário, utilizando se de um discurso que une a modernidade, velocidade, segurança, meio ambiente e propriedade privada, atrai a classe alta e média para optar por esse tipo de moradia, contribuindo com a desintegração e transformação do espaço da vida cotidiana (ALVES, 2011). Segundo Miyazaki (2008), a aglomeração urbana é presente nas duas cidades, porém coloca-se como questão, com o processo da fragmentação sócioespacial acontecendo com celeridade é possível que esta venha fortalecer a aglomeração urbana tomando como processo posterior o processo de conurbação? Uma outra questão é o processo de fragmentação sócioespacial analisado a partir de Presidente Prudente, que é uma cidade média, sustentando a hipótese de que em Álvares Machado, uma cidade local, este processo só é presente por conta da presença desta cidade na aglomeração urbana que se estabelece com Presidente Prudente? Buscaremos analisar estas relações por meio dos conteúdos já destacados que sendo implantados neste movimento de aproximação do tecido urbano destas duas cidades. 13 3. OBJETIVOS 3.1 - OBJETIVO GERAL Analisar o processo de fragmentação socioespacial da cidade de Presidente Prudente como motor de expansão do processo de conurbação entre ela e a cidade de Álvares Machado. 3.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1) Analisar a história de formação das cidades estudadas no que tange à produção do tecido urbano, o desenvolvimento econômico e aumento demográfico. 2) Analisar o movimento entre as cidades pesquisadas por meio da mobilidade via trabalho, moradia e lazer, como forma de compreender a extensão e o ritmo de encontro destes dois tecidos urbanos. 3) Identificar e compreender as políticas locais, bem como os Planos Diretores, suas diretrizes e controles de expansão territorial e também o plano de mobilidade urbana. 4) Compreender as mudanças morfológicas nas duas cidades, sobretudo da periferia, decorrente ao processo de fragmentação socioespaial. 14 4. PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 1) Pesquisa bibliográfica e documental a respeito da temática proposta, abarcando a dimensão do debate teórico sobre a fragmentação sócioespacical, mobilidade urbana e o planejamento urbano no Brasil e nas cidades de Presidente Prudente e Álvares Machado; 2) Realizar levantamento documental para organizar os dados disponíveis no âmbito municipal como os planos diretores, planos de mobilidade urbana, dados de registro de imóveis e no cartório municipal bem como os projetos de loteamentos aprovados que estão ou serão implantados entre Presidente Prudente e Álvares Machado, e também no âmbito federal como o Estatuto da Cidade, para se obter materiais suficientes para a elaboração desta pesquisa; 3) Realização de trabalhos de campo na cidade de Álvares Machado que levará a ser realizado alguns levantamentos: entrevistas com os moradores de Álvares Machado que possui uma intensa vinculação com a cidade de Presidente Prudente seja para trabalho ou para consumo, marcando as datas e horários para ir aos locais realizando entrevista oral com os residentes para obter a informação sob ótica e a experiência do sujeito que realiza esse movimento pendular entre as duas cidades; 4) Realização de trabalhos de campo nas duas cidades que levará a ser realizado alguns levantamentos: entrevistas com os citadinos residentes dos condomínios fechados e conjuntos habitacionais, moradores de chácaras e sítios inseridos na área de integração entre as duas cidades para coletar informações que contribuam com o andamento da pesquisa e entendimento de outras questões que possam colaborar com a nossa pesquisa, será feita a entrevista marcando as datas e horários para ir aos locais realizando entrevista oral com os residentes para obter a informação sob ótica e a experiência do sujeito que vivencia esses espaços ; 5) Realizar reuniões, para trazer a luz a discussão e debates com as informações levantadas das pesquisas, assim também realizando encontros com o orientador a fim de esclarecer as dúvidas e debates para que a pesquisa seja norteada para sua finalização; 15 6) Redação da dissertação de mestrado como forma de divulgação e fechamento da pesquisa; 7) Publicação em revistas científicas e participação em eventos científicos como forma de divulgação de alguns resultados; 8) Qualificação da dissertação de mestrado elaborada; 9) Revisão final e defesa da dissertação; CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Atividades 2º Trimestre 2019 2015 3º Trimestre 2019 4º Trimestre 2019 1º Trimestre 2020 2º Trimestre 2020 3º Trimestre 2020 1 2 34 5 6 7 8 9 10 11 5. MATERIAIS E MÉTODOS Como forma de realizar as análises referentes ao conjunto de informações adquiridas no decorrer desta pesquisa, adotar-se-á algumas ações de forma a organizar as ideias e efetuar os passos necessários para a conclusão da pesquisa. Será realizando um aprofundamento teórico e bibliográfico que tratam do referente tema da pesquisa, trazendo leituras, fichamentos e também levantamentos históricos sobre a produção do espaço urbano, trazendo um recorte para a fragmentação sócioespacial, planejamento urbano e mobilidade urbana. Será trabalhado para o aprofundamento teórico referências como os autores Alves (2011), Caldeira (2000), Carrión (2016), Catelan (2013), Correa (2015, 1995), Cymbalista (2006), Dal Pozzo (2011), Estatuto da Cidade (2001), GAP (1983), Harvey (1980), Holston (2013), Honda (2011), Kosik (1976), Lacaze (1993, 1995), Leite (1972), Maricato (2015), Miyazaki (2008), Rolnik (2011, 2001, 2004), Santos 16 (2014, 2013, 1979), Souza (2002), Souza (2005), Sposito (2011), Sposito; Góes (2013), Vasconcelos (2012), Villaça (1999, 1998, 2010). Para contribuir com a pesquisa será realizado trabalho de campo nas cidades de Álvares Machado e Presidente Prudente através de entrevistas realizadas com prefeitos e outros agentes públicos e citadinos afim de coletar informações sobre as políticas púbicas e compreender o cotidiano dos moradores, e trazer a compreensão da situação atual sendo aplicadas em cada uma delas, e também para termos acesso às documentações necessárias para elaboração da pesquisa. Como forma de divulgação a pesquisa através de todo o material adquirido, será realizada uma sistematização de informações, com a elaboração de tabelas, gráficos, mapas e a utilização de organogramas, como forma de contribuir para o entendimento da pesquisa. Essas ferramentas que serão utilizadas para organização das informações coletadas serão disponibilizadas para consulta posteriormente. Participação em eventos científicos (locais, regionais, nacionais e internacionais) com o intuito de apresentar as informações já coletadas. Assim, serão elaborados artigos científicos que permitam disseminar as primeiras impressões, entre outras atividades acadêmicas voltadas a contribuição da pesquisa realizada, como debates de textos, colóquios, encontros etc. 6. FORMA DE ANÁLISE DO TRABALHO A forma de análise dos resultados desta pesquisa se dividirá nas seguintes etapas: conversa com o orientador, para conseguir esclarecer as dúvidas e também ir apresentando os resultados de cada etapa do trabalho. Assim também realizar conversas com demais orientandos que possuam alguma semelhança com as respectivas pesquisas para trazer maiores contribuições em ambas as partes; Apresentar a pesquisa em eventos locais, regionais, nacionais e internacionais para demonstrar as formas iniciais da respectiva pesquisa, buscando também nesses eventos ter contato com outros pesquisadores de áreas semelhantes para trazer maior contribuição de informações e conhecimento; publicação de artigos em revistas científicas com o intuito de apresentar os dados iniciais da mesma e abrir para o debate a fim de trazer mais contribuições para o avanço da pesquisa. 17 7. REFERÊNCIAS ALVES, Glória da Anunciação. A mobilidade/imobilidade na produção do espaço metropolitano. 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