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Unidade III - O uso da água e suas consequências ambientais

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Qualidade da Água
O uso da água e suas consequências ambientais
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Carlos Eduardo Martins
Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni
5
Nesta unidade, em que trataremos do uso da água e suas consequências ambientais, você 
terá acesso a diversos recursos.
Não deixe de baixar o arquivo em PDF do material teórico. Assim você poderá ter acesso às 
nossas discussões onde quer que esteja.
Veja o mapa mental, que sintetiza a estrutura do assunto tratado neste módulo.
Fique atento aos prazos das atividades que serão colocadas no ar.
Recorra sempre que possível às videoaulas e ao PowerPoint narrado para tirar eventuais 
dúvidas sobre o conteúdo do texto.
Participe do fórum de discussão proposto para o tema.
No seu tempo livre, procure pesquisar as fontes do material complementar.
Além disso, procure pesquisar, o máximo que puder, sobre o tema “o uso da água e suas 
consequências ambientais”. Há inúmeros conteúdos na internet que são bastante úteis para 
o seu estudo e para a sua formação profissional.
A unidade tem por objetivo analisar as diversas fontes humanas de poluição, as 
causas e consequências dessa poluição e a degradação da qualidade das águas.
O uso da água e suas consequências 
ambientais
 · O uso da água e suas consequências ambientais
 · Atividades humanas que podem poluir a água
 · Hidrografia urbana
6
Unidade: O uso da água e suas consequências ambientais
Contextualização
Maré negra da Exxon-Valdez: 25 anos depois, o Alasca ainda guarda vestígios
Uma noite glacial no Alasca. Um petroleiro carregado de barris 
de petróleo e um cardume inesperado: há 25 anos, o Exxon Valdez 
naufragava e espalhava 42 milhões de litros de petróleo, causando 
uma das piores marés negras da história.
O líquido preto e viscoso matou mais de 250 mil aves, milhares 
de baleias, de lontras marinhas e peixes.
As imagens de biguás atolados em óleo alertaram os Estados 
Unidos sobre as questões ambientais e ajudaram a fortalecer as 
normas do transporte marítimo de petróleo.
Por seu alcance, o desastre de 24 de março de 1989 foi superado 
apenas em 2010 pelo derramamento de petróleo no Golfo do 
México pela explosão da plataforma Deepwater Horizon.
Mas o Alasca, o estado americano mais setentrional e cuja 
economia é em grande parte baseada na exploração dos recursos 
marinhos, nunca se recuperou totalmente do Exxon Valdez.
“Ainda hoje há muita amargura”, diz Steve Rothchild, membro de 
uma associação que monitora as atividades do setor de petróleo na 
baía de Príncipe William, onde o Exxon Valdez encalhou.
Um quarto de século depois, a revolta dos moradores é a mesma 
no local da Exxon, rebatizada em 1999 de ExxonMobil.
Para Rothchild o grupo americano não manteve a sua promessa 
“de reparar completamente os danos causados”. “Após o julgamento, 
a população recebeu apenas alguns centavos e não os dólares que 
merecia”, protestou.
A gigante do petróleo foi condenada a pagar cinco bilhões de 
dólares aos 32.000 moradores e pescadores da região. Mas em 
junho de 2008, o Supremo Tribunal reduziu a multa para US$ 500 
milhões.
A Exxon também gastou dois bilhões de dólares para a limpeza 
dos 2.000 km de costa e fundo marinho poluídos.
Mas as populações de arenque e salmão não conseguiram se 
recuperar completamente e a pesca de certas espécies está sujeita 
a normas rígidas.
“A maré negra causou realmente mal à população local”, lamenta 
Angela Day, cujo marido era um pescador no pequeno porto de 
Cordova antes de ter que abandonar tudo.
“Ele pescou por 30 anos, cresceu com a pesca. No momento do 
desastre, ele tinha dois barcos”, lembra à AFP.
De acordo com ela, o derramamento de petróleo devastou a 
economia local e provocou o “aumento do consumo de álcool, alguns 
suicídios, muitos divórcios”. Forçados a vender suas ferramentas de 
trabalho para pagar dívidas, os pescadores perderam seus meios de 
subsistência.
7
“Meu marido não pagou nem um quarto do valor de seus dois 
barcos”, diz Angela Day, autora de um livro sobre o Exxon Valdez.
Após o naufrágio do petroleiro, na madrugada de 23 a 24 
de março de 1989, houve “o surgimento de uma consciência 
ecológica”, acrescenta. “O desastre levou as pessoas a pensar sobre 
como iríamos encontrar a energia”.
A nova legislação exige que todos os navios petroleiros que 
transitam pelo Estreito de Príncipe William tenham um casco duplo 
e sejam escoltados por dois rebocadores.
É fácil encontrar bolsões de petróleo em enseadas isoladas. Um 
estudo realizado pela Exxon em 2010 mostrou que cinquenta praias 
ainda apresentam vestígios de hidrocarbonetos, representando um 
total de 2,5 km.
Felizmente, a maioria das espécies conseguiu sobreviver ao 
desastre. “A baía de Príncipe William tem um ecossistema em 
funcionamento. A água está limpa”, diz Rothchild. “A natureza é 
uma coisa maravilhosa, a natureza faz o seu trabalho, ela é capaz 
de se regenerar”.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/sustentabilidade/mare-negra-da-exxon-valdez-25-anos-
depois-o-alasca-ainda-guarda-vestigios,d291b5102afe4410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html. 
Acessado em 20/01/2015.
8
Unidade: O uso da água e suas consequências ambientais
O uso da água e suas consequências ambientais
Sabemos que a água é um recurso vital à vida e que seu uso vem se tornando cada vez mais 
intenso e diversificado conforme a própria humanidade altera seus costumes e modo de vida. 
Em particular, naquelas sociedades nas quais o modo de vida se baseia na produção e consumo 
de bens, a relação homem-água tem se tornado um tanto quanto conflituosa e degradante. 
Vamos examinar alguns casos em que a tal relação homem-água resulta em degradação, isto é, 
resulta em poluição dos corpos d’água.
A fim de alinhar o objetivo desta unidade, convencionemos que a água pura, que aprendemos 
a identificar com a fórmula H2O, somente seja possível de ser admitida de forma isolada em 
laboratório, pois, em qualquer situação na natureza, o que chamamos de água é um composto 
de diversos elementos dissolvidos. Até a água da chuva já vem agregada aos elementos 
constituintes da atmosfera, como o CO2 e a poeira, por exemplo. 
O problema debatido nesta unidade são os elementos acrescentados à água pelo homem. 
Estes, não sendo naturais, são e devem ser considerados poluentes de fato. Antes de uma 
definição mais precisa de poluição, vejamos alguns exemplos de ação humana que alimentarão 
o assunto aqui tratado.
Entre as décadas de 1920 e 1930, ocorreu um dos casos mais graves de contaminação 
humana e animal pela água, na cidade de Minamata, Japão. A Chisso Company, uma fábrica 
de acetaldeído (usado na produção de material plástico), despejava seus resíduos, dentre eles o 
mercúrio (Hg), nas águas da baía de Minamata, rica em pescados e tradicionalmente constituída 
de uma economia voltada para a pesca. 
O mercúrio é um elemento metálico encontrado naturalmente no ambiente: ele, o mercúrio 
elementar (metálico), compostos inorgânicos de mercúrio e compostos orgânicos de mercúrio. 
Os compostos orgânicos de mercúrio são formados quando o mercúrio se combina com carbono 
e são os mais importantes sob o ponto de vista toxicológico. O mercúrio não é muito comum na 
natureza. A sua liberação ocorre por eventuais processos naturais (erosão e atividade vulcânica) 
e antrópicos, como a mineração (Figura 1) e uso industrial. Uma vez liberado, o mercúrio 
permanece no ambiente, onde assume diversas formas químicas (CETESB, 2012).
Figura 1. Ciclo do mercúrio no ambiente
Hg2+
Hg(CH3)
2+
H2O / O3
Hg2+
metilação
Peixes
Acumulação em sedimentos
Hg0(metálico)
Hg0(vapor) 55 - 60%
40 - 45%
Sublimação
Oxidação
DRAGA
Intoxicação
humana
Intoxicação
humana
Fonte: Adaptado de cetem.gov.br
9
Enquanto vapor pode permanecer na atmosfera por muito tempo, percorrendo grandes 
distâncias e retornando à superfície em forma de chuva. Se processado por micro-organismos 
em metilmercúrio (MeHg), entra na cadeia alimentar (CETESB, 2012).Foi pela alimentação de 
pescados que a população de Minamata foi contaminada. 
Foi justamente esse o processo que contaminou os peixes da baía de Minamata e que, ao longo 
das décadas seguintes, produziu a doença que ficou conhecida como mal de Minamata. Uma 
doença que atinge o sistema nervoso central e provoca fraqueza e deformidades musculares, 
perda da coordenação motora e até mental nos contaminados. Como o metilmercúrio é 
cumulativo, os descendentes dos contaminados também apresentaram sequelas tempos depois. 
Décadas após o início da contaminação, a Chisso Company foi obrigada, pela justiça do 
Japão, a indenizar as vítimas ou seus descendentes.
O Japão é detentor do título de ter sido o país no qual ocorreu a primeira contaminação 
hídrica da história, ocorrida durante a chamada era Meiji, entre 1868 e 1912, período esse em 
que o Japão se lançou na economia industrial. A contaminação ocorreu devido ao lançamento 
de resíduos da companhia de mineração Ashio Copper Mine no rio Watarase, nas proximidades 
de Tóquio, o que resultou em severos danos à saúde da população.
Após diversos outros casos de contaminação das águas no Japão, incluindo repetidas 
ocorrências de “marés vermelhas” (termo usado para identificar desequilíbrios no ecossistema 
marinho causado por alterações adversas decorrentes de poluição) na baia de Seto, Japão, 
ocorridas por vazamento de produtos de petróleo, as autoridades iniciaram a promulgação de 
uma legislação de controle de poluentes e de monitoramento da qualidade das águas do país, 
hoje, considerada uma das mais amplas do mundo.
Outro caso bastante difundido, inclusive exposto na produção cinematográfica do filme Erin 
Brockovich (2000), foi a contaminação por cromo hexavalente do lençol freático da cidade 
de Hinkley, na Califórnia, EUA, pela Pacific Gas & Electric (PG & E). A empresa operava 
estações de recompressão de gás natural em torres de refrigeração por água contendo o cromo 
hexavalente. A água utilizada era armazenada em lagos artificiais escavados diretamente no 
solo. A Infiltração da água armazenada alcançou o lençol freático e contaminou a água que 
servia a população da cidade.
Um longo processo envolvendo milhares de pessoas afetadas durou até 2008 quando a 
empresa pagou as últimas indenizações, que chegaram próximo de 300 milhões de dólares, 
impostas pela justiça americana.
O que entendemos por poluição
Segundo Boavida (2001), a poluição da água deve ser concebida como aquilo que ultrapassa 
o poder de autodepuração natural da água. Todos os ambientes aquáticos são capazes de 
processar certa quantidade de poluição sem alterar a essência da sua estrutura. Os sinais de 
poluição aparecem quando a capacidade de autodepuração é ultrapassada. Isso quer dizer que, 
a partir daí, passa a ocorrer a degradação do ambiente. Para efeito de classificação, três tipos 
de poluição são considerados:
10
Unidade: O uso da água e suas consequências ambientais
 » poluição microbiana: promovida pela presença de vírus, bactérias, fungos, protozoários 
e nematoides;
 » poluição orgânica: determinada por certa quantidade de matéria orgânica na água;
 » poluição inorgânica: é dividida em dois grupos mais gerais: 
 › o grupo dos nutrientes, que, quando em excesso, causam poluição, como o azoto, 
principalmente o inorgânico - que chega às águas naturais por dissolução direta na 
superfície das massas de água - e o fósforo - resultado de erosão das rochas que contêm 
fosfatos, seguida de dissolução na água. Eles chegam aos rios e lagos pelo escoamento 
superficial e infiltração subterrânea a partir das terras agrícolas e pecuárias bem como 
dos esgotos urbanos; e 
 › o grupo das toxinas ou compostos tóxicos, como os pesticidas e inseticidas, que, além 
de não serem degradáveis, são bioacumulativos.
Em termos conceituais 
[...] a poluição das águas decorre da adição de substâncias ou de formas de 
energia que, diretamente ou indiretamente, alteram as características físicas e 
químicas do corpo d’água de uma maneira tal, que prejudique a utilização das 
suas águas para usos benéficos (PEREIRA, 2004).
Segundo o autor, as fontes de poluição podem ser classificadas em:
 » Químicas: que podem ser
 › biodegradáveis, como os detergentes, inseticidas, fertilizantes, petróleo etc.; 
 › persistentes, como o DDT (diclodifenitricloroetano), o mercúrio etc.;
 » Físicas: que causam 
 › poluição térmica: causada pelo lançamento da água usada em refinarias, siderúrgicas, 
usinas, nucleares e termelétricas; 
 › poluição por resíduos sólidos: causada pelo lançamento de sólidos suspensos, coloidais 
e dissolvidos, a partir de esgotos industriais e domésticos, bem como da erosão das 
margens dos rios ou de solos carreados pelas chuvas; e 
 » Biológicas: a água pode ser infectada por organismos chamados de patogênicos, como 
 › bactérias, responsáveis por infecções intestinais epidérmicas e endêmicas (febre tifoide, 
cólera, shigelose, salmonelose, leptospirose); 
 › vírus que causam hepatites e infecções nos olhos; 
 › protozoários, que são responsáveis pelas amebíases e giardíases; e vermes, que podem 
transmitir esquistossomose e outras infestações.
Cada agrupamento de poluentes ocorre associado aos usos que se fazem das águas pelas 
atividades humanas. 
11
Atividades humanas que podem poluir a água
Assim, cada ação ou atividade humana pode ser considerada fonte de uma ou mais classe 
de poluição. A seguir, vamos discutir a relação entre as atividades humanas e os poluentes 
resultantes destas lançados no ambiente.
Agricultura
Sem dúvida, a agricultura convencional está entre as fontes de produção de poluentes 
basicamente relacionados ao uso de defensivos químicos (inseticidas, fungicidas e pesticidas de 
forma geral). Um dos aspectos mais preocupantes em relação à aplicação do defensivo na área 
plantada com um alvo específico é a capacidade que ele tem de transitar de um meio para o 
outro, espalhando-se no solo, no ar e na água superficial e subterrânea. Além, é claro, de atingir 
espécies de plantas e animais não-alvo.
São muitas as rotas que os pesticidas podem utilizar: os derramamentos, a lavagem dos 
equipamentos, o escoamento superficial e a lixiviação do solo, principalmente após as chuvas 
fortes. O maior ou menor trânsito dos pesticidas no solo vai depender das características deles, tais 
como: a capacidade de absorção, a solubilidade em água, a porosidade e a textura, por exemplo.
Quanto ao aspecto poluente dos pesticidas, devemos considerar, também, que não são 
apenas os problemas inerentes ao uso que provocam a poluição, mas ela pode advir, também, 
de vazamentos e do descarte de embalagens dos pesticidas por parte dos produtores bem como 
do transporte desde os fornecedores até os pontos de comercialização.
A título de exemplo da variedade de pesticidas utilizados na agricultura, o Quadro 1 apresenta 
a variedade de pesticidas vendidos e utilizados nas plantações de tomate de Apiaí, um dos 
maiores polos de produção de tomates do Brasil (ELFVENDAHL, 2000).
12
Unidade: O uso da água e suas consequências ambientais
Quadro 1. Pesticidas utilizados na plantação de tomate em área Apiaí e os pesticidas vendidos em Apiaí.
Fonte: adaptado de Elfvendahl (2000) de acordo com a Secretaria de Agricultura de São Paulo de 1997
Como é possível observar no Quadro 1, há grande variedade de pesticidas para diversas 
finalidades em um mesmo produto alvo. Com isso, a poluição é certa, sem contar o fato de que, 
na aplicação, os pesticidas podem ser absorvidos pelo organismo do trabalhador encarregado 
de pulverizar o produto na área alvo, o que agrava o problema desse tipo de prática.
Um exemplo mais específico sobre a capacidade poluidora dos insumos agrícolas é o uso de 
fertilizantes. Os fertilizantes podem liberar nitrogênio e o fósforo, considerados nutrientes para 
plantas aquáticas, especialmente as algas, aumentando excessivamente a quantidade destas e 
levando à eutrofização da água (Figura 2). 
13
Figura 2. Eutrofizaçãoda água do rio Can em Trinity College, Dublin - Irlanda
Fonte: Cruccone/Wikimedia Commons
A principal decorrência da eutrofização é a proliferação de micro-organismos como os 
fitoplanctônicos. Tal fato é conhecido como floração ou bloom, que tem como organismos mais 
frequentes as cianobactérias.
As cianobactérias são organismos procariontes e podem ser filamentosas 
ou cocóides, ocorrendo isoladamente ou em colônias. São cosmopolitas e 
apresentam grande tolerância às condições ambientais e climáticas, podendo ser 
encontradas na maioria dos ecossistemas terrestres e aquáticos, principalmente 
na água doce, além de ambientes extremos, como fontes termais, neve e deserto. 
A bainha de mucilagem e a formação de aerótopos em algumas espécies são 
estruturas que conferem vantagens sobre outros grupos. Além disso, algumas 
espécies de cianobactérias podem ser fixadoras de nitrogênio, por meio de uma 
estrutura denominada heterocito, o que também representa uma vantagem 
sobre outras espécies (CETESB, 2013, p. 15).
O processo de eutrofização seguido da floração e a redução do oxigênio dissolvido a níveis 
insuportáveis às outras espécies causa a diminuição ou até a eliminação da diversidade enquanto 
o fenômeno atuar no corpo d’água. Essa redução absoluta de oxigênio dissolvido na água é 
denominada de hipoxia.
Mas os maiores problemas quanto a este tema é o uso agrícola da terra. Este causa enormes 
problemas aos mananciais e aos cursos d’água. Na natureza, um dos processos naturais mais 
comuns é a combinação erosão/sedimentação, tema este estudado pela Geomorfologia, uma 
especialidade criada dentro da Geografia por volta do início do século XX.
Em síntese, o processo erosão/sedimentação consiste em uma combinação de ações de 
intemperismo, que são as quebras físicas e químicas que os elementos atuantes na superfície 
(Sol, vento, chuva, gelo, seres vivos etc.) provocam nas rochas. Essa quebra ocorre de maneira 
predominante nas camadas superficiais das rochas e disponibilizam partículas para remoção 
ou transporte pela chuva ou pelo vento. A partir daí, tais partículas passam a ser chamadas 
de sedimentos.
14
Unidade: O uso da água e suas consequências ambientais
Os sedimentos são transportados nos fluxos d’água e do vento até as depressões de relevo 
chamadas de bacias sedimentares e, ali, são armazenados até que se transformem em rochas 
sedimentares. Portanto esse processo é natural e ocorre na superfície da Terra há milhões de 
anos. Sob a calha dos rios da Bacia Amazônica, chegamos a ter depósitos sedimentares com 
alguns quilômetros de espessura.
Por outro lado, as atividades econômicas têm contribuído de forma significativa para a 
instalação de processos erosivos e sedimentares, principalmente por meio das atividades 
agropecuárias. A maioria das atividades deste setor substitui a cobertura vegetal natural por 
cultivos especializados (monocultores) e/ou por pastagens. Dependendo do caso (declividade 
do terreno, constituição físico-química, porosidade, permeabilidade e granulação do solo), o 
solo sob a área plantada pode sofrer as consequências climáticas anteriormente inexistentes ou 
menos intensas.
O solo parcialmente ou totalmente desnudo ou exposto para uso agropecuário pode tornar-
se vulnerável às intempéries, principalmente em regiões úmidas. Como consequência, instalam-
se processos erosivos que evoluem de simples e pouco expressivos sulcos na superfície do 
solo às ravinas, chegando às chamadas voçorocas (Figura 3), que são grandes cavidades no 
solo capazes de interceptar até o lençol d’água subterrânea alterando completamente o sistema 
hídrico da área afetada.
Figura 3. Processo erosivo do tipo Voçoroca em Saratov Oblast , Rússia
Fonte: Le.Loup.Gris/Wikimedia Commons
Isso ocorre devido ao fato de que, sem a proteção dada pela cobertura vegetal original, o 
solo torna-se vulnerável ao intemperismo e à remoção ou transporte por fluxo d’água ou vento. 
O que queremos dizer é que o uso agropecuário do solo pode acelerar o processo erosivo 
que ocorreria normalmente sobre a superfície durante o tempo geológico, isto é, na casa dos 
milhares ou milhões de anos.
15
Deve-se acrescentar que a intensidade da erosão hídrica está relacionada à velocidade do 
escoamento superficial da água: quanto maior o volume de escoamento superficial, maior será 
a capacidade de transportar sedimentos. Além disso, a declividade e a cobertura vegetal são 
fatores que influenciam no processo erosivo, isto é, quanto menor declividade e maior cobertura 
vegetal, maior quantidade de água se infiltra no solo.
O gráfico da Figura 4 mostra a diferença estatística entre a ação hídrica da chuva sobre uma 
superfície florestada e outra sob uso agrícola.
Figura 4. Ação da chuva em dois ambientes distintos 
Uso agrícola
Uso �orestal
0 30 60 minutos
Tempo de chuva
Fo
rm
aç
ão
 d
e 
ca
na
is
 h
íd
ri
co
s
Fonte: Drew, D. Processos Interativos Homem-Meio Ambiente, Bertrand Brasil, 1989
Note, na Figura 4, que a relação entre a velocidade de formação de canais hídricos e o 
tempo de chuva é maior e mais rápida no caso do solo sob aproveitamento agrícola. Sob 
a cobertura vegetal florestal, a ação da chuva ocorre de forma mais bem distribuída e com 
menor intensidade. O papel da interceptação da chuva feito pela vegetação inexiste nos 
solos onde ocorre o aproveitamento agrícola, implicando diretamente na formação de canais 
hídricos superficiais, isto é, no escoamento superficial, carreando as propriedades solúveis ou as 
partículas menores do solo. Esses materiais são transportados até os canais dos rios, diminuindo 
a sua profundidade até o limite com a superfície, processo este denominado de assoreamento. 
Mineração ou extração mineral
A mineração, ou extração mineral, é uma das atividades humanas que mais gera poluentes 
nos diversos meios, isto é, no ar, na água e no solo. Se não regulamentada, além da poluição, 
a mineração causa várias adversidades geológicas, geo-hidrológicas e hidrográficas, pois 
necessita, para extrair os minerais de interesse econômico ou minérios, alterar o funcionamento 
dos elementos que compõem o subsolo, como, por exemplo, o lençol freático.
Na maior parte dos casos, seja em meio subterrâneo ou a céu aberto, o aspecto poluente da 
mineração é a produção de rejeitos da extração e da seleção do que é útil e do é descartável, 
isto é, que não tem valor de mercado.
16
Unidade: O uso da água e suas consequências ambientais
São várias as formas de se acumular rejeitos de mineração: depósitos de estéreis; barragens; 
bacias de decantação etc. Em todos os casos, os rejeitos deveriam ser armazenados de tal modo 
a evitar contato com o ambiente freático, com o escoamento superficial da chuva e com as bacias 
hidrográficas adjacentes. A Figura 6 mostra um exemplo de barragem de armazenamento de 
rejeito de empresa mineradora em Parauapebas, Pará.
Figura 6. Barragem de armazenamento de rejeito mineral
Fonte: Google Earth
Note que, na Figura 6, a área correspondente à bacia de decantação (circulada em vermelho) 
é quase que equivalente à área ocupada pelas instalações de extração mineral propriamente dita. 
Boa parte da poluição produzida por atividades minerárias é o material particulado decorrente 
de detonações, escavações, transporte e processamento de minérios que afetam apenas a área 
das instalações. Esses particulados são transportados pelo ar a grandes distâncias para além do 
entorno da área de extração, afetando grandes extensões de terras. Em regiões úmidas, esses 
particulados liberados pela atividade minerária tornam-se aerossóis e podem precipitar-se no 
solo em forma de chuva, escoar pela superfície e chegar aos rios e lagos, entrando, assim, no 
ciclo da água como poluente.
Os maiores problemas com relação ao armazenamento, mesmo aqueles que funcionam dentro 
das normas, são os frequentes vazamentos acidentais. Diversos casos já foram registrados, no 
Brasil e no mundo, que levaram, inclusive, a perdas de vidas humanas. A título deilustração, a 
Figura 7 apresenta um exemplo de ruptura de bacia de rejeito ocorrido na Hungria.
17
Figura 7. Rompimento de barreira de bacia de decantação de rejeito de minério
Fonte: codelcoecuador.com
No Brasil, diversos casos de ruptura de barragens de contenção de rejeitos de minérios e de 
resíduos industriais foram noticiados nos últimos anos. Entre eles está o ocorrido em Cataguases, 
MG, em 2003, que despejou a lignina, um rejeito da celulose, no rio Paraíba do Sul até a sua 
foz no Oceano Atlântico. Durante vários meses, a população situada a jusante do ponto onde 
ocorreu o desastre, ficou impossibilitada de utilizar a água do rio para o consumo. Em Itabirito, 
MG, em 2014, o rompimento de uma barragem de armazenamento de rejeito de minério deixou 
um saldo de 3 mortos1 .
Na atividade petrolífera offshore e no transporte de petróleo e derivados não são incomuns 
os vazamentos ou derramamentos de grandes quantidades desses materiais no mar e na costa. 
Os casos mais emblemáticos foram:
 » o desastre causado, no Ártico, pelo petroleiro Exxon Valdez, em 1989, lançando 
aproximadamente 257.000 barris de petróleo ao mar; 
 » uma explosão na plataforma de petróleo da British Petroleum Deepwater Horizon, 
ocorrida no Mar do Caribe, em 2010, que matou 11 pessoas e despejou uma quantidade 
estimada de 3 a 4 milhões de barris no mar; 
 » o caso de uma plataforma de petróleo administrada por uma parceria entre o governo 
chinês e a empresa americana ConocoPhillips, que, em 2011, lançou ao mar entre 1.500 
e 2.000 barris de petróleo. 
Em todos esses casos, entre outros não mencionados, além da poluição das águas oceânicas 
dos locais afetados, desequilíbrio ecológico e elevada mortandade de animais marinhos, houve 
enormes prejuízos às economias regionais e locais, normalmente vinculadas ao extrativismo 
de recursos do mar e da costa. A imagem da Figura 8 representa os estragos causados por 
esses desastres, que, caso não haja uma limpeza pesada, podem demorar décadas para serem 
autodepurados pela natureza.
1 http://www.tribunademinas.com.br/rompimento-de-barragem-em-mina-deixa-tres-mortos-em-itabirito-mg/. Acessado em 16/01/2015
18
Unidade: O uso da água e suas consequências ambientais
Figura 8. Esforço de limpeza do óleo derramado pelo Exxon Valdez, em 1989, em uma Ilha do Alasca.
Fonte: codelcoecuador.com
Não apenas a extração de minerais energéticos, como o petróleo, é responsável por poluição. 
Devemos incluir aí o rol de atividades de transporte e distribuição de combustíveis. A título 
de exemplo, dos 2.098 postos de combustíveis de São Paulo mapeados, neste ano, pelo 
Departamento de Controle e Uso de Imóveis da Prefeitura de São Paulo - CONTRU, 56% 
apresentaram irregularidades e de 20% a 25%, risco de explosão por causa de vazamento. 
Pelo levantamento do órgão, 70% dos tanques instalados nos postos têm mais de dez anos e já 
estariam precisando ser substituídos. (Folha de São Paulo, 2000)
Produção de energia
A poluição liberada pela produção de energia, em geral, é associada à queima de combustíveis 
fósseis nas usinas termelétricas e ao vazamento de radiação nas usinas termonucleares. Em 
ambos os casos, a contaminação da água é química e física.
A poluição química, nas usinas termelétricas, deve-se à queima dos combustíveis fósseis ou 
de biomassa que libera no ar as formas oxidadas de carbono, nitrogênio e enxofre. Estes, por 
sua vez, na atmosfera, convertem-se em aerossóis no processo de coalescência da umidade e 
precipitam-se em gotículas de água condensada em forma de chuva (MARTINS et al, 2003). 
Veja algumas reações simplificadas:
 » CO + H2O = H2CO3
 » NO + H2O = HNO3
 » SO+ H2O = H2SO4
Essas reações simplificadas são a razão de uma discussão que se mantém desde a década 
de 1980. Esses compostos diminuem o pH da chuva, tornando-a cada vez mais ácida e essa 
acidez excessiva, considerada poluente, é responsável por uma série de alterações ambientais 
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degradantes, incluindo mudanças nas condições de manutenção da vida aquática. Mudanças 
no pH podem eliminar, em parte ou completamente, as condições ambientais, implicando 
diretamente na mortandade das espécies existentes (Figura 9).
Figura 9. Mortandade de peixes resultante de mudanças nas características físico-químicas da água
Fonte: Wikimedia Commons
Indústria
O setor industrial é o que produz a maior coleção de poluentes ou resíduos líquidos 
dependendo do ramo a que se dedica a empresa. Segundo Pereira (2004), esses resíduos podem 
ser subdivididos em três classes:
 » sanitário (efluentes de banheiro e cozinhas, semelhantes ao esgoto doméstico); 
 » de refrigeração (água utilizada para resfriamento de reatores, máquinas e produtos e 
que tem potencial de degradar física e quimicamente o ambiente); 
 » de processos (águas que têm contato direto com a matéria-prima do produto 
processado).
Dentre os ramos industriais existentes, o siderúrgico e o metalúrgico são os que produzem 
uma das maiores variedades de poluentes. Dependendo do bem produzido, podem ser 
lançados ao ambiente sólidos em suspensão, fenóis, cianetos, amônia, fluoretos, óleos e graxas, 
ácido sulfúrico, sulfato de ferro e metais pesados (Pereira, 2004). Essas empresas necessitam 
de grandes quantidades de água para dissolverem os efluentes resultantes dos processos de 
beneficiamento e processamento dos metais que produzem. 
Em estudo sobre o impacto ambiental de siderúrgicas mineiras situadas na bacia do Rio 
Piracicaba, Braga et al. (2003) descrevem as emissões de efluentes observáveis no Quadro 2.
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Unidade: O uso da água e suas consequências ambientais
Quadro 2. Emissões anuais de efluentes hídricos (hipótese baixa), siderúrgicas (ton/ano)
Fatores de Emissão
Empresa tipo 
Usiminas
Empresa tipo 
Belgo
Empresa tipo 
Acesita
Padrão Legal 
(mg/l)
Sólidos em suspensão 39139 4967 8341 60
Fenóis 67 0,05 1 0,2
Cianeto 29 6 3 0,2
Amônia 167 3 4 5
Fluoreto 21 15 6 10
Óleos e Graxas 1549 205 781 20
H2SO4 2679 1154 492 -
FeSO4 9963 4368 1884 -
Emulsões 1109 - 57 -
Fonte: Paula et al. (1997) apud Braga et al. (2003, p. 14)
Note que, no Quadro 2, a maior parte das emissões, inclusive, está bem acima dos padrões 
legais permitidos, implicando em impacto ambiental na bacia mencionada, segundo os autores.
Esgotamento doméstico
Em geral, os residentes de uma cidade eliminam os resíduos domésticos (cozinha, higiene e 
limpeza) por meio da água. Esse volume de resíduos líquidos é denominado de esgoto doméstico. 
O esgoto doméstico é composto basicamente de matéria orgânica biodegradável, micro-
organismos, nutrientes (nitrogênio e fósforo), óleos e graxas, detergentes e metais (BENETTI e 
BIDONE, 1995 apud PEREIRA, 2003). 
Navegação
Tanto a navegação hidroviária quanto a marítima de cabotagem e internacional podem 
produzir poluição devido ao vazamento de combustível ou de carga. Entretanto, a marítima tem 
o agravante que é o despejo de água de lastro.
O uso da água de lastro faz parte dos procedimentos operacionais usuais do 
transporte aquaviário moderno, sendo fundamental para a sua segurança. 
Através da sua utilização planejada, é possível controlar o calado e a estabilidade 
do navio, de forma a manter as tensões estruturais do casco dentro de limites 
seguros. A água de lastro é utilizada pelos navios para compensar a perda 
de peso decorrente sobretudo do desembarque de cargas. Dessa forma, sua 
captação e descarte ocorrem principalmente em áreas portuárias, permitindo 
a realização das operações de desembarque e embarque de cargas nos navios. 
Os navios que transportam os maiores volumes de água de lastro são os navios 
tanques e os graneleiros.2 
2 Disponível em http://www.antaq.gov.br/portal/MeioAmbiente_AguaDeLastro.asp. Acessado em 18/01/2015.
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A água de lastro é considerada um problema ambiental devido ao fato de que
Durante a operação de lastreamento do navio, junto com a água também são 
capturados pequenos organismos que podem acabar sendo transportados e 
introduzidos em umoutro porto previsto na rota de navegação. Teoricamente, 
qualquer organismo pequeno o suficiente para passar através do sistema de 
água de lastro pode ser transferido entre diferentes áreas portuárias no mundo. 
Isso inclui bactérias e outros micróbios, vírus, pequenos invertebrados, algas, 
plantas, cistos, esporos, além de ovos e larvas de vários animais. Devido à grande 
intensidade e abrangência do tráfego marítimo internacional, a água de lastro é 
considerada como um dos principais vetores responsáveis pela movimentação 
transoceânica e interoceânica de organismos costeiros.
As principais consequências negativas da introdução de espécies exóticas e 
nocivas incluem: o desequilíbrio ecológico das áreas invadidas, com a possível 
perda de biodiversidade; prejuízos em atividades econômicas utilizadoras de 
recursos naturais afetados e consequente desestabilização social de comunidades 
tradicionais; e a disseminação de enfermidades em populações costeiras, 
causadas pela introdução de organismos patogênicos.3 
A Figura 10 mostra o despejo de água de lastro de navio graneleiro em zona portuária.
Figura 10. Despejo de água de lastro
Fonte: Wikimedia Commons
A partir dos aspectos analisados anteriormente, podemos concluir que são múltiplos os 
usos que se fazem da água, os quais, por sua vez, podem gerar inúmeras possibilidades de 
poluição desta. Esta conclusão preliminar induz à reflexão sobre a necessidade de se estabelecer 
uma relação de maior responsabilidade e de longevidade da relação humana com as águas 
disponíveis para o uso humano.
3 Disponível em http://www.antaq.gov.br/portal/MeioAmbiente_AguaDeLastro.asp. Acessado em 18/01/2015.
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Unidade: O uso da água e suas consequências ambientais
Hidrografia urbana
Devido aos aspectos que caracterizam o espaço urbano, a drenagem da água está entre os 
elementos naturais que mais sofrem as consequências das modificações produzidas por esse 
espaço. Um dos aspectos mais típicos da urbanização é a impermeabilização do solo, seguida da 
retificação, canalização da drenagem, tanto dos cursos d’água anteriormente existentes quanto 
dos caminhos naturais do escoamento das águas pluviais.
A impermeabilização do solo urbano promove uma alteração drástica em algumas etapas 
do ciclo da água, especificamente no que diz respeito às fases de infiltração e de escoamento 
superficial. A primeira cai e a segunda aumenta proporcionalmente. Essa alteração manifesta-
se, durante e após as chuvas fortes, com as inundações ou alagamentos relâmpagos ou pelas 
chuvas prolongadas combinadas com o transbordamento dos canais hídricos alagando vias e 
edificações (Figura 11). Esses fenômenos resultam em uma série de consequências ambientais, 
entre as quais o risco de contágio pelo contato direto com a urina de rato infectada com a 
bactéria leptospira transportada pela água.
Figura 11. Inundação ou alagamento em Santa Catarina 
Fonte: Wikimedia Commons
Além dos aspectos anteriormente mencionados em relação às causas das inundações ou 
alagamentos, a intensificação da urbanização e o crescimento das populações afetam diretamente 
o acesso à água de boa qualidade para o consumo bem como a captação, o tratamento e 
sua distribuição. Assim também aumentam os riscos de contaminação das águas superficiais e 
subterrâneas existentes nas ou próximo às cidades. Não é de hoje - e este problema tende a se 
acentuar - que o problema de acesso à água segura vem afetando cada vez mais a humanidade, 
particularmente os residentes urbanos.
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Material Complementar
 
 Explore
Sobre a poluição produzida pelas atividades humanas, acessem os links abaixo:
 · http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/artigos_agua_doce/poluicao_da_agua.html
 · http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/ret/article/download/27144/18070
 · http://www.eduvaleavare.com.br/wp-content/uploads/2014/07/poluicao_aguas.pdf
 · http://www.bvsde.paho.org/bvsAIDIS/PuertoRico29/mattos.pdf
 · http://www.registro.unesp.br/sites/museu/basededados/arquivos/00000429.pdf
 · http://www.anpec.org.br/encontro2006/artigos/A06A067.pdf
 · http://www.anpec.org.br/encontro2006/artigos/A06A067.pdf
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/artigos_agua_doce/poluicao_da_agua.html
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/ret/article/download/27144/18070
http://www.eduvaleavare.com.br/wp-content/uploads/2014/07/poluicao_aguas.pdf
http://www.bvsde.paho.org/bvsAIDIS/PuertoRico29/mattos.pdf
http://www.registro.unesp.br/sites/museu/basededados/arquivos/00000429.pdf
http://www.anpec.org.br/encontro2006/artigos/A06A067.pdf
http://www.anpec.org.br/encontro2006/artigos/A06A067.pdf
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Unidade: O uso da água e suas consequências ambientais
Referências
BOAVIDA, M. J. L. Problemas de Qualidade da Água: Eutroficação e Poluição. Biologias, 1, 
Janeiro de 2001. Versão digital disponível em: <http://www.ordembiologos/Biologias/N1.html> 
Acessado em 15/01/2015.
BRAGA, T. M.; MIKAILOVA, I.; GUERRA, C. B. e RAVSKI, F. D. Grandes Indústrias e Impacto 
Ambiental: Análise Empírica e Métodos de Mensuração Aplicados às Indústrias da Bacia do 
Piracicaba (MG), 2003. Disponível em: <https://xa.yimg.com/kq/groups/19661624/1708712850/
name/Bacia_Piracicaba.pdf> Acessado em 17/01/2015.
CARVALHO, M. do C.; AGUJARO, L. F.; PIRES, D. A. e PICOLI, C. Manual de Cianobactérias 
Planctônicas: Legislação, Orientações para o Monitoramento e Aspectos Ambientais. CETESB 
– Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. 2013. Disponível em: <http://www.cetesb.
sp.gov.br/userfiles/file/agua/aguas-superficiais/manual-cianobacterias-2013.pdf> Acessado em 
17/01/215.
CETESB. Ficha de Informação Toxicológica. O Mercúrio e seus Compostos. Disponível 
em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/laboratorios/fit/mercurio.pdf> Acessado em 
14/01/2015.
DREW, David. Processos interativos homem-meio ambiente. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Bertrand Brasil, 1989.
ELFVENDAHL, S. Detection of pesticide residues in rivers of an Atlantic rain forest 
reserve in Brazil. Dissertação. (Mestrado). Department of Environmental Assessment Swedish 
University of Agricultural Sciences, Uppsala - SU, 2000.
MARTINS, C. R.; PEREIRA, P. A. P.; LOPES, W. A. e ANDRADE, J. B. Ciclos Globais de 
Carbono, Nitrogênio e Enxofre: a Importância na Química da Atmosfera. Química Nova, 
5(3), 2003. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/05/quimica_da_atmosfera.
pdf>. Acessado em 17/01/2015.
PEREIRA, R. S. Identificação e caracterização das fontes de Poluição em Sistemas Hídricos. 
Revista Eletrônica de Recursos Hídrico. IPH-UFRGS. V. 1. Nº p. 20-36. 2004. Disponível 
em: <http://www.abrh.org.br/informacoes/rerh.pdf> Acessado em 15/01/2015.
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Anotações

Outros materiais