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Módulo 5 - Cirurgia Odontopediátrica

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Módulo 05
Cirurgia 
Odontopediátrica
3
SUMÁRIO
ANESTESIA PEDIÁTRICA ...................................................................................04
MODIFICAÇÕES ANATÔMICAS ......................................................................04
CÁLCULO ANESTÉSICO ....................................................................................06
EXODONTIA DE DENTE DECÍDUO ................................................................09
TÉCNICA CIRÚRGICA PARA EXODONTIA DE DENTES DECÍDUOS .........10
FRENECTOMIA .....................................................................................................13
FRENECTOMIA LABIAL SUPERIOR .................................................................13
FRENECTOMIA LINGUAL .................................................................................17
ULOTOMIA E ULECTOMIA ................................................................................21
4
O manejo comportamental em pacientes pediátricos é especialmente importante. 
Compreender a fase de desenvolvimento da criança, interagir e lançar mão de 
técnicas de manejo são essenciais para o atendimento infanto-juvenil.
Existem também diferenças anatômicas relacionadas com a idade entre adultos 
e crianças. Por exemplo, na dentição mista, deve ser dada atenção especial para 
evitar dano aos germes dos dentes permanentes. A sequência e a cronologia da 
erupção da dentição permanente devem ser conhecidas, para que as intervenções 
possam ser agendadas de modo correto, para facilitar a erupção normal dos dentes. 
Caninos retidos, dentes supranumerários e freios hipertróficos são as condições 
vistas com mais frequência em crianças do que em adultos, mas os dois primeiros 
não serão abordados neste módulo, pois já foram discutidos anteriormente.
ANESTESIA PEDIÁTRICA
MODIFICAÇÕES ANATÔMICAS
Dentes superiores: 
- Para anestesiar o nervo alveolar superior anterior, devemos introduzir a agulha 
entre a raízes do incisivo lateral superior e o canino superior. 
- Já para o nervo alveolar superior posterior, a agulha é inserida entre o primeiro 
molar e o segundo molar superior.
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5
Dentes inferiores: 
- Ao realizarmos a anestesia do nervo alveolar inferior, devemos ter em mente 
algumas modificações para as crianças: o ramo ascendente mandibular é mais 
curto, o ângulo goníaco é mais aberto, a língula da mandíbula está abaixo do 
plano oclusal e o diâmetro anteroposterior é menor. Quanto mais jovem for a 
criança, mais marcantes serão essas características.
Por isso, a técnica direta para anestesia do nervo alveolar inferior 
deverá ser feita da seguinte maneira:
1º Palpação da linha oblíqua.
2º Posicionamento da seringa carpule na comissura do lado oposto.
3º Inserção da agulha na depressão pterigomandibular, seguindo a 
linha de prolongamento do plano oclusal dos molares inferiores ou 
um pouco abaixo (no caso de crianças muito jovens – abaixo de 2 
anos).
A técnica se mantém idêntica para o paciente adulto e infantil nos 
passos 1 e 2, a diferença é que, ao invés de introduzirmos a agulha 
em um ponto equidistante entre os planos superiores e inferiores 
(como fazemos no adulto), iremos introduzir no plano dos molares 
inferiores ou um pouco abaixo.
- Para anestesia do nervo lingual, realizamos a mesma manobra que a do paciente 
adulto: após anestesia do nervo alveolar inferior, fazemos o recuo da agulha e 
deslocamento da carpule da comissura do lado oposto para a linha média do 
paciente.
- A mucosa vestibular dos molares inferiores, geralmente, é anestesiada por 
complementação (técnica anestésica infiltrativa por vestibular ou transpapilar).
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6
CÁLCULO ANESTÉSICO
Deverá seguir o mesmo passo a passo do cálculo para pacientes adultos. A única 
diferença que temos que lembrar é que alguns anestésicos (como articaína e 
bupivacaína) têm suas doses máximas alteradas para os pacientes pediátricos.
Relembrando o passo a passo do cálculo (tabelas de doses máximas se encontram 
no módulo 1):
1 Calcular a dose máxima de anestésico local (mg/kg) para o paciente.
2 Observar a tabela de quantidade máxima de tubetes para o anestésico local. 
3 Observar a tabela de quantidade máxima de tubetes para o vasoconstritor.
 
O menor valor dos 3 será o valor máximo de tubetes para o paciente.
7
EXEMPLO
Anestésico Local: Lidocaína + Adrenalina a 1:100.000
Paciente ASA 1 de 10 kg
ANESTÉSICO LOCAL
1 Dose máxima da solução anestésica (lidocaína): 7,0mg/kg = 7,0mg x 10kg = 70mg 
 Quantidade de mg em 1 tubete: 36mg
 70mg/36mg = 1,94 tubetes
2 Dose máxima de tubetes de solução anestésica (lidocaína): 13 tubetes
VASOCONSTRITOR
3 Valores máximos para vasoconstritor. 
 Neste caso (adrenalina 1:100.00 em paciente ASA 1): 11,1 tubetes
Anestésico Local (máximo mg/kg): 1,94 tubetes
Anestésico Local (máximo de tubetes): 13 tubetes
Vasoconstritor (máximo de tubetes): 11,1 tubetes
 ____________
 1,94 tubetes
Para facilitar o cálculo, abaixo montamos uma tabela relacionando o peso do 
paciente, o tipo de anestésico (com ou sem vasoconstritor) e o cálculo de tubetes 
máximos. 
{
8
Tabela 1 – Valores máximos de tubetes utilizados em odontopediatria.
10 KG 15 KG 20 KG 25 KG 30 KG 35 KG 40 KG
Lidocaína 2% sem vasoconstritor 1,25 1,87 2,5 3,12 3,75 4,37 5
Lidocaína 2% + adrenalina 1:50.000 1,94 2,91 3,88 4,86 5,5* 5,5* 5,5*
Lidocaína 2% + adrenalina 1:100.000 1,94 2,91 3,88 4,86 5,83 6,8 7,7
Lidocaína 2% + adrenalina 1:200.000 1,94 2,91 3,88 4,86 5,83 6,8 7,7
Mepivacaína 3% sem vasoconstritor 1,22 1,83 2,44 3,05 3,66 4,27 4,88
Mepivacaína 2% + adrenalina 1:100.000 1,83 2,75 3,66 4,58 5,5* 5,5* 5,5*
Mepivacaína 2% + levonordefrina 1:20.000 1,83 2,75 3,66 4,58 5,5 6,41 7,33
Prilocaína 3% + felipressina 0,03UI/ml 1,11 1,66 2,22 2,77 3,33 3,88 4,44
Articaína 4% sem vasoconstritor 0,69 1,04 1,38 1,73 2,08 2,43 2,77
Articaína 4% + epinefrina 1:100.00 0,69 1,04 1,38 1,73 2,08 2,43 2,77
Articaína 4% + epinefrina 1:200.00 0,69 1,04 1,38 1,73 2,08 2,43 2,77
Bupivacaína 0,5% + epinefrina 1:200.000 2,77 4,16 5,55 6,94 8,33 9,72 11,1
* Valor limitado pela dose máxima de tubetes de vasoconstritor
Fonte: Adaptado de Malamed (2013) e Wannmacher e Ferreira (2007).
9
EXODONTIA DE DENTE DECÍDUO
Assim como na anestesia local, a extração dentária também possui algumas 
particularidades quando falamos de pacientes infanto-juvenis.
Além de modificarmos um pouco a técnica de exodontia devido à 
presença do dente permanente logo abaixo do decíduo, temos que 
estar atentos a alguns detalhes de anatomia:
	 O osso alveolar é mais elástico e, sob pressão, responde a uma rápida 
expansão e fácil luxação do dente. 
	 A coroa dentária apresenta protuberâncias cervicais mais pronunciadas, 
constrição cervical mais acentuada e é mais ampla no sentido mesiodistal. 
	 As raízes mais longas e afiladas quando já estão em processo de rizólise 
facilitam a extração. Entretanto, a ausência do processo de reabsorção fisiológica, 
a presença de reabsorção na furca ou no terço médio da raiz podem favorecer as 
fraturas radiculares. 
		Nos molares decíduos, as raízes divergem no sentido apical, oferecendo 
maior dificuldade para a exodontia.
Como citado logo acima, a exodontia dos dentes decíduos também possui algumas 
particularidades, que serão abordadas logo abaixo.
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10
TÉCNICA CIRÚRGICA PARA EXODONTIA DE DENTES DECÍDUOS
O uso do fórceps:
- Os fórceps têm indicações e numerações específicas.
Tabela 2 – Fórceps pediátricos.
NÚMERO DO FÓRCEPS INDICAÇÃO
1 Incisivos e caninos
2 Posteriores superiores
3 Posteriores inferiores
18D Molares superiores
27 Molaressuperiores
65 Raízes de dentes superiores
Fonte: Elaborado pelos autores.
- Ao contrário das extrações dos dentes permanentes, aqui não é recomendado 
o movimento de intrusão, a fim de preservarmos os germes dentários dos 
permanentes.
- Os movimentos rotacionais podem ser usados, mas devem ser mínimos.
Figuras 1 e 2 – Exodontia a fórceps.
 
Fonte: Arquivo dos autores (2020).
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11
Necessidade de ostectomia e odontossecção:
- A ostectomia é frequentemente utilizada nos casos de exodontias por fratura 
ou por anquilose;
- Se as raízes de um molar decíduo abraçarem a coroa do pré-molar permanente 
e a extração não possa ser concluída apenas com luxação ou ostectomia, o 
cirurgião-dentista deve considerar o uso de odontossecção.
Figuras 3, 4, 5, 6, 7 e 8 – Sequência de exodontia de dente decíduo com 
ostectomia e odontossecção.
 
 
Fonte: Puricelli (2014).
Anquilose 
associada à raiz 
mesial do dente 75
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12
Cuidados com a ferida operatória e sutura:
- Pelo mesmo motivo de comunicação com o germe permanente, a curetagem 
apical também não está indicada. Deve-se realizar apenas a inspeção do alvéolo.
- Dependendo do grau de rizogênese do dente permanente, podemos descartar 
o uso de suturas.
Complicações transoperatórias:
- As complicações relacionam-se com a possibilidade de fratura radicular.
- Um pequeno fragmento de raiz abandonado no interior do alvéolo poderá ser 
deixado e reabsorvido.
- Entretanto, se isto não ocorrer, a sua permanência pode se transformar em um 
obstáculo mecânico que impede a erupção fisiológica do dente permanente.
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FRENECTOMIA
Freios hipertróficos podem ser a causa de diastema interincisivo, alterações 
periodontais, dificuldade de fala, comprometimento de funções labiais, dificuldade 
de adaptação de prótese dentária e prejuízo estético. Por isso, possuem indicação 
de abordagem cirúrgica.
Na maioria das vezes, os freios hipertróficos são diagnosticados na infância e na 
adolescência e, por isso, serão abordados neste módulo. Entretanto, a mesma 
técnica cirúrgica pode ser aplicada para qualquer faixa etária. 
FRENECTOMIA LABIAL SUPERIOR
O freio labial é frequentemente mais proeminente em crianças e parece diminuir 
com o crescimento dentoalveolar. Por isso, a frenectomia não deve ser realizada 
antes da erupção dos caninos permanentes estar em curso, porque, enquanto 
esses dentes se movem inferior e anteriormente, o diastema fechará na maioria 
dos casos. Entretanto, caso não haja o fechamento do diastema e sejam observadas 
alterações periodontais pelo freio hipertrófico, a frenectomia está indicada.
Técnica cirúrgica:
1) Anestesia local.
2) Suspensão do lábio superior e delimitação cirúrgica. Após o afastamento do 
lábio superior e exposição do freio labial, fixaremos uma pinça mosquito RETA no 
freio junto ventre labial e uma pinça mosquito CURVA com a face convexa apoiada 
no rebordo alveolar, fixando a porção alveolar. O contato de ambas formará um 
ângulo reto.
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Figura 9 – Pinças mosquitos fixadas delimitando área cirúrgica.
Fonte: Puricelli (2014).
3) Primeira incisão: feita com lâmina de bisturi número 15 ou 15C. Esta irá deslizar 
sobre a superfície externa da pinça reta até atingir seu extremo no fundo de sulco.
Figura 10 – Incisão na porção labial.
Fonte: Puricelli (2014).
4) Segunda incisão: a lâmina de bisturi deslizará sobre as superfícies laterais da 
pinça curva aprofundando-se para palatino entre as papilas gengivais. 
Figura 11 – Incisão na porção alveolar.
Fonte: Puricelli (2014).
15
5) Pinça mosquito curva é removida da porção alveolar, juntamente com tecido 
hiperplásico.
6) Incisão palatina: a lâmina de bisturi realizará uma incisão em formato triangular 
com a base voltada para a papila. O tecido demarcado é removido por descolamento 
ou raspagem.
Figuras 12 e 13 – Incisão e descolamento na face palatina.
 
Fonte: Costa (2013).
7) Remoção da pinça mosquito reta e sutura da porção labial com pontos simples.
8) Ao indicarmos a realização de frenectomia labial superior, também é 
recomendado que o cirurgião-dentista solicite uma radiografia periapical da 
região. Nesta radiografia, devemos avaliar o formato do septo interincisivo, que 
poderá ter formato de V, U ou W. Nos casos de septos em formato de U ou W, 
há indicação de ostectomia nesta etapa cirúrgica. Com o uso de brocas esféricas 
e cilíndricas, realizamos desgastes de forma escalonada e paralela ao longo eixo 
do dente.
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16
Figura 14, 15 e 16 – Radiografias periapicais demonstrando septos 
interincisivos em V, U e W.
 
 Fonte: DPI (c2013-2017). Fonte: Arquivo dos autores (2020). Fonte: Costa (2013).
9) Fricção interincisiva com gaze por movimentos contínuos direção vestíbulo-
palatino. A gaze deve atingir uma profundidade máxima, desta forma irá impedir 
a laceração de papilas. Esta fricção elimina resíduos teciduais do freio, periósteo 
e fibras transeptais inseridas.
Figura 17 – Fricção interincisiva com gaze.
Fonte: Puricelli (2001).
10) Cuidados com a ferida operatória através de irrigação e limpeza. 
11) A sutura da porção labial foi realizada na etapa 7. Ao final da abordagem, se 
disponível, realizar o tamponamento e proteção da ferida com cimento cirúrgico. 
O mesmo pode permanecer por 24/48h ou mais e permite uma cicatrização por 
segunda intenção.
12) Caso seja necessária ortodontia, assim que ocorrer a cicatrização do tecido 
mole (a partir do 7º ao 14º dia pós-operatório), esta deverá ser iniciada, sendo 
mais fácil o fechamento do diastema.
17
FRENECTOMIA LINGUAL
Os cirurgiões-dentistas são muitas vezes solicitados pelos pais e pediatras para 
remover o freio da criança, por medo de problemas de dicção. Em muitos casos, 
a articulação das palavras se desenvolve normalmente e uma frenectomia lingual 
não é necessária. Por isso, antes de indicarmos a cirurgia, a criança deve passar 
por uma avaliação fonoaudiológica.
Em geral, esses problemas ocorrem se o freio for muito curto e a língua apresentar 
diminuição dos movimentos ou formação de fendas quando a criança tenta 
projetar ou elevar a língua. 
Figura 18 – Freio lingual gerando fenda no ápice da língua.
Fonte: Alvaclin (2016).
Um freio lingual que se estenda sobre o rebordo alveolar pode produzir um 
diastema e problemas periodontais relacionados com os incisivos centrais 
inferiores. O simples corte do freio, nessas circunstâncias, não resolverá o 
problema e pode produzir uma cicatriz linear capaz de limitar a mobilidade da 
língua. Portanto, quando bem indicada, a cirurgia de frenectomia lingual deve ser 
realizada.
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18
Técnica cirúrgica:
1) Anestesia local.
2) Transfixação de fio de sutura no ápice lingual e suspensão da língua para 
delimitação cirúrgica. Com a elevação da língua pelo fio de sutura, realizamos 
a colocação de pinça mosquito RETA no ventre lingual (fixando o freio junto ao 
ventre lingual) e pinça mosquito CURVA com a face convexa sobreposta à região 
das carúnculas, protegendo o soalho bucal. 
Figuras 19 e 20 – Transfixação de fio de sutura em ápice da lingual.
 
 Fonte: Silva (2011). Fonte: Vieira e Machado (2018).
3) Primeira incisão é feita com lâmina de bisturi número 15 ou 15C que deslizará 
sobre a superfície externa da pinça reta até atingir seu extremo.
Figura 21 – Incisão em porção lingual.
 
Fonte: Puricelli (2014).
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19
4) Segunda incisão é realizar com alâmina de bisturi deslizando sobre a superfície 
côncava da pinça curva. 
Figura 22 – Incisão em porção de soalho bucal.
 
Fonte: Puricelli (2014).
5) Pinças mosquitos são removidas, juntamente com o tecido hiperplásico do 
freio.
6) Divulsão das fibras da musculatura do músculo genioglosso próximas à ferida 
com o uso de tesoura metzenbaum ou íris. Entramos com a tesoura fechada e, ao 
atingirmos uma profundidade de cerca de 0,5 centímetros, realizamos a abertura 
da tesoura e divulsão dos tecidos adjacentes.
Figura 23 – Divulsão das fibras do freio lingual.
 
Fonte: Tucker (2015).
Neste momento, precisamos fazer o teste do tracionamento da língua. Com o 
auxílio do fio de sutura transfixado no ápice da língua, realizamos movimentos de 
tração para anterior e para lateral para verificar se houve a liberação da mesma. 
20
Se houver a manutenção da limitação do movimento ou se o ápice lingual ainda 
segue delimitado pelo freio (como na Figura 13), deve-se ampliar a divulsão 
tecidual.
Figuras 24 e 25 – Teste de tracionamento da língua.
 
Fonte: Silva (2011).
7) Cuidados com a ferida operatória através de irrigação e limpeza.
8) Sutura a pontos isolados e simples da porção do ventre lingual. A região do 
assoalho bucal e sob as carúnculas dispensa sutura, possibilitando movimentação 
da língua de forma indolor logo nos primeiros dias pós-operatórios.
Figura 26 – Sutura da porção lingual.
 
Fonte: Tucker (2015).
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21
ULOTOMIA E ULECTOMIA
Algo bastante comum de observarmos na fase de erupção dentária, tanto decídua 
quanto permanente, é o desenvolvimento de um aumento de volume na região do 
dente que está em processo de erupção. Esse aumento é chamado de hiperplasia 
fibrosa focal e consiste na formação de tecido conjuntivo fibroso reacional ou 
de reparo, que poderá dificultar a erupção dentária, causando retenção dentária 
subgengival.
Para o tratamento desta retenção dentária subgengival, podemos lançar mão de 
duas técnicas: ulotomia ou ulectomia.
A escolha entre ulotomia ou ulectomia se dá pela quantidade de tecido presente no 
impedimento da erupção dentária. Portanto, se estamos frente a uma hiperplasia 
maior ou mais fibrosa, a indicação é que a ulectomia seja realizada.
Lembrando sempre que essas técnicas não são indicadas para retenções dentárias 
intraósseas, pois estas retenções requerem osteotomia e, por vezes, abordagens 
para tracionamento ortocirúrgico.
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ULOTOMIA ULECTOMIA
1) Anestesia local.
2) Incisão linear sobre o 
rebordo.
Figura 27 – Incisão para 
ulotomia.
Fonte: Arquivo dos autores (2020).
3) Suturas não devem ser 
realizadas na região.
1) Anestesia local.
2) Incisão elíptica sobre o rebordo 
com exposição da porção incisal/
oclusal da coroa dentária.
Figura 28 – Incisão para 
ulectomia.
 
Fonte: Arquivo dos autores (2020).
3) Remoção de tecido 
gengivofibroso e encaminhamento 
para exame histopatológico.
4) Suturas não devem ser 
realizadas na região. Se houver 
disponibilidade, a proteção da 
ferida cirúrgica pode ser realizada 
com cimento cirúrgico por 72 
horas.
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23
DICA: na presença de cisto de erupção, recomenda-se a ulectomia, pois 
permite a remoção de tecido e o encaminhamento para o exame 
histopatológico.
Cisto de origem odontogênica associado a um dente não erupcionado.
É localizado entre a gengiva e o dente permanente, podendo deixar a 
gengiva com aspecto azulado pela tumefação translúcida característica.
Figura 29 – Cisto de erupção.
Fonte: Arquivo dos autores (2020).
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24
REFERÊNCIAS
ALVACLIN Odontologia: prazer em sorrir. Você sabe o que é freio lingual curto? 30 
mar. 2016. Disponível em: https://alvaclin.wordpress.com/2016/03/30/voce-sabe-o-
que-e-freio-lingual-curto/. Acesso em: 12 out. 2020.
BOUCHARD, C.; TROULIS, M. J.; KABAN, L. B. Cirurgia dentoalveolar pediátrica. In: 
MILORO, M. et al. (org.). Princípios de cirurgia bucomaxilofacial de Peterson. 3. ed. 
São Paulo: Santos, 2016. Cap. 7, p. 124-139.
COSTA, S. A. L. da. Freios orais: complicações clínicas e tratamento cirúrgico. 65 f. 
Dissertação (Mestrado Integrado em Medicina Dentária) - Faculdade de Medicina 
Dentária da Universidade do Porto, Universidade do Porto, Porto, jun. 2013. 
Disponível em: https://sigarra.up.pt/fep/pt/pub_geral.show_file?pi_doc_id=65444. 
Acesso em: 12 out. 2020.
DPI: diagnóstico por imagem. Radiografias intrabucais. Botucatu, c2013-2017. 
Disponível em: https://www.dpibotucatu.com.br/exames-e-servicos/. Acesso em: 12 
out. 2020.
MALAMED, S. F. Ação clínica de substâncias específicas. In:______. (org.). Manual de 
anestesia local. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. Cap 4, p. 52-75. 
PURICELLI, E. Cirurgia na odontopediatria. In:______. (org.). Técnica anestésica, 
exodontia e cirurgia dentoalveolar. Porto Alegre: Artes médicas, 2014. Cap. 10, p. 
121-132.
PURICELLI, E. Frenectomia labial superior: variação de técnica cirúrgica. Revista da 
Faculdade de Odontologia de Porto Alegre, Porto Alegre, v. 42, n. 1, p. 16-20, jul. 
2001.
SILVA, M. G. da. Frenectomia lingual. Teresópolis, 27 mar. 2011. Disponível em: 
https://www.ident.com.br/dra.michellegomes/caso-clinico/5752-frenectomia-lingual. 
Acesso em: 12 out. 2020.
TUCKER, M. R. Cirurgia pré-protética. In.: HUPP, J. R.; ELLIS III, E.; TUCKER, M. R. 
(org.). Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 
Cap. 12, p. 190-223.
25
VIEIRA, K. A.; MACHADO, F. G. Frenectomia em odontopediatria: relato de caso. 
Revista da ACBO, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p. 145-152, 2018.
WANNMACHER, L.; FERREIRA, M. B. C. Anestésicos locais. In:______. (org.). 
Farmacologia clínica para dentistas. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 
Cap. 18, p. 154-178. 
26
EQUIPE RESPONSÁVEL
Coordenação Geral
Roberto Nunes Umpierre
Marcelo Rodrigues Gonçalves
 
Gerência do projeto
Ana Célia da Silva Siqueira
 
Coordenação Executiva
Rodolfo Souza da Silva
 
Responsável Teleducação
Ana Paula Borngräber Corrêa
 
Gestão educacional
Ylana Elias Rodrigues
Coordenação do curso
Adriana Corsetti 
Taíse Simonetti 
Conteudistas
Adriana Corsetti 
Taíse Simonetti 
Elaboração de questionários e testes
Adriana Corsetti
Angelo Luiz Freddo
Taíse Simonetti 
Gravação das etapas cirúrgicas
Adriana Corsetti
Carlos Eduardo Baraldi
Bruna Pires Porto
Camila Longoni
Luiza Bastos Nozari
Taíse Simonetti
Revisores
Angelo Luiz Freddo
Carlos Eduardo Baraldi
Deise Ponzoni
Vinicius Coelho Carrard
Revisão ortográfica
Ana Paula Borngräber Corrêa
Angélica Dias Pinheiro
Normalização
Geise Ribeiro da Silva
Projeto gráfico
Lorenzo Costa Kupstaitis
Diagramação e Ilustração 
Davi Perin Adorna
Lorena Bendati Bello 
Michelle Iashmine Mauhs
Pedro Vinícius Santos Lima 
27
Filmagem/ Edição/Animação
Héctor Gonçalves Lacerda
Luís Gustavo Ruwer da Silva
Camila Alscher Kupac 
Divulgação
Angélica Dias Pinheiro
Camila Hofstetter Camini
Carolina Zanette Dill
Laíse Andressa de Abreu Jergensen
Dúvidas e informações sobre o curso
Site: www.telessauders.ufrgs.br
E-mail: ead@telessauders.ufrgs.br
Telefone: 51 3308-2098 ou 51 3308-2093
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