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PSICOSE É uma síndrome caracterizada por uma desconexão com a realidade, podendo ser pela forma como se percebe a realidade ou interpreta. Os sintomas são: Desorganização: Caracterizada pelo comportamento desorganizado ou francamente bizarro, com pensamento (forma) desorganizado. O paciente pode andar nu na rua, tem atos socialmente inadequados, etc. Delírios: Alteração do pensamento (conteúdo). É caracterizada por uma ideia fixa, irremovível, não passível de argumentação lógica e “certeza patológica” – certeza de estar sendo perseguido, por exemplo. É uma alteração na interpretação da realidade, exemplo: Há alguém no carro (realmente) e o paciente crê que essa pessoa o está perseguindo. Tipos: Persecutório, grandioso, místico religioso, ruina, infestação, doença, erotomaníaco, etc. Alucinações: Alteração de sensopercepção, ou seja, dos sentidos (audição, visão, tato, etc). É possível apresentar alucinações auditivas, visuais, táteis, entre outras. É caracterizada pela alteração de como se percebe a realidade. Não tem nada na realidade que esteja, de fato, alterando a percepção do paciente, ou seja, ouve vozes que não existem e vê coisas que não existem. No exame psíquico, escrever as alucinações na sensopercepção e os delírios (conteúdo) no pensamento. ► Causas Primárias: Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos, como Transtorno Delirante Persistente, Transtorno Psicótico Breve, Transtorno Esquizofreniforme e Transtorno Esquizofetivo. ► Causas Secundárias: Psiquiátricas, como Depressão com sintomas psicóticos e mania com sintomas psicóticos; ou Clínicas, como Delirium, tireoide, fígado, rim, doenças neurológicas, etc; ou Drogas e medicações, tanto intoxicação como abstinência de drogas: maconha, intoxicação por estimulantes ou síndrome de abstinência alcoólica. Medicações que podem proporcionar sintomas psicóticos: corticoides, ATBs e psicotrópicos. ESQUIZOFRENIA É um quadro psicótico primário grave, caracterizado por delírios e alucinações associado a um curso crônico de deterioração progressiva das funções cognitivas e dos afetos ao longo dos anos. Pico da doença: Adultos jovens (16 e 24 anos); Segundo pico (menor): 40 anos. Após essa idade é considerado tardio. Atinge cerca de 1% da população; É mais comum em homens; No sexo feminino, o quadro tardio (após 40 anos) é mais comum; Muito rara antes dos 12 anos e após os 60; Alta mortalidade – uso de medicações, negligência, etc. A etiologia é baseada em fatores genéticos e fatores ambientais. 85% das pessoas não têm parentes próximos com esquizofrenia. Os fatores ambientais podem ser: Complicações de gestação e parto, problemas no DNPM, abuso físico e sexual na infância, TCE, uso de drogas, urbanidade e migração e baixa condição socioeconômica. Quadros psicóticos primários são neurotóxicos, portanto, há perda de neurônio ao longo do tempo, causando uma disfunção sócio-ocupacional no quadro crônico da esquizofrenia. A cada crise, o paciente tem piora progressiva. Os sintomas psicóticos são caracterizados pelo excesso de dopamina, especialmente na via mesolímbica. Não é a causa, mas via final comum, que gera saliência aberrante. Sintomas positivos: Delírios e alucinações; Sintomas negativos: Apatia, anedonia, embotamento cognitivo e afetivo e disfonia neuroléptica; Não existe exame diagnóstico. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 2 ou mais desses 5 sintomas: Delírios; Alucinações; Discurso desorganizado; Desorganização de comportamento; Sintomas negativos (avolia, embotamento); O paciente tem que ter, pelo menos, 6 meses de sintomas com, ao menos, 1 crise de um mês bem caracterizada, prejuízo funcional e sem outras causas. Solicitar exames somente para excluir outras causas de alteração de comportamento. *É mandatório solicitar exame de imagem neurológica e exames gerais no primeiro episódio psicótico. TRATAMENTO Farmacológico: Antipsicóticos Típicos: Haloperidol, clorpromazina, levomepromazina, periciazinha, pimozida e clopixol; Antipsicóticos Atípicos (de Primeira Escolha): Risperidona, quetiapina, olanzapina, aripiprazol, ziprazidona, lurasidona, amilsulprida e clozapina; *Os antipsicótiocs tratam a psicose, não a esquizofrenia. Não Farmacológico: Terapia ocupacional; Intervenção psicossocial; Psicoterapias individuais e em grupo; Treino de habilidades sociais; Intervenção familiar; Emprego protegido; VIAS DOPAMINÉRGICAS Via Mesolímbica: Relacionada ao prazer e estímulo. O excesso de dopamina nesta via que causa os sintomas positivos, agressivos e afetivos. Via Mesocortical: Relacionada ao comportamento, gerando os sintomas negativos, cognitivos e afetivos. Via Nigroestrial: Relacionada ao movimento. Está normal na esquizofrenia. Antipsicóticos inibem essas vias e pode causar sintomas extrapiramidais. Via Túbero Infandibular: Relacionada a liberação de prolactina. Está normal na esquizofrenia. Quando inibida por antipsicóticos, causa hiperprolactinemia. SINTOMAS EXTRAPIRAMIDAIS Podem ser causados por antipsicóticos típicos, antigos, de primeira geração. Agudos: Parkinsonismo secundário: Rigidez, bradicinesia, tremor, etc; Acatisia; Distonia aguda (contração aguda, geralmente dolorosa); Crônicos: Discinesia tardia (movimentos orofaciais); Distonia crônica; ANTIPSICÓTICOS Típicos, antigos, 1ª geração: Forte inibição dopaminérgica. Clinicamente causam mais sintomas extrapiramidais (SEP) e aumento de prolactina. Principais: Haloperidol 5mg, ½ a 2 cp, VO, noite. Clorpromazina 100mg, 1 a 4 cp, VO, noite. Atípicos, novos ou de 2ª geração: Ação dopaminérgica + ação serotoninérgica. Causam menos SEP e menos hiperprolactinemia, e podem agir em sintomas negativos, cognitivos e depressivos. Efeito colateral indesejado: Síndrome metabólica. Principais: Risperidona 2mg, 1 a 3 cp, VO, noite. Olanzapina 5mg, 1 a 3 cp, VO, noite. Quetiapina 100mg ou 200mg, 1 cp manhã e 2 cp à noite.
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