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Interdito proibitório

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EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA .... VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPOS DOS GOYTACAZES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
SEMPRÔNIO (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do RG nº ....., inscrito no CPF/MF sob o nº 004, residente na rua X, casa 01, (bairro), Petrópolis, RJ, CEP ....., telefone ......., vem, por meio de seu advogado com escritório na Rua ..... propor a presente
AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO COM PEDIDO DE LIMINAR
pelo rito especial traçado pelos arts. 920 a 933, em face de CORNÉLIO (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do RG nº ....., inscrito no CPF/MF sob o nº 444, residente na rua Y, nº 01, apartamento 101, (bairro), Friburgo, RJ, pelos fatos e motivos adiante expostos:
DOS FATOS
No dia ...., o Autor firmou com o Réu promessa de compra e venda de uma fazenda localizada em Campos de Goytacazes, tendo o Autor pago 50% do preço e ficado de pagar o saldo dentro de um ano, conforme comprovam as cópias dos documentos acostadas aos autos.
Consoante acordo entre as partes, o Autor, a partir desse dia, passou a exercer a posse mansa e pacífica sobre o referido terreno, sendo tido e havido como legítimo possuidor do mesmo.
Ocorre que, por razões pessoais, contrárias à sua vontade, o Autor deixou de pagar a parcela prometida no prazo ajustado. 
Em razão disso, o Réu enviou-lhe notificação por meio da qual avisou que iria ocupar metade do terreno caso o pagamento não fosse efetivado em 30 (trinta) dias.
Tendo em vista que a medida impetuosa e desproporcional a ser adotada pelo Réu sinaliza fundada ameaça que leva o Autor a se ver injustamente despojado da posse de sua fazenda, busca-se a tutela imediata do Poder Judiciário.
DO DIREITO
No tocante à tutela jurídica da posse, forçoso sublinhar que, embora a Carta Magna não assegure, explicitamente, um “direito à posse”, é inconteste que tutela a posse quando assegura o direito à moradia (art. 6º) e quando erige a função social da propriedade como princípio geral da atividade econômica (art. 170, III, CF).
No Código Civil, o conceito de posse está em consonância com os fins sociais da propriedade, resultando, assim, plenamente justificada a sua tutela jurídica como instituto a merecer, independentemente de sua relação com o direito de propriedade, um tratamento especial, apropriado à sua vocação natural de instrumento concretizador daquele importante princípio constitucional.
	Na hipótese ventilada nos autos, resta indene a caracterização da posse nos termos do que preceitua o art. 1.196, CC, haja vista o delineamento de uma situação de fato, caracterizada pelo poder físico do Autor sobre a coisa, exercido de forma autônoma.
	Como decorrência do primeiro e mais importante efeito da posse, não se pode negar ao possuidor o direito de invocar os interditos, ou seja, de propor as ações possessórias, tal como a ação de interdito proibitório, que se destina a proteger a posse apenas ameaçada, na iminência ou sob ameaça de ser molestada.
Assim, enquanto possuidor da área em discussão, o Autor tem direito, nos termos do art. 1.210 do Código Civil, a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
No mesmo diapasão é a norma do art. 932 do CPC quando determina o direito de o possuidor utilizar-se do Interdito Proibitório quando houver justo receio de ser molestado na posse. 
Discorrendo sobre a ação de interdito proibitório, CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA ("Instituições de Direito Civil", 18ª. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2003, v. IV, p. 70/71), afirma ser ela remédio eficaz que “consiste em armar o possuidor de mandado judicial, que o resguarde da moléstia iminente”, acrescentando não ser “necessário que aguarde a turbação ou o esbulho”, em face da natureza preventiva da defesa.
Tem natureza preventiva e objetiva impedir que se consume dano temido, bastando que o interessado demonstre fundado receio de dano.
Na hipótese vertente, da leitura da notificação emitida pelo Réu facilmente depreende-se a caracterização do fundado receio de dano por parte do Autor de ser molestado na posse, motivo pelo qual se faz necessária a prestação jurisdicional que o assegure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório, em que comine ao Réu determinada pena pecuniária, caso transgrida o preceito.
Frise-se, ademais, que, ainda que o Autor possua saldo devedor a ser quitado, não pode o Réu, sem qualquer entendimento amigável prévio, proceder à ocupação arbitrária de metade da fazenda negociada. Se há inadimplemento, cabe ao Réu solucionar a questão pelas vias próprias, não podendo valer-se do esbulho ou turbação como medida de recuperação da fazenda.
DA LIMINAR "inaudita altera pars"
O art. 926 e seguintes do Código de Processo Civil autorizam o deferimento de liminar de reintegração de posse, quando provada posse e o esbulho recente.
Na hipótese dos autos, patente a presença dos requisitos para a concessão da liminar, quais sejam, a caracterização da posse do Autor e o seu justo e fundado receio no tocante à concretização da ameaça de turbação por parte do Réu.
Diga-se que a data constante na notificação emitida pelo Réu, cuja cópia segue acostada aos autos, enquanto data sinalizadora da ocorrência da ameaça de ato turbativo, comprova a caracterização de posse nova, imprescindível para fins de obtenção da liminar. 
DO PEDIDO
Ante todo o exposto, requer:
1) O deferimento da medida liminar inaudita altera pars (ou designando audiência de justificação para formar convencimento), determinando ao réu que se abstenha de turbar a posse do autor, sob pena de responder por pena pecuniária correspondente à multa diária no valor de 1 (um) salário-mínimo;
2) A citação do Réu; 
3) Seja julgada procedente a presente ação, confirmando-se a liminar com o escopo de determinar ao réu que se abstenha de turbar a posse do autor quanto ao terreno, sob pena de responder por pena pecuniária correspondente à multa diária no valor de 1 (um) salário-mínimo;
4) A condenação do réu ao ônus da sucumbência.
PROVAS
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, na amplitude do art. 32, Lei 9099/95, em especial as de caráter documental e depoimento pessoal da representante legal da ré.
VALOR DA CAUSA
Para os efeitos legais e fiscais, dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Pede deferimento,
Rio de Janeiro, ... de ........ de 2009.
____________________________
Nome do advogado – OAB/RJ nº ....

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