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Necrose e Apoptose

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Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | Histopatologia | @study.sarahs 
 
Necrose 
 
A aparência morfológica de necrose é o resultado da 
desnaturação de proteínas intracelulares e digestão 
enzimática da célula. 
Morte de grupos de células, muitas vezes 
acompanhada por um filtrado inflamatório. 
As enzimas responsáveis pela digestão da célula são 
derivadas dos lisossomos e podem ser provenientes 
das próprias células moribundas ou de leucócitos 
recrutados como parte da reação inflamatória. A 
necrose frequentemente é o ponto culminante da 
lesão celular reversível que não pode ser corrigida. 
 
Mudanças nucleares: 
 
A necrose de coagulação 
É a forma de necrose tecidual na qual a arquitetura 
básica dos tecidos permanece preservada por, pelo 
menos, alguns dias após a morte celular. 
Os tecidos afetados adquirem textura firme. 
Mecanismo: 
Desnaturação de enzimas e proteínas estruturais; 
Inativação de enzimas intracelulares impede a 
dissolução (autólise) da célula. 
Os leucócitos são recrutados para o local da necrose e 
suas enzimas lisossômicas digerem as células mortas. 
Os restos celulares são removidos por fagocitose 
mediada principalmente por neutrófilos infiltrantes e 
macrófagos. 
A necrose de coagulação é característica dos infartos 
(áreas de necrose isquêmica, pálido) em todos os 
órgãos sólidos, exceto o cérebro. 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | Histopatologia | @study.sarahs 
 
Características microscópicas: 
Contornos indistintos das células dento do tecido 
morto; Núcleos ausentes ou cariólise (desbotamento 
da cromatina nuclear) 
 
Tipos de necrose de coagulação: 
a. Infarto isquêmico 
b. Infarto hemorrágico 
c. Gangrena 
A necrose liquefativa 
É observada em infecções bacterianas focais ou, 
ocasionalmente, nas infecções fúngicas, porque os 
microrganismos estimulam o rápido acúmulo de 
células inflamatórias e as enzimas dos leucócitos 
digerem (“liquefazem”) o tecido. Por razões 
desconhecidas, a morte por hipóxia de células dentro 
do sistema nervoso central, com frequência, resulta 
em necrose liquefativa. 
Independentemente da patogenia, as células mortas 
são completamente digeridas, transformando o 
tecido em uma massa viscosa líquida que 
eventualmente é removida por fagócitos. Se o 
processo foi iniciado por inflamação aguda, como na 
infecção bacteriana, o material frequentemente 
apresenta-se com aspecto amarelo cremoso e é 
chamado pus. 
Infarto do 
sistema nervoso 
central. 
Deixando uma 
grande cavidade 
cística e nesta 
cavidade tem a 
presença do 
material 
liquefeito 
 
 
 
 
Necrose gangrenosa – necrose liquefativa 
Embora não seja um padrão específico de morte 
celular, o termo ainda é usado comumente na prática 
clínica. 
Em geral, aplica-se a um membro, normalmente a 
perna, que perdeu o seu suprimento sanguíneo e 
sofreu necrose de coagulação, envolvendo várias 
camadas de tecido. Quando a infecção bacteriana se 
sobrepõe, a aparência morfológica muda para necrose 
liquefativa devido ao conteúdo destrutivo das 
bactérias e dos leucócitos atraídos (resultando assim 
na chamada “gangrena úmida”). 
Aspecto microscópico 
da borda do infarto, 
com rim normal (N) e 
células necróticas no 
infarto (I). As células 
necróticas exibem 
contornos preservados, 
com ausência de 
núcleos e infiltrado 
inflamatório presente 
(difícil discernir neste 
aumento). 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | Histopatologia | @study.sarahs 
 
 
A necrose caseosa 
É encontrada mais frequentemente em focos de 
infecção tuberculosa. O termo caseoso (semelhante a 
queijo) refere-se à aparência friável branco-amarelada 
da área de necrose no exame macroscópico. 
Diferentemente da necrose de coagulação, a 
arquitetura do tecido está completamente destruída, 
e os contornos celulares não podem ser distinguidos. 
A área de necrose caseosa frequentemente está 
circundada por uma coleção de macrófagos e outras 
células inflamatórias; essa aparência é característica 
de uma lesão nodular inflamatória denominada 
granuloma. 
Material caseoso é formado pela liberação de lipídios 
das paredes das células de Mycobacterium 
tuberculosis e fungos sistêmicos após a destruição por 
macrófagos. 
 
No exame microscópico, por meio da coloração com 
H&E, o foco necrótico exibe uma coleção de células 
rompidas ou fragmentadas, com aparência granular 
amorfa rósea. O material acelular no centro de um 
granuloma contém macrófagos ativados, células TH 
CD4+ e células gigantes multinucleadas. 
 
 
Necrose gordurosa enzimática 
Refere-se a áreas focais de destruição gordurosa, em 
geral resultante da liberação de lipases pancreáticas 
ativadas na substância do pâncreas e na cavidade 
peritoneal. 
Isso ocorre na emergência abdominal calamitosa 
conhecida como pancreatite aguda. 
Nessa desordem, as enzimas pancreáticas que 
extravasam das células acinares e dos ductos 
liquefazem as membranas dos adipócitos no 
peritônio, e as lipases “quebram” os ésteres de 
triglicerídeos contidos nessas células. 
Os ácidos graxos liberados combinam-se ao cálcio, 
produzindo áreas brancas acinzentadas visíveis 
(saponificação da gordura, precipitação), que 
permitem ao cirurgião e ao patologista identificar as 
lesões. Existe uma atração por cálcio. 
 
No exame histopatológico, os focos de necrose 
contêm contornos sombreados dos adipócitos 
necróticos com depósitos basofílicos de cálcio e uma 
reação inflamatória. 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | Histopatologia | @study.sarahs 
Contornos pálidos de células de gordura com áreas 
calcificadas de coloração basofílica. 
 
 
Necrose gordurosa traumática 
Ocorre no tecido adiposo como resultado de um 
trauma, não mediada por enzima. 
 
Necrose fibrinoide 
É uma forma especial de necrose. Geralmente ocorre 
em reações imunes em que complexos de antígenos e 
anticorpos são depositados nas paredes dos vasos 
sanguíneos, mas também pode ocorrer na 
hipertensão grave. 
Limitada a pequenas artérias musculares, arteríolas, 
vênulas e capilares glomerulares. 
Os imunocomplexos depositados, combinados às 
proteínas plasmáticas que extravasam da parede dos 
vasos danificados, produzem uma aparência amorfa 
róseo-brilhante nas preparações com coloração H&E 
conhecidas como fibrinoide (deposito de proteínas ao 
redor dos vasos, assim perdendo a função do vaso). 
 
Purpura de Henoch-Schonlein 
 
 
 
 
Apoptose 
 
Morte programada mediada por enzimas 
(principalmente as caspases) 
A apoptose é uma via de morte celular na qual as 
células ativam enzimas que degradam o DNA nuclear 
das células, bem como as proteínas nucleares e 
citoplasmáticas. 
A membrana plasmática da célula apoptótica 
permanece intacta, mas é alterada de tal forma que 
os fragmentos, chamados corpos apoptóticos, se 
tornam altamente “comestíveis”, levando ao seu 
rápido consumo por fagócitos. A célula morta e seus 
fragmentos são limpos com pouco extravasamento de 
conteúdo celular, de forma que a morte celular 
apoptótica não causa uma reação inflamatória. Assim, 
a apoptose difere em muitos aspectos da necrose 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | Histopatologia | @study.sarahs 
 
Apoptose fisiológica 
Durante o desenvolvimento normal de um organismo, 
algumas células morrem e são substituídas por novas. 
Em organismos maduros, os tecidos altamente 
proliferativos e dependentes de hormônios sofrem 
ciclos de proliferação e perda celular, frequentemente 
determinados pelos níveis de fatores de crescimento. 
Nessas situações, a morte celular sempre ocorre por 
apoptose, garantindo que as células indesejadas 
sejam eliminadas sem provocar uma inflamação 
potencialmente nociva. No sistema imune, a 
apoptose elimina o excesso de leucócitos deixados 
no fim das respostas imunes, bem como linfócitos 
que reconhecem autoantígenos e podem causar 
doenças autoimunes se não foram eliminados. 
Apoptose em condições patológicasApoptose elimina as células que estão danificadas que 
não podem ser reparadas. Isso é observado quando 
há lesão grave do DNA, por exemplo, após exposição à 
radiação e fármacos/drogas citotóxicas. 
O acúmulo de proteínas mal dobradas também 
desencadeia morte apoptótica; os mecanismos 
subjacentes a essa causa de morte celular e seu 
significado na doença serão discutidos mais adiante 
neste capítulo, no contexto de estresse do RE. 
Determinados agentes infecciosos, particularmente 
alguns vírus, induzem morte apoptótica de células 
infectadas. 
Infecções, especialmente determinadas infecções 
virais: Ativação de vias mitocondriais por proteínas 
virais. Morte de células infectadas por linfócitos T 
citotóxicos, com ativação de caspases. 
Mecanismos de apoptose 
1. Sinais que iniciam a apoptose pela ativação 
das caspases 
a. Ligação do fator de necrose tumoral 
(TNF) ao seu receptor 
b. Retirada de fatores de crescimento ou 
hormônios 
c. Agentes prejudiciais, incluindo vírus, 
radiação e radicais livres que 
danificam o DNA 
d. Gene BAX e o citocromo c 
2. Genes que regulam a apoptose 
a. Supressor do gene TP53: 
i. Temporariamente paralisa o 
ciclo celular na fase G1 para 
reparar danos no DNA (aborta 
a apoptose); 
ii. Promove a apoptose se o 
dano ao DNA é muito grande, 
ativando o gene BAX 
apoptótico. 
b. Família dos genes BCL2 - gene 
antiapoptótico 
i. Produzem produtos de genes 
que inibem a apoptose (gene 
antiapoptótico), impedindo o 
extravasamento mitocondrial 
do citocromo c para o citosol. 
3. Alterações nas células 
a. Ativação de endonucleases leva a 
picnose nuclear (aparência 
microscópico de pontos de tinta) e 
fragmentação; 
b. Ativação de proteases leva à ruptura 
do citoesqueleto; 
c. Formação de “brotos” citoplasmáticos 
sobre a membrana celular 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | Histopatologia | @study.sarahs 
i. Contém fragmentos 
nucleares, mitocôndrias, e 
fragmentos de proteínas 
condensadas 
d. Fagocitose dos corpos apoptóticos 
pelas células vizinhas ou macrófagos 
 
 
Caspases é proteases: enzimas que catalisam a divisão 
das proteínas e são parte da família ácida cysteine-
aspartic da protease. São vitais ao mecanismo da 
morte celular programada nos animais (apoptosis, 
pyroptosis, e necroptosis), e igualmente jogam um 
papel fundamental na inflamação. 
Pró-caspases – caspases inativas 
Caspase 8 ativa a 3,6 e 7 
Caspase 10 – linfócito t citotóxico e células alvo 
infectadas principalmente por vírus 
Caspase 9 vai ativar uma pró-caspase 3 que leva a 
célula a morte 
 
 
 
 
 
 
BAX e BAK funcionam como receptores, levam a célula 
à morte. 
 
 
Aparência microscópica 
a. Deslocamento das células a partir de células 
vizinhas; 
b. Citoplasma profundamente eosinofílico; 
c. Núcleo picnótico, fragmentado ou ausente; 
d. Mínimo ou nenhum infiltrado inflamatório em 
torno da célula. 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | Histopatologia | @study.sarahs

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