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ESTUDOS DE INTERVENÇÃO Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Medicina / Instituto de Estudos em Saúde Coletiva - IESC Departamento Medicina Preventiva Disciplina de Epidemiologia ENSAIOS CLÍNICOS James Lind - 1747 Tratamentos: • 1/4 de cidra/ dia • 25 gotas de um elixir (vitriol) • 2 colheres de vinagre • água do mar • 2 laranjas e 1 limão • nós-moscada Estudos de Intervenção Estudos Experimentais - alocação randômica • Ensaios clínicos - testar a eficácia terapêutica ou preventiva de uma intervenção • Intervenção Comunitária - implementação ou avaliação de intervenções dirigidas à prevenção primária através da modificação de fatores de risco em uma população bem definida Estudos Quasi-Experimentais - alocação não randômica • Grupo único de comparação - antes/depois • Múltiplos grupos de comparação Estudos Observacionais ESTUDOS DE INTERVENÇÃO � Alocação � Estudos sem comparação - série de casos � Estudos com comparação • randomização • controles históricos • controles simultâneos não randomizados ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS Melhrou Não Melhorou Novo Tratamento Melhorou Não Melhorou Tratamento Tradicional RANDOMIZAÇÃO População Definida ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS Randomização - Todos os participantes têm a mesma chance de serem alocados para cada grupo de estudo A alocação não é determinada pelos investigadores, pelos clínicos ou pelos participantes do estudo - reduz viés de seleção • Comparabilidade - distribuição balanceada de possíveis fatores de confundimento • Imprevisibilidade da alocação • Reproducibilidade da alocação Randomização Como: •Tabela de números aleatórios 56348 01458 36236 07253 09372 27651 30103 37004 44782 54023 61355 71692 3 = T 7 = T 2 = C 2 = C 7 = T 6 = C 5 = T 1 = T 3 = T 0 = C 1 = T 7 T 4 C • Estratificada 2 tratamentos: Par=C Ímpar=T 3 tratamentos: 1-3 =A 4-6=B 7-9=C AB= 0-4, BA=5-9 ou AABB=1, ABAB=2, ABBA=3..... ABC=1, ACB=2, BAC=3, BCA=4, CAB=5, CBA=6 • Blocos Fase iV vigilância pós-comercialização efeitos colaterais tardios Fase III ECR Larga escala efetividade e segurança Fase II Investigação clínica 100-200 pacientes eficácia e segurança Fase I clínico-farmacológicos 20-80 pacientes efeitos tóxicos e farmacológicos FASES DA INVESTIGAÇÃO DE NOVAS DROGAS Dose máxima tolerada Nível mínimo de atividade ex. 20% dos pacientes ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS Informações Necessárias � Seleção dos participantes - critérios bem definidos = replicabilidade � Tratamento - drogas, doses, mudança de grupo de tratamento, outras drogas �Desfecho - comparabilidade da mensuração, efeito desejado (melhora) e efeitos colaterais - critérios pré-definidos �Perfil de risco - variáveis que influenciam o prognóstico �Mascaramento (cegamento) - placebo, desfechos e efeitos colaterais (ex. aspirina /IAM - sints GI= 34,8%T vs 34,2%P) �Perdas - não adesão Randomizar é ético? É ético usar placebo? É ético não randomizar? Consentimento informado pode ser obtido? O ensaio deve ser interrompido antes do planejado? Ética ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS - Análise - • Por intenção de tratar vs de acordo com o protocolo (Pragmáticos ou Explanatórios) • Análises intermediárias - critérios, monitorização • Sub-grupos RISCO RELATIVO Risco no grupo com intervenção R(t) = a/a+b Risco no grupo controle R(c) = c/c+d Risco Relativo = (a/a+b) / (c/c+d) Intervenção Desfecho sim não Total Tratamento a b a+b Controle c d c+d ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS - Análise - EXEMPLO - USO DE CORTICOSTERÓIDE, PARTO PREMATURO E ÓBITO NEONATAL. R(t)=36/532=0,068 ou 6,8% R(c)=60/538=0,112 ou 11,2% RR = 0,068/0,112 = 0,61 Interpretação: Representa quanto o risco do grupo tratado é maior ou menor que o risco do grupo controle. Óbito neonatal sim não Total Betametasona 36 496 532 Placebo 60 478 538 Total 96 974 1070 Liggins et al, 1972 REDUÇÃO ABSOLUTA DE RISCO (RAR) R(c)-R(t) = 0,112-0,068 =0,044 ou 4,4% Interpretação – representa a diminuição, em termos absolutos, do risco no grupo tratado OBS: no caso do tratamento aumentar o risco, teremos o excesso absoluto de risco calculado como: EAR = R(t) - R(c) 11,2% 4,4% 6,8% R(t)R(c) EFICÁCIA ou Redução relativa do risco EFICÁCIA R(c)-R(v) = 0,112- 0,068 = 0,044 ou, 39,3% R(c) risco nos controles 0,112 Ex. Vacina Interpretação: quanto da redução da doença se deve à vacina OU Eficácia = (1- RR)*100 1- (0,068 /0,112)=39,3% NÚMERO NECESSÁRIO PARA TRATAR (Number needed to treat - NNT) NNT = 1 / RAR NNT = 1 / 0,044 = 23 Interpretação – É o número de pacientes que se precisa tratar para que 1 se beneficie. Referências : Clinical Trials – Stuart J. Pocock, Epidemiology – Leon Gordis EXEMPLO: NÚMERO NECESSÁRIO PARA TRATAR - NNT 4th International Study of Infarct Survival (ISIS-4) R(t) = 3671/50496 = 0,0727 ou 7,27% R(c) = 3903/50467 = 0,0773 ou 7,73% E = 1 - (0,0727 / 0,0773) = 1-0,94 = 0,06 ou 6% NNT = (1 / 0,0046) = 217 Tratamento Óbito Total Sim Não Com IECA 3671 46825 50496 Sem IECA 3903 46564 50467 RAR = 0,0773 - 0,0727 = 0,0046 Generalização Novo Tratamento Tratamento Tradicional RANDOMIZAÇÃO População do Estudo População de Referência Validade Externa Validade Interna Validade Interna • Viés • Confundimento • Acaso - erro aleatório Randomização IC 95% - valor de p ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS ESTUDOS DE INTERVENÇÃO Apesar de décadas de evidencias observacionais acumuladas, o risco-benefício do uso de hormônio em mulheres saudáveis na pós-menopausa permanece incerto. Para avaliar os benefícios e riscos da TRH mais comumente utilizada nos EUA foi desenhado um ensaio clínico randomizado de prevenção primária com duração planejada de 8,5 anos, no qual 16.608 mulheres na pós-menopausa com idade entre 50-79 anos, com útero intacto, foram recrutadas por 40 centros de saúde entre 1993-1998. As participantes receberam estrogênio equino conjugado, 0,625 mg/d + 2,5 mg/d de acetato de metroxiprogesterona, em um comprimido (n=8506) ou placebo (n=8102). JAMA, 2002; 288(3)321-333 -Risks and Benefits of Estrogen Plus Progestin in Healthy Postmenopausal Women: Principal Results From the Women's Health Initiative Randomized Controlled Trial. O desfecho primário era doença coronariana (DC) e câncer de mama invasivo o efeito adverso primário. Um índice global (IG) que resumia riscos e benefícios incluiu os dois desfechos primários, mais AVC, embolia pulmonar, câncer endometrial, câncer colo-retal, fratura de quadril e morte por outras causas. Após 5,2 anos de acompanhamento o comitê de monitorização dos dados e de segurança do estudo recomendou a interrupção do ensaio porque o teste estatístico para câncer invasivo de mama ultrapassou os limites predefinidos para interrupção e o índice global mostrou que os riscos superavam os benefícios. HR IC 95% DC 1,29 (1,02-1,63) CA 1,26 (1,00-1,59) IG 1,15 (1,03-1,28) A declaração CONSORT é uma importante ferramenta de pesquisa para melhorar a qualidade dos relatos de ensaios randomizados. A declaração está disponível em várias línguas e recebeu o endosso de periódicos proeminentes, tais como Lancet, Annals of Internal Medicine e o Journal of the American Medical Association. Seu valor crítico para pesquisadores, provedores de cuidados médicos, revisores (pareceristas), editores de periódicos e gestores da saúde é uma garantia daintegridade dos relatos de resultados de pesquisas. CONSORTCONSORT http://www.consort-statement.org/statement/revisedstatement.htm • CHECKLIST - ítens que precisam ser descritos no relatório; • FLUXOGRAMA – fornece aos leitores uma imagem clara do progresso de todos os participantes do ensaio, desde a randomização até o final da participação deles no estudo. OBJETIVO : Qualidade Padronização ���� Torna o processo experimental mais claro, seja ele imperfeito ou não. ���� Usuários dos dados podem avaliar adequadamente a validade do estudo. CONSORTCONSORT CONSORT Checklist of items to include when reporting a randomized trial PAPER SECTION And topic Item Description TITLE & ABSTRACT 1 How participants were allocated to interventions (e.g., "random allocation", "randomized", or "randomly assigned"). INTRODUCTION Background 2 Scientific background and explanation of rationale. METHODS Participants 3 Eligibility criteria for participants and the settings and locations where the data were collected. Interventions 4 Precise details of the interventions intended for each group and how and when they were actually administered. Objectives 5 Specific objectives and hypotheses. Outcomes 6 Clearly defined primary and secondary outcome measures and, when applicable, any methods used to enhance the quality of measurements (e.g., multiple observations, training of assessors). Sample size 7 How sample size was determined and, when applicable, explanation of any interim analyses and stopping rules. Randomization -- Sequence generation 8 Method used to generate the random allocation sequence, including details of any restrictions (e.g., blocking, stratification) Randomization -- Allocation concealment 9 Method used to implement the random allocation sequence (e.g., numbered containers or central telephone), clarifying whether the sequence was concealed until interventions were assigned. Randomization -- Implementation 10 Who generated the allocation sequence, who enrolled participants, and who assigned participants to their groups. Blinding (masking) 11 Whether or not participants, those administering the interventions, and those assessing the outcomes were blinded to group assignment. When relevant, how the success of blinding was evaluated. Statistical methods 12 Statistical methods used to compare groups for primary outcome(s); Methods for additional analyses, such as subgroup analyses and adjusted analyses. RESULTS Participant flow 13 Flow of participants through each stage (a diagram is strongly recommended). Specifically, for each group report the numbers of participants randomly assigned, receiving intended treatment, completing the study protocol, and analyzed for the primary outcome. Describe protocol deviations from study as planned, together with reasons. Recruitment 14 Dates defining the periods of recruitment and follow-up. Baseline data 15 Baseline demographic and clinical characteristics of each group. Numbers analyzed 16 Number of participants (denominator) in each group included in each analysis and whether the analysis was by "intention-to-treat". State the results in absolute numbers when feasible (e.g., 10/20, not 50%). Outcomes and estimation 17 For each primary and secondary outcome, a summary of results for each group, and the estimated effect size and its precision (e.g., 95% confidence interval). Ancillary analyses 18 Address multiplicity by reporting any other analyses performed, including subgroup analyses and adjusted analyses, indicating those pre-specified and those exploratory. Adverse events 19 All important adverse events or side effects in each intervention group. DISCUSSION Interpretation 20 Interpretation of the results, taking into account study hypotheses, sources of potential bias or imprecision and the dangers associated with multiplicity of analyses and outcomes. Generalizability 21 Generalizability (external validity) of the trial findings. Overall evidence 22 General interpretation of the results in the context of current evidence. FluxogramaFluxograma
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