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Contrato Administrativo

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PONTO XIX – DIREITO ADMINISTRATIVO
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (ITEM A)
CONCEITO DE CONTRATO ADMINISTRATIVO
O contrato administrativo, a segunda das três formas de manifestação de vontade juridicamente relevantes da Administração Pública, é uma espécie da categoria jurídica do contrato, que se contém, por sua vez, no gênero pacto, figura amplíssima da Teoria Geraldo Direito, que se caracteriza pela existência de algum tipo de conjugação harmônica de vontades.
Não basta, portanto, para a existência de um contrato administrativo, a manifestação de vontade unilateral da Administração Pública, como até aqui se estudou, sendo necessário que esta manifestação se concerte com a vontade de outro ente, par conformar, então, uma relação bilateral, em que os interesses das partes se compõem e se submetem a uma vontade comum, que emergirá do consenso, diferenciada das vontades individuais integradoras, e que as subordinará e passará a reger a relação assim formada.
Esta voluntária subordinação da Administração Pública à vontade ficta que emerge do contrato suscita o problema dos limites, que lhe são adstritos pela ordem jurídica, para submeter-se a uma outra fonte de manifestação de vontade que não a lei, isso por se tratar de uma relação que envolve o interesse público.
Distinguem-se, por isso, nos contratos, as cláusulas atinentes à finalidade pública, que são indisponíveis, das cláusulas que negociam interesses patrimoniais, que são disponíveis.
Por outro lado, nem todos os contratos da Administração Públicas são, necessariamente, contratos administrativos, uma vez que esta espécie exige, mais do que a outra, um acautelamento mais rigoroso do interesse público cuja satisfação, direta ou indireta, é pretendida pela via contratual, submetendo-se, em razão dessa peculiaridade, os contratos administrativos, sempre que a lei os discrimine com esta qualificação, a uma disciplina mais escrita, como se adiante exporá, embora, advirta-se, ambas as espécies incluem-se no gênero dos contratos públicos.
São, portanto, os contratos administrativos, manifestações de vontades recíprocas, sendo uma delas da Administração Pública, que, integradas pelo consenso, têm por objetivo a constituição de uma relação jurídica obrigacional , visando a atender, com prestações comutativas, a interesses distintos, um dos quais é público. 
Vale recordar, reforçando essa colocação, que a Administração também pode celebrar vários contratos em que nenhuma das prestações ajustadas esteja dirigida a satisfazer diretamente um interesse público, como tal especificamente definido em lei; mas, ainda que estes estejam sujeitos formalmente ao Direito Público, somente os contratos administrativos, caracterizados por preverem prestações de interesse público, a ele se submetem materialmente. 
Quanto à competência para legislar para legislar sobre a contratação com a Administração Pública, o que inclui a disciplina específica do contrato administrativo ativo, embora, em principio, cada âmbito administrativo, federal, estadual, distrital federal e municipal, deva ser regido por normas de direito público a serem editadas pelos respectivos Poderes Legislativos autônomos, todos os contratos celebrados pelas administrações públicas diretas e autárquicas ficaram sujeitos a uma normatividade geral básica, com reserva de competência da União (art. 22, XXVII, CF).
Submetem-se, assim, genérica e formalmente, todos os contratos celebrados pela Administração, ao estatuto nacional básico, contido na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e a esta mesma Lei agora específica e substantivamente, os contratos celebrados nas hipóteses nela nominadamente previstas, de obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações, ou seja, nos casos em que as prestações devidas à Administração foram legalmente pré-definidas como de interesse público. 
Está claro que, no exercício de suas respectivas competências concorrentes, nada impede que as demais unidades políticas de Federação, respeitadas as normas gerais, possam caracterizar outras modalidades de prestação como de interesse público, sujeitando, assim, os respectivos contratos ao regime público administrativo próprio. O que, obviamente , não poderão fazer essas unidades políticas e descaracterizar tanto aquelas que a Constituição já assim considerou: as concessões e permissões (art. 175, I, CF), e as obras, serviços, compra e alienações (arts, 37, XXI e 173, § 1º, III, CF), com as que a lei nacional referidas acrescentou: serviços e publicidade e locações (possibilitadas pela dicção genérica do art. 22, XXVII, CF).
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
Aos elementos do ato administrativo, como ato unilateral, deve-se acrescentar, para configurar a bilateralidade, mais dois elementos: a capacidade, da parte que contrata com a Administração, e o consenso, que entre ambas se produz, totalizando sete elementos. 
Competência
Este elemento se refere à expressão funcional qualitativa e quantitativa do poder estatal que a lei atribui às entidades, órgãos ou agentes públicos para vinculá-los contratualmente, valendo todas as demais considerações expendidas ao tê-lo estudado como elemento do ato administrativo. 
Finalidade 
Tanto quanto no ato administrativo, a finalidade pública é essencial ao contrato administrativo, que sempre se destinará a satisfazer o interesse público específico, caracterizado, explícita ou implicitamente, na lei e constante de cláusula obrigatória de seu instrumento.
Forma 
Do mesmo modo que o ato administrativo, o contrato é sempre formal, submetendo-se a dupla regência pública em matéria instrumental: a geral, do Direito Administrativo, e a específica, do Direito Financeiro, tendo como seu instrumento principal o termo ou a escritura pública. 
Os termos administrativos, lavrados em livros especiais dos entes públicos, têm a mesma fé atribuída aos assentamentos notariais. Consideram-se também formalidades específicas dos contratos as publicações e os registros exigidos em lei, como os que devem ser feitos nos tribunais de contas ou órgãos análogos. 
Motivo
O motivo deve ser entendido como o respaldo fático ou jurídico do contrato; um elemento que só tem relevância quanto à manifestação de vontade da Administração, que fica a ele vinculada. Todavia, no que se refere à manifestação de vontade do administrado, o motivo é irrelevante.
Objeto
O contrato visa sempre à constituição de uma relação jurídica, sempre uma relação obrigacional, que gera para as partes obrigações e recíprocos direitos de prestar e de exigir a prestação.
O conteúdo da obrigação da Administração será, basicamente, a de pagar uma quantia certa ou a de transferir o uso de um bem público, enquanto que, para a administrado, tanto poderá ser a de dar coisa certa, a de fazer, como a de pagar quantia certa.
Capacidade
Este elemento se refere exclusivamente à condição subjetiva da parte contratante privada para celebrar um contrato administrativo, sendo, em princípio, o Direito Privado que regulará as condições de validade da manifestação de vontade do particular. 
Registre-se, porém, que apenas a condição civil não é bastante para que as pessoas de direito privado celebram contrato comas pessoas administrativas. Duas outras condições subjetivas administrativas, uma negativa, outra positiva, são exigidas do administrado, para integrar-lhe a capacidade específica de contratar com o Poder Público: a condição negativa, que será a não estar impedido por uma sanção de inidoneidade par contratar com a Administração, e a condição positiva, que consistirá em estar habilitado, em licitação pública ou procedimento análogo,ou dela eximido, como adiante se tratará. 
Admite-se mencionar,portanto, uma capacidade administrativa contratual, que se acresce à capacidade civil do administrado, para indicar a satisfação desses requisitos subjetivos de maior extensão que os de Direito Privado, como, por exemplo, a idoneidade técnica e econômica, o que faz do contrato administrativo um contrato personalíssimo,realizado intuitu personae, vedando-se, em conseqüência, em princípio, a sub-rogação subjetiva. 
Consenso
Consenso é elemento essencial de todo o contrato, manifestando-se,no consentimento recíproco, a coincidência das vontades das partes relativamente ao objeto. 
A existência do consenso revela estarem ambas as partes contratantes desejando a mesma alteração no mundo jurídico que o ato bilateral se destina a produzir. 
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
Além das seis características, que são as mesmas do ato administrativo, imperatividade, existência, validade, eficácia, exeqüibilidade e executoriedade, acrescem-se cinco outras, que são próprias do contrato administrativo, a saber: bilateralidade, comutatividade, onerosidade, instabilidade e pessoalidade. 
Imperatividade
Realmente, se o interesse publico assim o exigir, a imperatividade natural do estado – que não se manifesta na constituição do vínculo – exsurgirá, para ditar sua modificação ou até a sua extinção, seja pela alteração, seja pela supressão do objeto indisponível, que contém aquele interesse público. Quanto ao objeto do consenso contratual voltado ao atendimento do interesse particular, ele não poderá ser alcançado e muito menos alterado por um ato de imperium, de modo que todas as obrigações patrimoniais assumidas pela Administração seguem a regra geral dos contratos – pacta sunt servanda. 
Existência
Esta característica resulta, simplesmente, da positiva integração dos elementos do contrato administrativo. Uma vez presentes seus sete elementos formadores, eles se integram e o ato é tido como existente. 
Validade
A Administração, apenas por se parte, infunde ao contrato esta característica, como uma presunção decorrente da sua existência regular, ou seja, enquanto não houver pronunciamento competente de invalidade.
Esta presunção geral de validade engloba as presunções específicas que a conformam: a de realidade, a de legalidade, a de legitimidade e a de licitude. 
Eficácia
O contrato administrativo, por ser presumidamente válido, torna-se, em princípio, operativo, embora eventualmente suspendível; neste caso, perdendo apenas sua exeqüibilidade, sem prejuízo da manutenção da eficácia
Exeqüibilidade
Segue-se este atributo de exeqüibilidade, que confere aos contratos administrativos a possibilidade de entrarem em execução imediata, independentemente de qualquer termo ou condição, salvo os estipulados em lei ou nos seus próprios instrumentos. 
Executoriedade
Do mesmo modo que se expôs quanto à características de imperatividade no ato administrativo, trata-se de um atributo latente no contrato administrativo, pois a executoriedade não se expressa em sua formação nem, tampouco, na sua formação nem, tampouco, na sua execução normal, manifestando-se, apenas, na execução anormal, quando a Administração deva aplicar penalidades ou desfazer o ajuste unilateralmente, ambas, modalidades excepcionais da eficácia contratual. 
Como a Administração não tem disponibilidade entre atender ou não atender o interesse público, nem, tampouco, a de reduzir, por ato próprio, o seu permanente dever de atendê-lo da melhor maneira, daí decorrer que todas as formas de intervenção unilateral, em que deva atuar para preservar suas prerrogativas irrenunciáveis, como, por exemplo, no exercício da fiscalização, na aplicação de penalidades e na alteração ou no desfazimento unilaterais do contrato, terão características executórias. 
Bilateralidade
Não se trata aqui da bilateralidade da formação de relação contratual, pois todo contrato é, por definição, um ato jurídico bilateral, mas da bilateralidade dos seus efeitos: neste sentido, o contrato administrativo é sinalagmático, porque cria obrigações recíprocas para as partes.
Comutatividade
Pelo contrato administrativo, assegura-se a equivalência das prestações recíprocas ajustadas, sempre apreciáveis em termos econômico-financeiros, com termo inicial contemporâneo à formação do vínculo contratual. 
Esta característica relacional da comutatividade, expressada no denominado equilíbrio econômico-financeiro do contrato, ou, em outra expressão, na equação financeira, que nele se estabelece entre as obrigações de ambas as partes, deve vir, por isso, explicita ou implicitamente ajustada inicialmente pelas partes e tem fundamental importância no contrato administrativo. 
Não obstante esta fixação inicial, o contrato administrativo se submete à influência de situações que podem comprometer esse equilíbrio econômico-financeiro existente no momento de sua celebração. 
Com efeito, além da prerrogativa, que tem a Administração, de alterar unilateralmente o objeto do contrato por motivos de interesse público, também a ocorrência do fato do príncipe ou do fato da administração pode justificar a alteração das cláusulas do contrato e até a sua rescisão. 
Por fato do príncipe, tem-se qualquer medida de ordem genérica, proveniente da atuação do Estado, que, indiferentemente, produza reflexos sobre um contrato administrativo, dificultando ou impedindo a sua execução. Na hipótese de desequilíbrio da equação econômico-financeira originalmente ajustadas, o contratado prejudicado tem direito à sua recomposição e, na de impossibilidade de fazê-la, o contrato poderá ser rescindido com perdas e danos em favor do administrador. 
Por fato da administração entende-se toda ação ou omissão da Administração Pública, como parte do contrato, que afete diretamente a execução do contrato administrativo, dificultando ou impedindo a sua execução. Como exemplo, pode ser lembrada a falta de desapropriação do local onde o contratado privado deva realizar uma obra pública. 
Para recompor o equilíbrio econômico-financeiro comprometido no contrato, sem, contudo, rompê-lo, o administrador conta com o reajustamento e a revisão. 
O reajustamento, fundado no contrato e de natureza consensual, e a revisão, fundada na eqüidade, extracontratual e pretoriana, cabível sempre que ocorrerem os pressupostos aludidos. 
O reajustamento contratual, que incidirá sobre cláusulas que exprimam prestações financeiras, sob a forma de preços ou de tarifas, é a solução para a correção de desequilíbrios que se situem dentro de uma razoável previsibilidade, como os que decorrem da desvalorização da moeda ou do encarecimento de insumos. O reajustamento atinge, assim, apenas o preço, para reequilibrá-lo. 
A revisão contratual incidirá sobre quaisquer cláusulas contratuais, como as que ajustem objeto, prazo e condições várias, sempre que uma insuportável carga para uma das partes e um enriquecimento sem causa para a outra decorram de eventos imprevisíveis que alterem pressupostos de fato de relevância existentes quando da formação do contrato.A revisão pode comprometer todo o contrato para reequilibrá-lo.
De resto, o reajustamento atinge apenas o preço, como elemento do contrato, ao passo que a revisão pode comprometer todo o contrato. 
Onerosidde
A gratuidade é estranha ao Direito Administrativo, sendo, ao revés, a reciprocidade das prestações de valor econômico um pressuposto da relação contratual administrativa. 
O Estado, por óbvio, poderá ser donatário ou cessionário de bens e de direitos, desde que exista quem s disponha a praticar liberalidades sem encargos ou que, se forem onerosas, tenham os respectivos ônus um valor econômico sensivelmente inferior ao do bem ou direito objeto da munificiência. 
Instabilidade 
Como o Estado, insista-se, ao administrar interesses públicos, não tem possibilidade jurídica de renunciar ou de alienar sua função constitucional de decidir sobre tudo o que se refira a seus serviços e a suas obras, cabe-lhe, a qualquer tempo, agindo discricionariamente, alterar essas prestações devidas pelo contratante privado e, até mesmo, levar à extinção o próprio contrato, decorrendo desta sua indisponível prerrogativa, a característica de instabilidade das cláusulas relativas ao interesse público. 
Pessoalidade
Este é o atributo de concentração pessoal do contrato administrativo, de modo que, uma vez determinado comquem a Administração deve ou pode contratar, o vínculo se torna exclusivo e excludente de qualquer alteração subjetiva.
O contrato administrativo é, portanto, intuitu personae, não admitindo cessão ou sub-rogação, salvo se previstas na forma de lei ou de suas cláusulas e sempre nas circunstâncias estritamente consideradas. 
OS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS NA LEGISLAÇÃO
Generalidades
A Constituição reservou à União a competência para legislar sobre normas gerais de contratação, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais dela própria, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios , no tocante às respectivas obras, serviços, compras e alienações. (art. 22, XXVII, c/c art. 37, XXI, CF).
Nessas condições, a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, trata de contratos da administração pública, com o sentido constitucionalmente atribuído, provendo sobre suas cláusulas necessárias (art. 55), seu regime jurídico próprio (art. 58), sua formalização (art. 60 e segs), sua alteração (art. 65), seu regime jurídico próprio (art. 58), sua formalização (art. 60 e segs), sua alteração (art. 65), sua execução (art. 66 e segs) e sua inexecução e rescisão (art. 77 e segs), sem que, contudo , em suas normas se defina uma tipicidade cerrada, que restrinja novas definições. 
Contrato administrativo em espécie
Ainda no exercício de sua competência par legislar sobre normas gerais de contratação para as administrações públicas (art. 22, XXVII, CF), a União disciplinou, especificamente, certos contratos administrativos: o de obras, o de serviços (inclusive de publicidade), o de compra, o de alienação, o de concessão, o de permissão e o de locação (art. 2º das Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993).
Excluídas as modalidades dos contratos de concessão e de permissão, que serão estudados no Capítulo dos Serviços Públicos, registrem-se algumas observações sobre aquelas especificamente nomeadas no art. 37, XXI, da Constituição, e reproduzidas no art. 1º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, elencos que se diferenciam apenas porque na Lei se destaca, com intenção meramente clarificadora, a modalidade de serviços de publicidade. 
Contrato de obras e serviços
Modalidade de ampla utilização, possivelmente uma das que mais investimentos demanda, principalmente no ramo da engenharia, essa contratação pode ser feita, segundo quatro regimes: a empreitada por preço global, a empreitada por preço unitário, a tarefa e a empreitada integral (art. 6º, VIII, e art. 10, II, da Lei citada). 
Contrato de compra
Esta espécie, de extensa utilização, se presta à aquisição de bens, devidamente caracterizados, necessários às atividades da Administração, seja de uma só vez ou parceladamente. 
Aplicam-se à modalidade o princípio setorial do prévio registro administrativo de preços praticados no mercado e o princípio setorial das padronização (art. 14 e 15, da Lei citada).
Contrato de alienação
A alienação de bens públicos é forma excepcional de gestão patrimonial e, por isso, subordina-se à existência justificada de interesse público específico, dependendo de prévia avaliação de bem e, em regra, de licitação (art. 17, da Lei citada).
A alienação de bens imóveis poderá ser feita por vendas, dação em pagamento, doação e permita, sendo que apenas no primeiro caso é exigível a licitação, na modalidade de concorrência (art. 17, I, da Lei citada). A norma geral federal inclui ainda a investidura, o que é claramente um equívoco, uma vez que esse instituto, de Direito Administrativo, do seu ramo Urbanístico, não tem natureza contratual, independendo da vontade do senhorio do imóvel privado ao qual acede, compulsoriamente, o remanescente de imóvel público. 
Quanto aos bens imóveis, admitem a venda, precedida de licitação, salvo no caso de vendas de ações (negociáveis em bolsa) ou de títulos, de venda de bens produzidos ou comercializados pela própria Administração Pública ed e venda de materiais e de equipamentos para outras entidades administrativas, sem utilização previsível por quem deles dispõe (art. 17, II, da Lei citada). 
Contrato de locação
O que se prevê é que a Administração tome em locação bens privados, móveis ou imóveis de que necessite para suas atividades, justificado o interesse público específico, como requisito de validade do contrato. 
Não obstante ter sido arrolado pelo legislador federal como “contrato administrativo” (art. 1º, da Lei citadas), trata-se de um contrato da administração, regido predominantemente por normas de direito privado, tanto quanto o são outros tipos de contratos celebrados pela Administração, como o de seguro e o de financiamento, embora mencionados no mesmo diploma (art. 62, § 3º, I da Lei citada).
Aplicam-se-lhes, porém, as normas gerais que disponham sobre Direito Financeiro (art. 55, da Lei citada) e,mesmo que não tivessem sido explicitadas as prerrogativas indisponíveis da Administração de dicção e defesa do interesse publico específico a ela cometido. 
Inversamente, se a Administração dá em locação um bem público, o regime contratual será público e, na ausência de norma geral nacional sobre o instituto da concessão de bens públicos, seu conteúdo poderá ser objeto de disciplina pelos próprios entes políticos titulares do domínio (art. 18, d CF).
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITEM B)
Controle interno (auto tutela)
Controle externo (parlamentar e jurisdicional)
- de ofício		prévio – ato composto
Controle interno					posterior - revogaçao
								 - anulação
				Provocado		direito de petição
				HELY		representação		reclamação
						 adm.		 adm.
					denuncia de uma 		defesa de 
					 irregularidade		interesse próprio
Nós temos duas grandes formas de controle na a Adm. Pública: o controle interno (que é o estudado pelo direito administrativo, é a autotutela administrativa, é a Administração controlando os seus próprios atos) e o controle externo (parlamentar: com o auxílio do Tribunal de Contas; e jurisdicional). 
CONTROLE INTERNO
No estudo do controle interno, encontramos o controle de ofício e o controle provocado. 
O controle de ofício é aquele feito pela própria Adm. pública. O controle de ofício se divide em controle prévio e posterior. 
O controle de ofício prévio não fere a presunção de legalidade e legitimidade do ato, porque é feito pela própria Administração, em função de sua hierarquia. Seria irregular se o controle prévio fosse feito pelo legislativo ou judiciário. 
O controle de ofício prévio é representado, em regra, por aqueles atos chamados de homologação e aprovação (ato administrativo composto). O ato só produzirá efeito se ratificado pela autoridade superior. No ato composto temos 2 agentes fazendo 2 atos. Um é o ato principal, que só entra em vigor quando o ato acessório, de controle,vier dar a sua exeqüibilidade ou eficácia. 
Ex: O ato de dispensa de licitação só produz efeito se aprovado pela autoridade superior. É um controle prévio, porque o ato só pode produzir efeito quando a autoridade superior analisar o que foi feito pelo subalterno e concordar com o que foi feito, através da aprovação ou homologação. É um controle prévio feito pela autoridade hierarquicamente superior àquela que realizou o ato. É um controle que dará a exeqüibilidade, ou eficácia, do ato. É um controle de ofício prévio. 
No controle de ofício posterior temos 2 atos: revogação e anulação. Já fizemos esse estudo, quando discutimos o ato administrativo. O ato está feito, e vem a autoridade superior e o revoga ou o anula, dependendo da situação. Revoga-se por conveniência e oportunidade. Anula-se por ilegalidade. É o controle posterior, porque o ato já está pronto, e está sendo revisto internamente.
Então, o controle interno de ofício ora é prévio (ato composto = homologação, aprovação, referendo, visto) ora posterior (anulação e revogação).
A principal diferença entre homologação e aprovação dos atos que compõem o controle de ofício prévio é quanto à amplitude de atuação desses atos. Há um entendimento de que a homologaçãoapenas controla a legalidade, seria uma análise da legalidade para que o ato passe a produzir efeitos. A aprovação seria uma análise da legalidade e do mérito (conveniência e oportunidade). É algo mais. A autoridade superior hierárquica tem o poder de analisar o mérito, porque é controle interno. 
O controle interno provocado é aquele que vem através do “direito de petição” aos órgãos públicos (art. 5º, XXXIV, a, CRFB). O cidadão provoca a estrutura administrativa.
O Hely Lopes Meirelles trata do tema trazendo duas formas de se provocar o Poder Público (isto antes do direito de petição), que, hoje, o prof entende como espécie do direito de petição: representação administrativa e reclamação administrativa. 
A representação administrativa é uma denúncia de irregularidade,na defesa do interesse publico, geral, para que seja apurada. 
Na reclamação administrativa o cidadão defende interesse próprio. O cidadão tem interesse na questão. Trata-se de um direito de quem está reclamado, em razão do ato do Poder publico estar lhe causando prejuízo. 
Quando estudamos servidor publico vimos as fases do processo administrativo. Basicamente o procedimento é o mesmo: instauração, inquérito e julgamento. Devemos aplicar aqui, também, os princípios do processo administrativo (princípio do informalismo, da oficialidade, etc)
Em matéria de direito de petição a regra é a prescrição qüinqüenal, salvo lei expressa dando um outro prazo. 
Devemos, também, na aula sobre servidor público, aplicar aqui o que estudamos sobre a coisa julgada administrativa, que, como já vimos, não é um termo muito próprio, porque na verdade, a coisa julgada só ocorre no PJ (princípio de jurisdição uma). Podemos admitir, no máximo, a chamada coisa julgada formal, por ter se exaurido a fase administrativa, podendo-se ir a juízo para redescutir a matéria. 
CONTROLE EXTERNO
É feito através do controle jurisdicional e parlamentar. 
Quando ao controle jurisdicional, o que é importante saber é até onde o PJ pode ir no controle do ato discricionário. Já vimos tal matéria, elencando,inclusive, as 4 teorias que controlam o ato discricionário em juízo. Este tema já foi esgotado na aula de ato administrativo.
Obs: os remédios constitucionais devem ser estudados em livros de processo civil. 
O Controle parlamentar é feito, significativamente, via Tribunal de Contas. Mas, há controle feito direto pelo Parlamento, pelo PL, sem a atuação do Tribunal de Contas. Ex: quem vai processar o Presidente da República, mediante autorização da Câmara do Deputado, e em relação de responsabilidade administrativa, é o Senado Federal. É o próprio legislativo controlando o executivo através de um processo contra o Presidente da República. 
Hoje, temos também as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), que são meramente informativas e não punitivas. A CPI não pode punir ninguém. A própria Constituição, quando regula a CPI, art. 58, § 3º, nos fala em “poderes de investigação” e que suas conclusões serão encaminhadas ao MP, pra que se promova a responsabilidade dos infratores. A CPI apenas informa ao MP, que iniciará o processo de punição dos responsáveis. Essa informação é levada através de um relatório conclusivo. 
No controle parlamentar o que chama mais atenção é a atuação do Tribunal de Contas, que, a partir da Constituição /88 passou a ser um órgão independente, mesmo ainda sendo um órgão auxiliar do legislativo (ver. Inc. IV do art. 71, CRFB). O Tribunal de Contas pode realizar por iniciativa próprias inspeções e auditorias. Antes, ele só agia mediante pedido do legislativo. 
O art. 70 da CRFB dá ao Tribunal de Contas uma grande força para controlar o ato administrativo (quanto à legalidade, legitimidade, economicidade...) O CN, com o auxílio do Tribunal de Contas, poderá fazer esse controle. Este art. Dá ao Tribunal de Contas uma amplitude no seu controle, talvez maior, mais nítido, até do que o próprio controle jurisdicional, que enfrenta resistência para controlar a razoabilidade do ato administrativo, o que não ocorre com o controle pelo Tribunal de Contas (PL). Infelizmente os Tribunais de Contas não perceberam a importância disso. Extrapolado o limite do razoável (ex. poste de R$ 8.000,00), o Tribunal de Contas tem força para atuar, sustando o ato. Mas, não se pode afirmar que o Tribunal de Contas possa invadir o mérito do ato administrativo, que é insindicável, é ato político e discricionário do chefe do executivo. 
Qual a força da decisão do Tribunal de Contas?
O Tribunal de Contas não é órgão jurisdicional e sim administrativo, auxilia o legislativo. Então, uma decisão do Tribunal de Contas não é jurisdicional e sim legislativa. Assim, a força das decisões do Tribunal de Contas está no § 3º do art. 71 da CRFB. Se decisão impor o pagamento de um débito ou de uma multa, terá força de um título executivo. 
Quanto ao controle dos contratos administrativos temos uma peculiaridade. O Tribunal de Contas não pode sustar contrato administrativo. Tem que pedir ao legislativo que tome providências quanto ao contrato (§ 1º do art. 71, CRFB), devendo o legislador solicitar ao PE as medidas cabíveis. E se esses ofícios não forem atendidos? O § 2º do art. 71, CRFB diz que o Tribunal decidirá a respeito. Ora, a única coisa que o Tribunal pode fazer é encaminhar um ofício para o MP, para que tome as providências via PJ. Só poderá provocar o MP, federal ou estadual, para que ele tome as providências, a fim de sustar o contrato administrativo que o Tribunal encontrou irregularidades, ignoradas pelo legislativo ou pelo executivo. A constituição tira essa força do Tribunal de Contas. 
LICITAÇÕES (ITEM C)
Conceito de Licitação
A formação do vínculo contratual administrativo entre o Estado e o administrado, entretanto, não se estabelece livremente, ao exclusivo alvedrio dos contratantes. A igualdade jurídica dos administrados perante a lei e o interesse público de obter as melhores condições contratuais confluem para a afirmação constitucional do princípio da licitação (CF, art. 37, XXI). 
Em que pese a observação feita, serão aqui utilizadas as expressões licitação bem como processo licitatório, para definir a série de atos administrativos coordenados destinados a selecionar a proposta de contrato mais vantajosa para a Administração Pública.
A habilitação do administrado licitante para participar do processo licitatório, erige-se, portanto, em ato condição para a celebração de contrato administrativo, instituído por uma norma de assento constitucional (art. 37, XXI), que só será afastado excepcionalmente, em casos de força maior, de prestações personalíssimas , de contratações de pequeno vulto e em outras hipóteses de definição legal, que vierem a ser categorizadas como casos de dispensa e de inexigibilidade. 
Por conceito, portanto, a licitação é um processo administrativo vinculado destinado a selecionar o interessado que proponha contratar nas melhores condições para a Administração.
É um processo, porque envolve uma série de atos autônomos coordenados, que visam a uma finalidade definida; vinculado, porque, uma vez iniciado, o seu procedimento não se pode afastar das regras prefixadas; destinado a selecionar, porque tem como objeto a escolha de um determinado sujeito – o licitante – em função de um objeto – a proposta; que proponha, porque o oferecimento não parte da Administração, como à primeira vista pareceria, mas do licitante; e, finalmente, nas melhores condições , significando não apenas o menor preço, mas, com maior amplitude, as maiores vantagens que possam ser obtidas para a Administração, tal como, previamente, venham a ser definidas no instrumento convocatório. 
Princípios setoriais da Licitação
O instituto da licitação se fundamenta em princípios gerais, os da competição e da igualdade, que lhe são fundamentais, e os da legalidade, da legitimidade, da publicidade e da moralidade e, também em princípios setoriais, os da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e do sigilo. 
O princípio da competição é o mais importantee orienta todo o processo, uma vez que sobre ele se fundamenta a busca de uma justificada desigualação dos licitantes, o que se obtém pela identificação final da vantagem pretendida pela Administração, oferecida por um dos licitantes. 
Segue-se o princípio da igualdade, que determina o tratamento paritário dos administradores (art. 37, XXI, CF), de modo que os licitantes só possam ser desigualados por critérios objetivos, previstos na lei ou no edital, que convirjam para a busca da proposta mais vantajosa.
Seguem-se outros quatro princípios gerais: da legalidade, da legitimidade, da publicidade e da moralidade.
O princípio da legalidade exige a submissão substantiva e formal do processo licitatório às normas que o regem, contidas na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, editado em nível de normas gerais para todas as entidades administrativas, e em nível de normas específicas par as entidades administrativas da União, bem como às leis estaduais, distritais-federais e municipais, em nível de normas específicas pra cada unidade da Federação.
O princípio da legitimidade exige a orientação de todo o processo à finalidade pública. A melhor solução, a ser buscada no processo licitatório, só pode ser a que se apresente, em termos claros e precisos, como a mais vantajosa para o atendimento do específico interesse publico, que deverá ser satisfeito pela prestação privada, ajustada no futuro contrato, daí este princípio informar, por seu turno, o do julgamento objetivo.
O princípio da publicidade, de natureza instrumental, aplica-se amplamente às licitações, para assegurar, pelo amplo conhecimento a ser proporcionado de todos os atos do processo, que todos os demais princípios serão documentadamente observados. A publicidade só poderá ser limitada no interesse público, por aplicação expressa e excepcionalmente prevista, do princípio setorial redutor do sigilo. 
O princípio da moralidade, desdobrado nas espécies gêmeas, da moralidade administrativa e da probidade administrativa, acresce um balizamento de licitude, devido no comportamento público, além da legalidade escrita e da legitimidade apropriada. 
Por derradeiro, os princípios setoriais da licitação são os da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e do sigilo. 
O princípio da vinculação ao instrumento convocatório exige que todo o processo licitatório se submeta, em todos seus atos, às regras que forem especificamente baixadas para a licitação anunciada, sob a forma de edital ou de convite, inclusive e notadamente, as que definam os critérios para julgamento. Nenhuma decisão, interlocutória ou final, poderá ser tomada pela Administração se não estiver tríplice e rigorosamente vinculada: à lei, ao regulamento e aos termos desse ato convocatório. 
O princípio do julgamento objetivo exige que o ato administrativo decisório, através do qual a Administração seleciona a proposta mais vantajosa, restrinja-se a aplicar apenas os critérios quantitativos e qualitativos também tríplice vinculados: previstos na lei, no regulamento e, especificamente, no ato convocatório. 
Este princípio setorial informa também a desejada objetividade do julgamento quanto à pessoa do licitante, vale dizer: não importa quem licita, mas o que se oferece, à Administração, com vantagem, desde eu prevista em tese no instrumento convocatório.
Recorde-se que a motivação da decisão é constitucionalmente obrigatória (art. 93, X), o que, no caso, obriga a expressa remissão aos critérios considerados no julgamento. 
O princípio do sigilo apresenta várias aplicações. Informa, instrumentalmente, certas fases do processo licitatório, de modo a garantir sua impessoalidade e, assim, em última análise, resguarda a igualdade das partes licitantes. Por outro lado, o sigilo é fundamental na modalidade concorrencial, uma vez que o julgamento da habilitação dos licitantes deve ser feito sem o conhecimento das propostas. Determina, ainda, a vedação de acesso ao conteúdo das peças licitatórias apresentadas pelos concorrentes (documentação de habilitação e proposta) antes da abertura públicas previstas no ato convocatório. E, por fim, poderá, ocasionalmente, se invocado para afastar a licitação, quando sua divulgação puder comprometer a segurança do País. 
As Licitações no Direito Positivo
A Constituição reservou à União a competência para legislar sobre normas gerais de licitação para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais, dela própria, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, como condição para contratarem as respectivas obras, serviços, compras e alienações (art. 22, XXVII, c/c art. 37, XXI, CF)
Também em nível de normas gerais, a União tem competência para dispor sobre licitação para a contratação de obras, serviços, compras e alienações por empresas públicas, sociedades de economia mista e de suas subsidiárias, que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou prestação de serviços, como um dos conteúdos das lei que deverá baixar o estatuto jurídico dessas entidade (art. 22, XXVII, c/c art. 173, § 1º, III, CF).
A legislação federal sobre licitações, bem como sobre contratos administrativos pertinentes obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, é a referida Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que contém normas gerais para dadas as esferas federativas e normas específicas pra a União. 
Modalidades licitatórias
Estão previstas seis modalidades licitatórias: a concorrência, a tomada de preço convite, o concurso, o leilão e o pregão. 
A concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
A tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior á data do recebimento das propostas, observadas a necessária qualificação. 
O convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três unidades administrativas, a qual afixará em local apropriado cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade, que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas de apresentação das propostas. 
O concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalhos técnico, científico ou artístico, mediante instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial, com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. 
O leilão e a modalidade de licitação entre quaisquer interessados par a venda de bens móveis inservíveis para a Administração, ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, a quem oferecer a maior lance, igual ou superior ao da avaliação. 
O pregão, recentemente introduzido, como sexta modalidade licitatória, pela Medida Provisória nº 2.108-10, de 26 de janeiro de 2001, destina-se à aquisição de bens e serviços comum, promovida exclusivamente no âmbito da União, qualquer que seja o valor estimado de contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública. 
Afastamento da licitação
As exceções ao princípio licitatório definem-se infraconstitucionalmente e são de direito estrito, não cabendo estende-las nem interpreta-las ampliativamente. São duas: a dispensa e a inexigibilidade. 
A licitação é dispensável quando existam razões, legalmente previstas, que recomendem ou reconheçam a desnecessidade da competição. 
A licitação é inexigível quando, por quaisquer motivos, fáticos ou jurídicos, possa caracterizar-se a inviabilidade da competição. 
Habilitação
A Constituição, paragarantir o primado da competição, restringe a duas as exigências possíveis de habilitação para licitar contratos com o Poder Público: qualificação técnica e qualificação econômica (art. 37, XXI). 
A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, amplia, contudo, a quatro as exigências para a habilitação de interessados nos certames: habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômica-financeira e, em acréscimo, regularidade fiscal. 
A primeira delas, por suas características gerais, não vem a ser uma condição para o contrato administrativo, mas, na verdade, um elemento para a validade de qualquer tipo de contrato; a segunda e a terceira têm o respaldo constitucional indicado; quarta,porém, exorbita, inovando um condicionamento estranho à finalidade pública específica das licitação, que é a de captar a proposta mais vantajosa. 
Processo e julgamento
A seqüência de atos administrativos, que deverá culminar com a adjudicação do objeto da licitação ao vencedor, caracteriza um processo legal, inafastável mesmo por acordo das partes, comportando,porém, variações procedimentais, como, em casos especiais, considerado o valor estimado, que deverá ser precedido de audiência pública (art. 39, da Lei citada).
Destaque-se, no processo licitatório, a vinculação ao edital (arts. 39, I, e 41), a produção de atas e relatórios da comissão julgadora (art. 3ª, V), os atos de adjudicação e de homologação (art. 3º, VII), o procedimento vinculado (art. 43) e, com grande importância, a rigorosa observância dos critérios objetivos definidos no edital ou no convite (art. 44), em relação aos quais se poderá distinguir três tipos de licitação: a de menor preço, a de melhor técnica e a de técnica e preço (art. 45, todos da Lei citada).

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