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Influência do Capitalismo na Subjetividade

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Laura Lima Silva
Psicologia Social – 4º período do Bacharelado em Psicologia (UPE)
GUATARRI, F.; ROLNIK, S. Cultura: um conceito reacionário; Subjetividade e História. In: Micropolítica: Cartografias do desejo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1986. p. 15-36. 
Apresente e discuta criticamente a ideia ou argumentação principal do texto.
Os autores trazem como tema central nestes dois capítulos a discussão sobre a intervenção da cultura e do capital no processo de formação do sujeito e da sua subjetividade. O conceito de subjetividade, sendo esta produzida através de um processo no qual ocorre a produção de sentido a partir de agenciamentos diversos – estes compostos por relações materiais e significações a elas atribuídas – é a base para toda a análise realizada neste fragmento desta obra. O processo de construção da subjetividade é analisado e discutido através do contexto do sistema capitalista predominante, pautado no capital e na produção, assim como na busca pela massificação do pensar e do agir. Dessa forma, este processo é perpassado pelas influencias desse capitalismo e pela possibilidade de composição do indivíduo a partir de “múltiplos componentes de subjetividade” além de uma subjetividade mais ampla, sendo esta a “subjetividade capitalística” (GUATARRI, ROLNIK, 1986, p.34). Além da discussão acerca do caráter constitutivo e processual da subjetividade, os autores também abordam as questões referentes aos processos de singularização possíveis de serem realizados por meio de aspectos individuais do sujeito. 
Guatarri e Rolnik trazem a forte influência do capital e da própria cultura sobre a formação subjetiva do sujeito. As implicações sociais deste processo também auxiliam na compreensão de alguns fenômenos que podem ser observados atualmente, o que ajuda na integração dos saberes e em certa comprovação observável dos conceitos esclarecidos pelos autores. No que se refere a este ponto, os exemplos trazidos por estes também auxiliam no entendimento dos conceitos e nos processos que são descritos através dos capítulos. Porém, o texto torna-se algumas vezes repetitivo, trazendo pontuações semelhantes, apenas organizadas de maneiras diferentes. Com a recorrência destes argumentos e/ou afirmações a compreensão aparenta não evoluir de maneira tão fluida, apresentando involuções que podem, em alguns momentos específicos do texto atrapalhar a continuidade do raciocínio e da construção da reflexão que está sendo apresentada. 
De que modo este texto contribui à sua formação profissional ou à Psicologia como ciência e profissão?
Compreender as repercussões do atual sistema socioeconômico sobre o indivíduo e também sobre a maneira como este passa a atribuir signos e perceber o mundo a seu redor influencia significativamente nas possibilidades de fazer Psicologia. Mostra-se necessário o entendimento do contexto no qual os sujeitos estão inseridos, para que se possa identificar os significados que estes atribuem as suas percepções, tanto do mundo como de si mesmos. Também é importante para que o próprio psicólogo possa atribuir sentidos a fala e ao modo de estar no mundo destes sujeitos, apresentando-se então uma forma de analisar a(s) sua(s) subjetividade(s). Além disso, perceber as formas pelas quais o sujeito individualiza e torna suas percepções singulares também traz benefícios para a prática da Psicologia. Tendo em vista que estas auxiliam o profissional a compreender as inclinações e influencias de cunho pessoal do sujeito, podendo atuar de maneira significativa sobre a subjetividade capitalística que tende a massificar o agir e o pensar, tornando, de certa forma, cada indivíduo único – apesar das influencias da subjetividade social – devendo ser encarado pelo psicólogo como tal. Todas estas implicações provenientes do processo de subjetivação trazem à tona a importância da escuta imparcial e sem julgamento na Psicologia, devido as diferentes facetas que podem emergir em diferentes indivíduos. Também pode ser destacada a ineficácia de “fórmulas” ou tratamentos definitivos a serem utilizados pelo profissional em Psicologia, tendo por base a capacidade de individualização de cada sujeito. Dessa forma, é essencial a compreensão do psicólogo de que a realização de intervenções e formação de vínculos devem ser específicos para cada sujeito, tendo como base a subjetividade deste. 
 Destaque um trecho do texto que mais tenha lhe chamado a atenção e discuta-o, refletindo criticamente.
“[...] temos que retomar o espaço de farsa, produzindo, inventando subjetividades delirantes que, num embate com a subjetividade capitalística, a façam desmoronar. ” (GUATARRI, ROLNIK, 1986, p.30)
Os autores apresentam durante todo o texto a maneira pela qual o capitalismo exerce forte influência sobre a produção de subjetividade, denominando até mesmo de produção de subjetividade capitalística este processo, que resulta em indivíduos normalizados e engessados. No entanto, os próprios sujeitos devem agir, de modo a irem de encontro a essa massificação (pensamentos e comportamentos) e da docilização de seus corpos, agir de modo reacionário a essas imposições que muitas vezes não dão espaço para a construção de significação pautada no próprio indivíduos e nas suas próprias concepções. A subjetividade capitalística castra o indivíduo, o torna sujeito as ideologias dominantes daqueles que detêm os meios de produção, descontruir o processo de construção do sujeito a partir desse olhar único é essencial para que novas subjetividades possam emergir. É importante, porém, ressaltar que não se visa a produção de novas subjetividades que venham a substituir a subjetividade capitalística em seu papel dominante, pelo contrário. A produção de novas subjetividades seria interessante tendo como ponto de partida as singularidades de cada sujeito, as suas inclinações pessoais e as características de cada indivíduo, visando não outros tipos de massificação (processo semelhante ao que ocorre atualmente através do capitalismo), mas novas formas de significar o mundo. Não se deve buscar mais do mesmo, apenas com outras denominações e bases teóricas ou socioeconômicas, mas sim novas construções pautadas na diversidade e na valorização do novo e singular, destacando a importância do desenvolvimento de um pensamento crítico. Desconstruir e dar lugar para o novo, não apenas remodelar o que já está posto. 
Formule uma pergunta crítico-reflexiva acerca do texto e responda-a.
Os autores abordam a existência de uma produção de subjetividade inconsciente, assim como o que acontece quando sonhamos e/ou fantasiamos. Discorra sobre esse processo e as suas implicações.
No decorrer dos anos, o pensamento e as significações provenientes do sistema capitalista passaram a se aderir de forma quase automática na constituição dos sujeitos. Os indivíduos “sofrem” o processo de produção da subjetividade capitalística sem tomarem consciência disto, o que exemplifica a ausência de criticidade deste, tendo em vista que não são levantas indagações acerca dos signos que são atribuídos, estes são apenas aceitados como verdades. Portanto, estes significados passam a ser internalizados de maneira passiva, auxiliando na construção de uma sociedade que possui seus alicerces nas ideias e pensamentos daqueles que estão no poder, transformando os indivíduos apenas em reproduções, o que envolve os seus aspectos negativos (preconceitos, estereótipos, etc.) que se perpetuam sem novas significações.

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