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Crimes dolosos e culposos

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Crime impossível 
Também chamado de tentativa inidônea, quase-crime, crime oco, tentativa impossível.
O agente inicia o plano criminoso, mas não alcança a consumação, que nunca poderá ocorrer. 
O agente tem o dolo de praticar o crime, mas os meios ou objetos são ineficazes, jamais irão produzir o resultado naturalístico. Ex: matar alguém com faca de brinquedo, matar alguém que já está morto.
É causa de exclusão da tipicidade. Não será punido. 
A ineficácia ou impropriedade devem ser absolutas. Se relativas, haverá tentativa. Adoção da teoria objetiva temperada ou moderada.
A verificação da idoneidade do meio é feita no caso concreto. 
Exemplo de ineficácia absoluta do objeto material do crime: disparos com intenção de matar em indivíduo já morto; mulher que, supondo gravidez, ingere remédio abortivo, mas na realidade não existe gravidez.
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
Doloso: o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Culposo: o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia;
Preterdoloso ou preterintencional: o resultado total é mais gravoso do que o pretendido pelo agente.
Crime doloso 
É a vontade e consciência de realizar os elementos do tipo penal.
A consciência é a decisão da ação. O agente deve saber exatamente aquilo que faz para que seja possível atribuir o resultado a título de dolo. Ex: no homicídio, deve saber que mata outra pessoa. No roubo, deve saber que subtrai coisa alheia móvel. 
A vontade é a decisão de querer/aceitar realizar. A coação física afasta a vontade e, portanto, a conduta.
Para a teoria finalista, o dolo é natural, isto é, não é normativo. A consciência da ilicitude situa-se no campo da culpabilidade.
Todo crime é doloso. A punição pela prática de conduta culposa deve estar expressamente prevista em lei.
Ex: não está previsto em lei que se eu esbarrar em uma arte de vidro e derrubar sem querer será crime culposo, então só responderá na área cível para a reparação do dano.
Teorias adotadas pelo CP
Teoria da vontade: em relação ao dolo direto, evidenciada expressão “quis o resultado”.
Teoria do assentimento, do consentimento ou da assunção: quanto ao dolo eventual, no que se refere à expressão “assumiu o risco de produzi-lo”.
Espécies de dolo
Dolo direto: determinado, incondicionado. A vontade do agente é direcionada a determinado resultado. Conduta direta e finalisticamente dirigida ao resultado.
Dolo indireto: a vontade do agente não está dirigida a um resultado determinado. Se divide em alternativo e eventual.
Dolo indireto alternativo: o agente busca, indistintamente, um resultado ou outro, com igual intensidade. Exemplo: agente que atira para matar ou ferir. Responderá, conforme a teoria da vontade, pelo crime mais grave, ainda que tentado;
Dolo indireto eventual: o agente prevê uma pluralidade de resultados, mas sua intenção se dirige a um, aceitando, porém o outro. O agente considera seriamente como possível a realização do tipo legal e se conforma com ela. Exemplo: quero ferir, mas aceito matar (atuação com indiferença quanto aos resultados possíveis).
A jurisprudência tem uma tendência de identificar dolo eventual em crimes graves de trânsito. Ex: racha.
Crime culposo 
Quando o agente deu causa ao resultado por negligência, imprudência ou imperícia.
São tipos penais abertos. No caso concreto, o magistrado irá determinar se foi negligência, imprudência ou imperícia. Não é determinado em lei os casos de classificação de cada tipo culposo.
Não há violação ao princípio da legalidade, uma vez que a própria natureza dos crimes culposos impede a descrição exata de todos os comportamentos suscetíveis de ocorrência.
Conduta culposa: conduta voluntária (ação ou omissão) que produz um resultado ilícito não desejado pelo agente, mas que foi por ele previsto ou lhe era previsível.
O dever objetivo de cuidado é dirigido a todos, que devemos nos atentar para as regras de convivência social, ainda que não expressas ou escritas, a fim de que haja harmonia.
Modalidades de culpa 
Imprudência: o agente atua de forma afoita, ou seja, sem a observância das cautelas necessárias. Prática de um ato perigoso, sem os cuidados que o caso requer. Exemplos: direção em excesso de velocidade ou a limpeza de uma arma municiada. Ambas as condutas configuram a prática de ato perigoso.
Negligência: ausência de precaução. Omissão de um agir cuidadoso. É deixar de fazer algo que a diligência normal impunha. Ex: deixar arma ou medicamentos acessíveis a crianças.
Imperícia: falta de aptidão técnica para o exercício de arte, profissão ou ofício. Também chamada de culpa profissional. 
As modalidades de culpa podem coexistir no mesmo fato, sendo possível atuar em um mesmo tempo com negligência e imprudência.
Elementos do crime culposo 
Conduta voluntária, comissiva ou omissiva: a vontade do agente limita-se à realização da conduta perigosa, e não à produção do resultado naturalístico.
Violação do dever objetivo de cuidado: imprudência, negligência ou imperícia. Regras básicas para o convívio social.
Resultado naturalístico involuntário (não querido, nem assumido pelo agente): em regra, o crime culposo é material, isto é, modifica o mundo dos fatos.
Nexo causal: relação de causa e efeito entre a conduta voluntária perigosa e o resultado involuntário.
Tipicidade: subsunção do fato ao modelo previsto em lei.
Previsibilidade objetiva.
Previsibilidade objetiva 
O agente que pratica o crime culposo é aquele que não foi capaz de prever um resultado que qualquer um de nós estaria apto a perceber, sendo essa a principal justificativa para a punição de sua conduta culposa, uma vez que ele não se preocupou em considerar ou atentar-se a aquilo que lhe era apto.
É a possibilidade do homem médio (pessoa comum), segundo a experiência geral, prever o resultado. O agente tem possibilidade de conhecer o perigo que a sua conduta gera a um determinado bem jurídico.
Culpa consciente x culpa inconsciente 
Ausência de previsão: em regra, nos crimes culposos, o agente não prevê um resultado objetivamente previsível pelo homem médio. Nesse caso, tem-se a culpa inconsciente ou comum.
Culpa consciente é aquela em que o agente, embora prevendo o resultado, não deixa de praticar a conduta, acreditando, sinceramente, que este resultado não vai ocorrer. O resultado, embora previsto, não é assumido, nem aceito pelo agente, que confia na sua não ocorrência.
Espécies de culpa 
Culpa inconsciente ou comum: sem previsão. O agente não prevê o resultado objetivamente previsível.
Culpa consciente: o agente prevê o resultado objetivamente previsível, porém realiza a conduta acreditando sinceramente que o resultado não ocorrerá. Aproxima-se do dolo eventual, mas não se confunde com ele.
Na prática, não faz diferença se a culpa é consciente ou inconsciente.

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