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MANEJO ALIMENTAR BASES DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES ● Conhecimento dos nutrientes e sua importância Para saber em que eles são aplicados, em que funções orgânicas são u�lizados e sua estrutura molecular. ● Iden�ficação dos requerimentos nutricionais o Mantença o Produção o Consumo Voluntário de Matéria Seca Para saber a quan�dade de nutrientes requeridos para exercer as funções de manutenção e de produção propriamente ditos, como produção de carne e de leite. Já o consumo de MS é importante para sabermos o quanto é possível que um animal ingira de alimento. ● Avaliação da composição dos alimentos disponíveis: o Volumosos o Concentrados o Adi�vos ● Cálculo de dietas FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Tipos de alimentos o Volumosos São os alimentos que possuem em sua cons�tuição um alto teor de fibra, as forragens. São fornecidas aos animais na forma de pastagens (seleção direta do animal), de capineira (forragem picada e ofertada no cocho), de ensilagem (conservada por meio de fermentação anaeróbia) e de feno (conservada por meio de desidratação). São alimentos de baixa densidade nutricional, ou seja, os volumosos têm pouca quan�dade de carboidratos, proteínas, minerais, lipídeos e vitaminas em relação ao volume que eles ocupam. O efeito sobre a fisiologia do animal é que os volumosos levam o animal a um estado de repleção, sendo que em algumas situações ele pode a�ngir sua repleção antes de conseguir suprir suas necessidades nutricionais, mas, por outro lado, é o alimento natural da espécie, portanto, proporciona o funcionamento perfeito dos segmentos aglandulares do estômago e os mecanismos de ruminação, de fermentação e de deglu�ção, os quais são essenciais para vida e para saúde desses animais. Em relação ao custo, são mais econômicos, possibilitando o cul�vo na própria fazenda a custos rela�vamente mais baixos. Por fim, os volumosos são considerados a base alimentar dos bovinos, logo a construção das dietas deve se basear principalmente nos volumosos. o Concentrados São os grãos de cerais, as sementes de oleaginosas, raízes e os subprodutos agroindustriais. Eles se caracterizam por ter alta densidade nutricional, ou seja, uma grande massa de nutrientes por volume ocupado, permi�ndo que pequenas quan�dades ingeridas ofereçam uma quan�dade sa�sfatória de nutrientes para o animal. Todavia, os concentrados só são benéficos em pequenas quan�dades, em quan�dades elevadas eles podem prejudicar a morfologia das porções aglandulares, bem como a fisiologia também. Eles podem comprometer o estado de quera�nização, a dimensão dos órgãos digestórios e o processo de ruminação. Acerca do custo, eles são mais caros, necessitando-o a obtenção comercialmente ou sendo um agricultor excelente para produzir a preços compe��vos com o mercado. Eles devem ser tratados como alimentos suplementares, nunca a base alimentar, para atender as demandas nutricionais. Sistemas de análise de alimentos Ao analisar a composição dos alimentos, a primeira etapa é recolher uma alíquota do alimento e o colocar em uma estufa a 105°C para que ocorra a separação da água (umidade) e do restante do alimento, nosso material de interesse, a matéria seca (MS), que se cons�tui em carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais do alimento. Essa obtenção da MS também pode ser ob�da por meio da secagem ao ar, logo são divididos em 2 subtópicos: a amostra seca ao ar e seca a estufa. Esse processo é u�lizado tanto para analisar a amostra de forma mais fidedigna, re�rando a água, como também para conservar a amostra (evitar fungos e degradação da amostra). Após a obtenção da MS, podemos re�rar uma amostra e colocá-la em uma mufla a uma temperatura de 600°C, para ocorrer a calcinação da amostra e então obter as cinzas, apenas o componente mineral do alimento. O restante dos componentes são as substancias orgânicas presentes no alimento. Essas substancias são divididas em duas grandes categorias: os compostos nitrogenados e os não nitrogenados. Para um componente seja classificado como nitrogenado ele deve conter nitrogênio, podem ser ácidos nucleicos, componentes de aminas livres, nitrogênio não proteico, entre outros. Os componentes nitrogenados são determinados digerindo uma alíquota do alimento em ácido sulfúrico concentrado, todo o nitrogênio da amostra juntamente com o ácido sulfúrico se converte em sulfato de amônio. Ao fim desse processo se obtém uma solução de cor verde piscina, a qual é subme�da a uma �tulação ou uma avaliação por método colorimétrico para determinação da quan�dade de nitrogênio na amostra. Estudos anteriores descobriram que as proteínas tem apenas 16% de nitrogênio, dessa forma foi determinado o fator de cálculo de 6,25, ou seja, ao obter a quan�dade de nitrogênio e mul�plicar pelo fator de cálculo, isso teoricamente nos forneceria a quan�dade de proteína no alimento. O problema desse cálculo é que nem todo nitrogênio que está na amostra é de origem proteica, eles podem ser oriundos de ac. Nucleicos, amônia, etc. Todavia, essa margem de erro foi admi�da, por isso esse procedimento ainda é muito u�lizado em laboratórios de bromatologia. Em relação a gordura, as amostras são subme�das a uma lavagem em ar quente, várias e várias vezes, sucessivamente, com uma solução, um detergente ou um solvente orgânico (geralmente um n-hexano), em alta temperatura. Então, ele vai ser capaz de re�rar da amostra os componentes que são solúveis em solventes orgânicos, como os lipídeos e as vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). Ao término do processo, é descartado a amostra que foi lavada e o líquido (hexano+lipídeos) são colocados em uma estufa, para a re�rada do hexano por evaporação e sobrando apenas os lipídeos, dessa forma, obtemos o extrato etéreo, ou seja, a gordura presente naquele alimento. Para o cálculo da fibra bruta (FB), a amostra passa por uma digestão ácida (HCl) e outra alcalina (NaOH), o que não for digerido é considerado material não diges�vel, assim se dando a FB (Celulose, Ligno-celulose, Lignina, entre outros). Agora, o que sobrou foi o extrato não nitrogenado, que seria a MS, menos FB, compostos nitrogenados e extrato etéreo. O extrato não nitrogenado (ENN) é cons�tuído de açucares solúveis, amido, pec�na, hemicelulose e lignina solúvel em álcali. Nessa situação, nos deparamos com um problema. Parte da lignina, mesmo sem valor nutricional, é dissolvida em ambiente alcalino, o que representava uma falha de processo, caracterizando uma superes�mação do ENN e uma subes�mação da FB. Todos os procedimentos citados até o momento foram propostos por Weende (1864), os quais funcionavam muito bem para monogástricos, todavia não se aplicavam tão bem para os ruminantes. Assim em 1967, Van Soest propôs um nova metodologia. Ao u�lizar um detergente neutro, foi possível remover o conteúdo celular, separando-os da parede celular vegetal. Sendo assim, esse componentes da parede celular que resis�am ao processo foram chamados de Fibra em DetergenteNeutro (FDN). Esse componente dava uma precisão maior na análise de alimentos, pois separa os componentes solúveis dos não solúveis em detergente neutro, sendo que os insolúveis eram efe�vamente os componentes fibrosos do alimento (hemicelulose, lignocelulose, celulose, lignina, componentes proteicos insolúveis (PIDN) e nitrogênio lignificado. Após isso, Van Soest ainda desenvolveu uma análise mais rebuscada u�lizando um detergente ácido, o qual é capaz de separar os componentes fibrosos completamente indiges�veis dos que se dissolvem em ambiente ácido. O que sobrou foi chamado de Fibra em detergente ácido (FDA), sendo cons�tuído por lignina (insolúvel e solúvel em álcali), Lignocelulose e nitrogênio lignificado (PIDA). A FDA é um material que nem os animais herbívoros conseguem digerir, as enzimas microbianas não conseguem digerir, logo não tem valor nutricional, mas possuem valor para repleção dos animais, fomenta a ruminação e o trânsito gastrointes�nal. Além de aferir os componentes nutricionais, também é importante a determinação das medidas de energia con�da nos alimentos. Fisicamente, energia é a capacidade de realizar trabalho e quimicamente é definido como a capacidade de realizar reações químicas. A energia é um conceito mais abrangente que os �pos de nutrientes, pois é possível obtê-la de qualquer nutriente, com exceção de vitaminas e de minerais. A primeira proposta para conceituar a energia dos alimentos foi chamada de nutrientes diges�veis totais (NDT), onde se determinava os nutrientes (Carboidrato, Proteína e Lipideo) do alimento e ele também era ofertado ao animal, para a obtenção das fezes, das quais também se determinava os nutrientes presentes. A diferença entre as duas analises era tratada como diges�bilidade. Também podia ser calculada in vitro com conteúdo ruminal ou in vivo u�lizando um saco de naylon introduzidos no animal por meio de uma �stula. Após isso, foi proposto um valor teórico para energia correspondente ao somatório da proteína, do carboidrato e 2,25 o valor de lipídeos, surgindo o NDT. Ainda hoje é usado, mesmo sendo bastante teórico. Os avanços con�nuaram por meio do uso de bombas calorimétricas, que u�lizava combustão para aferir a energia liberada dos alimentos, chamada de energia bruta. Entretanto, temos outra problemá�ca, qualquer coisa tem energia bruta (uma cadeira, um lápis, etc), independente se ele tem valor nutricional ou não. A energia bruta é só um ponto inicial para trabalhar com outros níveis de energia, como a energia diges�vel. A energia diges�vel se refere a diferença entre a quan�dade de energia antes e depois de ser digerida, sendo perdida parte dela nas fezes. Avançando ainda mais, agora temos a energia metabolizável, a qual se refere a diferença entre a energia diges�vel e a energia já absorvida, mas que foi perdida na urina. Por fim, a energia líquida consiste no cálculo da energia bruta presente no alimento menos a energia perdida nas fezes, na urina, na produção de gases e pela produção de calor, sendo aferidas em uma gaiola metabólica. Ainda assim, tem-se muitas lacunas a se trabalhar, pois dois alimentos contendo energia liquida iguais faziam com que os animais apresentassem performances completamente dis�ntas. Além disso, o cálculo de energia líquida é muito laborioso, pois é um ambiente controladíssimo. Por isso, que ainda hoje é u�lizado o conceito de NDT, devido a sua pra�cidade e facilidade na determinação. Classificação dos carboidratos São divididos de acordo com a função no vegetal em dois grupos o componentes não estruturais (CNE), que fazem parte do conteúdo celular e os componentes estruturais (CE), que fazem parte dos componentes da parede celular. Os CNE são cons�tuídos por Açúcares simples (monossacarídeos) e Amido, enquanto os CE são cons�tuídos de Pec�na, Hemicelulose, Celulose e Lignocelulose. No entanto, a função nutricional desses carboidratos divergia da divisão com base na função vegetal, dessa forma foram criados outros dois grupos: os carboidratos não fibrosos (CNF), nos quais faziam parte os açúcares simples, amido e pec�na, e os carboidratos fibrosos (CF), nos quais faziam parte a hemicelulose, a celulose e a lignocelulose (que basicamente é a mesma coisa que FDN). Ademais, dentro desses componentes foi percebido que eles possuem velocidades diferentes de degradação ruminal, isso determina a facilidade com eles podem ser u�lizados para produzir compostos nutri�vos para os animais. Então, a universidade de Cornell desenvolveu o sistema de fracionamento de carboidratos e proteínas (CNCPS), ou seja, é a determinação da velocidade com que eles se tornam disponíveis para os microorganismos do rúmen. Então tem-se a fração A (Açúcares simples), fração B1 (Amido), B2 (Pec�na), B3 (Hemicelulose e Celulose) e C (Lignocelulose), na qual a fração A é a mais facilmente disponíveis e facilmente degrada e a C a que sequer é digerida. Análise de compostos nitrogenados Da mesma forma, também evoluiu a determinação dos compostos nitrogenados. A PB era determinada pelo método já citado (olha o tópico de sistemas de análise de alimentos), todavia o erro desse cálculo era muito grande, pois considerava todo nitrogênio presente como sendo de origem proteica, o que não é verdade. Foi proposta então o conceito de proteína diges�vel, que comparava a proteína no alimento e a presente nas fezes. Esse cálculo foi rapidamente desprezado, pois a margem de erro era ainda maior que o primeiro, já que não levava em conta o N endógeno do animal que é liberado nas fezes. Então foi proposto os conceitos de proteína degradável no rúmen e proteína não degradável no rúmen (PDR x PNDR), que se refere ao componente que ao chegar no rúmen fica complemente disponível, enquanto o outro não vão ser atacados pelos microrganismos ruminais, sendo digeridas apenas no abomaso, pelas enzimas proteolí�cas, e no ID também. Com o avançar das pesquisas, surgiu um novo conceito: Proteína Metabolizável, que se refere a junção a PDR, PNDR e o nitrogênio endógeno. Também houve um trabalho de fracionamento de proteínas, nas quais elas foram classificadas em frações A (componentes nitrogenados que estão instantaneamente disponíveis no rúmen [NNP]), B1, B2, B3 (progressivamente disponíveis a degradação pela microbiota em velocidades diferentes[FDN]) e C (indisponível para digestão [proteína lignificada presente no FDA]). A úl�ma evolução de análise bromatológica é a u�lização do NIR (near-infrared) que é capaz de lhe dar um perfil nutricional de forma mais rápida em comparação aos métodos an�gos, todavia eles são calibrados ainda com os métodos an�gos. Funcionamento do estômago aglandular Anatomicamente, o estômago dos ruminantes é dividido em 4 segmentos: rúmen, re�culo, omaso (aglandulares) e abomaso (glandular). Esses animais mantem uma relação simbió�ca com microorganismos, principalmente no rúmen. Bactérias, protozoários e fungos colonizam esses segmentos do estomago dos ruminantes, sendoas bactérias sendo classificadas de acordo com o substrato com qual elas tem afinidade (celulolí�cas, hemicelulolí�cas, amilolí�cas, metanogênicas e u�lizadoras de ácidos), exis�ndo em forma de complementariedade fisiológica, ou seja, o que é produto de degradação para uma bactéria, é substrato para outra. O equilíbrio entre as bactérias é bem tênue, sendo favorecido principalmente pela condição de anerobiose, de constante tamponamento, de temperatura corporal e de fluxo de alimento. Há um aspecto interessante no rúmen, a estra�ficação de conteúdo. Quando os animais ingerem os alimentos, eles não vão ficar completamente misturados em toda extensão do rúmen. Na verdade eles vão se dividir em estratos. Embora haja movimentos peristál�cos para haver a mistura, ocorre uma decantação dos alimentos mais densos para o assoalho do rúmen, enquanto os menos densos formam um mat ruminal. Além disso, também há formação de um estrato gasoso, que é eliminado constantemente por eructação. Em casos onde não há essa liberação de gases por qualquer mo�vo, ocorre um quadro de �mpanismo no animal, que pode levar a óbito. Esses quadros podem ser de �mpanismo gasoso, quando o gás está livre no rúmen, ou de �mpanismo espumoso, quando o gás está preso nas bolhas de espuma do componente ruminal. Retornando aos estratos, as forragens mais grosseiras, recentemente ingeridas, formam um estrato que é conhecido como mat ruminal, as quais se encontram sob o restante do conteúdo ruminal por possuírem uma menor densidade. Os componentes que estão no mat ruminal são atacados pelos microrganismos, sofrendo fragmentações, provocando um aumento de densidade e resultando na movimentação dessas par�culas um pouco mais para baixo, as quais vão ser regurgitadas, para serem mas�gadas novamente e com a adição de mais saliva com componentes tamponantes. Esses fragmentos retornam ao rúmen ainda menores, logo se direcionam cada vez mais para o assoalho ruminal. Esse processo ocorre principalmente com volumosos, como as forragens. No caso dos grãos, concentrados, logo que deglu�dos, eles prontamente decantam e se depositam no assoalho ruminal. Por meio de contrações, esse conteúdo vai ser levado ao re�culo, ao omaso e depois ao abomaso. Enquanto que o componente mais superficial ( mat ruminal), permanecerá mais tempo no rúmen, sendo fundamental para que ocorra o processo de ruminação, visto que o mat ruminal é responsável por prover o es�mulo para esse processo. Com a impossibilidade de realizar a ruminação, o equilíbrio da microbiota, bem como a saúde e a morfologia da mucosa ruminal e a própria produ�vidade do animal são afetados de forma nega�va. Aspectos fundamentais do metabolismo ruminal Carboidratos Os carboidratos tem uma par�cipação muito grande na composição dos elementos que estão presentes na dieta dos ruminantes (cerca de 70 a 80% da dieta). Esses carboidratos incluem tanto o CNF, como o FDN. Eles serão importantes, pois serão degradados no rúmen para produção de ácidos graxos (AG) de cadeia curta, de 1 a 7 átomos de carbono, que fornecerão energia e esqueletos carbonados, que serão u�lizados para a síntese de proteína microbiana (eles podem ter um componente amino incorporado para se transformar em a.a. e serem usados na síntese de proteína microbiana). Também, parte desses carboidratos vão fornecer AG voláteis (AGV), que além de energia, vão fornecer precursores para gliconeogênese e açúcares simples para o organismo animal. Esses componentes juntos, vão permi�r que o animal obtenha nutrientes para manutenção do funcionamento dos sistemas orgânicos, para síntese dos componentes do leite ou para deposição nos tecidos corporais nos animais de corte. Além disso, o CNF e o FDN vão ter a função de prover um es�mulo a mas�gação e a mo�lidade ruminal ( mat ruminal), com acréscimo de influenciar no limite de consumo da MS, pois o material ocupa bastante espaço (volumoso) e, com isso, pode alcançar a repleção, mas sem a�ngir nível de nutrição que ele necessita. Em se tratando de bioquímica, os carboidratos das frações A (açúcares simples, dissacarídeos), B1 (Amido), B2 (Pec�na) e B3 (Celulose e Hemicelulose) vão ser todos degradados no rúmen até a produção de açúcares simples, como a glucose e a frutose. Esses açucares vão se converter (via anaeróbica) e originar o piruvato (caso fosse feito por uma via aeróbia, eles originariam CO2 e H2O). O piruvato vai dar origem a ácidos orgânicos graxos, como o formato (1C), acetato (2C), propionato (3C), bu�rato (4C), valerato (5C), caproato (6C) e enantato (7C), ou até mesmo ácidos orgânicos não graxos, como o lactato. Nenhum deles ocorre na forma de ácido propriamente, mas na forma de sal. Os AG de 5 a 7 C são produzidos em baixa escala. O formato pode ser degradado a CO2 e H2, e esse CO2 ser reduzido por bactérias metanogênicas a CH4 (metano), como uma forma de não ocorrer tanta liberação de ions de hidrogênio no meio. Todavia, esse também é formado em pouca quan�dade. Os AG que estão em maior quan�dade são o acetato, propionato e o bu�rato, com uma grande diferença na proporção entre os produtos finais. Pode haver uma proporção de 65:25:10, respec�vamente, ou 50:40:10. Essas não são as únicas possibilidades, apenas os valores extremos. O acetato sempre vai estar presente em quan�dades maiores, mas o que muda é a proporção entre ele e o propionato (2,6 e 1,25). Essa variação é dependente da quan�dade e do �po de carboidrato presente. Ao oferecer alimentos ricos em FDN (B3), a degradação é mais lenta, o pH se mantém tamponado e estável, logo ocorre um aumento na proporção, mas ao oferecer alimentos ricos em CNF (A, B1 e B2), a degradação é mais rápida, ocorre uma queda no pH, portanto ocorre uma diminuição dessa proporção. Esse pH pode cair tanto, ao ponto de produzir ácidos que não são graxos, como o lactato, que pode levar o animal a um quadro de acidose, atonia ruminal e ao óbito. O des�no difere entre os diferentes AG produzidos no rúmen. O acetato é direcionado para três des�nos prioritários: para o processo de lipogênese, que pode ser no tecido adiposo (deposição de gordura no tecido) ou na glândula mamária (síntese de gordura no leite). Além disso, a maior parte do acetato é usado em ações oxida�vas, como fonte de energia. O organismo �ra boa parte do que necessita da energia do acetato produzido, afinal ele é o que está disponível em maior quan�dade. Em relação ao propionato, parte dele é des�nado a produção de glicose por gliconeogênese, outra parte para processos oxida�vos, gerando energia, e a outra parte é usada para produção de esqueletos carbonados, u�lizados para outras produções no organismo. Por fim, o bu�rato é des�nado a para produção de energia na mucosa dos órgão digestórios, abastecendo as próprias células da mucosa. Todos os três AG são absorvidos, mas o bu�rato é tão u�lizado nas paredes dos próprios órgãos, que o acetato e o propionatosão os mais presentes na corrente sanguínea. Ele é u�lizado também para processos oxida�vos e também, em menor quan�dade que o acetato, para lipogênese no tecido adiposo e na glândula mamária. Compostos nitrogenados Os compostos nitrogenados são também divididos em frações A, B1, B2, B3, C. Os da fração C são cons�tuídos pela PIDA (proteína insolúvel em detergente ácido), elas passam diretamente pelo TGI sem conseguir serem digeridas por nenhum ar�ficio presente no organismo animal (bactérias, enzimas, etc), sendo encontradas posteriormente nas fezes do animal. A PNDR consegue atravessar o rúmen resis�ndo a ação dos microrganismos, todavia ao chegar no abomaso ela é não resiste a ação das proteínas endógenas (enzimas diges�vas [pepsina]), dando origem a pep�deos menores, os quais vão con�nuar o trânsito para o ID e lá sofrerem ação de enzimas pancreá�cas, degradando-os até a.a. para serem absorvidos no ID. Em relação a PDR, elas são degradas no rúmen pelas bactérias e produzir pep�deos menores. Eles podem seguir por duas vias, seguir pelo rúmen e chegar no abomaso, sendo degradas como as proteínas oriundas das PNDR, ou podem ser degradas no próprio rúmen em a.a., para servir de precursores para a proteína microbiana, a forma principal de transformação da PNDR e possuindo alto valor biológico. Essa proteína microbiana é degrada no abomaso para formação de pep�deos, que depois são degradados em a.a. no ID e sendo absorvidos. Todavia, esse não é o único caminho. O PDR, degrado em pep�deos e depois em a.a. no rúmen, pode estar em quan�dade muito maior do que os microrganismos são capazes de aproveitar. Dessa forma, o a.a. vai ser degrado em NH3 e em aCa (alfa-cetoácido), e u�lizá-lo para produzir AGV, ou juntá-lo com outro grupo NH3 e um esqueleto carbonado para produzir a.a. diferentes que serão conver�dos em proteína microbiana. Já o NH3 pode ser absorvido no rúmen, se es�ver em quan�dades muito grandes, ou ser usado juntamente com um esqueleto carbonado para produzir novos a.a. O NH3 em excesso absorvido é metabolizado pelo �gado e mandado para os rins para serem excretados na urina, ou secretados na saliva, no qual ele volta para o rúmen podendo até ter alguma u�lidade no metabolismo dos compostos nitrogenados, ou ainda ser secretado no leite, Nitrogênio secretado no leite (NUL). Já em relação aos nitrogênios não proteicos (NNP), eles são metabolizados em NH3 e seguem as possíveis rotas já exemplificadas acima. NOTA: Proteína metabolizável = Proteína microbiana + PNDR + Proteínas endógenas Metabolismo ruminal: aplicação A essência de uma dieta bem elaborada se baseia na oferta de frações casadas para os animais, de carboidratos e de compostos nitrogenados. Ou seja, u�lizar frações que estejam na mesma fração, A e A, B1 e B1, entre outros. U�lizar frações muito distantes pode ser prejudicial, pois eles vão ter ofertas de esqueletos carbônicos e NH3 diferentes devido a velocidade de liberação diferentes, logo não seria possível combinar com aCa para produzir proteína microbiana, molécula de alto valor nutri�vo para ruminantes. Além disso, pode fomentar a intoxicação por amônia se o composto nitrogenado u�lizado for rapidamente liberado sem a presença de um esqueleto carbonado, ou se, na situação inversa, o carboidrato for rapidamente liberado sem a presença de um NH3, esse esqueleto vai ser u�lizado para a síntese de AGV e, posteriormente, o NH3 que for liberado poderá causar uma intoxicação por amônia também. MANEJO ALIMENTAR DE MATRIZES BOVINAS NO CICLO PRODUTIVO Diferenças entre bovinos de corte e leiteiros no atendimento de requerimentos nutricionais Em todas essas categorias e finalidades animais, nós temos, no momento de calcular a dieta, que par�r das exigências nutricionais dos animais. Há dois �pos de exigências: a manutenção (mantença) e a produção. Muitas vezes a exigência de manutenção é encarada como sendo simplesmente uma dieta capaz de conservar o peso do animal de forma constante, todavia isso não deveria ser tratado dessa forma, pois na verdade a dieta de manutenção deve fornecer todos os nutrientes para a boa funcionalidade de todos os seus sistemas orgânicos. Sendo assim, abordar essa dieta como sendo unicamente para conservação do peso corporal, é uma definição superficial. Entre a pecuária leiteira e a de corte, esse conceito permanece idên�co, a dieta de manutenção tem o obje�vo de manter as funcionalidades dos sistemas, sem haver a necessidade de re�rar recursos ou depositá-los nos tecidos. Já no âmbito da dieta de produção, a situação difere um pouco, pois as exigências de produção são dis�ntas. Enquanto que na pecuária leiteira existe uma produção para exportação de nutrientes (leite), a pecuária de corte é voltada para deposição de nutrientes (carne). Por conta disso, a ordenação das prioridades entre as duas pecuárias também se dis�nguem. Na pecuária de corte, a produção, isto é, a deposição de massa muscular e tecido adiposo, só ocorre depois que a manutenção foi garan�da. Logo, nesses casos a manutenção vem primeiro e a produção vem depois. Entretanto, na pecuária leiteira isso não ocorre. Como os animais já são selecionados gene�camente para priorizar a produção de leite após o parto, para fornece-lo a cria ou de forma comercial, a prioridade primária delas é a produção de leite, ou seja, antes da manutenção, mesmo que sua alimentação não supra todos os requerimentos nutricionais, u�lizando recursos dos tecidos para cumprir sua função. Dessa forma, a produção desses animais vem primeiro e a manutenção vem depois. Na pecuária de corte, é possível realizar um planejamento para o ritmo de ganho de peso do animal, ou seja, quando e quanto ele vai ganhar de acordo com o decorrer do tempo, baseado no potencial gené�co e na nutrição. Na pecuária leiteira existe algo semelhante, mas voltada para os níveis de produção leiteira, planejando a produção de quilos de leite diários. A diferença se baseia na seguinte situação: na pecuária de corte é possível realizar esse planejamento para o ritmo de ganho de peso para os animais, dentro das limitações gené�cas, com uma maior liberdade, baseando-se no capital de giro da propriedade. Ou seja, no quanto é possível inves�r para ofertar a alimentação dos animais. Então, se o bovino tem capacidade de ganhar 1kg por dia, mas a fazenda só pode ofertar alimentação para o ganho diário de 0,5kg, está tudo bem, não há prejuízos para o animal, ele só vai demorar mais tempo para alcançar o peso potencial para a raça. Em relação a pecuária leiteira, isso não é possível. Como a produção é uma prioridade maior que a manutenção para esses animais, eles vão produzir 20L diários, por exemplo, mesmo que não seja ofertado os nutrientes necessário para essa função. Dessa forma, isso vai prejudicar o animal, pois ele precisará mobilizar os recursos presentes no tecido para exercer essa a�vidade. Na pecuária leiteira, os animais não se adequam ao produtor, mas o produtorque precisa se adequar ao animais. Alimentação de matrizes bovinas: desafios especiais de ro�na Volumosos são a base da alimentação a baixo custo, todavia eles possuem baixa densidade nutricional. Então o consumo está limitado a capacidade de ingestão dos animais, de tal maneira que pode haver repleção antes de conseguir os nutrientes necessários para se manter e para produzir. Dessa forma, precisamos u�lizar os concentrados para suplementar a dieta. Além disso, a relação volume; concentrado deve ser bem elaborada para evitar distúrbios metabólicos. Já foi comentado que dietas com baixa concentração de concentrados são benéficas aos animais, mas quando colocados em maiores quan�dades podem resultar em distúrbios, desde alterações morfológicas na mucosa ruminal até problemas com a ruminação, a salivação e com a estabilidade da população bacteriana no rúmen. Também já foi comentado que há variação no consumo voluntário de MS durante o ciclo. Todos esses fatores fazem-nos prestar atenção na dualidade entre as exigências nutricionais e as caracterís�cas da dieta. Em um exemplo hipoté�co, 3 vacas com 500 kg e produção de 30kg/dia são avaliadas, diferindo apenas em seus dias de parida (ou dias em lactação [DEL]), sendo 25, 85 e 150. Apesar de possuírem o mesmo peso e produção, ou seja, possuírem exigências nutricionais semelhantes, essas vacas vão demandar caracterís�cas diferentes em suas dietas, pois sua capacidade de consumo voluntário são diferentes. IDENTIFICAÇÃO DAS DIFERENTES FASES E SUAS PECULIARIDADES Fase 1 Duração e período: 10 semanas; 0 – 70 dias. Fase mais crí�ca: 3 primeiras semanas. (Período de transição) Obje�vos do manejo alimentar: Organizar a dieta para o animal a�ngir o maior pico de lactação que sua gené�ca permite e para o retorno da a�vidade reprodu�va (a�vidade cíclica ovariana), para que logo após essa fase ou até na mesma o animal esteja apto a conceber. Caracterís�cas fisiológicas o Prioridades do metabolismo: Produção de leite -> Manutenção -> Crescimento (Primíparas) -> Reprodução; o O animal vai apresentar um baixo consumo de MS, todavia apresenta requerimentos nutricionais muito elevados; o Balanço nutricional nega�vo: Como consequência disso o animal perde peso corporal, devido a mobilização dos recursos de tecidos. Estratégias: ● Es�mulo ao consumo o Tipos de alimentos/sistemas de alimentação (pasto x cocho) Trata-se da iden�ficação de que alimentos e de que sistemas de alimentação provocariam um es�mulo posi�vo ao consumo de alimentos pelos animais. É importante lembrar que zebuínos mes�ços (mais rús�cos) se alimentam muito melhor a pasto, enquanto europeias (mais sensíveis) tem melhor rendimento quando o alimento é ofertado no cocho. Além disso, é ideal o conhecimento empírico e a acuidade visual para iden�ficar isso no rebanho, ao invés de apenas replicar um modelo qualquer, que pouco se adapte as condições em que os animais estão inseridas. o Qualidade dos alimentos ▪ Palatabilidade Refere-se ao sabor do alimento, algo que seja saboroso ao animal. Quanto melhor, mais o animal vai ingerir. ▪ Diges�bilidade O alimento deve ser fácil de digerir/degradar, pois quanto mais rápido ele for, mais rápido o rúmen será esvaziado, provocando a sensação de fome e o posterior retorno a alimentação. ▪ Estado de conservação Alimentos que são ofertados ao cocho podem sofrer degradação aeróbia, por conta disso eles podem se decompor, reduzindo a atra�vidade dos alimentos. Nota: Esses parâmetros são referentes principalmente aos animais que se alimentam no coco, pois os animais que se alimentam a pasto já realizam a sele�vidade do seu alimento baseado nesses fatores. Pois bem, o Número de tratos (refeições) Quanto mais vezes se oferece ao animal um alimento fresco e palatável, mais o animal vai comer. o Uso de ração completa (TMR: Total Mixed Ra�ons) É a homogeneização dos alimentos ofertados aos animais: volumosos, concentrados, adi�vos, entre outros. Com intuito de ofertar um alimento uniforme, reduzindo a capacidade sele�va dos animais no cocho e de inserir insumos que não são muito palatáveis, mas que devem ser ingeridos. Devido a homogeneização, a palatabilidade não é comprome�da por esses insumos menos palatáveis. Além disso, contribui bastante para conservar o equilíbrio de pH ruminal, pois evita que os animais comam apenas os concentrados em demasia, já que nesses casos a produção de ácidos seria superior a capacidade de tamponamento. o Suprimento hídrico e mineral Bovinos possuem um transito de líquidos gigantesco, entre os fluidos corporais interno e as secreções. Mas essa grande produção de secreções, como a saliva por exemplo, só ocorre quando o animal está bem hidratado. Por isso, a ingestão de 50-60L por dia é essencial para a manutenção desse processo, com água de boa qualidade, fresca. Quando o animal está com sede, ele para de ingerir alimentos, pois a ingestão depende da salivação, a qual depende do consumo de água. Já em relação ao suprimento mineral, ele pode contribuir para o consumo de alimentos, pois esses minerais são u�lizados pelos microrganismos, são cofatores de enzimas. Dessa forma, os microrganismos vão atuar tão bem, que rapidamente eles vão degradar os alimentos presentes no rúmen, esvaziando-o com maior velocidade e assim, es�mulando o consumo de MS. o Ambiência É o controle do ambiente: temperatura, umidade, áreas de sombra, entre outros. Para que o animal consiga regular sua temperatura interna, vai contribuir posi�vamente no consumo de MS. o Relações sociais Os animais vivem em rebanhos com hierarquias em definidas. Dessa forma, deve-se evitar colocar animais de pesos dis�ntos juntos, pois os maiores exercem dominância sob os menores, impossibilitando que os animais menores se alimentem corretamente. ● Ajuste da densidade nutricional A fase I é a fase em que se permite a maior proporção de concentrado na dieta. Mas quanto? Não possível se estabelecer, pois há diversas variáveis como a exigência nutricional dos animais, da capacidade de consumo, da produção leiteira, da qualidade do volumoso a ser oferecido, da disponibilidade de concentrado, tantos fatores que não há um número pré-estabelecido. o “Challenge Feeding” É uma metodologia que se baseia na expecta�va da produção de uma determinada quan�dade de leite, então se elabora uma dieta pensando em ultrapassar a necessidade para essa quan�dade de leite, com intuito de aferir se o animal seria capaz de ir mais além na produção. Se o animal produzir, ó�mo, é uma situação que ultrapassou as expecta�vas, mas se produzir menos, a dieta deve ser adequada ao animal, para evitar uma oferta de alimentos não econômicas. o Pontos de atenção especial: ▪ Relação entre as frações de carboidratos (A+B1+B2) = CNF x (B3) = FDN; ▪ Riscos do excesso de grãos na dieta Risco de acidose; ▪ Fibra efe�va e fibra fisicamente efe�va As fibras efe�vas são as fibras oriundas de forragem (volumosos), exercem quimicamente a função de fibra, ou seja, tem uma degradação lenta e quepermite a estabilidade do pH ruminal. Já a fibra fisicamente efe�va é a fibra que possui um tamanho de par�cula maior (1,8 cm), responsável por cons�tuir o mat ruminal e es�mulando a ruminação do animal (regurgitação, salivação, mas�gação, nova deglu�ção); ▪ Efeito dos lipídios na dieta e uso de gordura protegida Às vezes as demandas energé�cas dos animais são tão altas que não são supridas com concentrado, por isso, os lipídeos são u�lizados. Mas, vale ressaltar que devem ser u�lizados a percentuais menores que 5%, pois o excesso causaria um desequilíbrio na microbiota, reduzindo a diges�bilidade da fibra, devido a ação an�microbiana dos ácidos graxos insaturados (principalmente sobre as bactérias celulolí�cas). Por isso, tem-se u�lizado gordura protegida para realizar essa suplementação. Ela funciona como um sabão, é um complexo de óleos vegetais e cálcio, semelhante a sabão de coco. Ele passa inerte no rúmen, sendo degradado apenas no abomaso, quando o ambiente ácido separa o componente ácido graxo do cálcio, sendo os dois absorvidos no ID. O problema é que ele é caro e pouco palatável para o animal, só se jus�fica o uso em animais de alto valor gené�co. ▪ Nível de proteína metabolizável x produção leiteira Os níveis de proteína no organismo devem ser cuidadosamente acompanhadas por não exis�r reservas de proteínas. E como a produção é uma prioridade maior em comparação a manutenção, se as exigências nutricionais não forem atendidas, os animal desviará recursos estruturais e até para formação de enzimas, para conseguir produzir sua secreção de leite. No começo a produção cai e o animal pode perder peso, com posterior oscilação na produção, tendendo a queda. ▪ Produção de proteína microbiana É necessário sempre favorecer a síntese de proteína microbiana, por ser mais barata e um maior valor biológico que as outras. Se mesmo assim não for o suficiente, tenta-se completar com PNDR. Mas deve-se tomar cuidado, pois a proteína microbiana é oriunda de PDR, o uso dela em demasia pode causar grande produção de NH3, pois ele pode ser absorvido e levar a quadros de intoxicação e prejuízos na a�vidade reprodu�va. ▪ Proteína degradável no rúmen e desempenho reprodu�vo ▪ Uso de proteína não degradável no rúmen (PNDR, Proteína “By Pass”) ▪ Relação proteína/energia e ganho de peso Alguns problemas podem surgir com a desproporção entre a relação de proteína/energia. O exagero na proteína pode causar intoxicação ou se tornar an�econômico, visto que a proteína é a parte mais cara da ração. Já o exagero na energia pode causar engorda desnecessária da vaca leiteira, tornando an�econômico. ● Estratégias especiais: o Uso de Ionóforos: São agentes an�microbianos que atrapalham o fluxo de íons das bactérias, fazendo com que elas gastem mais ATP para se reorganizarem. ▪ Efeito sobre Bactérias Gram+; Atuam principalmente sob Gram+ ▪ Impacto sobra a relação Acetato:Propionato; As Gram+ produzem mais acetato e bu�rato, por conta disso, há uma redução na produção do mesmo, visto que estão em número reduzido devido ao efeito do ionóforo [Relação Acetato:Propionato menor]. Essa situação é benéfica do ponto de vista energé�co, por conta da maior eficiência do propionato para produção de energia e para produção de glicose por gliconeogênese. Ademais, essa situação não é capaz de reduzir em grande escala o teor de gordura no leite. ▪ Influência sobre a produção de CH4; Também atuam sob as bactérias metanogênicas ▪ Efeitos sob o pH ruminal; O metano é uma molécula reduzida, ou seja, é uma forma de perda de energia, Quanto mais no rúmen, menor a eficiência do rendimento da economia energé�co. Atua também sob bactérias que produzem lactato, mas não sob as que consomem. Logo, ele protege o rúmen da queda de pH (acidose). ▪ Interferência na degradação ruminal de proteínas e desaminação Algumas proteínas reduzem a degradabilidade ruminal, fazendo com que elas passem no abomaso. Mas as que conseguem ser degradadas, são realizadas até o estado de a.a. O processo de desaminação dos a.a. produzindo grupo amino livre acaba diminuindo. Isso também reduz os problemas da absorção de NH3. o Leveduras (Probió�cos) ▪ Equilíbrio da microbiota, O2 ruminal e diges�bilidade da fibra As leveduras tem sido demonstradas como um ponto posi�vo para o equilíbrio da microbiota, elas tendem a es�mular o crescimento de bactérias no rúmen. Além disso, elas fomentam o consumo do O2 ruminal, preservando o ambiente anaeróbio do rúmen para a ação de degradação do alimento, principalmente as efetuadas pelas bactérias celulolí�cas. o Niacina e Colina A u�lização de vitaminas do complexo do B tem sido recomendada, apesar de se serem produzidas no rúmen, elas são em baixa quan�dade, como o caso da niacina e colina. A niacina parte do NAD, um agente redutor, então ela tem uma par�cipação grande no metabolismo energé�co. Além disso, ela aparentemente também tem indicações de efeito lipotrópico, um efeito an�-lipolí�co. Provavelmente por conta do metabolismo energé�co, ela diminui a necessidade da lipólise e não permite o aumento dos níveis séricos de ácidos graxos não esterificados. Já a colina tem demonstrado ser favorável a síntese de fosfolipideos de membrana, contribuindo para estabilidade de membrana das células de defesa, ou seja, um efeito imunomodulador. Essas vitaminas devem ser protegidas, pois elas estáveis em ambientes ácidos, mas se desestabilizam em ambientes alcalinos. o Propilenoglicol A u�lização pode favorecer a produção de propionato e, como ele é um precursor de glicose, então contribui para síntese de açúcares simples para diferentes setores que dependem desses açúcares, como o SNC, m. esquelé�ca, hemácias, gl. mamárias, entre outros. ● Avaliação da adequação dos procedimentos de manejo alimentar Princípio fundamental: ordem de prioridades do metabolismo Produção -> Manutenção -> Crescimento (Primíparas) -> Reprodução Controle da produção leiteira e da curva de lactação É uma ferramenta de controle para saber se os animais estão produzindo de fato o que eles deveriam produzir, assim constatando se a deita foi bem estruturada. O normal é que a lactação alcance o pico de 4 a 6 semanas e depois comece o declínio. Mas esse não é único, também devemos olhar para os outros fatores na ordem de prioridade. Monitoração do peso corporal e adoção dos ajustes nutricionais necessários O monitoramento do peso também pode auxiliar na avaliação do manejo alimentar, pois a não alteração do peso denota que o animal está sendo suprido de suas necessidades nutricionais. O peso corporal pode ser avaliado de forma obje�va, com a pesagem do animal, ou de forma subje�va, por meio da avaliação de escore corporal. Ferramenta alterna�va à pesagem: avaliação da condição corporal (ECC) A avaliação de ECC é uma avaliação subje�va e qualita�va do animal, por meio de notas, acerca da deposição do gordura no tecido adiposo subcutâneo e de massa muscular. Regiões do corpo em que se baseia o conceito de condição corporal ● A maçã do peito, corresponde ao tecido adiposo subcutâneo e a massa muscular quecobre o esterno; ● Costado, corresponde a região das costelas, se estão visíveis ou não; ● Região lombar, corresponde aos processos espinhosos e transversos das vertebras lombares; ● Base da cauda, corresponde a região de junção entre a estrutura da cauda e a base do osso sacro e ainda as tuberosidades isquiá�cas. A maçã do peito não é muito u�lizada nos bovinos por haver uma variação de �po �sico nos animais. O costado também não é muito u�lizado, pois ele sofre variação com base na repleção ruminal; Os indica�vos mais coerentes nos bovinos são a região lombar e a base da cauda, pois sofrem menos influência de outros fatores. Valores para escore corporal e forma de julgamento O animal 1 é aquele em que de uma distância de 8-10m já é possível observar detalhadamente os contornos das estruturas ósseas, denotando que não há deposição de tecido subcutâneo para provocar o arredondamento das estruturas. O animal 2 é aquele no qual não se consegue dis�nguir de longe, mas ao se aproximar (5-6m) já é possível dis�nguir os contornos de estrutura óssea. O animal 3 é aquele em que não se consegue ver as estruturas ósseas, mesmo de perto. Mas ao toque, é possível discernir os contornos dos ossos com facilidade. O animal 4 é aquele em que não se consegue dis�nguir os contornos ósseos e mesmo ao toque, é necessário boa pressão para sen�r os ossos. O animal 5 é aquele em que não se consegue dis�nguir os contornos ósseos e mesmo ao toque, não se sente as estruturas ósseas. ● A�vidade reprodu�va: Balanço energé�co nega�vo x foliculogênese, manifestações de cio e ovulação O balanço nutricional nega�vo fomenta o não acontecimento da foliculogênese e consequente manifestações de cio e ovulação. Por isso, a suplementação com concentrados é importante, mas não deve ser feita em demasia para evitar problemas metabólicos (acidose) e para não se tornar an�econômico para a propriedade. Equilíbrio metabólico e sobrevivência embrionária Se é ofertado CNF (AxB1xB2) e FDN (B3) para manutenção do equilíbrio metabólico, pois essa caracterís�ca também afeta a sobrevivência embrionária. Esse fator vai ter uma grande importância na próxima fase (II), pois ela ainda não foi inseminada. ● Ferramentas adicionais de monitoramento: o Escore de cocho; Averiguar o refugo dos animais, no caso de sobra pode-se dizer que os animais estão selecionando o alimento por ele ser de baixa qualidade ou com tamanho da par�cula não uniforme. Mas em caso, de sobra zero, talvez seja pouca a quan�dade de comida ofertada aos animais. Sendo assim, o ideal é que sobre pouco (até 5%) do que foi ofertado os animais, como uma forma de controle. o Cons�tuintes do leite (gordura, proteína e nitrogênio ureico); Se ao avaliar o teor de gordura do leite, ele está muito baixo, provavelmente há um desequilíbrio entre as fontes de CNF e de FDN (Redução da proporção Acetato:Propionato). Outro aspecto é a proteína e nitrogênio ureico. A proteína varia de acordo com a proteína metabolizável que o animal está recebendo, pois são os a.a. absorvidos que vão ser u�lizados em processos orgânicos, inclusive a produção de gordura no leite. Então sem a.a. suficientes, o animal não vai conseguir ter uma boa síntese de proteínas no leite. Já se há excesso de nitrogênio ureico no leite, isso representa um excesso de amina livre, seja PDR ou NNP ou ainda desproporção entre os insumos proteicos e energé�cos da dieta. A situação ideal para PB do leite seria acima de 3,2%, com NUL acima de 10 mg/dL e abaixo de 14 mg/dL. Significando que está sendo ofertado a.a. e energia de forma adequada. Abaixo de 10 mg/dL, pode significar que está acontecendo um leve desbalanceamento entre o PDR (↓) e a energia (↑), o qual não causa problemas metabólicos, mas pode representar uma prá�ca an�econômica. Outra condição que poderia acontecer, já não sendo conveniente, é a PB abaixo de 3% no leite, a qual já sinaliza que a PB da dieta está insuficiente. Em alguns casos, também pode estar acontecendo uma baixa oferta de PDR (<10 mg/dL), baixa oferta de energia e de a.a. (>10 mg/dL e <14 mg/dL). A pior condição é quando a NUL é > 14 mg/dL, independentemente da PB do leite está a 3 ou 3,2%, isso significa uma alta oferta de PB na dieta, a qual é an�econômica e ainda fomenta a problemas metabólicos que podem reduzir a viabilidade do embrião na próxima fase. o pH urinário e ruminal (punção); U�lizando fitas de pH é possível aferir a condição da urina, sem u�lizar métodos invasivos. Nos bovinos, a urina varia em pH de 7 a 8, mas em animais de alta produção esse perfil é mais di�cil de encontrar, sendo mais fácil achar pH de 6 a 7. A presença de uma urina mais acida, remete a problemas relacionados a acidose, ou seja, possivelmente estão ofertando muito mais CNF que FDN para o animal. E no coso, do rúmen, também é o mesmo caso da oferta inadequada, mas o método de aferir é por punção. o Escore de locomoção; Baseia-se no fato de que animais com acidose, podem ter problemas vasculares e, por conta disso, ocorreria uma liberação de mediadores de processos inflamatórios especialmente em regiões do corpo sujeitas a alta pressão, ou seja, os membros. Provocando uma laminite e consequente claudicação apresentada pelos animais. o Escore fecal; É possível também acompanhar o estado das fezes dos animais para ter uma noção do estado de manejo alimentar. Fezes de consistência mais sólida e de dificuldade de desmanche são consequência de uma alto teor de alimentos fibrosos e de baixa diges�bilidade, acontecendo ainda de forma mais pronunciada quando o bovino passa por um cenário de privação de líquido. Por outro lado, também pode se ter fezes liquefeitas, consequência de excesso de componentes nitrogenados ou de CNF. Nessas casos, devido ao transito no TGI ser rápido, impossibilita a completa digestão dos componentes no rúmen, sendo necessária uma fermentação no IG que vai ser responsável por adicionar mais água ao bolo fecal. o Monitoração do perfil metabólico (albumina sérica, ácidos graxos não esterificados, corpos cetônicos [Beta-hidroxibu�rato]). Também é possível aferir o perfil metabólico por meio de coleta de sangue, observando albumina sérica, AG ñ esterificados e corpos cetônicos. Albumina sérica é um indica�vo de síntese proteica no �gado, então quando ela está em baixos níveis, significa que a oferta de proteínas é insuficiente para as exigências metabólicas do animal. AG ñ esterificados são AG livres. Um alto nível deles no sangue significa a degradação de triglicerídeos (lipólise) para mobilização energé�ca, ou seja, os animais não estão sendo atendidos energe�camente. Em situações extremas, a mobilização de ácidos graxos excede a capacidade de oxidação hepá�ca. Outros tecidos juntamente com o �gado, como o tecido muscular, realizam beta-oxidação e formam ace�l-CoA. Essa molécula entra no metabolismo energé�co e vai produzir ATP, mas em grandes quan�dades ela ultrapassa a capacidade de oxidação e o acúmulo de ac�l-CoA vai condenaressas moléculas a formação de aceto-acetato, que pode ser conver�do em beta-hidroxibu�rato. ● Distúrbios metabólicos comuns na fase I o Acidose; Excesso de CNF o Laminite; Acidose mais pronunciada o Acetonemia; Resultado da diminuição da disponibilidade de glicose (Baixo propionato no rúmen). Para suprir isso, o organismo realiza gliconeogênese. E para suprir a energia demandada na gliconeogênese, o animal aumenta o liberação de AG, provocando o aumento do teor de AG ñ esterificados, eles são subme�dos a beta-oxidação, em um nível maior do que o �gado é capaz de suportar. Então ocorre o acumulo na forma de corpos cetônicos. Quanto maior o escore corporal no momento do parto, pior será, pois menor será menor o consumo de alimentos e maior será a oferta de lipídeos para serem degradados e darem origem aos corpos cetônicos. Geralmente ocorre na duas ou três primeiras semanas. o Hipocalcemia; É o resultado do desequilíbrio entre o paratormônio e �rocalcitonina. É caracterizado pelo baixo nível de cálcio no sangue. Durante o período seco, o animal não exporta cálcio, então ele secreta calcitonina e diminui o paratormônio. Ao parir, ele exporta leite, então deveria ocorrer o oposto, mas não, ele con�nua com o mesmo perfil hormonal, pois os perfis endócrinos demoram pra acontecer. Dessa forma, vai demorar para mobilizar cálcio das reservas corporais, entrando em um estado de hipocalcemia. Essa condição pode levar ao óbito e pode ser prevenido desde a fase IV, u�lizando sais aniônicos. o Deslocamento de abomaso. É um resultado excesso do consumo de concentrado e do transito rápido desses alimentos no TGI, passando para os segmentos posteriores sem ter sido fermentados no rúmen. Isso acaba gerando uma produção de gases no abomaso, fazendo-o se deslocar do assoalho abdominal para esquerda ou direita. Esse quadro se torna ainda mais perigoso, acompanhado de torção, gerando obstrução e óbito. ● Uso de “Drench” Ele é uma solução de eletrólitos e de precursores para gliconeogênese (algumas vezes até leveduras colocadas na solução também), u�lizados em animais recém-paridos para prevenir problemas de hipocalcemia (graças aos eletrólitos), de acetonemia (graças aos precursores de gliconeogênese) e de deslocamento do abomaso (visto que o líquido faz pesar e não deixa o abomaso se deslocar). Algumas propriedades usam em todas as vacas. Por ser líquido, passam rapidamente pelo rúmen. Fase 2 Período e duração: 10 semanas; 70 – 140 dias. Caracterís�cas fisiológicas: ● Capacidade de consumo Recuperação da capacidade máxima de consumo ● Produção de leite Produção de leite em queda ● Balanço nutricional e suas consequências Balanço nutricional começa a se tornar posi�vo, então o animal começa a ganhar peso e retornar ao peso normal Estratégias: ● Redução progressiva do fornecimento de concentrado e aumento do volumoso; Isso não significa reduzir o concentrado necessariamente, pode-se explorar a maior capacidade para aumentar a oferta de volumoso e con�nuar com o mesma oferta de concentrado. ● Qualidade do volumoso Se for optada a redução da oferta de concentrado, deve-se atentar para a qualidade do volumoso. Pois, se o volumoso for de baixa qualidade só vai prejudicar a curva de lactação. ● Controle do declínio da produção Forma de monitorar o manejo. Deve ser su�l, jamais uma queda acentuada, pois isso representaria erros de manejo alimentar. ● Observação: cuidados com a concepção e início do desenvolvimento embrionário Nessa fase também irá ocorrer a concepção e início do desenvolvimento embrionário, sendo uma fase sensível para o embrião. Por isso, deve-se tomar cuidado para não ocorrer problemas metabólicos, como a acidose ou alcalose, que prejudiquem a viabilidade da concepção e do embrião. ● Manejo unificado de fases I e II Em algumas fazendas há um manejo unificado das fases I e II. Embora ocorra alguns problemas de natureza econômica, mas por razões de operacionais pode ser feito. Fase 3 Duração e Período: 24 semanas; 140 – 305 dias. Pode ter duração variável, pois a secagem pode ser antes ou pode apresentar algum retardo na a�vidade reprodu�va e ampliar o IDP, prolongando a lactação e a fase III. Caracterís�cas fisiológicas: ● Elevada capacidade de ingestão de alimentos, alteração na prioridade de uso de nutrientes Consumo estabilizado no ápice. Nessa fase, a ordem de prioridade se inverte. A manutenção se torna a principal, pois a lactação já está em franca redução. ● Produção em franca redução, desenvolvimento fetal inicial (Obs: interrupção da gestação...?) Por haver redução da exportação de leite e por estar na fase inicial, ainda, o feto tem uma demanda muito pequena de nutrientes, logo reduz-se a necessidade de aporte de nutrientes. ● Balanço nutricional posi�vo Estabilização do peso corporal devido a estabilização da capacidade de ingestão e dos menores recursos demandados para produção. ● Aumento do peso vivo: acúmulo de reservas corporais Tem-se que tomar cuidado para o animal não engordar desnecessariamente, nessa situação o animal deve estar com a relação concentrado:volumoso ainda menor, podendo chegar a zero o consumo de concentrado, caso o volumoso seja de al�ssima qualidade. Essa prá�ca aumenta a viabilidade econômica da a�vidade pecuária, pois os concentrados são mais caros. Estratégias: ● Uso mais efe�vo de volumosos, redução substancial da ingestão de concentrados: viabilidade econômica e prevenção da engorda excessiva (item acima) ● Processo de secagem, re�rada do concentrado/redução da proteína metabolizável A secagem ocorre nessa fase. Para a secagem, o animal é preparado, reduzindo ainda mais o concentrado ou até re�rando completamente. Uma semana antes do dia da secagem é o ideal, quando ocorre isso, a quan�dade de nutrientes oferecida cai bruscamente, então a produção, que não era mais prioridade, tende a cair acentuadamente. Outra opção seria causar um choque no animal, inofensivo para ele, por meio de um jejum de alimento por 12h-18h, 24h antes da secagem, para encerrar a lactação. Outra opção é re�rar a proteína do concentrado uma semana antes, caso o volumoso seja de baixa qualidade, pois como não há reserva de proteína, a produção vai cessar. ● Uso de cabergolina (Velac�s) É um agonista da dopamina, a qual é um bloqueador da prolac�na. Há estudos que associaram o fármaco a mortalidade do rebanho, por isso, cautela ao optar por essa estratégia. Fase 4 Duração e Período: 8 semanas; 305- 365 dias. (Período seco) Obje�vos: ● Regeneração da população celular secretora ● Formação do colostro ● Desenvolvimento final do feto ● Manutenção das reservas corporais da vaca Caracterís�cas fisiológicas: ● Produção interrompida; O animal não é mais exportador de nutrientes ● Consumo em baixa; Desenvolvimento fetal impede o consumo elevado ● Necessidades especiais: feto, parto, próxima lactação; As necessidades nutricionais aumentam devido ao desenvolvimento do feto e o iminente parto e lactação. ● Período mais crí�co: úl�mas três semanas (período de transição) Na fase I é mais grave, por conta da exportação de nutrientes no leite que requer mais nutrientes em comparação ao desenvolvimentofetal da fase IV. Observação: Fase em que o animal tem menos assistência do produtor, porque não está produzindo Estratégia Divisão do rebanho em dois grupos: Grupo I: a par�r da secagem (idealmente 60 dias antes do parto) até 21 dias antes do parto Manejo indicado: Alimentação a base de volumoso, se for de boa qualidade o manejo pode ser realizado semelhante ao que se fazia no final da lactação. Atenção para o metabolismo do cálcio (prevenção da hipocalcemia puerperal): Aqui deve-se ter atenção e iniciar a prevenção da hipocalcemia puerperal, u�lizando os sais aniônicos. São sais que reduzem discretamente o nível de pH dos fluidos corporais e vai aumentar a sensibilidade dos receptores de paratormônio, preparando-o para a mudança do perfil endócrino que ocorrerá na fase I. Grupo II: Úl�mas três semanas antes do parto Manejo: Adaptação à dieta que será oferecida no pós-parto imediato: Já se começa a aumentar a oferta de concentrado com de forma crescente ao passar das semanas, pois a microbiota animal vai se adaptar e as papilas vão aumentar para a dieta no pós-parto, ou seja, ser ocorrer uma mudança súbita e provocar prejuízos ao ambiente ruminal. Acompanhamento do edema de úbere As vezes o exagero nos concentrados durante o pré-parto pode provocar uma resposta irrita�va na glândula mamária, causando um edema e dor. Por isso é necessário sempre acompanhar para que isso não venha a ocorrer. Atenção para o metabolismo do cálcio (prevenção da hipocalcemia puerperal): Con�nuar a prevenção com sais aniônicos. Essa dieta pode até contribuir para a redução do edema de úbere. Obs.: Vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) e elementos minerais (Zn, Cu, Se) ⋅ Sistema imune As vitaminas podem ser colocadas em maior quan�dade juntamente com os elementos minerais para potencializar a potenciar a resposta imune e evitar a ocorrência de mas�tes e de retenção de anexos fetais. Aumento de peso ⋅ engorda Durante essa fase o animal deve aumentar de peso, mas não engordar. Ou seja, o animal deve manter o mesmo escore, para evitar a esteatose hepá�ca e uma acetonemia. Escore corporal ideal = 3,5 ou 3,75 (?) Observação: rela�va constância das fases I e II × variabilidade das fases III e IV A variabilidade das fases III e IV se dão devido aos eventos de que ocorrem no ciclo produ�vo. Citando alguns exemplos temos: Um animal com IDP normal de doze meses e que teve uma concepção no tempo correto também, mas que não conseguir manter a lactação, ou seja, a secagem aconteceu antes do previsto . Nesse caso, a fase III diminuiu, enquanto a IV sofreu um aumento. Um outro animal teve um retardo na concepção e por isso apresentou um IDP de 15 meses, mas o animal não conseguiu prolongar a lactação . A fase III será normal, mas a IV será ampliada. Em outro animal, a concepção atrasou (IDP 15 meses), mas conseguiu prolongar a lactação . Então nesse caso, a fase III será estendida, mas a IV será de duração normal. Por fim, em um outro animal a concepção atrasou e a lactação encurtou . Então nesse caso, a fase III será menor e a fase IV muito mais longa que o normal. Sistemas de criação americano/europeu ⋅ Neozelandês (Oferta de grãos x Oferta do pasto de alta qualidade) Sistema brasileiro? (Heterogêneo e sem iden�dade própria) U�lização de alimentos fibrosos ⋅ u�lização de grãos Manejo alimentar usual em propriedades rurais Arraçoamento individual/Divisão em lotes Suplementação baseada unicamente na produção leiteira (?) (Incoerente) É mais correto se agrupar os lotes com base em mais de uma variável, ou seja, não apenas com base na produção de leite, mas levando em consideração os dias em lactação (DEL), ECC e status reprodu�vo. Tomar decisões com base em apenas uma variável pode ser prejudicial, como as situações abaixo. Situações especiais: a) Animais com alta persistência de lactação ou em tratamento com BST Nesse caso, ao alimentar o animais conforme sua produção os animais vão ganhar peso e vai dar origem a um sistema an�econômico para a propriedade, devido a alimentação exagerada com concentrado. b) Animais com baixa produção inicial (baixo potencial, distúrbios metabólicos ou comportamento arisco) Já nesse caso, ao alimentar o animal conforme sua produção, visto que ele tem apenas uma baixa produção, é uma punição ao animal, que prejudica a iden�ficação do seu verdadeiro potencial. Manejo alimentar de bovinos de corte Finalidades da criação: o Ciclo completo; o Recria; o Engorda; o Ciclo completo. Animais adultos em a�vidade reprodu�va Sistemas de criação a pasto Animais soltos man�dos pra�camente apenas a pasto, explorando a boa qualidade do pasto na estação de monta e no período seco u�lizando um pasto de menor qualidade, mas que não falte alimento. Suplementação: ● Volumosos (?) ● Concentrados (?) Não se faz suplementação de volumosos e de concentrados, pois é an�econômico ● Minerais e vitami de nas Nessas condições se jus�fica a suplementação por minerais e vitaminas, até mesmo com um sal energé�co durante a estação chuvoso, pois o teor da proteína na pastagem aumenta, e um sal proteinado na estação seca, pois a pastagem está com qualidade baixa. ● Adi�vos Uso de ionóforos para melhorar a degradabilidade da pastagem Manejo alimentar de animais em engorda Animais em confinamento Aquisição de animais: Critérios: ● Dimensão e estrutura corporal, condição sanitária Animal grande e magro, pois já chegou a sua maturidade e não é necessário dar tanta proteína a ele, mas sim energia, que é mais barata. Também deve se atentar a condição sanitária do animal, visto que os animais estão confinados agora. ● Aspectos comerciais (Preço/kg do “boi magro”, períodos de safra/entressafra) Formação de lotes Uniformes, pois a hierarquia social iria impedir que os animais menores se alimentasse corretamente. Caracterís�cas gerais da dieta ● Base alimentar Volumoso ● Suplementação Concentrado, necessário para ganho de peso e por pouco tempo, jus�ficado economicamente. ● Faixa etária e relação proteína:energia Por serem animais maduros, não precisam de tanta proteína, mas sim de energia. Controle ponderal ● Conceito de ganho compensatório É quando o animal tem seu crescimento restrito devido a sua alimentação insuficiente, com o tempo o corpo se torna tão eficiente na conversão alimentar que quando ele comer normalmente, ele será altamente eficaz no ganho de peso. ● Estabilização do peso corporal Mas isso não dura para sempre, o corpo então se torna adaptado a nova condição e o peso corporal se estabiliza. Nesse momento é que será a hora para a comercialização dos animais da engorda. Fatores que determinam o momento ideal para a comercialização
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