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Teníase e cisticercose - Diagnóstico

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Gabriela Vieira Queiroga – Medicina 
 
Teníase e cisticercose – Diagnóstico 
Teníase 
• Como a maioria dos portadores é assintomática, e quando há sintomas, são semelhantes a outras 
parasitoses, o diagnóstico clínico é difícil. 
➔ Os sintomas decorrem da inflamação da mucosa (devido à fixação do escólex), hipo ou 
hipersecreção de muco, alterações da motilidade intestinal, requerimento nutricional do verme e 
fenômenos tóxico-alérgicos, manifestando-se como: tontura, fraqueza, insônia, cefaleia, 
irritabilidade, anorexia ou bulimia, distensão e dor abdominal... 
• O diagnóstico laboratorial raramente é feito pela pesquisa de ovos de tênia nas fezes pelos métodos 
rotineiros ou pelo método da fita adesiva (de Graham), porque os ovos das tênias são iguais 
microscopicamente e de difícil visualização nesse exame. 
➔ O método de Graham seria um outro meio de diagnóstico, que revela bons resultados, o problema é 
a impossibilidade na prática de diferenciar os ovos de T. solium dos de T. saginata. 
➔ Por isso, quase sempre o diagnóstico vem do encontro das proglotes. 
➔ A proglote deve ser coletada e visualizada entre duas lâminas após tratamento com ácido acético, 
para a identificação da espécie da tênia. 
→ No caso da T. solium, que elimina suas proglotes com as fezes, a tamização fecal 
(peneiração) é o melhor método. 
→ No caso da T. saginata, devido ao seu vigoroso sistema muscular, frequentemente suas 
proglotes frequentemente libertam-se ativamente do intestino, sendo pressentidas pela 
pessoa infestada como um corpo móvel, viscoso, serpenteando no períneo ou na raiz das 
coxas ou coletados em peças íntimas ou sobre a roupa da cama. -> proglotes recém-
eliminadas e que apresentam motilidade espontânea. 
• Outro meio que melhorou o diagnóstico da teníase e que pode ser detectado na ausência de ovos na 
matéria fecal é a detecção de antígenos de ovos de T. solium nas fezes. Esses antígenos desaparecem 
em poucos dias após o tratamento eficaz. 
➔ Os coproantígenos são testes com base em ELISA de captura, com a formação de antissoros 
policlonais tanto contra a larva como contra os produtos excretados-secretados. 
➔ É um método simples e sensível. 
• Estudos recentes demonstram que o PCR é sensível e sua aplicação pode ser promissora no diagnóstico 
específico das tênias. 
 
Cisticercose 
Baseia-se nos aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. 
• É imprescindível levar em consideração a procedência do paciente, criação inadequada de suínos, 
hábitos higiênicos, serviços de saneamento básico, ingestão de carne de porco malcozida e diagnóstico 
de teníase no paciente ou em familiares. 
• No diagnóstico laboratorial, deve-se buscar observar o parasita a partir de analises 
anatomopatológicas de biópsias, necrópsias e cirurgias. Além disso, o cisticerco pode ser observado no 
exame oftalmoscópico de fundo de olho. 
 
 
Gabriela Vieira Queiroga – Medicina 
 
 
Neurocisticercose 
• Deve ser sempre desconfiada em pacientes que apresentam inicio de quadro de epilepsia na idade 
adulta, pois o cisticerco funciona como foco irritativo, especialmente quando degenera e ativa a reação 
imune local. 
➔ As crises podem ser tanto generalizadas quanto focais, mas o mais comum é que seja focal com 
generalização secundária. 
• Pode ocorrer também hidrocefalia hidrocefalia pela obstrução do fluxo liquórico, levando a sinais de 
hipertensão intracraniana, com cefaleia, náuseas, vômitos, borramento de visão, papiledema (inchaço 
de parte no nervo óptico devido ao aumento da pressão intracraniana -> observado no exame 
oftalmoscópico) e rebaixamento do nível de consciência. 
• Deve ser feito exames de imagem (RM e TC de crânio, preferencialmente TC porque RM é desvantajoso 
devido ao alto custo), e os achados nesses exames que sugerem o diagnóstico são: lesões císticas com 
ou sem reforço anelar (hipodensa, com contornos bem delimitados e escólex no seu interior -> 
cisticerco vivo ou forma ativa/ com reforço anelar -> degeneração do cisticerco), uma ou mais 
calcificações nodulares e lesões com reforço focal (geralmente são múltiplas). 
Características de neuroimagem dos cistos cisticercóticos nos seus diferentes estágios de evolução: 
 
Figura A: TC sem contraste -> múltiplas lesões císticas (hipodensa) intraparenquimatosas com escólex 
(hiperdenso – ponto branco dentro da lesão) no interior de várias delas e algumas calcificações (hiperdenso). 
Figura B: RM do mesmo paciente da figura A -> melhor visualização do escólex e de cisto intraventricular (seta) 
Gabriela Vieira Queiroga – Medicina 
 
 
Figura C: TC com contraste -> múltiplas lesões com reforço homogêneo ou anelar, representando cistos em fase 
de degeneração: anelar -> parcialmente degenerado e homogêneo mais degenerado. Lembrar que os cistos 
ficaram com coloroção de hiperdenso por causa do contraste, ao contrário da fig A. 
Figura D: TC sem contraste da mesma paciente da figura C, quatro anos depois -> presença de múltiplas 
calcificações intraparenquimatosas. Aparecem após a fase de degeneração do cisticerco -> após um período de 
aparente normalidade, inicia-se a deposição de sais de cálcio. 
• O exame de líquor também é uma das melhores opções para o diagnóstico da neurocisticercose, a 
partir do qual se observa a síndrome do LCR na neurocisticercose, a qual compreende pleocitose 
(aumento principalmente do número de leucócitos devido ao processo inflamatório liquórico), 
eosinofilorraquia (termo específico para aumento de eosinófilos no líquor, indicando presença de 
parasita) e positividade na reação de fixação do complemento para cisticercose (RFC). 
• O diagnóstico pode ser reforçado pela detecção de anticorpos específicos contra o cisticerco. 
➔ ELISA – pode ser utilizada em estudos epidemiológicos e individuais, e apresenta como vantagens 
simplicidade, rapidez no diagnóstico, praticidade e baixo custo. 
➔ EITB -> blotting com glicoproteínas purificadas – foi desenvolvido para detecção de anticorpos 
séricos esécíficos contra T. solium e emprega estratos antigênicos parcialmente purificados de 
cisticercos. 
- com especificidade próxima a 100% e especificidade de 94 a 98%, tem sido muito utilizado em 
estudos epidemiológicos e diagnósticos nos pacientes com duas ou mais lesões císticas ou lesões 
com reforço na fase contrastada dos exames de neuroimagem. 
→ São considerados de maiores sensibilidade e especificidade

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