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Sistema Financeiro Nacional

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qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. 
 
Adicionalmente, qualquer problema com sua turma/curso deve ser resolvido, em primeira instância, pela 
secretaria de sua unidade. Caso você não tenha obtido, junto a sua secretaria, as orientações e os 
esclarecimentos necessários, utilize o canal institucional da Ouvidoria. 
 
 
 
 
 
 
 
ouvidoria@fgv.br 
 
 
 
 
 
 
 
www.fgv.br/fgvmanagement 
 
3 
Sistema Financeiro Nacional 
SUMÁRIO 
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA ........................................................................... 4 
1.1 EMENTA ............................................................................................................ 4 
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL .......................................................................................... 4 
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 4 
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ..................................................................................... 4 
1.5 METODOLOGIA .................................................................................................... 4 
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ....................................................................................... 4 
1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .................................................................................. 5 
CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR ................................................................................. 6 
2. TEXTO PARA ESTUDO ...................................................................................... 7 
 
4 
Sistema Financeiro Nacional 
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 
1.1 Ementa 
Origem e Desenvolvimento da Moeda. 
Sistema Fiduciário. 
Liquidez 
Base monetária. 
Multiplicador da Base Monetária. 
Introdução ao Sistema Financeiro Nacional. 
Bancos Centrais. Autonomia operacional dos bancos centrais. 
Bancos múltiplos. Intermediários ou auxiliares financeiros. 
Políticas Econômicas. Monetária, Fiscal e Cambial. 
1.2 Carga horária total 
24 horas/aula 
1.3 Objetivos 
Identificar as características do Sistema Fiduciário, da Moeda e instrumentos praticados 
pelo Banco Central. 
Conhecer a estrutura do Sistema Financeiro Nacional. 
Conhecer o instrumental das Políticas Monetária, Fiscal e Cambial. 
1.4 Conteúdo programático 
Origem e Evolução da Moeda; 
Sistema Fiduciário; 
Liquidez; 
Base Monetária; 
Meios de Pagamento; 
Multiplicador da Base Monetária; 
Estrutura do Sistema Financeiro nacional; 
CMN, Bancos Centrais, CVM; 
Política Monetária; 
Política Fiscal; 
Política Cambial. 
1.5 Metodologia 
Exposição dialogada dará suporte aos debates, estudos de caso, vivências e análise de 
textos. 
1.6 Critérios de avaliação 
Avaliação Individual – Prova com questões dissertativas 70% da nota 
Trabalhos em Grupo feitos e sala de aula - 30% da nota 
 
 
5 
Sistema Financeiro Nacional 
1.7 Bibliografia recomendada 
 Giambiagi, Fabio. Capitalismo: modo de usar: porque o Brasil precisa aprender a lidar 
com a melhor forma de organização econômica que o ser humano já inventou. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2015. 
Blinder, Alan S. Bancos centrais: teoria e prática. São Paulo: Ed.34,1999 
Sistema Financeiro Nacional: http://sistema-financeiro-nacional.info/ 
Bancos Centrais: http://www.bcb.gov.br/ 
 Conjuntura Brasileira: http://porque.com.br/ : http://www.ipeadata.gov.br/ 
6 
Sistema Financeiro Nacional 
Curriculum vitae do professor 
Profª Carla Beni – Mestra em Economia pela Universidade Estadual de Campinas - 
Unicamp. Possui MBA em Finanças Empresariais pela FGV/Ohio University College of 
Business. Especialista em Economia e Didática no Ensino Superior pela Universidade 
Presbiteriana Mackenzie. Economista pela Fundação Armando Álvares Penteado/FAAP.Foi 
Professora de Economia da Pós-Graduação da Universidade Mackenzie, nos cursos de 
Engenharia Econômica, Banking, Controladoria e Gerência Nacional de Vendas, nas 
cidades de São Paulo, Recife, Brasília e Campinas, por mais de quatro anos. Também 
ministrou aulas na Graduação das Faculdades de Economia e Administração São Luis, em 
SP, e atuou no mercado financeiro na Mesa de Operações e na Gerência de Leasing do 
Banco Santander. Atuou por 7 anos da área de Varejo como Diretora do Grupo Peg & 
Faça. Professora de Economia nos cursos da FGV Management desde 2005. Recebeu em 
2009, 2010, 2013 e 2014 o Prêmio Excelência em Economia da rede FGV – o FGV 
Management. Recebeu em 2013 e 2014 o Prêmio Excelência Acadêmica IBE FGV em 
Campinas. Professora homenageada nos anos de 2015, 2016 e 2017 pelas Turmas de 
Gestão Financeira da Unidade Paulista da FGV. Professora Oradora da 29a Festa de 
Encerramento das Turmas FGV SP (Paulista, Berrini e Faria Lima), em 28 /09/2017. 
carlabeni09@gmail.com. Material acadêmico publicado no site www.profcarlabeni.com.br 
 
 
7 
Sistema Financeiro Nacional 
2. TEXTO PARA ESTUDO 
Economia Solidária 
Todo sistema produtivo de uma sociedade moderna apresenta uma parte 
monetizada, e outra não monetizada. Estas “duas economias” coexistem porque o 
homem, desde os primórdios, recorre às trocas para suprir suas necessidades e também 
porque a moeda foi uma invenção, um artifício humano que tem por objetivo facilitar a 
vida diária. 
Hoje, não precisamos mais carregar animais ou outros pertences aos centros 
comerciais para trocar por outra necessidade qualquer, podemos simplesmente usar um 
instrumento de aceitação generalizada, um denominador comum. Este instrumento está 
tão presente em nossas vidas, que fica praticamente impossível imaginar como seriam 
resolvidas nossas questões financeiras sem a moeda. 
Para chegarmos ao atual sistema fiduciário foi um longo caminho. Hoje, temos 
inúmeras alternativas para solucionar nossos problemas: a Moeda Manual que é emitida 
por órgão governamental, conferindo legitimação ao papel-moeda circulante; A Moeda 
Escritural, representada pelos saldos em nossas contas correntes, que é manipulada 
através de instrumentos como o cheque, os novos cartões de débito e as transferências 
eletrônicas; Temos também os cartões de crédito e todas as outras modalidades 
existentes no mercado financeiro. Esta é a parte da economia monetizada, que gera 
renda, economiza tempo e traz benefícios, mas também engloba as especulações 
financeiras, a economia informal, sonegação de impostos, o contrabando, tráfico de 
drogas e de armas e quaisquer outras operações, lícitas ou não, que envolvam moeda. 
Por outro lado, temos a economia não monetizada, porém não menos produtiva, 
que engloba inúmeras horas de trabalho não remunerado, como o trabalho voluntário em 
creches, escolas, hospitais e entidades religiosas, a produção caseira para uso próprio, a 
agricultura de subsistência, o cuidado não remunerado do lar e dos filhos, as estruturas 
comunitárias e outras possibilidades, como as “novas” variações de uma modalidade 
muito conhecida do homem – o escambo. 
 Isto porque o escambo resistiu ao tempo, está aliado à tecnologia e gerando 
bilhões de dólares que não são computados nos PIB’s (Produto Interno Bruto) de vários 
países. Este é o Escambo Eletrônico1realizado pelas empresas, inclusive as transnacionais 
que, segundo Hazel Henderson2, comercializam por ano o equivalente a US$1trilhão 
internamente, trocando passagens, hospedagem, espaços em escritórios, etc. 
Os países também realizam escambo nos seus balanços de pagamentos, e as 
pessoas físicas nunca se esqueceram desta alternativa,vale relembrar o fenômeno dos 
Clubes de Troca na Argentina, que surgiram como uma resposta da sociedade civil à 
ineficiência dos planos econômicos governamentais, envolvendo 6 milhões de pessoas, 
entre vizinhos e desconhecidos, inclusive através da internet. 
 No caso brasileiro, um país em desenvolvimento, sem uma moeda forte e com 
problemas estruturais gravíssimos, mas com muita criatividade, a alternativa do 
escambo pode aliviar a pressão social e surpreender a sociedade com seus resultados 
positivos.Para isso, devemos nos despir de qualquer pré-conceito que nos tenham 
 
 
1 Para este assunto ver www.barternews.com . 
2 www.hazelhenderson.com 
8 
Sistema Financeiro Nacional 
ensinado e passar a enxergar, com seriedade e espírito crítico, novas saídas para velhos 
problemas. Isto porque, as tensões sociais geradas estão cada vez mais intensas e o 
desafio deste novo século repousa na luta contra a pobreza, na redução das 
desigualdades sociais e no respeito às diversidades raciais, sociais, religiosas e sexuais. 
Para discutirmos estas questões, devemos ter em mente que a sociedade está 
composta de três setores: o público, o privado e a sociedade civil. As possíveis 
combinações entre estes setores, que operam dentro das duas economias já citadas, a 
monetizada e a não monetizada, resultam em alternativas que produzem melhorias na 
qualidade de vida de toda a sociedade. 
Com relação à participação do setor público, deve-se salientar que o mesmo 
encontra-se exaurido de recursos e obstinado em aumentos percentuais do PIB, além de 
já ter encerrado seu papel assistencialista há muito tempo atrás. 
O setor privado encontra-se refém da falta de poupança interna para viabilizar 
seus projetos e sofre com uma legislação que nivela a todos, independente do porte das 
empresas, desconsiderando as especificidades existentes3. A necessidade premente é de 
investimentos, mas de onde virá o capital para as empresas aumentarem as contratações 
com esta situação do setor público, as limitações impostas ao setor privado e uma 
estrutura instável do país, que provoca no capital externo um volátil interesse de 
investimentos no setor produtivo? 
Outro agravante ocorre com os líderes democraticamente eleitos, que tem de 
conviver com a perda de soberania e a erosão do poder dos Estados Nacionais, pois as 
promessas eleitorais estão cada vez mais distantes de serem alcançadas – pleno 
emprego, baixas taxas de inflação, moeda estável, câmbio equilibrado, taxas de juros 
que estimulem investimentos em vez das especulações, equilíbrio no balanço de 
pagamentos e tantas outras premissas macroeconômicas que se esvaem no contexto do 
atual cassino financeiro global4. 
Temos então, uma explosiva combinação que gera como resíduo indesejável uma 
grande parcela da juventude totalmente despreparada, sem formação, nem educação 
básica sequer para exercer a própria cidadania. 
Lançamos a questão: qual o impacto social de um jovem despreparado? E de 
milhões deles? A resposta é complexa, compreende um longo caminho e é de 
responsabilidade de todos, porque afeta a todos. Vejam, por exemplo, o caso de um 
assalto: o ato do roubo, do ponto de vista econômico, nada mais é do que uma rápida 
transferência de renda, e, muitas vezes, por falta de alternativas. 
Por outro lado, modelos econômicos “alternativos” fundados em: trocas sociais e 
familiares; estruturas comunitárias; consumo local; voluntariado; trabalho não 
remunerado; microcrédito; microempresas; agricultura de subsistência e menor 
dependência do setor externo, são avaliados de maneira pejorativa e, portanto, 
considerados pouco sérios, mesmo com a população sentindo “na pele” os efeitos da 
recessão e do desemprego gerados pelos modelos econômicos tradicionais, que buscam 
incessantemente o nirvana através do aumento do PIB. 
 
 
3 Como exemplo, vale mencionar o tratamento fiscal dado às microempresas na Itália, onde um imposto só entrará em vigor 
após a comprovação, por parte do governo, de que a empresa será capaz de honrá-lo, sem comprometer suas finanças. 
4 Expressão usada por Hazel Henderson em Transcendendo a Economia, Cultrix, 1991, p.39. 
9 
Sistema Financeiro Nacional 
Mas, a final de contas, o aumento da Renda Nacional não implica numa melhor 
distribuição de renda?Esta problemática já foi discutida à exaustão, com a idéia de 
“aumentar o bolo” para depois dividir, no entanto, a história mostrou que a divisão não 
foi feita e o número de pessoas excluídas aumentou vertiginosamente. 
Até o final da década de 70, o aumento do PIB garantia melhor distribuição de 
renda à população, promovendo a redução do desemprego, via aumento dos 
investimentos. Porém, na década de 80 o dinamismo da economia industrial brasileira se 
esgota e a crise da dívida externa desarticula o padrão de acumulação vigente, 
comandado pela tríade: capital produtivo externo, Governo e setor privado. Com a 
ruptura do financiamento externo e a deterioração das contas públicas, o Estado de 
encontra enfraquecido no final da década, propiciando a aventura neoliberal no início dos 
anos 905. 
Sabemos que o aumento do PIB traz benefícios ao país, porém, não 
necessariamente, com o aumento do número de postos de trabalho. Esta é a grande 
mudança de paradigma que a economia enfrenta - a economia sem ética6.Esta nova 
realidade distorce valores pessoais, empresariais e sociais. Isto ocorre porque uma 
empresa, numa situação análoga ao país, é capaz de aumentar seu faturamento, sem 
necessariamente aumentar o número de funcionários. A globalização e a tecnologia atual 
trouxeram esta novidade, fortemente divulgada por Hazel Henderson, o crescimento de 
braços dados com a pobreza7, anulando, muitas vezes, o papel social da empresa, como 
provedora de empregos. 
Surge, então, uma nova ordem econômica mundial, caracterizada pela perda de valores 
éticos, dominada pela monetização das relações e pela concorrência insana. Incompatível 
com o avanço social e democrático das sociedades. Para atenuar esta situação, devemos 
buscar práticas econômicas alternativas que possam gerar trabalho e renda às 
comunidades excluídas da economia formal, tais como: cooperativas e associações auto 
geridas, incentivo à produção e consumo em redes locais, microcrédito, moedas locais e 
de trocas, formação de mão-de-obra através do voluntariado e outras. Este é o papel da 
Economia Solidária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Jorge Mattoso e Marcio Pochmann, Mudanças estruturais e o trabalho no Brasil dos anos 90, Economia e Sociedade, 
Campinas (10): 221, jun.1998. 
6 Vários são os autores que trabalham nesta linha de pensamento, em especial destacamos Amartya Sen e seu trabalho, Sobre 
Ética e Economia, Cia.das letras, 1999. 
7 Sobre este tema ver o trabalho do Banco Mundial, Globalização, Crescimento e Pobreza, Ed. Futura, 2003. 
“O dinheiro é estritamente uma invenção humana por 
se tratar, em si mesmo, de uma metáfora.” 
 Jack Weatherford em A História do Dinheiro, p.46. 
 
10 
Sistema Financeiro Nacional 
1. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA MOEDA 
 
1.1 Escambo 
1.2 Moedas Mercadorias 
1.3 A opção pelos Metais 
1.4 Moeda Papel 
1.5 Papel Moeda ou Moeda Fiduciária 
1.6 Moeda Escritural ou Moeda Bancária 
1.7 Funções da Moeda 
1.8 Características da Moeda 
 
1.1 ESCAMBO 
 
ESCAMBO: operação rudimentar realizada diretamente em espécie, sem a presença de 
intermediários financeiros. 
EM QUE MOMENTO DEU-SE A ORIGEM DA MOEDA? 
“Um produto só se converte em ativo monetário se os membros do grupo o aceitarem 
em pagamento das transações que se efetivam. Tal aceitação é uma espécie de crença 
social, à qual todos se rendem. Além disso, como a moeda representa um poder de 
aquisição, desde o momento em que é recebida até o momento em que é dada em 
pagamento de outra transação, ela também se caracteriza como uma reserva de 
valor.” 8 
 
1.2 MOEDAS –MERCADORIAS 
 
Primeiras moedas eram mercadorias aceitas pelo grupo. 
 
Valor de uso era garantia pelo valor de troca. Exemplos: sal, trigo, gado, chá, arroz, etc. 
 
Problema central: eram perecíveis. Isto afeta a função central da moeda que é a reserva 
de valor! 
 
1.3 A OPÇÃO PELOS METAIS 
 
Princípios econômicos: Custo e Raridade relativa. 
 
Vantagens: durabilidade, facilita a acumulação de estoques pois a variação da produção 
tem pequeno efeito sobre a oferta. Divisibilidade material e econômica. 
Estágio inicial em barras ou pequenos lingotes, mas foi com a Cunhagem que o processo 
mudou. A perda do caráter privado para o público legitimou a confiança. Pureza, peso e 
valor passaram a ser marcados oficialmente. 
Novidades: Curso legal, poder liberatório (credor e devedor obrigados a aceitar), 
cobrança de tributos. 
 
 
8 Lopes, J. do C. e Rosseti, J. P. “Economia Monetária 
11 
Sistema Financeiro Nacional 
1.4 MOEDA PAPEL ou MOEDA REPRESENTATIVA 
Com o desenvolvimento dos mercados temos a elevação do número de bens e serviços, 
das operações de troca, do volume de moeda em circulação e dos valores das 
transações. O transporte passa a ser desaconselhável – excesso de peso e risco. 
SOLUÇÃO: Emissão de certificados de depósitos de moedas metálicas 
Certificados Nominais no 1º momento. Lastro integral ou 100%. Aceitação generalizada. 
 
1.5 PAPEL MOEDA ou MOEDA FIDUCIÁRIA 
 
� MOEDA NÃO LASTREADA EM METAIS 
� TRANSMISSÍVEL AO PORTADOR 
� VALOR VARIÁVEL 
� PAGÁVEL À VISTA 
� EMISSÃO DE PARTICULARES – 1º MOMENTO 
� RUINA DO SISTEMA ENTRE 1793 E 1817 
� LEI DO PADRÃO OURO EM 1900 
� 1ª GUERRA MUNDIAL 1914 A 1918 
� CRISE DE 1929 A 1933 GRANDE DEPRESSÃO 
� 2ª GUERRA MUNDIAL 1939 A 1945 
� JULHO DE 1944 – INICIO DE BRETTON WOODS 
As conferências de Bretton Woods, definindo o Sistema Bretton Woods de 
gerenciamento econômico internacional, estabeleceram em Julho de 1944 as regras para 
as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo. O 
sistema Bretton Woods foi o primeiro exemplo, na história mundial, de uma ordem 
monetária totalmente negociada, tendo como objetivo governar as relações monetárias 
entre Nações-Estado independentes. 
 Definindo um sistema de regras, instituições e procedimentos para regular a 
política econômica internacional, também foram estabelecidos o Banco Internacional para 
a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). 
Essas organizações tornaram-se operacionais em 1946, depois que um número suficiente 
de países ratificou o acordo. 
“O dinheiro começou como artigo específico e tangível, como as conchas e os discos 
de pedra, os grãos de cacau e pepitas de metal. Em sua segunda fase, tomou forma 
de papel que reteve sua tangibilidade, mas perdeu seu valor quanto artigo. Não era 
possível comer papel moeda, como era o caso do sal ou do cacau, nem podia ser 
derretido e transformado em instrumentos ou ornamentos, como as moedas de cobre, 
lata, ouro e prata. O papel moeda não tinha utilidade senão como dinheiro. O uso de 
moedas e outros artigos envolvia tremenda abstração, mas o uso do papel tornou o 
dinheiro ainda mais abstrato.” 
 
Jack Weatherford em A História do Dinheiro, p.30. 
12 
Sistema Financeiro Nacional 
As principais disposições do sistema Bretton Woods foram, primeiramente, a obrigação 
de cada país adotar uma política monetária que mantivesse a taxa de câmbio de suas 
moedas dentro de um determinado valor - mais ou menos um por cento—em termos de 
ouro, e em segundo lugar, a provisão pelo FMI de financiamento para suportar 
dificuldades temporárias de pagamento. Em 1973, diante de pressões crescentes na 
demanda global por ouro, Richard Nixon, então presidente norte-americano, suspendeu 
unilateralmente o sistema de Bretton Woods, cancelando a conversibilidade direta do 
dólar em ouro. 
• DESMATERIALIZAÇÃO DA MOEDA 
• INEXISTÊNCIA DE LASTRO METÁLICO 
• INCONVERSIBILIDADE ABSOLUTA 
• MONOPÓLIO ESTATAL DAS EMISSÕES 
• SISTEMAS MONETÁRIOS FIDUCIÁRIOS 
 
1.6 MOEDA ESCRITURAL OU BANCÁRIA 
Surgimento paralelo à moeda fiduciária, de forma acidental no Banco da Inglaterra. 
Moeda invisível sem existência física. Corresponde a lançamentos a débito e a crédito 
registrados nas contas correntes dos bancos. 
1.7 FUNÇÕES DA MOEDA 
 
RESERVA DE VALOR (Liquidez por excelência) 
Intermediária de trocas, medida de valor, liberatória – poder de saldar dívidas, 
instrumento de poder. 
1.8 CARACTERÍSTICAS DA MOEDA 
 
Valor, portabilidade, durabilidade, homogeneidade, divisibilidade, identificabilidade, 
estabilidade de valor e cunhabilidade. 
 
 
 
 
 
“O dólar norte americano não é um dólar de prata nem de ouro. O governo dos 
EUA não irá trocar uma nota de dólar por outra coisa além de uma nota de dólar. 
O dólar é simplesmente uma moeda por reconhecimento. O dólar sustenta-se no 
poder do governo e na fé das pessoas que o usam. Fé em que ele poderá comprar 
algo amanhã, fé em que o governo dos Estados Unidos continue existindo e 
aceitando dólares no pagamento de impostos e que outras pessoas continuarão 
acreditando nele. Além dessa fé, nada mais sustenta o dólar.” 
 
Jack Weatherford em A História do Dinheiro, p.185 
13 
Sistema Financeiro Nacional 
TEXTO COMPLEMENTAR ORIGEM E EVOLUÇÃO DA MOEDA 
Escambo 
A moeda, como hoje a conhecemos, é o resultado de uma longa evolução. No início não 
havia moeda. Praticava-se o escambo, simples troca de mercadoria por mercadoria, sem 
equivalência de valor. Assim, quem pescasse mais peixe do que o necessário para si e 
seu grupo trocava este excesso com o de outra pessoa que, por exemplo, tivesse 
plantado e colhido mais milho do que fosse precisar. Esta elementar forma de comércio 
foi dominante no início da civilização, podendo ser encontrada, ainda hoje, entre povos 
de economia primitiva, em regiões onde, pelo difícil acesso, há escassez de meio 
circulante, e até em situações especiais, em que as pessoas envolvidas efetuam permuta 
de objetos sem a preocupação de sua equivalência de valor. Este é o caso, por exemplo, 
da criança que troca com o colega um brinquedo caro por outro de menor valor, que 
deseja muito. As mercadorias utilizadas para escambo geralmente se apresentam em 
estado natural, variando conforme as condições de meio ambiente e as atividades 
desenvolvidas pelo grupo, correspondendo a necessidades fundamentais de seus 
membros. Nesta forma de troca, no entanto, ocorrem dificuldades, por não haver uma 
medida comum de valor entre os elementos a serem permutados. 
Moeda Mercadoria 
Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram a ser mais procuradas do que outras. 
Aceitas por todos, assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por 
outros produtos e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as moedas–mercadorias. O 
gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados; apresentava vantagens de 
locomoção própria, reprodução e prestação de serviços, embora ocorresse o risco de 
doenças e da morte. O sal foi outra moeda–mercadoria; de difícil obtenção, 
principalmente no interior dos continentes, era muito utilizado na conservação de 
alimentos. Ambas deixaram marca de sua função como instrumento de troca em nosso 
vocabulário, pois, até hoje, empregamos palavras como pecúnia (dinheiro) e pecúlio 
(dinheiro acumulado) derivadas da palavra latina pecus (gado). A palavra capital 
(patrimônio) vem do latim capita (cabeça). Da mesma forma, a palavra salário 
(remuneração, normalmente em dinheiro, devida pelo empregador em face do serviço do 
empregado) tem como origem a utilização do sal, em Roma, para o pagamento de 
serviços prestados. No Brasil, entre outras, circularam o cauri – trazido pelo escravo 
africano –, o pau-brasil, o açúcar, o cacau, o tabaco e o pano, trocado no Maranhão, no 
século XVII, devidoà quase inexistência de numerário, sendo comercializado sob a forma 
de novelos, meadas e tecidos. Com o passar do tempo, as mercadorias se tornaram 
inconvenientes às transações comerciais, devido à oscilação de seu valor, pelo fato de 
não serem fracionáveis e por serem facilmente perecíveis, não permitindo o acúmulo de 
riquezas. 
Metal 
Quando o homem descobriu o metal, logo passou a utilizá-lo para fabricar seus utensílios 
e armas, anteriormente feitos de pedra. Por apresentar vantagens como a possibilidade 
de entesouramento, divisibilidade, raridade, facilidade de transporte e beleza, o metal se 
14 
Sistema Financeiro Nacional 
elegeu como principal padrão de valor. Era trocado sob as formas mais diversas. A 
princípio, em seu estado natural, depois sob a forma de barras e, ainda, sob a forma de 
objetos, como anéis, braceletes etc. O metal comercializado dessa forma exigia aferição 
de peso e avaliação de seu grau de pureza a cada troca. Mais tarde, ganhou forma 
definida e peso determinado, recebendo marca indicativa de valor, que também 
apontava o responsável pela sua emissão. Essa medida agilizou as transações, 
dispensando a pesagem e permitindo a imediata identificação da quantidade de metal 
oferecida para troca. 
Moeda em Formato de Objetos 
Os utensílios de metal passaram a ser mercadorias muito apreciadas. Como sua 
produção exigia, além do domínio das técnicas de fundição, o conhecimento dos locais 
onde o metal poderia ser encontrado, essa tarefa, naturalmente, não estava ao alcance 
de todos. A valorização, cada vez maior, destes instrumentos levou à sua utilização como 
moeda e ao aparecimento de réplicas de objetos metálicos, em pequenas dimensões, que 
circulavam como dinheiro. É o caso das moedas faca e chave que eram encontradas no 
Oriente e do talento, moeda de cobre ou bronze, com o formato de pele de animal, que 
circulou na Grécia e em Chipre. 
 Moedas Antigas 
Surgem, então, no século VII a.C., as primeiras moedas com características das atuais: 
são pequenas peças de metal com peso e valor definidos e com a impressão do cunho 
oficial, isto é, a marca de quem as emitiu e garante o seu valor. São cunhadas na Grécia 
moedas de prata e, na Lídia, são utilizados pequenos lingotes ovais de uma liga de ouro 
e prata chamada eletro. As moedas refletem a mentalidade de um povo e de sua época. 
Nelas podem ser observados aspectos políticos, econômicos, tecnológicos e culturais. É 
pelas impressões encontradas nas moedas que conhecemos, hoje, a efígie de 
personalidades que viveram há muitos séculos. Provavelmente, a primeira figura 
histórica a ter sua efígie registrada numa moeda foi Alexandre, o Grande, da Macedônia, 
por volta do ano 330 a.C. A princípio, as peças eram fabricadas por processos manuais 
muito rudimentares e tinham seus bordos irregulares, não sendo, como hoje, peças 
absolutamente iguais umas às outras. 
Ouro, Prata e Cobre 
Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata. O 
emprego destes metais se impôs, não só pela sua raridade, beleza, imunidade à corrosão 
e valor econômico, mas também por antigos costumes religiosos.Nos primórdios da 
civilização, os sacerdotes da Babilônia, estudiosos de astronomia, ensinavam ao povo a 
existência de estreita ligação entre o ouro e o Sol, a prata e a Lua. Isto levou à crença no 
poder mágico destes metais e no dos objetos com eles confeccionados. A cunhagem de 
moedas em ouro e prata se manteve durante muitos séculos, sendo as peças garantidas 
por seu valor intrínseco, isto é, pelo valor comercial do metal utilizado na sua confecção. 
Assim, uma moeda na qual haviam sido utilizados vinte gramas de ouro, era trocada por 
mercadorias neste mesmo valor. Durante muitos séculos os países cunharam em ouro 
suas moedas de maior valor, reservando a prata e o cobre para os valores menores. 
15 
Sistema Financeiro Nacional 
Estes sistemas se mantiveram até o final do século passado, quando o cuproníquel e, 
posteriormente, outras ligas metálicas passaram a ser muito empregados, passando a 
moeda a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua face, que 
independe do metal nela contido. Com o advento do papel-moeda a cunhagem de 
moedas metálicas ficou restrita a valores inferiores, necessários para troco. Dentro desta 
nova função, a durabilidade passou a ser a qualidade mais necessária à moeda. Surgem, 
em grande diversidade, as ligas modernas, produzidas para suportar a alta rotatividade 
do numerário de troco. 
Moeda de Papel 
Na Idade Média, surgiu o costume de se guardarem os valores com um ourives, pessoa 
que negociava objetos de ouro e prata. Este, como garantia, entregava um recibo. Com o 
tempo, esses recibos passaram a ser utilizados para efetuar pagamentos, circulando de 
mão em mão e dando origem à moeda de papel. No Brasil, os primeiros bilhetes de 
banco, precursores das cédulas atuais, foram lançados pelo Banco do Brasil, em 1810. 
Tinham seu valor preenchido à mão, tal como, hoje, fazemos com os cheques Com o 
tempo, da mesma forma ocorrida com as moedas, os governos passaram a conduzir a 
emissão de cédulas, controlando as falsificações e garantindo o poder de pagamento. 
Atualmente quase todos os países possuem seus bancos centrais, encarregados das 
emissões de cédulas e moedas. A moeda de papel evoluiu quanto à técnica utilizada na 
sua impressão. Hoje a confecção de cédulas utiliza papel especialmente preparado e 
diversos processos de impressão que se complementam, dando ao produto final grande 
margem de segurança e condições de durabilidade. 
Formatos Diversos 
O dinheiro variou muito, em seu aspecto físico, ao longo dos séculos. 
As moedas já se apresentaram em tamanhos ínfimos, como o stater, que circulou em 
Aradus, Fenícia, atingindo também grandes dimensões como as do dáler, peça de cobre 
na Suécia, no século XVII. Embora, hoje, a forma circular seja adotada em quase todo o 
mundo, já existiram moedas ovais, quadradas, poligonais etc. Foram, também, cunhadas 
em materiais não metálicos diversos, como madeira, couro e até porcelana. Moedas de 
porcelana circularam, neste século, na Alemanha, quando, por causa da guerra, este país 
enfrentava grave crise econômica. As cédulas, geralmente, se apresentam no formato 
retangular e no sentido horizontal, observando-se, no entanto, grande variedade de 
tamanhos. Existem, ainda, cédulas quadradas e até as que têm suas inscrições no 
sentido vertical. As cédulas retratam a cultura do país emissor e nelas podem-se 
observar motivos característicos muito interessantes como paisagens, tipos humanos, 
fauna e flora, monumentos de arquitetura antiga e contemporânea, líderes políticos, 
cenas históricas etc. As cédulas apresentam, ainda, inscrições, geralmente na língua 
oficial do país, embora em muitas delas se encontre, também, as mesmas inscrições em 
outros idiomas. 
 
 
16 
Sistema Financeiro Nacional 
Sistema Monetário 
O conjunto de cédulas e moedas utilizadas por um país forma o seu sistema monetário. 
Este sistema, regulado através de legislação própria, é organizado a partir de um valor 
que lhe serve de base e que é sua unidade monetária. Atualmente, quase todos os países 
utilizam o sistema monetário de base centesimal, no qual a moeda divisionária da 
unidade representa um centésimo de seu valor. Normalmente os valores mais altos são 
expressos em cédulas e os valores menores em moedas. Atualmente a tendência 
mundial é no sentido de se suprirem as despesas diárias com moedas. As ligas metálicas 
modernas proporcionam às moedas durabilidade muito superior à das cédulas, tornando-
as mais apropriadas à intensa rotatividade do dinheiro de troco. Os países, através de 
seus bancos centrais, controlam e garantem as emissões de dinheiro. O conjunto de 
moedas e cédulas em circulação, chamado meio circulante, é constantemente renovado 
através de processo de saneamento, que consiste na substituição das cédulas gastas e 
rasgadas. O dinheiro, sejaem que forma se apresente, não vale por si, mas pelas 
mercadorias e serviços que pode comprar. É uma espécie de título que dá a seu portador 
a faculdade de se considerar credor da sociedade e de usufruir, através do poder de 
compra, de todas as conquistas do homem moderno. 
 
A moeda não foi, pois, genialmente inventada, mas surgiu de uma necessidade 
e sua evolução reflete, a cada momento, a vontade do homem de adequar seu 
instrumento monetário à realidade de sua economia. 
Tabela de conversão das moedas com as mudanças dos padrões monetários 
brasileiros. 
 
Obs: Foi instituída a URV (Unidade Real de Valor) em 30/06/1994 sendo 1URV= CR$ 2.750,00. 
 
17 
Sistema Financeiro Nacional 
Ataque ao papel-moeda 
Fernando Dantas - 25 Novembro 2016 – Estado de São Paulo 
Na recente noite de oito de novembro, a população da Índia levou um susto quando as 
autoridades anunciaram que as notas de 1000 e de 500 rúpias, equivalentes a 
respectivamente R$ 49 e R$ 24,5, iriam simplesmente parar de ser aceitas como 
dinheiro. Todos os portadores dessas notas se viram obrigados a ir aos bancos para 
trocá-las por cédulas de menor valor. 
A intenção do governo indiano é combater o dinheiro do crime e da corrupção, que, como 
em outras partes do mundo, é em boa parte guardado e usado na forma de papel-
moeda. A decisão, entretanto, lançou o país numa barafunda financeira, já que as duas 
notas representavam 85% do dinheiro em espécie na Índia. E a gigantesca população do 
país está habituada a economizar e realizar grande parte das suas transações em 
dinheiro vivo. 
A Índia está reintroduzindo novas notas de 2.000 e 500 rúpias, mais difíceis de falsificar. 
No entanto, em outros países vem se fortalecendo a ideia de reduzir ou eliminar de vez 
as notas de alto valor (para os padrões de renda indianos, aquelas cédulas são altas), 
como forma de combater o dinheiro do crime. 
O Banco Central Europeu (BCE), por exemplo, vai retirar gradativamente de circulação, 
até 2018, a nota de 500 euros, equivalente a R$ 1.795, muito apreciada por sua 
praticidade por bandidos e terroristas, a ponto de ser chamada de “bin laden” no mundo 
do crime. Os Estados Unidos já recolheram todas as notas com valor acima de US$ 100 
(havia cédulas de até US$ 10 mil). 
Porém, para alguns economistas, o mundo deveria reduzir de forma muito mais drástica 
o volume de papel-moeda em circulação, especialmente aquele acumulado em notas de 
alto valor. Em livro recém-lançado (“The Curse of Cash”, título que significa “a maldição 
do dinheiro em espécie”), o prestigiado economista norte-americano Kenneth Rogoff 
propõe que se tire de circulação em escala mundial todas as notas com valor acima de 
US$ 10 (R$ 34). 
Rogoff observa que notas de alta denominação em dólares e ienes (a cédula de US$ 100 
e a de 10 mil ienes) são responsáveis por respectivamente 80% e 90% do alto volume 
de dinheiro em espécie presente nos dois países. Esta dinheirama em papel, por sua vez, 
não está estimulando a economia legal, mas é uma grande ajuda às transações 
criminosas. 
Como ele escreve em recente artigo, “um milhão de dólares em notas de US$ 100 cabem 
em uma mala, e um milhão de dólares em notas de 500 euros cabem numa bolsa”. 
Mas existe outro lado nessa discussão. Segundo o economista José Júlio Senna, do 
Centro de Política Monetária do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), “um menor 
volume de notas de elevada denominação em circulação traz dificuldades para indivíduos 
e bancos se defenderem de políticas de juros negativos adotadas em alguns países”. 
Como se sabe, países como Japão, Suíça, Suécia e Dinamarca estão com taxas básicas 
de juros negativas. Este estranho fato é uma tentativa de estimular as economias depois 
que os juros já foram a zero com o mesmo objetivo, e sem resultados satisfatórios. 
18 
Sistema Financeiro Nacional 
Senna explica que uma forma de se defender do juro negativo, que faz com que recursos 
aplicados no sistema financeiro encolham, é colocar dinheiro em espécie “no cofre ou 
debaixo do colchão”. A logística e os riscos desta estratégia, porém, tornam-se mais 
complicados com notas de baixo valor, especialmente no caso de grandes volumes de 
dinheiro. De qualquer forma, o economista ressalva que os benefícios da estratégia de 
juro negativo estão longe de confirmados. 
Por outro lado, está muito clara a vantagem de eliminar ou reduzir o volume de notas de 
alto valor se o objetivo é combater o crime e a corrupção. No caso do Brasil, em que a 
epopeia de escândalos só faz crescer, talvez fosse o caso de o BC pensar no fim da nota 
de R$ 100. Mesmo porque até hoje o comércio faz cara feia para trocá-la. 
 
Questão 1: Quais seriam as vantagens e desvantagens da extinção da nota de 
R$100,00 no Brasil? 
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2. CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA FIDUCIÁRIO 
 
• NÃO HÁ LASTRO METÁLICO; 
• PAPEL MOEDA EMITIDO POR ÓRGÃO GOVERNAMENTAL; 
• CONFIANÇA DO PÚBLICO NA MOEDA; 
• CONFIANÇA DO PÚBLICO NA NORMALIDADE OPERACIONAL DOS BANCOS. 
 
3. CONCEITO DE LIQUIDEZ 
 
Liquidez é a capacidade, ou facilidade de converter um Ativo em Moeda, no menor 
espaço de tempo, com o menor custo possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
Sistema Financeiro Nacional 
4. CONCEITO DE BASE MONETÁRIA 
 
M0 ou passivo monetário do Bacen ou moeda de alto poder de expansão 
 
B = PMpp + RESERVAS BANCÁRIAS 
 
 Base = Papel Moeda em poder do público + PMbc + DC 
 
Base = Papel Moeda em poder do público + Papel Moeda, em caixa, nos bancos 
comerciais + Depósitos Compulsórios no Bacen 
 
5. CONCEITO DE MEIOS DE PAGAMENTO 
 BACEN NT03 - Agosto/2001 
 
• Instrumentos importantes para o acompanhamento dos efeitos da política 
monetária; 
 
• São indicadores de Liquidez e Captação Interna de Recursos; 
 
• São ativos monetários utilizados na aquisição de bens e serviços. 
 
5.1) Meios de Pagamento Restritos 
 
MP = M1 =PMpp + DV 
 
Sendo: 
Papel moeda em poder do público – parte manual 
Depósitos à vista nos bancos comerciais – parte escritural 
 
5.2) Meios de Pagamento Ampliados 
 
M2 = M1 + Depósitos especiais remunerados + Depósitos de poupança+ Títulos 
emitidos por instituições depositárias 
 
M3 = M2 + Quotas de fundo de renda fixa+ Operações compromissadas registradas no 
Selic 
 
 
20 
Sistema Financeiro Nacional 
5.3) Poupança Financeira ou M4 
 
M4 = M3 + Títulos públicos de alta liquidez 
 
Critério de Ordenamento – Órgãos Emissores 
 
M1 = Consolidado Monetário 
M2 = Consolidado Bancário – Fundos de Renda Fixa 
M3 = Consolidado Bancário 
M4 = Consolidado Bancário + Governo 
 
Sendo: 
Instituições Depositárias – Bancos Múltiplos, Bancos Comerciais, Caixas Econômicas, 
Bancos de Investimento, Bancos de Desenvolvimento, Agências de Fomento, Sociedades 
de Crédito, Financiamento e Investimento, Sociedades de Crédito Imobiliário, 
Associações de Poupança e Empréstimo, Companhias Hipotecárias. 
As instituições financeirasnão depositárias, como sociedades de arrendamento mercantil, 
corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, nessas definições de 
agregados monetários são consideradas empresas do setor produtivo. 
 
Consolidado Monetário - Banco Central, Bancos Múltiplos com carteira comercial, 
Bancos Comerciais e Caixas Econômicas. 
As cooperativas de crédito não foram incluídas por restrições operacionais. 
 
Consolidado Bancário – Consolidado Monetário, outras instituições depositárias e 
Fundos de Renda Fixa. 
 
Governo – Tesouros Nacional, Estadual e Municipais. 
 
 
6. MULTIPLICADOR DA BASE MONETÁRIA 
 
O Multiplicador Monetário é um termo que designa a variação na oferta de moeda 
originada pela variação em uma unidade na Base Monetária. O Multiplicador 
Monetário representa assim o poder que os bancos comerciais têm para 
criar moeda através da sua atividade de depositário e de concessão de 
empréstimos. 
O valor do Multiplicador Monetário depende essencialmente de duas variáveis: a 
propensão marginal à retenção de moeda e a taxa de reservas bancárias. Dado que 
além de controlar a Base Monetária, o Banco Central controla também a taxa de 
reservas bancárias, este consegue ter um controle praticamente total sobre a oferta 
de moeda. 
 
 
21 
Sistema Financeiro Nacional 
BACEN emite moeda primária e os Bancos Comerciais criam moeda secundária. 
 
Expansão dos MP por meio dos empréstimos 
 
Portanto: M1 é > que o Papel Moeda emitido 
 
TECNICAMENTE: 
 
M1 = K X B; 
 
K = M1/ B Há uma relação inversa entre K e B 
 
 
Relações de Comportamento: 
 
• Participação do Papel – Moeda na composição dos Meios de Pagamento 
 
 c = PMpp / MP 
 
• Participação dos depósitos à vista, nos Bancos Comerciais, na composição dos Meios 
de Pagamento 
 
 d = DVBC / MP 
 
OBS: c + d = 1 
 
 
 
 
COMPOSIÇÃO DOS MEIOS DE PAGAMENTO NO BRASIL
ANO PMpp c DV d MP
2000 26678 38% 43697 62% 70375
2001 30640 39% 48303 61% 78943
2002 40414 40% 61894 60% 102308
2003 41645 40% 63247 60% 104892
2004 51024 40% 76105 60% 127129
2005 57051 40% 85400 60% 142451
2006 67072 40% 100118 60% 167190
2007 79265 38% 131245 62% 210510
2008 90587 41% 127695 59% 218282
2009 103265 43% 137055 57% 240320
2010 119598 43% 160034 57% 279632
2011 129053 46% 151438 54% 280491
2012 145644 47% 167409 53% 313053
2013 162212 48% 176785 52% 338997
Valores em R$ milhões
Fonte: Banco Central do Brasil
Em Conjuntura Econômica Maio 2014
22 
Sistema Financeiro Nacional 
Questão 2: A composição dos Meios de Pagamentos no Brasil é dada, em média, 
por 45% em papel moeda em poder do público (PMpp) e 55% em Depósitos à 
Vista (DV), conforme dados do Banco Central. Sabendo que a composição 
internacional é dada, na média, por 20% Pmpp e 80% em DV, quais são os 
fatores principais que explicam esta distorção no Brasil? 
 
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TEXTO COMPLEMENTAR MEIOS DE PAGAMENTO 
 
Nas economias contemporâneas, os meios de pagamento (ativos utilizados na 
aquisição de bens e serviços), são compostos de duas partes: uma parte manual - papel-
moeda e as moedas metálicas em poder do público (PMpp), que normalmente 
correspondem a 20% da totalidade dos meios de pagamento; e, outra parte escritural - 
os depósitos à vista nos bancos comerciais (DV) - com os 80% restantes. Estes são os 
ativos com maior liquidez, os Meios de Pagamento Restritos, ou M19. M1 = PMpp + DV. 
O papel-moeda e as moedas metálicas em circulação são emitidos por órgão 
governamental, a Casa da Moeda, a pedido do Banco Central. O Estado exerce o 
monopólio das emissões. Não existem bancos privados emitindo papel-moeda. Não há 
lastro metálico (estoque em ouro ou prata) que garanta a conversibilidade do papel-
moeda em circulação. O sistema é integralmente fiduciário10 - inexistência de lastro 
metálico, inconversibilidade absoluta e monopólio estatal das emissões. 
 A moeda escritural, ou moeda bancária, caracterizada pelos depósitos à vista 
feitos nos bancos comerciais, é mais utilizada que a moeda manual, por ser mais segura 
e prática. Os usuários podem utilizar instrumentos como o cheque e os cartões de débito, 
para manipular o saldo de suas contas correntes. Além da praticidade, esta moeda 
 
 
” 
 9 Existem também os Meios de Pagamento Ampliados, ou agregados monetários. Seus conceitos e metodologias são 
determinados pelo BACEN. São eles: M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos 
privados. M3 = M2 + quotas de fundo de renda fixa + operações compromissadas registradas no Selic. M4 = M3 + títulos 
públicos de alta liquidez. 
10 Do latim, fidúcia significa confiança. O sistema fiduciário caracteriza-se pela confiança do público na moeda e na 
normalidade operacional dos bancos. 
23 
Sistema Financeiro Nacional 
apresenta uma característica fundamental no desenvolvimento da economia – seu efeito 
multiplicador. 
 Ao término da propagação do efeito multiplicador da moeda escritural, os meios 
de pagamento resultarão maiores do que o valor originalmente emitido. Isto porque, os 
bancos comerciais, ao receberem um volume de moeda em seu caixa (proveniente, por 
exemplo, de uma redução de alíquota de recolhimento compulsório ou da venda de 
títulos públicos), tendem a fornecer empréstimos aos seus clientes – a atividade central 
de uma instituição bancária. Estes clientes, por sua vez, ao contraírem os empréstimos, 
retêm uma diminuta parcela sob a forma de moeda manual (PMpp). A parcela restante é 
devolvida ao sistema bancário, sob a forma de novos depósitos, que gerarão outros 
empréstimos a outros clientes. Neste procedimento, os empréstimos criam novos 
depósitos, que criarão novos empréstimos. Multiplica-se a moeda escritural. 
O Banco Central emite a chamada moeda primária, mas o volume de moeda 
circulando na economia é maior que esta emissão inicial. Isto porque os bancos 
comerciais criam moeda secundária, através dos empréstimos. Este é o multiplicador 
bancário ou multiplicador da moeda escritural. Com este mecanismo, o Banco Central 
emite apenas uma parte do volume total em circulação. A outra parte, maior que a 
inicial, fica a cargo dos bancos comerciais. 
A magnitude do multiplicador11 varia em função dos recolhimentos compulsórios 
exigidos pelo Banco Central, do interesse dos bancos em aumentar a liquidez do sistema 
e das taxas de juros cobradas nos empréstimos. Lembrando que o fato dos bancos 
oferecerem novas linhas de crédito, não implica, necessariamente, que os clientes irão 
usá-las integralmente. A conjuntura exerce papel crucial nestas decisões. 
Os bancos não podem emprestar a totalidade dos depósitos à vista que possuem. 
Uma parte destes depósitos é enviada ao Banco Central, sem remuneração. Este 
percentual é a alíquota de recolhimento compulsório, imposto por lei, que pode oscilar de 
0% a 100%, dependendo dos objetivos monetários a serem alcançados. 
Esta esterilização da moeda escritural é feita com duas finalidades básicas: 
manter um volume de reservas em poder das autoridades monetárias, para eventuais 
problemas de liquidez no sistema e, controlar o volume de crédito fornecido pelos bancos 
comerciais.Quanto maior for a alíquota de recolhimento compulsório exigida pelo Banco 
Central, menor será o volume disponível para as linhas de crédito. O multiplicador da 
moeda escritural é função inversa da alíquota de recolhimento compulsório. 
 Este é um dos instrumentos monetários utilizados na execução de políticas 
monetárias que visam contrair os meios de pagamento – política monetária 
contracionista – ou expandi-los – política monetária expansionista. Esta, feita com a 
redução da alíquota. 
 
 
11 Para exemplificar: se o multiplicador bancário for igual a 1,5, temos que: para cada 100 unidades monetárias injetadas no 
sistema bancário, pelo Banco Central, o volume final produzido – através dos empréstimos fornecidos pelos bancos 
comerciais - é 50% maior. Resultando em 150 unidades monetárias. 
Fonte BACEN: entre jan./2000 e jan./2017, a magnitude do multiplicador bancário variou de 1,29 a 1,549. 
24 
Sistema Financeiro Nacional 
O Banco Central altera esta alíquota, reduzindo ou aumentando-a, em reuniões do 
Comitê de Política Monetária (COPOM). Estas alterações são feitas visando o 
cumprimento de objetivos traçados pela política monetária adotada pelo governo. As 
taxas de inflação são, atualmente, os balizadores destas alíquotas. Quanto maior for a 
pressão inflacionária, menores serão os volumes de crédito disponíveis aos 
consumidores. O governo, então, eleva as alíquotas de recolhimento compulsório, 
fazendo política monetária contracionista. 
 Outro instrumento de política monetária é o mercado aberto (open market), onde 
são realizadas as operações de compra e venda de títulos públicos. Este instrumento é 
usado para financiar o governo ou regular a liquidez da economia. Neste mercado são 
vendidos os papéis, ou títulos, da dívida pública. 
O Banco Central faz a emissão primária destes títulos e negocia com 
intermediários, que são bancos comerciais específicos – os dealers – que incorporam 
estes papéis em suas carteiras e também negociam com outras instituições, no mercado 
secundário. As negociações são feitas através de leilões: formais (propostas por escrito) 
ou informais (contato telefônico). 
Nestes leilões, são realizadas a compra e venda de títulos do Tesouro Nacional, da 
carteira do Banco Central, ou de emissão própria, como os Bônus do Banco Central – 
BBC. A rentabilidade varia de acordo com o prazo e indexadores ofertados – pré e pós-
fixados. 
O Banco Central atua como agente financiador do governo. Quando o Banco 
Central deseja expandir a oferta monetária, aumentar a liquidez do sistema, resgata os 
títulos da dívida pública das carteiras dos bancos, através dos leilões. Há uma “troca” de 
papéis por moeda, com o pagamento de uma taxa de juros. Esta prática caracteriza a 
política monetária de expansão. O sistema inverso, o Banco Central vendendo títulos da 
dívida aos bancos, retira disponibilidade de caixa dos bancos, reduzindo a liquidez do 
sistema. 
Para regular e fiscalizar o Sistema Financeiro Nacional (SFN), temos cinco 
autoridades monetárias: Conselho Monetário Nacional (CMN); Banco Central do Brasil 
(BACEN); Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Banco do Brasil (BB); e o Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão supremo do Sistema Financeiro 
Nacional. Foi criado em 31 de dezembro de 1964, com a Lei nº 4.595. É um órgão 
normativo sem funções executivas, que é responsável pelas diretrizes das políticas 
monetária, creditícia e cambial. O Ministro da Fazenda preside esta instituição. 
O Banco Central do Brasil (BACEN) é o órgão executivo central do Sistema 
Financeiro Nacional. Suas principais atribuições são: emitir normas, fiscalizar, autorizar o 
funcionamento e fazer intervenções nas instituições financeiras; receber depósitos 
compulsórios; fazer operações de redesconto; emitir, comprar e vender títulos públicos 
federais; emitir papel-moeda e controlar o meio circulante; administrar a dívida pública 
interna e externa e gerir as reservas internacionais. 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão normativo responsável pelo 
desenvolvimento e fiscalização do mercado de ações e debêntures. 
O Banco do Brasil (BB) hoje é um banco múltiplo. Também opera como agente financeiro 
do Governo Federal, no tocante à execução da política oficial de crédito rural. 
25 
Sistema Financeiro Nacional 
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), criado em 1952, é a 
instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo Federal. 
Apóia os investimentos estratégicos necessários ao desenvolvimento do país, 
particularmente ao fortalecimento da indústria privada. Seus programas de 
financiamento contam com recursos próprios e com empréstimos e doações de entidades 
nacionais e estrangeiras. 
 
7. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional 
 
O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de instituições, órgãos e afins que 
controlam, fiscalizam e fazem as medidas que dizem respeito à circulação da 
moeda e de crédito dentro do país. O Brasil, em sua Constituição Federal, cita qual o 
intuito do sistema financeiro nacional: “O Sistema Financeiro Nacional, estruturado de 
forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da 
coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, 
será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do 
capital estrangeiro nas instituições que o integram". 
 
O Sistema Financeiro Nacional pode ser divido em duas partes distintas: Subsistema de 
supervisão e subsistema operativo. O de supervisão se responsabiliza por fazer regras 
para que se definam parâmetros para transferência de recursos entre uma parte e outra, 
além de supervisionar o funcionamento de instituições que façam atividade de 
intermediação monetária. Já o subsistema operativo torna possível que as regras de 
transferência de recursos, definidas pelo subsistema supervisão sejam possíveis. 
 
O subsistema de supervisão é formado por: Conselho Monetário Nacional, Conselho de 
Recursos do Sistema Financeiro Nacional, Banco Central do Brasil, Comissão de Valores 
Mobiliários, Conselho Nacional de Seguros Privados, Superintendência de Seguros 
Privados, Brasil Resseguros (IRB), Conselho de Gestão da Previdência Complementar e 
Secretaria de Previdência Complementar. 
 
Dos que participam do subsistema de revisão, podemos destacar as principais funções de 
alguns: O Banco Central (BACEN) é a autoridade que supervisiona todas as outras, além 
de banco emissor de dinheiro e executor da política monetária. O Conselho Monetário 
Nacional (CMN) funciona para a criação da política de moeda e do crédito, de acordo com 
os interesses nacionais. A Comissão de Valores Mobiliários tem a função de possibilitar a 
alta movimentação das bolsas de valores e do mercado acionário (isso inclui promover 
negócios relacionados à bolsa de valores, proteger investidores e ainda outras medidas). 
 
O outro subsistema, o operativo, é composto por: Instituições Financeiras Bancarias, 
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, Sistema de Pagamentos, Instituições 
Financeiras Não Bancárias, Agentes Especiais, Sistema de Distribuição de TVM. As partes 
integrantes do subsistema operativo, citados acima, são grupo que compreendem 
instituições que são facilmente achadas em nosso dia a dia. As Instituições Financeiras 
Bancárias, por exemplo, representam as Caixas Econômicas, Cooperativas de Crédito, 
Bancos comerciais e Cooperativos. As instituições Financeiras Não Bancárias são, por 
26 
Sistema Financeiro Nacional 
exemplo, Sociedades de Crédito ao Microempreendedor, Companhias Hipotecárias, 
Agências de Desenvolvimento. 
 
Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as 
operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por 
intermédio das seguintescarteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, 
de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e 
investimento. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares 
aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. A carteira de 
desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. O banco múltiplo deve 
ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, 
comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima. As 
instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. Na sua denominação 
social deve constar a expressão "Banco" (Resolução CMN 2.099, de 1994). 
 
As autoridades do Sistema Financeiro Nacional também podem ser divididas em dois 
grupos: Autoridades Monetárias e Autoridades de Apoio. As autoridades monetárias são 
as responsáveis por normatizar e executar as operações de produção de moeda. O Banco 
Central do Brasil (BACEN) e o Conselho Monetário Nacional (CMN). Já as autoridades de 
apoio são instituições que auxiliam as autoridades monetárias na prática da política 
monetária. Um exemplo desse tipo de instituição é o Banco do Brasil. Outro tipo de 
autoridade de apoio são instituições que têm poderes de normatização limitada a um 
setor específico. O exemplo desse tipo de autoridade é a Comissão de Valores 
Mobiliários. 
 
As Instituições financeiras, termo muito usado para definir algumas empresas, são 
definidas como as pessoas jurídicas, públicas ou privadas e que tenham sua função 
principal ou secundária de guardar, intermediar ou aplicar os recursos financeiros (tanto 
dos próprios recursos como recursos de terceiros), que sejam em moeda de circulação 
nacional ou de fora do país e também a custódia de valor de propriedade de outras 
pessoas. 
 
Pessoas físicas que façam atividades paralelas às características acima descritas também 
são consideradas instituições financeiras, sendo que essa atividade pode ser de maneira 
permanente ou não. No entanto, exercer essa atividade sem a prévia autorização devida 
do estado pode acarretar em ações contra essa pessoa. Essa autorização deve ser dada 
pelo Banco Central e, no caso de serem estrangeiras, a partir de um decreto do 
presidente da república. 
 
A decisão tomada pelo conselho monetário nacional, logo pelo sistema financeiro nacional 
tem total ligação com o estado da economia do país. Suas mudanças são determinantes, 
para o funcionamento do mercado financeiro. A chamada bolsa de valores (mercado onde 
as mercadorias são ações ou outros títulos financeiros) tem empresas, produtos e ações 
que variam de acordo com o que esse sistema faz. Considerando o alto valor de dinheiro 
investido nesse mercado, a bolsa de valores é um espelho das grandes proporções que 
as decisões tomadas por esse sistema podem afetar a vida de todas as esferas da 
sociedade. 
 
27 
Sistema Financeiro Nacional 
Conselho Monetário Nacional 
 
O Conselho Monetário Nacional é o órgão máximo do Sistema Financeiro 
Nacional. Esse órgão é o sucessor do antigo Conselho da Superintendência da Moeda e 
do Crédito, que foi extinto pelo art. 2º da lei nº 4.595/64, e passou suas 
responsabilidades para o Conselho Monetário Nacional. É composto pelo Ministro de 
Estado da Fazenda, Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento e pelo Presidente 
do Banco Central do Brasil (BACEN), sendo que os trabalhos de secretaria desse órgão 
são feitos pelo Banco Central. 
 
 Suas funções são variadas. Inclui a autorização para a produção de papel-moeda, a 
aprovação de relatórios orçamentários, produzidos pelo Banco Central, para se definir 
estratégias que dizem respeito à necessidade de moeda e crédito. Também é função do 
CMN mostrar planos da política cambial e também a compra e venda de ouro ou qualquer 
transação que inclua moeda estrangeira. Controlar a liberação e obtenção de crédito e 
traçar regras que fiscalizem o funcionamento das instituições financeiras também são 
ações que cabem ao Conselho Monetário Nacional. 
 
 Além dessas, outras funções como: limitar o mínimo de capital de Instituições 
Financeiras, fixar valores para utilização no mercado mobiliário, definir as características 
da moeda nacional e regular que os bancos estrangeiros que funcionam no país sigam as 
regras nacionais. 
 
 Esse conselho foi criado para satisfazer alguns objetivos que dizem respeito à 
organização financeira do país. O CMN, por exemplo, comanda as políticas monetárias e 
ações que dizem respeito à dívida pública. Ele também controla o valor externo e interno 
da moeda nacional de forma que se possa usar, da melhor forma, o capital estrangeiro e 
que possa manter controlado os valores de inflação e deflação, que variam o valor 
interno da moeda. Visa também fazer com que a seja mais acessível o sistema de 
pagamentos e de mobilização de recursos. Todos esses são objetivos traçados para o 
CMN. 
 
 O Conselho Monetário Nacional trabalha em conjunto com comissões consecutivas de 
Normas e Organizações do Sistema Financeiro, de Mercado de Valores Mobiliários e de 
Futuros. Também a de Crédito Rural, de Crédito Industrial, de Endividamento Público, de 
Política Monetária e Cambial e de Processos Administrativos. 
 
 Outras funções do Conselho Monetário Financeiro são determinar índices e outros dados 
usados para instituições financeiras, determinar um valor limite que um banco pode 
emprestar para um mesmo cliente, determinar os tipos de empresas que poderão ter 
participação no mercado mobiliário e suas respectivas funções e participações, marcar as 
direções par aplicar reservas técnicas das sociedades seguradoras, entidades abertas e 
fechadas de previdência privada, podendo também traçar planos diferentes para uma 
determinada entidade, se considerarmos a existência de condições plausíveis às suas 
patrocinadoras. 
 
 
28 
Sistema Financeiro Nacional 
O Conselho Monetário Nacional tem, ainda, a comissão Técnica da Moeda e do Crédito, 
que tem a utilidade de regulamentar matérias de responsabilidade do CMN. Esse 
conselho engloba o presidente e quatro diretores do Banco Central do Brasil e o 
presidente da comissão de Valores Mobiliários. Secretário executivo do Ministério do 
planejamento, orçamento e gestão, secretário de politica econômica e o secretário 
executivo do ministério da fazenda. 
http://sistema-financeiro-nacional.info/ 
8. BANCOS CENTRAIS 
O Banco Central do Brasil foi criado pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o 
principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e responsável por 
garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por funções:12 
1) Banco do governo. Agente de financiamento do governo, o que coloca um 
limite para a taxa de juros. 
2) Banco dos bancos. Emprestador de última instância, o que é um fator 
expansionista do estoque nominal de moeda. 
3) Banco fiscalizador. Supervisor do cumprimento da regulamentação do sistema 
financeiro nacional, visando à estabilidade sistêmica. 
4) Banco de câmbio. Protetor dos valores de troca entre a moeda nacional e a 
moeda estrangeira, estabilizando (ou não) a taxa de câmbio. 
5) Banco controlador da oferta de moeda interna e dos termos de 
financiamento. Basta cumprir a meta da programação monetária. 
Dentre suas atribuições estão: 
• Zelar pela adequada liquidez da economia; 
• Manter as reservas internacionais em nível adequado; 
• Estimular a formação de poupança; 
• Zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema 
financeiro. 
• Emitir papel-moeda e moeda metálica; 
• Executar os serviços do meio circulante; 
• Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e 
bancárias; 
• Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; 
• Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; 
• Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; 
• Exercer o controle decrédito; 
• Exercer a fiscalização das instituições financeiras; 
• Autorizar o funcionamento das instituições financeiras; 
 
 
12 Costa, Fernando Nogueira da. Economia Monetária e Financeira: Uma Abordagem Pluralista. São Paulo: 
MACKRON Books,1999.Págs.184 a 189. 
29 
Sistema Financeiro Nacional 
• Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas 
instituições financeiras; 
• Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e 
• Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. 
Sua sede fica em Brasília, capital do País, e tem representações nas capitais dos 
Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, 
Pernambuco, Ceará e Pará. 
Algumas considerações sobre uma polêmica contemporânea. A independência ou não 
do Banco Central. 
Quais são os critérios formais da independência do Banco Central? 
Independência Orgânica – Refere-se às relações institucionais entre o Estado e o 
Banco Central, nas condições tanto de nomeação dos dirigentes quanto de exercício de 
suas funções. 
Independência Funcional – Compreende a liberdade de ação do Banco Central da 
definição de suas atribuições e objetivos em matéria de política econômica e em termos 
de obter autonomia financeira própria. 
Os defensores da tese da independência advogam que o Banco Central deve ter 
autonomia operacional – mandatos que o livrem da pressão política – para executar sua 
tarefa com eficiência. Adversários desta posição acham que quem deve definir o objetivo 
da política econômica não é o Banco Central, mas sim governo eleito. 
Cabe aos Bancos Centrais, como atividade primária, serem os guardiões da moeda e 
crédito, e como tal manter sob controle as pressões inflacionárias. Dentre os BCs há 
variações no modelo de gestão, mas isso é o mais importante. 
No mundo temos exemplos bem estruturados de BCs independentes, como o FED 
americano, criado em 1913. O Banco Central Inglês criado em 1694 e o Banco Central 
europeu, com a função de coordenar a moeda única (euro) de 18 países membros. 
 
 
 
 
 
 
 
“...todos os economistas, monetaristas, keynesianos ou neoclássicos, todos 
os especialistas, quaisquer que sejam suas tendências políticas, concordam 
que o banco central deve desempenhar um papel de emprestador de última 
instância e tomar todas as medidas necessárias para evitar o 
desmoronamento financeiro e a espiral inflacionária.” 
Thomas Piketty. O Capital no século XXI, pág. 535 
30 
Sistema Financeiro Nacional 
Modelo de banco central autônomo ou independente foi criado em 1989 
Por Flávia Barbosa / Vivian Oswald / Janaína Figueiredo / Lucianne Carneiro. O Globo 14/09/2014 
https://oglobo.globo.com/economia/modelo-de-banco-central-autonomo-ou-independente-foi-criado-em-1989-
13931574#ixzz51kYnW5Ba 
 
A partir de 1989, diversos bancos centrais do mundo passaram a ser autônomos ou 
independentes, ou seja, a estabelecer mecanismos para evitar influência política nas 
decisões da autoridade monetária. Nos últimos anos, após a explosão da crise econômica 
mundial em 2008 e 2009, no entanto, cresce a avaliação de que a política influencia cada 
vez mais as decisões de política monetária. 
ESTADOS UNIDOS 
Mais poderoso banco central do mundo, o Federal Reserve (Fed) tem condução autônoma 
da política monetária dos EUA, com mandatos definidos e sem subordinação ao Poder 
Executivo - a coordenação é possível, e até desejável, em algumas ocasiões, como a 
crise de 2007, quando Fed e Secretaria do Tesouro trabalharam em parceria. 
A instituição opera com duas metas para definir os juros de referência dos EUA: manter 
os preços estáveis e o máximo nível de emprego na economia. Cabe ao próprio Fed, todo 
janeiro, definir as metas adequadas para a inflação ao consumidor – 2% ao ano – e a 
taxa de desemprego americanas – 5,2% a 5,8% – a longo prazo. 
No modelo americano, o Fed é um sistema que reúne 12 bancos regionais subordinados 
à política definida por uma diretoria central (board of governors) em Washington, 
indicada pelo presidente dos EUA e aprovada pelo Senado. Cabe à Casa Branca apontar 
entre eles quem serão o presidente e o vice-presidente do Fed, que têm mandatos, 
nestas funções, de quatro anos, renováveis. A diretoria central não pode ser retirada do 
cargo simplesmente pelas decisões de política monetária que tomam, apenas por má 
conduta, crimes e outras ofensas graves, em votação que requer maioria qualificada do 
Senado. 
A prestação de contas pelo banco central americano é intensa. Engloba um misto de 
sabatinas periódicas pelo Congresso americano e ampla comunicação direta com a 
sociedade, com comunicados após as reuniões, entrevistas coletivas do presidente; e ata 
extensa, chamada de Livro Bege, dos encontros; além de liberação das transcrições das 
reuniões após cinco anos. 
ZONA DO EURO 
Considerado o banco central mais independente do mundo, o Banco Central Europeu 
(BCE) é responsável pela execução da política monetária dos 18 países da zona do euro. 
Foi criado em 1998 com a função de, em sete meses, substituir as moedas nacionais dos 
países europeus que integrariam a chamada zona do euro por uma moeda única e gerir a 
política monetária que orientaria a nova divisa. O Conselho do BCE é o principal órgão de 
decisão do BCE. Composto pelos seis membros da comissão executiva (o presidente do 
BCE, o vice e outros quatro diretores, todos escolhidos por maioria qualificada e 
nomeados pelo Conselho Europeu). As deliberações também são por maioria qualificada. 
31 
Sistema Financeiro Nacional 
As atas das reuniões não são publicadas, mas as decisões de política monetária são 
explicadas em uma entrevista à imprensa, logo depois da primeira reunião de cada mês. 
O direito de voto é rotativo. Isso significa que os presidentes do BCs que ocupam os 
cinco primeiros lugares da lista -Alemanha, França, Itália, Espanha e Holanda - partilham 
quatro direitos de voto e os 11 restantes são partilhados pelos outros 14 países. 
REINO UNIDO 
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) foi um dos primeiros na implantação do 
regime de metas de inflação. 
Fundado em 1694, o BoE é conhecido como "The Old Lady" (a velha senhora). A 
independência da autoridade monetária veio no governo trabalhista de Tony Blair. Cabe 
ao Tesouro britânico determinar anualmente a meta a ser perseguida e indicar o 
presidente da instituição, mas é o comitê de política monetária quem escolhe os 
caminhos, sem qualquer interferência do governo. Como no Brasil, as reuniões para 
decidir os juros básicos da economia duram dois dias. Participam dela os nove diretores 
do comitê, com mandatos de três anos cada, renováveis por mais três. Quatro deles 
saem dos quadros da própria instituição, enquanto os outros cinco vêm de fora. Um 
membro do Tesouro até participa da reunião, mas sem o direito de voto. A sua função é 
deixar clara a evolução da política fiscal e outros aspectos da política econômica do 
governo para os integrantes do comitê. Em geral, o presidente do BC inglês tem um 
mandato de oito anos. Os seus quatro vices têm mandato de cinco anos renováveis por 
mais cinco. 
CHILE 
O Banco Central do Chile é apontado como um dos exemplos de independência na 
América Latina. É a autoridade monetária que determina a meta de inflação do país, e as 
reservas do BC não podem ser usadas pelo Executivo. O Conselho do BC chileno tem 
cinco integrantes, que são escolhidos pelo presidente da República para um mandato de 
dez anos. Desses conselheiros, o Executivo escolhe quem será o presidente do banco, 
para um período de cinco anos. A lei orgânica do BC chileno foi aprovada por Pinochet, 
pouco antes do final da ditadura (1973-1990), e nunca foi modificada. Nosso banco 
central é autônomo e conservador — lembrou o ex-vice presidente do BC chileno, Hugo 
Fazio, do Centro Nacional de Estudos de Desenvolvimento Alternativo (Cenda), que foi 
vice do bancono governo Salvador Allende (1970-1973). 
ARGENTINA 
A independência do Banco Central da República Argentina (BCRA) vem do início dos anos 
1990 e determinava, entre outras questões, a restrição aos empréstimos da autoridade 
monetária ao governo. Com a chegada do kirchnerismo ao poder, em 2003, o BC 
argentino tornou-se peça fundamental do programa econômico do país. A independência 
foi revogada quando Cristina Kirchner demitiu o então presidente Martín Redrado do 
cargo, por sua oposição ao uso das reservas cambiais para financiar gastos do governo. 
O BCRA é considerado a principal fonte de financiamento da Casa Rosada, que com os 
32 
Sistema Financeiro Nacional 
Kirchner na Presidência, modificou a lei orgânica da instituição, facilitando a transferência 
de recursos do banco para o Tesouro Nacional. 
A antiga carta orgânica da instituição estabelecia que o BCRA não podia emprestar ao 
Tesouro mais de 12% da base monetária do país, através dos “adiantamentos 
transitórios”, que deviam ser saldados num prazo máximo de um ano. Em 2012, o 
governo modificou a carta orgânica do BCRA, incluindo, além dos 12% da base 
monetária, a possibilidade de obter por parte da instituição até 10% da arrecadação do 
ano anterior. Isso multiplicou o acesso do governo aos recursos do banco — disse o 
economista Martin Tetaz, professor da Universidade Nacional de La Plata, para quem o 
BCRA é hoje totalmente controlado pelo Executivo argentino. 
NOVA ZELÂNDIA 
Veio do sul do Pacífico a primeira experiência de um banco central independente: o 
Banco Reserva da Nova Zelândia (ou RBNZ). O presidente do BC é escolhido pelo 
governo, mas a partir de recomendações feitas pelo conselho diretor da autoridade 
monetária. A Lei de 1989 prevê que os objetivos de política, incluindo a meta de inflação, 
seja acordada entre o BC e o governo. Segundo o analista da consultoria Capital 
Economics Daniel Martin, é na definição da meta de inflação que ocorre a maior 
integração entre governo e BC. Nos últimos dias, o Partido Trabalhista no país vem 
sugerindo em meio a uma campanha que a autoridade monetária também tenha meta 
para o déficit em conta corrente. 
JAPÃO 
Com critérios determinados por lei em 1997, a independência do Banco do Japão tem 
sido cada vez mais questionada. A meta de inflação é definida em parceria pelo BC e pelo 
governo. Além disso, representantes do governo costumam participar das reuniões do 
Conselho. E o banco central pode fazer empréstimos ao governo ou comprar títulos no 
mercado em algumas circunstâncias. 
Questão 3: Os países apresentam diferentes formas de autonomia dos Bancos 
Centrais. Na opinião do grupo, quais mudanças poderiam ser implementadas no 
Banco Central do Brasil? Justifique. 
_______________________________________________________________________
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33 
Sistema Financeiro Nacional 
Questão 4: Com base no esquema abaixo aponte as principais diferenças entre: 
Conselho Monetário Nacional, Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários. 
 
 
 
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34 
Sistema Financeiro Nacional 
9. POLÍTICA MONETÁRIA 
 
 
“A Política Monetária tem por objetivo controlar a expansão da moeda e do 
crédito e exercer o controle sobre a taxa de juros, procurando adequá-los às 
necessidades de crescimento econômico e estabilidade de preços.” 
Banco Central do Brasil 
 
OBJETIVOS: Variam em função do estágio de desenvolvimento econômico, da ideologia 
política, problemas conjunturais e valores morais da coletividade. 
 
• Promoção do crescimento e do desenvolvimento econômico; 
 
• Promoção do mais alto nível de emprego; 
 
• Estabilidade de preços; 
 
• Controle da inflação; 
 
• Promover uma melhor distribuição de renda. 
 
INSTRUMENTOS ( MEIOS ) : 
1. Taxa SELIC 
2. Recolhimento Compulsório 
3. Redesconto Bancário 
4. ‘Open Market’ ou Mercado Aberto. 
1. Taxa Selic 
Define-se Taxa Selic como a taxa média ajustada dos financiamentos diários 
apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos 
federais. Para fins de cálculo da taxa, são considerados os financiamentos diários 
relativos às operações registradas e liquidadas no próprio Selic e em sistemas operados 
por câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação (art. 1° da 
Circular n° 2.900, de 24 de junho de 1999, com a alteração introduzida pelo art. 1° da 
Circular n° 3.119, de 18 de abril de 2002). 
 
 
 
 
 
 
35 
Sistema Financeiro Nacional 
Histórico das taxas de juros fixadas pelo Copom e evolução da taxa Selic 
 
 
 
 
1. Como o Banco Central faz Política Monetária de EXPANSÃO usando a 
Taxa SELIC? 
_________________________________________________________
_________________________________________________________ 
 
2. Como o Banco Central faz Política Monetária de CONTRAÇÃO usando a 
Taxa SELIC? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3. Identifique os períodos de Política Monetária de Expansão e de 
Contração, praticados pelo Banco Central nos últimos anos, usando a 
tabela a seguir: 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________________________________________________ 
_____________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
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1
/0
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1
/0
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0
9
0
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1
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0
1
/0
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0
1
1
Tx Selic %a.a. 
Tx Selic %a.a.
36 
Sistema Financeiro Nacional 
Reunião Período de vigência Meta SELIC 
 % a.a. 
nº data viés 
 211ª 06/12/2017 07/12/2017 - 7,0 
 210ª 25/10/2017 26/10/2017 - 06/12/2017 7,5 
 209ª 06/09/2017 08/09/2017 - 25/10/2017 8,25 
 208ª 26/07/2017 27/07/2017 - 06/09/2017 9,25 
 207ª 31/05/2017 01/06/2017 - 26/07/2017 10,25 
 206ª 12/04/2017 13/04/2017 - 31/05/2017 11,25 
 205ª 22/02/2017 23/02/2017 - 12/04/2017 12,25 
 204ª 11/01/2017 12/01/2017 - 22/02/2017 13,00 
 203ª 30/11/2016 01/12/2016 - 11/01/2017 13,75 
 202ª 19/10/2016 20/10/2016 - 30/11/2016 14,00 
 201ª 31/08/2016 01/09/2016 - 19/10/2016 14,25 
 200ª 20/07/2016 21/07/2016

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