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Contabilidade de Ativos Relevantes

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Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
1	
Sumário	
1. Programa da disciplina ......................................................................................................... 4 
1.1 Ementa ........................................................................................................................................ 4 
1.2 Carga horária total....................................................................................................................... 4 
1.3 Objetivos ..................................................................................................................................... 4 
1.4 Conteúdo programático .............................................................................................................. 4 
1.5 Metodologia ................................................................................................................................ 5 
1.6 Critérios de avaliação .................................................................................................................. 5 
1.7 Bibliografia recomendada ........................................................................................................... 5 
2. Texto para estudo ................................................................................................................. 7 
2.1. Panorama Geral da Contabilidade .............................................................................................. 7 
2.1.1. Legislação Contábil .................................................................................................................. 7 
2.1.2. Regime de caixa e regime de competência .............................................................................. 8 
2.2. Apresentação das Demonstrações Contábeis (CPC 26) .............................................................. 9 
2.2.1. Balanço Patrimonial ............................................................................................................ 10 
2.2.2. Demonstração de Resultados do Exercício e Demonstração do Resultado Abrangente........ 12 
2.2.3. Demonstração de Fluxos de Caixa ....................................................................................... 13 
2.2.4 Notas Explicativas ................................................................................................................ 15 
2.3. Instrumentos Financeiros ......................................................................................................... 16 
2.4. Estoques ................................................................................................................................... 25 
2.5. Imobilizado ............................................................................................................................... 33 
2.5.1. Mensuração no Reconhecimento: ....................................................................................... 33 
2.5.2. Depreciação ........................................................................................................................ 33 
2.5.3. Perda de Recuperabilidade (impairment) ............................................................................ 34 
2.5.4. Divulgação .......................................................................................................................... 35 
2.6. Propriedade para Investimento ................................................................................................ 39 
2.6.1. Principais pontos do Pronunciamento ................................................................................. 39 
2.7. Ativo Biológico ......................................................................................................................... 43 
2.7.1. Avaliação do ativo biológico ................................................................................................ 43 
2.7.2. Avaliação do produto agrícola ............................................................................................. 44 
2.7.3. Outros pontos ..................................................................................................................... 44 
2.7.4. Divulgação .......................................................................................................................... 45 
2.8. Ativo Intangível ........................................................................................................................ 50 
2.8.1. Reconhecimento e mensuração .......................................................................................... 50 
2.8.2. Ativo intangível gerado internamente ................................................................................. 51 
2.8.3. Fase de Pesquisa ................................................................................................................. 51 
2.8.4. Fase de Desenvolvimento ................................................................................................... 51 
2.8.5. Método de custo ou método de reavaliação ....................................................................... 52 
2.8.6. Vida útil .............................................................................................................................. 52 
2.8.7. Ativo intangível com vida útil definida ................................................................................. 52 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
2	
2.8.8. Ativo intangível com vida útil indefinida .............................................................................. 53 
3. EXERCICIOS DE REVISÃO .............................................................................................................. 55 
 
	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
3	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
4	
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 
Contabilidade de Ativos Relevantes: 
Principais conceitos relativos às demonstrações contábeis. Contabilização de: 
Instrumentos financeiros básicos, 
Estoques, 
Imobilizado, 
Propriedade para investimentos, 
Ativos Biológicos e 
Intangíveis (exceto goodwill). 
 
1.1 Ementa 
 
Conceitos iniciais de contabilidade, normas internacionais, efeitos da contabilização dos 
instrumentos financeiros, estoques, imobilizado, propriedade para investimentos, ativos 
biológicos e intangíveis no desempenho financeiro das empresas. 
 
1.2 Carga horária total 
 
24 h/a 
 
1.3 Objetivos 
 
Fazer com que o aluno compreenda os principais lançamentos contábeis e sua relação com 
o dia a dia da empresa. Dar uma visão geral das principais contas e a avaliação, 
mensuração e divulgação envolvidos na contabilização ativos relevantes. 
 
1.4 Conteúdo programático 
Conceitos das demonstrações contábeis 
Ativo, Passivo, Receitas e Despesas 
Balanço Patrimonial 
Demonstração de Resultados do Exercício 
Demonstração de Resultado Abrangente 
Demonstração de Fluxo de Caixa 
Instrumentos Financeiros – conceitos e contabilização 
Contabilização e avaliação de Estoques 
Contabilização e avaliação do Imobilizado da empresa 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
5	
Contabilização e avaliação das Propriedades para Investimento 
Contabilização e avaliação do Ativo Biológico 
Contabilização e avaliação do Intangível 
 
1.5 Metodologia 
As aulas são conduzidas de maneira a levar o aluno a atingir os objetivos 
definidos para a disciplina. Para isso, são utilizadas diversas técnicas de ensino-
aprendizagem que se alternam em função do assunto tratado na aula. O 
professor deve ser visto como um orientador dos alunos e não como um 
expositor permanente da matéria, pois a transmissão pura e simples dos seus 
conteúdos traz resultados bem menores ao aprendizado do que a discussão 
destes. Portanto, é solicitado trabalho de pesquisarealizado fora da sala de 
aula, discussão em grupos e a utilização de outros recursos facilitadores do 
processo de aprendizagem. 
 
1.6 Critérios de avaliação 
 
Prova: 70% 
Exercicios: 30% 
 
1.7 Bibliografia recomendada 
 
FIPECAFI. Manual de contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 
2013. 
CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis 
CPC 38 – Instrumentos Financeiros: reconhecimento e mensuração 
CPC 39 – Instrumentos Financeiros: Apresentação 
CPC 40 – Instrumentos Financeiros: Evidenciação 
CPC 16 - Estoques 
CPC 27 – Imobilizado 
CPC 28 - Propriedades para Investimento 
CPC 29 - Ativo Biológico 
CPC 04 - Intangível 
 
Complementar: 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
6	
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Contabilidade intermediária. São Paulo: Atlas, 
2015. 
FIPECAFI, Manual de Contabilidade Societária, São Paulo, Atlas, 2014. 
 
Curriculum	vitae	do	professor	
Liliane Cristina Segura é Pós-Doutora pela Universidad de Salamanca, Espanha, 
Doutora em Finanças pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Mestre em 
Administração de Empresas (estratégia) pela Universidade de São Paulo (FEA-
USP), Especialista em International Business and Entrepreneurship pela 
California State University (CSU-Fresno), Bacharel em Ciências Contábeis 
também pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), Professora dos programas 
de Pós-Graduação em Controladoria e Administração Financeira da FEI, 
professora pesquisadora da Universidade Presbiteriana Mackenzie na linha de 
usuários externos, professora do Mestrado Profissional em Controladoria 
Empresarial da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui diversos artigos 
publicados em periódicos e congressos no país e no exterior, experiência 
empresarial como Diretora Geral e Diretora Financeira em empresa de comércio 
exterior e experiência em Educação Executiva desde 2004 em cursos da 
Fipecafi, IBMEC, Metodista e FEI. 
 
 	
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
7	
2. TEXTO PARA ESTUDO 
2.1. Panorama Geral da Contabilidade 
 
Para elaborar uma demonstração contábil, a empresa deve seguir as normas contábeis 
determinadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis e aprovadas pelo Conselho 
Federal de Contabilidade, todas de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade 
determinadas pelo IASB (International Accounting Standards Board), que é o comitê 
internacional que emite as normas chamadas International Financial Standards Report 
(IFRS). 
 
Essas normas determinam, em linhas gerais, como devem ser avaliados todos os ativos, 
passivos, receitas, despesas e casos específicos de uma empresa. Toda empresa, a partir 
de 2010 e de acordo com o Conselho Federal de Contabilidade deve aplicar as normas 
contábeis para a elaboração de suas demonstrações financeiras. 
 
O que acontece é que algumas empresas são obrigadas a auditar essas demonstrações e 
publicar e outras não. Todas as empresas abertas brasileiras, que estão sob o controle da 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) são obrigadas a auditar e publicar as 
demonstrações contábil-financeiras. Algumas outras empresas também são obrigadas a 
auditar, de acordo com a lei 11.638/07 e algumas não são obrigadas a publicar. As 
empresas médias e pequenas não são obrigadas a publicar nem a auditar suas 
demonstrações contábeis, mas são obrigadas a produzi-las. 
 
O que isso significa? Isso quer dizer que toda empresa deve possuir demonstrações 
contábil-financeiras e todos os administradores e contadores da empresa devem saber 
como essas demonstrações são produzidas. E os analistas precisam conhecer as regras 
para poder analisa-las. 
 
É muito importante para o gestor e analista financeiro conhecer os elementos que são 
fundamentais para a elaboração das demonstrações financeiras. O usuário da informação 
precisa, de forma bem profunda, conhecer como são reconhecidos e mensurados esses 
elementos. Caso contrário poderá haver análises e conclusões errôneas baseando-se em 
números que não representam a realidade da empresa. 
 
2.1.1. Legislação Contábil 
 
A Lei 6.404/76, conhecida como Lei das S/A, e suas posteriores alterações, incluindo a Lei 
11.638/08, Lei 11.941/09 e Lei 12973/14, regulamenta a matéria contábil no Brasil para as 
sociedades anônimas e para as sociedades de grande porte. Considera-se de grande porte, 
a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
8	
anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) 
ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais). 
 
O CFC (Conselho Federal e Contabilidade) emite as Normas Brasileiras de Contabilidade 
(NBC) que devem ser acatadas pelos contabilistas e pelas empresas independentemente de 
porte ou forma de tributação. O CFC, por meio da Resolução CFC nº 1159/09, ressalta que 
as empresas de grande porte devem, adicionalmente, observar as regras da CVM 
(Comissão de Valores Mobiliários), que regula o mercado de capitais no Brasil. 
 
 
O CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis emite pronunciamentos, orientações e 
interpretações contábeis, que somente tem validade após aprovados pelos respectivos 
órgãos reguladores. 
 
Tanto o CFC quanto a CVM adotaram todos os pronunciamentos, orientações e 
interpretações emitidos pelo CPC. Desta forma, os documentos do CPC são válidos para 
todas as empresas. 
 
Os pronunciamentos e orientação do CPC – Comitê de Pronunciamentos Técnicos, emitidos 
em 2009 com aprovação de aplicação a partir de 2010 pela CVM e pelo CFC, que tratam de 
Participações em Outras Sociedades estão relacionados a seguir. Lembrando que as 
sociedades de pequeno e médio porte podem adotar um documento único emitido pelo CPC 
e aprovado pelo CFC e pela CVM que é o CPC PME – Contabilidade para Pequenas e Médias 
Empresas. 
 
2.1.2. Regime de caixa e regime de 
competência 
 
Regime de caixa: Nesta forma de contabilização, todas as saídas e entradas de caixa são 
registradas no momento em que ocorrem. Não há preocupação com receitas e despesas, 
mas apenas com o saldo em caixa. 
Regime de competência: a preocupação desta forma de contabilização é apurar o resultado 
entre a contrapartida de vendas e os custos e despesas que foram executados para que 
esta venda fosse possível ser realizada. Não é preocupação desta contabilização é saber se 
as receitas foram recebidas e se as despesas ou custos foram pagos. A importância deste 
regime é identificar se houve lucro na operação. 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
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2.2. Apresentação das Demonstrações 
Contábeis (CPC 26) 
	
As demonstrações contábeis da empresa são ferramentas essenciais para a tomada de 
decisão em qualquer empresa ou de seus investidores. 
As demonstrações contábeis têm uma estrutura conceitual que segue as normas 
internacionais de contabilidade (IFRS) e também as instruções do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC). Todas as demonstrações contábeis devem seguir estes 
procedimentos para fazer com que estas possam ser comparadas ao longo do tempo e 
entre empresas nacionais e internacionais. 
A estrutura conceitual determinada pelas normas internacionais de contabilidade e 
regulamentada pelos CPCs tem por objetivo o fornecimento de informações úteis para 
tomada de decisão e das avaliações pelos seus diversos usuários. Os órgãos fiscais, no 
entanto, podem exigir alguma contabilização diferente (como por exemplo, a Receita 
Federal para fins de Imposto de Renda), mas esta contabilização não será mais publicada e 
não deverá mais afetar os resultados das empresas mostrados nas Demonstrações 
Contábeis publicadas para fins de análise. 
As demonstrações, elaboradas de acordo com a Estrutura Conceitual (CPC 00) e atendendo 
a todos os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis tem como objetivo 
fornecer informações úteis na tomada de decisõeseconômicas e avaliações por parte dos 
usuários em geral (CPC 00, 2012). É através delas que os usuários irão retirar informações 
sobre a posição financeira (tomada de recursos e investimentos), posição econômica 
(lucros ou prejuízos) e operações e fluxo de caixa. De acordo com a Estrutura Conceitual, 
os usuários da informação contábil devem ser capazes, ao ler as demonstrações contábeis, 
de: 
(a) decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais; 
(b) avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido 
conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas; 
(c) avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes 
outros benefícios; 
(d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à 
entidade; 
(e) determinar políticas tributárias; 
(f) determinar a distribuição de lucros e dividendos; 
(g) elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou 
(h) regulamentar as atividades das entidades. 
(CPC Estrutura Conceitual, 2012) 
 
Qualquer empresa deve elaborar demonstrações financeiras, não importa o tamanho de 
seu faturamento. Algumas são obrigadas por lei (de acordo com a Lei 11.638/07, as 
empresas de capital aberto ou fechado, com Patrimônio Líquido igual ou maior que R$ 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
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2.000.000,00 são obrigadas a divulgar suas informações contábeis) a auditarem e 
publicarem as suas demonstrações, outras não têm obrigatoriedade de divulgação destas 
demonstrações, mas mantém os relatórios internamente. 
O conjunto de demonstrações contábeis que deve ser apresentado para divulgação é: 
• Balanço Patrimonial 
• Demonstração de Resultados do Exercício 
• Demonstração de Resultado Abrangente 
• Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) 
• Demonstração de Valor Adicionado (DVA) 
• Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ou Demonstrações de 
Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) 
• Notas Explicativas 
• Relatório da Administração 
• Relatório dos Auditores Independentes 
No entanto, pode haver variação das contas principais de cada uma das demonstrações 
contábeis de empresa para empresa, dependendo de sua estrutura interna. Isto não 
impossibilita a análise, uma vez que a estrutura principal sempre será mantida. 
 
2.2.1. Balanço Patrimonial 
 
O Balanço Patrimonial representa uma demonstração resumida da posição financeira em 
determinada data. É formada por dois lados, que devem ser exatamente iguais no seu 
total, (ATIVOS = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO) onde são representados: 
 
ATIVO 
PASSIVO 
 
PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
 
 
ATIVOS (ou aplicação de recursos): É uma relação de todos os investimentos que espera-
se gerem benefícios econômicos futuros, relacionados em ordem de liquidez. A definição 
de ativo, de acordo com o Pronunciamento Conceitual Básico: “Ativo é um recurso 
controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que 
resultem futuros benefícios econômicos para a entidade” (Comitê de Procedimentos 
Contábeis) 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
11	
Dessa forma, o ativo possui como contas principais: 
Ativos Circulantes, que representam todas as contas com prazo de realização em até 360 
dias (ou um período social). Estas contas mostram toda a possibilidade de entrada de 
caixa no curto prazo. Quanto maior o ativo circulante da empresa, maior o giro de dinheiro, 
portanto, menor será o seu risco de insolvência. Exemplos de ativos circulantes: caixa, 
aplicações financeiras de curto prazo, estoques, clientes a receber, títulos a receber de 
curto prazo e despesas antecipadas. 
Ativos não Circulantes, que representam tudo o que irá entrar em caixa a partir de 360 
dias (que era chamado de Realizável em Longo Prazo) e também o: Imobilizado, 
Investimentos e Intangíveis (ativos não destinados à venda). Exemplos de contas 
constantes no Realizável em longo prazo: aplicações financeiras de longo prazo, clientes a 
receber acima de 360 dias, títulos a receber de longo prazo. Exemplos de contas do 
Imobilizado: maquinas e equipamentos; Investimentos: imóveis e investimentos em 
coligadas e controladas, intangível: marcas e patentes. 
PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO: São as dívidas da empresa, quer com terceiros 
(Passivo), quer com seus proprietários (Patrimônio Líquido). Representam as fontes de 
recursos da empresa. 
O PASSIVO se divide também em contas que são agrupadas em ordem de pagamentos. A 
definição de Passivo, de acordo com o Pronunciamento Conceitual Básico “Passivo é uma 
obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se 
espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos” (Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis). Desta forma temos: 
Passivo circulante representa as dívidas de curto prazo, ou seja, todas as obrigações que a 
empresa deve saldar em até 360 dias. A ordem de apresentação destas contas é a ordem 
de liquidação das dívidas, ou seja, em caso de liquidação da empresa, qual a ordem em 
que os credores devem receber. Um passivo circulante alto significa diminuição do capital 
de giro da empresa no curto prazo, representando diminuição da solvência da empresa. 
Exemplos de contas do passivo circulante: Funcionários a pagar, fornecedores a pagar, 
empréstimos de curto prazo a pagar, contas a pagar, Imposto de Renda a pagar. 
Passivo não Circulante representa as dívidas de mais de 360 dias. Exemplos de contas do 
Passivo não circulante: financiamentos, empréstimos vencíveis acima de 360 dias, 
debêntures. 
O PATRIMÔNIO LÍQUIDO representa o capital dos acionistas e é composto principalmente 
das contas de Capital Social, Reservas e Lucros ou Prejuízos Acumulados. De acordo com o 
Pronunciamento Conceitual Básico “Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da 
entidade depois de deduzidos todos os seus passivos” (Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis). Estas contas representam o capital investido da própria empresa ou dos 
acionistas, sendo denominado como capital próprio nas análises financeiras. 
 
 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
12	
Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo 
Circulante Circulante 
Não-Circulante Não-Circulante 
 Investimentos 
 Imobilizado Patrimônio Líquido 
 Intangível 
 
2.2.2. Demonstração de Resultados do Exercício e 
Demonstração do Resultado Abrangente 
 
A Demonstração de Resultados do Exercício é responsável pelo resumo de todas as 
operações da empresa em determinado período. Nesta demonstração é que podemos 
verificar toda a atividade da empresa, o volume de vendas, os custos dos produtos, as 
despesas referentes à manutenção e venda dos produtos da empresa e todos os gastos ou 
receitas provenientes do gerenciamento financeiro. Com isso, é possível saber se a 
empresa produziu um resultado econômico eficiente neste período ou não. 
O esquema básico da Demonstração de Resultados do Exercício é apresentado abaixo. Este 
esquema é um resumo das contas principais geralmente utilizadas nas empresas. Claro 
que para efeito contábil, haverá outras contas importantes inseridas neste relatório, mas 
para efeito de análise, nos basta conhecer as contas principais. 
A Receita Operacional Bruta é representada pela soma de todas as vendas da empresa 
durante este período no que se refere às operações existentes. De uma forma bem 
simplificada, podemos dizer que esta receita representa a soma de todas as notas fiscais 
de faturamento em determinado período (que geralmente vai de 01 de janeiro a 31 de 
dezembro de um mesmo ano) 
Da Receita Operacional Bruta, deduzimos: impostos sobre vendas (todos os impostos que 
incidem diretamente sobre receita, como por exemplo: ICMS, Pis/Cofins, SIMPLES 
Nacional; devoluções de mercadorias e abatimentos ocorridos após a emissão da nota 
fiscal. Estas deduções são necessárias para que possamos ajustar todaa Receita e obter o 
faturamento efetivo da empresa, através da Receita Operacional Líquida. Esta última é a 
conta mais importante da Demonstração de Resultado do Exercício, pois é sobre ela que 
faremos todas as análises de lucratividade e de custos e despesas da empresa. 
Uma vez calculada a Receita Operacional Líquida (também chamada de Receita Líquida de 
Vendas) devemos subtrair desta todos os custos dos produtos referentes a esta venda. 
Uma vez que a Demonstração de Resultados do Exercício é apurada pelo Método de 
Competência (veja Apêndice 1), os custos que serão registrados aqui são somente aqueles 
referentes aos produtos vendidos e não aos produtos fabricados no período. 
O resultado da conta: Receita Operacional Líquida (-) Custo dos Produtos Vendidos é o 
chamado Lucro Bruto. Este primeiro subtotal apurado na Demonstração de Resultados do 
Exercício pode ser identificado como o lucro do produto, ou seja, após vender o produto e 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
13	
retirar os custos referentes a ele, quanto irá sobrar para a empresa. Não contamos ainda 
as despesas com a operação nem com vendas, que subtraímos em seguida, nas Despesas 
Operacionais. 
As Despesas Operacionais são todos os gastos da empresa no período de apuração da 
Demonstração de Resultados do Exercício, com o intuito de manutenção da empresa e 
geração de vendas de seus produtos ou serviços. Estas despesas existem apenas para que 
a empresa possa ter uma estrutura razoável que permita que a venda ocorra neste 
período. São apuradas diretamente ao resultado do período conforme sua ocorrência. 
O resultado da conta: Lucro Bruto (-) Despesas operacionais irá gerar o chamado Lucro 
Operacional. No Lucro Operacional podemos verificar exatamente qual foi a lucratividade 
da empresa com as suas operações, ou seja, quanto a empresa ganha após pagar o 
produto e também as operações da empresa. 
Depois de conhecer a lucratividade da operação da empresa, ainda faltam ser adicionadas 
as receitas financeiras (ganho com aplicações financeiras) e despesas financeiras (perda 
financeira ou juros pagos). Todas estas operações estão ligadas ao gerenciamento de caixa 
da empresa, e não necessariamente às suas operações, por isto, separamos em um grupo 
diferente para melhor análise. 
O resultado da conta: Lucro Operacional (+) Receitas Financeiras (-) Despesas Financeiras 
é o Lucro operacional após o resultado financeiro. Deste lucro, será calculado o Imposto de 
Renda e Contribuição social. O lucro após os impostos é o Lucro Líquido do Exercício. Este 
lucro é o resultado final da empresa, o qual será calculado a distribuição do lucro. 
2.2.3. Demonstração de Fluxos de Caixa 
 
A Demonstração de Fluxos de Caixa é uma das demonstrações importantes que 
complementam a análise da empresa. A divulgação desta demonstração não era 
obrigatória até 2008. No entanto, com a nova lei 11.638/07 foi instituída a obrigatoriedade 
de publicação desta demonstração e retirada a obrigatoriedade da DOAR (Demonstração de 
origens e aplicações dos recursos). 
Esta demonstração é importante para o entendimento de algumas informações contidas no 
Balanço Patrimonial e também na Demonstração de Resultados do Exercício. 
Enquanto a Demonstração de Resultados do Exercício é baseada em regime de 
competência, a Demonstração de Fluxos de Caixa é baseada em regime de caixa (ver 
Apêndice 1). Desta forma, é a DFC que irá demonstrar ao usuário da informação a razão 
pela qual a empresa apura lucros no final do período mas não tem saldo em caixa ou 
também a razão pela qual a empresa possui uma boa saúde financeira mas vêm apurando 
prejuízos ao longo do período. 
 
 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
14	
A estrutura da Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC) é a seguinte: 
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA (DFC) 
Fluxo de caixa das operações 
 Lucro Líquido após Imposto de Renda 
 (+) Depreciação 
 Aumento ou diminuição do Contas a receber 
 Aumento ou redução de estoques 
 Aumento ou diminuição do contas a pagar 
 Aumento ou diminuição de despesas a pagar 
(=) Caixa gerado pelas operações 
 
Fluxo de caixa das atividades de investimento 
 Aumento ou diminuição do ativo imobilizado 
(=) Caixa gerado pelas atividades de investimento 
 
Fluxo de caixa das atividades de financiamento 
 Aumento ou redução de instituições financeiras a pagar 
 Aumento ou diminuição de dívidas de longo prazo 
 Alterações no Patrimônio Líquido 
 Dividendos pagos 
(=) Caixa gerado pelas atividades de financiamento 
 Aumento ou diminuição líquido dos saldos de caixa e aplicações 
 Saldo inicial de caixa 
(+) Aumento ou diminuição líquido dos saldos de caixa e aplicações 
(=) Saldo final de caixa 
 
Desta forma, a DFC é composta basicamente por 3 divisões principais: 
Fluxo de caixa das operações: tudo o que foi gerado nas operações que contribuiu 
efetivamente para aumentar o caixa da empresa. Neste ponto são deduzidas todas as 
vendas não recebidas, aumentos de estoque, contas a receber, entre outros, que não 
contribuíram para gerar caixa e também são somados todos os movimentos operacionais 
que contribuíram para o financiamento do caixa da empresa, como recebimentos de 
vendas anteriores, depreciação (que não influencia no caixa, mas influencia no lucro), 
aumento de contas a pagar e fornecedores. 
Fluxo de caixa das atividades de investimento: toda entrada referente a venda de ativos e 
saídas referente a investimentos em ativos. 
Fluxo de caixa de atividades de financiamentos: todos os aumentos referentes a 
financiamentos da empresa como, por exemplo, aumento de capital, empréstimos e 
financiamento e todas as diminuições referentes a estes financiamentos, como pagamento 
de dividendos, saldos de empréstimos e financiamentos. 
Desta forma, o resultado final desta demonstração deverá informar exatamente a diferença 
entre o saldo em caixa (e aplicações) do ano anterior e o saldo em caixa (e aplicações) do 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
15	
ano corrente, sendo possível identificar os motivos pelos quais este saldo final aumentou 
ou diminuiu. 
2.2.4 Notas Explicativas 
 
As notas explicativas permitem descrever as práticas contábeis utilizadas, detalhando a 
composição de certas contas, permitindo até mesmo melhorar a estética dos 
demonstrativos principais e prestando esclarecimentos sobre operações específicas. As 
notas explicativas constituem parte integrante das demonstrações financeiras. 
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 26 (2011): 
 Notas explicativas contêm informação adicional em relação à 
apresentada nas demonstrações contábeis. As notas explicativas 
oferecem descrições narrativas ou segregações e aberturas de itens 
divulgados nessas demonstrações e informação acerca de itens que 
não se enquadram nos critérios de reconhecimento nas 
demonstrações contábeis. CPC 26 (2011) 
 
Também, de acordo com o CPC 26 (2011), as notas explicativas têm a finalidade de 
apresentar as bases de elaboração das demonstrações contábeis, e políticas aplicadas 
nestas demonstrações; divulgar as informações que são requeridas pelos outros 
pronunciamentos técnicos e; apresentar qualquer informação adicional que não tenha sido 
apresentada nas demonstrações contábeis, mas que sejam relevantes para seu 
entendimento. 
Isso significa que a leitura das notas explicativas ou, sua consulta é fundamental no 
momento da análise das demonstrações. Políticas contábeis diferentes podem, em várias 
situações, apresentar diferenças fundamentais entre empresas de um mesmo setor, ou até 
mesmo concorrentes. Por isso, para que não se façam conclusões equivocadas acerca das 
empresas analisadas, o analista tem que ter em mente que a consulta às notas explicativas 
é mandatória na preparação das demonstrações para análise. 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
16	
2.3. InstrumentosFinanceiros 
 
A avaliação dos instrumentos financeiros deve ser feita pela Avaliação pelo Método do Valor 
Justo. Entende-se por Ativo financeiro é qualquer ativo que seja: 
• caixa; 
• instrumento patrimonial de outra entidade; 
• direito contratual: 
• de receber caixa ou outro ativo financeiro de outra entidade; ou 
• de troca de ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições potencialmente 
favoráveis para a entidade; 
• um contrato que seja ou possa vir a ser liquidado por instrumentos patrimoniais da própria entidade, e 
que: 
• não é um derivativo no qual a entidade é ou pode ser obrigada a receber um número variável de 
instrumentos patrimoniais da própria entidade; ou 
• um derivativo que será ou poderá ser liquidado de outra forma que não pela troca de um montante fixo 
de caixa ou outro ativo financeiro, por número fixo de instrumentos patrimoniais da própria entidade. 
Para esse propósito, os instrumentos patrimoniais da própria entidade não incluem os 
instrumentos financeiros com opção de venda classificados como instrumentos patrimoniais 
de acordo com os itens 16A e 16B, os instrumentos que imponham a obrigação a uma 
entidade de entregar à outra parte um pro rata como parte dos ativos líquidos da entidade 
apenas na liquidação e são classificados como instrumentos patrimoniais de acordo com os 
itens 16C e 16D, ou os instrumentos que são contratos para futuro recebimento ou entrega 
de instrumentos patrimoniais da entidade. 
Porém, quando tais títulos patrimoniais se tratarem de investimento no qual a investidora 
detém o controle da investida, individual ou em conjunto (joint venture) ou quando a 
investidora tem influência significativa sobre a investida, esses investimentos devem ser 
avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial. Nos demais casos deverão ser aplicados 
o método do valor justo (ou do custo, conforme item 2.1.4.2). 
Valor justo é a quantia pela qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado, 
entre partes conhecedoras e dispostas a isso em transação sem favorecimento. 
Para maiores detalhes ver o que determina o CPC 38 - Instrumentos Financeiros: 
Reconhecimento e Mensuração. 
O valor justo em instrumentos financeiros deve ser contabilizado de acordo com a natureza 
deste investimento, que pode ser classificado como: 
• Ações disponíveis para venda (ou mantidas ate o vencimento) 
• Ações em negociação 
 
A contabilização de ações em negociação deve ser feita da seguinte forma: 
Quando existe valorização das ações: 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
17	
 
D – Ações em negociação 
C – Receita Financeira 
 
Lembre que essa receita financeira deve ser contabilizada na demonstração de resultado 
no grupo de receitas e despesas financeiras. Portanto, nada tem haver com a operação da 
empresa. O objetivo da contabilização da valorização ou desvalorização é para informar se 
a empresa ganhou o perdeu dinheiro com a operação no mercado financeiro. 
Quando existe desvalorização das ações: 
 
D – Despesa Financeira 
C – Ações em negociação 
 
Vejamos um exemplo: 
 
A empresa A possui as seguintes ações contabilizadas no Ativo Circulante e estão 
classificadas como em negociação: 
 
Ações da empresa Duratex R$20.000 
Ações da empresa Petrobrás R$35.000 
 
Em 31/12 de determinado ano, a empresa A verificou a cotação das ações dessas 
empresas apurando o seguinte: 
 
Ações da empresa Duratex R$ 23.000 
Ações da empresa Petrobrás R$ 33.000 
 
A Duratex obteve uma valorização das ações enquanto que a Petrobrás apurou uma 
desvalorização. Como devem ser lançados esses investimentos? 
 
Valorização das ações da Duratex: 
D – Ações da empresa Duratex 
C – Receita Financeiras R$ 3.000 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
18	
 
Desvalorização das ações 
 
D – Despesa Financeira 
C – Ações da empresa Petrobrás R$ 2.000 
 
Portanto, o resultado do período considerando estes lançamentos, será de R$ 1.000. 
 
A contabilização de ações disponíveis para venda deve ser feita da seguinte forma: 
 
Quando existe valorização das ações: 
D – Ações disponíveis para venda 
C – Ajuste de Avaliação Patrimonial 
 
Quando existe desvalorização das ações: 
 
D – Ajuste de Avaliação Patrimonial 
C – Ações Disponíveis para venda 
 
Vejamos um exemplo: 
 
A empresa A possui as seguintes ações contabilizadas no Ativo Circulante e estão 
disponíveis para venda: 
 
Ações da empresa Duratex R$20.000 
Ações da empresa Petrobrás R$35.000 
 
Em 31/12 de determinado ano, a empresa A verificou a cotação das ações dessas 
empresas apurando o seguinte: 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
19	
 
Ações da empresa Duratex R$ 23.000 
Ações da empresa Petrobrás R$ 33.000 
 
A Duratex obteve uma valorização das ações enquanto que a Petrobrás apurou uma 
desvalorização. Como devem ser lançados esses investimentos? 
 
Valorização das ações da Duratex: 
D – Ações da empresa Duratex 
C – Ajuste de Avaliação Patrimonial R$ 3.000 
 
Desvalorização das ações 
 
D – Ajuste de Avaliação Patrimonial 
C – Ações da empresa Petrobrás R$ 2.000 
 
Portanto, o saldo da conta Ajuste de Avaliação Patrimonial será de R$ 1.000. 
 
A conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial representa variações nos ativos da empresa que 
foram apuradas no período e que não podem ainda transitar pelo resultado da empresa. 
Essa conta se localiza do Patrimônio Líquido. 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
20	
 
2.3.1. EXERCÍCIOS 
1. Balanço Inicial Empresa Alfa: 
Ativo Passivo + PL 
Caixa 2.000.000 Fornecedores 500.000 
Estoques 500.000 Capital Social 3.000.000 
Imobilizado 1.000.000 
Total 3.500.000 Total 3.500.000 
 
A empresa Alfa adquiriu ações das seguintes empresas em 01/01/20X1, as quais não têm 
caráter de investimento permanente: 
Empresa Beta 300.000 
Empresa Gama 250.000 
Empresa Delta 400.000 
Empresa Sigma 100.000 
 
As ações das empresas Beta e Gama foram classificadas no balanço como mantidas para 
negociação, e as ações das empresas Delta e Sigma foram classificadas como disponível 
para venda. 
Na data de fechamento do balanço, o valor de mercado das ações eram os seguintes: 
Empresa Beta 320.000 
Empresa Gama 220.000 
Empresa Delta 500.000 
Empresa Sigma 50.000 
 
Também foi apurado que a empresa Alfa recebeu dividendos das empresas Beta e Delta 
nos valores de R$ 15.000 e R$ 20.000, respectivamente. 
Elabore: Saldo de Caixa, Demonstração de Resultados do Exercício e Balanço Patrimonial. 
 
 
 
 
 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
21	
2. A empresa SmartWater possuía o seguinte Balanço Patrimonial em 01/01/x2: 
 
Ativo Passivo + PL 
Caixa 3.000.000 Capital Social 3.000.000 
Total 3.000.000 Total 3.000.000 
 
Em março, fez a compra de ações para investimentos de curto prazo. Esses investimentos 
são: Ações Cia Petrobrás – R$ 500.000; Ações da Cia Duratex – R$ 300.000. Em 
30/12/2012, a empresa SmartWater verificou o valor das duas ações no mercado e 
apresentou o seguinte: Ações Cia Petrobrás – R$ 550.000; Ações da Cia Duratex – R$ 
280.000. Recebeu 50.000 de dividendos da Petrobrás. 
Pede-se: 
a. Faça os devidos lançamentos contábeis, e apure o Balanço Patrimonial em 31/12/2012, 
considerando que este investimento foi considerado como ações para negociação. 
b. Faça os devidos lançamentos contábeis, e apure o Balanço Patrimonial em 31/12/2012, 
considerando que este investimento foi considerado como ações disponíveis para venda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
22	
3. A empresa AFV comprou ações de determinada empresa, pelo valor de R$ 2.000,00 em 
01/01/2009. Em 31/01/2009, esta empresa recebeu dividendos, no valor de R$ 100,00. 
Nesta mesma data,as ações desta empresa foram avaliadas a R$ 2.140,00. O Balanço 
Inicial da empresa AFV, em 01/01/2009 é apresentado a seguir: 
 
Ativo Passivo 
Caixa 3.000,00 Folha pgto 1.500,00 
Duplicatas a rec 2.500,00 Empréstimos 2.500,00 
Imobilizado 10.000,00 Capital Social 11.500,00 
Ativo total 15.500,00 Passivo + PL 15.500,00 
 
Pede-se: 
 
a. Faça os devidos lançamentos contábeis, e apure o Balanço Patrimonial em 31/01/2009, 
considerando que este investimento foi considerado como ações para negociação. 
b. Faça os devidos lançamentos contábeis, e apure o Balanço Patrimonial em 31/01/2009, 
considerando que este investimento foi considerado como ações disponíveis para 
venda. 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
23	
4. A empresa YYY apresentou as seguintes contas em 01/12/2009: Caixa: 5.000; Capital 
Social: 20.000; Imobilizado: 15.000. No dia 02/12/2009, esta empresa adquiriu ações da 
companhia 234, pelo valor de R$ 4.000,00. No dia 31/12/2009, estas mesmas ações 
tinham valor de R$ 3.000,00 e a empresa não recebeu nenhum dividendo. Pede-se: 
a. Faça os devidos lançamentos contábeis, e apure o Balanço Patrimonial em 31/12/2009, 
considerando que este investimento foi considerado como ações para negociação. 
b. Faça os devidos lançamentos contábeis, e apure o Balanço Patrimonial em 31/12/2009, 
considerando que este investimento foi considerado como ações disponíveis para 
venda. 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
24	
5. A empresa VHS apresentou as seguintes contas em 01/12/20X1: 
Caixa: 50.000; Capital Social: 200.000; Imobilizado: 150.000. 
 
No dia 02/12/20X1, esta empresa adquiriu ações da companhia Pilot, pelo valor de R$ 
40.000,00. No dia 31/12/20X1, estas mesmas ações tinham valor de R$ 30.000,00 e a 
empresa não recebeu nenhum dividendo. 
 
Pede-se: 
 
a. Faça os devidos lançamentos contábeis, e apure o Balanço Patrimonial em 31/12/20X1, 
considerando que este investimento foi considerado como ações para negociação. 
b. Faça os devidos lançamentos contábeis, e apure o Balanço Patrimonial em 31/12/20X1, 
considerando que este investimento foi considerado como ações disponíveis para 
venda. 
 
 
 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
25	
2.4. Estoques 
	
Os conceitos do CPC 16 determinam a forma de reconhecimento, mensuração e divulgação 
dos estoques nas empresas. Os parágrafos a seguir foram retirados do Sumário do CPC 16 
– Estoque. 
O Pronunciamento exige que os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou 
pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. Neles se incluem todos os custos de 
aquisição, de transformação e outros incorridos para trazer os estoques à sua condição e 
localização atuais. Por isso, devem compreender o preço de compra, os impostos de 
importação e outros tributos (que não sejam aqueles posteriormente recuperáveis pela 
empresa), custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à 
aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e 
outros itens semelhantes devem ser deduzidos do preço na determinação do custo de 
aquisição. 
Os custos de estoques fabricados ou em processo de fabricação são aqueles diretamente 
relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, tais como mão-
de-obra direta e matéria-prima, e incluem também a alocação sistemática de custos 
indiretos de produção fixos e variáveis que sejam incorridos para transformar os materiais 
em produtos acabados ou para a prestação de serviços. 
A alocação de custos indiretos fixos às unidades produzidas deve ser baseada no volume 
normal de produção, que é aquele que se espera atingir, em média, ao longo de vários 
períodos ou de períodos sazonais, em circunstâncias normais, levando-se em consideração 
a não-utilização da capacidade total, resultante da manutenção planejada, de férias 
coletivas planejadas, etc. Os custos fixos relativos à capacidade não-utilizada em função de 
volume de produção inferior ao normal devem ser registrados como despesas no período 
em que são incorridos, não podendo ser alocados aos estoques. 
Quando se fabricam produtos conjuntos ou quando há um produto principal e um 
subproduto, os custos de transformação não separadamente identificáveis devem ser 
atribuídos aos produtos numa base racional e consistente, normalmente conforme o valor 
relativo da receita de venda de cada produto. Quando há geração de subprodutos de custo 
irrelevante, eles devem ser mensurados pelo valor realizável líquido e esse valor deve ser 
deduzido do custo do produto principal. 
Os salários e os outros gastos relacionados com as vendas e com o pessoal geral 
administrativo não devem ser incluídos no custo dos estoques, sendo reconhecidos como 
despesas do período em que são incorridos. 
O custo-padrão pode ser utilizado para a avaliação de estoques desde que seja 
estabelecido com base em níveis normais de eficiência e de volume de produção, seja 
revisado periodicamente ou quando houver mudança das condições de produção, e desde 
que seus valores reflitam aproximadamente o custo real. 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
26	
Quando da existência de bens não-intercambiáveis, seu custo específico precisa ser 
utilizado. No caso de bens intercambiáveis, deve-se usar o custo médio ponderado ou o 
Primeiro Que Entra, Primeiro Que Sai (PEPS), vedada a utilização do Último Que Entra, 
Primeiro Que Sai (UEPS). O mesmo critério precisa ser usado consistentemente para 
valoração dos estoques que tenham natureza e uso semelhante. 
O custo dos estoques pode não ser recuperável por motivo de danificação, obsolescência, 
redução no preço de venda, incremento no custo estimado de acabamento, etc. Nesse 
caso, o valor de custo precisa ser substituído pelo valor realizável líquido, obtido a partir do 
preço de venda estimado deduzido dos custos estimados de conclusão, dos gastos 
estimados necessários para se concretizar sua venda e dos tributos incidentes sobre a 
venda. Essa redução é normalmente feita item a item, a não ser quando relacionados com 
a mesma linha de produtos e tenham finalidades ou usos finais semelhantes, que sejam 
produzidos e comercializados na mesma área geográfica e não possam ser avaliados 
separadamente de outros itens dessa linha de produtos, ou circunstâncias semelhantes. As 
reduções ao valor realizável líquido devem ser revertidas quando desaparecerem as 
circunstâncias que obrigaram ao seu registro. 
Não há redução ao valor realizável líquido de matérias-primas e materiais de consumo 
quando for previsível que os produtos acabados em que eles serão utilizados serão 
vendidos pelo custo ou acima do custo. 
Os estoques são baixados ao resultado como despesa quando reconhecida a receita a que 
se vinculam, ou quando consumidos nas atividades a que se destinam, se não estiverem 
vinculados à produção de bens ou à prestação de serviços para a geração de receita futura. 
São também reconhecidas como despesas do período a redução ao valor realizável líquido 
e quaisquer outras perdas. 
Os estoques podem ser registrados em outras contas do ativo, como quando usados como 
um componente de ativos imobilizados de construção própria, e serão alocados como 
despesa durante a vida útil desse ativo. 
No caso de prestadores de serviços que precisem estocar seus custos, os mesmos 
procedimentos utilizados para custeamento de bens em elaboração devem ser adotados. 
O Pronunciamento especifica a divulgação a ser dada aos estoques existentes, às baixas, 
às reduções ao valor realizável líquido e suas reversões e a outras situações. 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
27	
2.4.1. Exercícios 
 
1. Observe o quadro: 
No Balanço Patrimonial em 31.12.2010, o saldo de Estoque de acordo com a o CPC de 
estoques (CPC 16) é de: 
Tipo de EstoqueCusto Preço de Venda Gastos com Venda 
I 660 820 100 
II 385 366 38 
III 800 750 45 
 
a) R$1.693,00. 
b) R$1.753,00. 
c) R$1.845,00. 
d) R$1.936,00. 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
28	
 
2. A empresa MAT adquiriu estoques de determinada mercadoria em janeiro de 2012, no 
montante de R$ 150.000,00. Neste valor, estão inclusos 18% de ICMS recuperáveis. Para 
que esta mercadoria chegasse ao estoque da empresa, foi pago o montante de R$ 2.000 
de frete e seguros. Em 31/12/2012 o estoque ainda não havia sido vendido e o valor de 
venda no mercado foi apurado em R$ 150.000,00. Para essa venda, a empresa gastará 
ainda R$ 30.000 de comissões e despesas de entrega. Descreva todos os lançamentos que 
devem ser efetuados na compra e em 31/12/2012 referentes a esse estoque, caso haja. 
 
 
 
 
 
 
3. A empresa PRODUTIVA está utilizando o sistema de custos de acordo com as normas do 
CPC 16- Estoques. A sua capacidade de produção considerada normal é de 2500 
horas/mês. No mês de abril, as horas produtivas totalizam 1500 horas. O valor total de 
salários e encargos diretos do mês foi de $ 50.000,00. Qual é a taxa de mão de obra direta 
por hora? Qual o valor que será atribuído aos produtos fabricados? Qual o valor de 
salários e encargos de produção considerados despesa de período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
29	
4. Calcule o custo do estoque da empresa Chapiro SA, conforme determinado abaixo: 
Produto A: 
Valor da nota fiscal: R$ 20.000 
Valor do frete das mercadorias para entrega no armazém: R$ 2.000 
Seguro da mercadoria: R$ 5.000 
ICMS recuperável: 12% sobre o valor da nota 
IPI recuperável: 20% sobre o valor da nota 
 
Produto B: 
Valor da nota fiscal: R$ 50.000 
Valor do frete das mercadorias para entrega no armazém: R$ 3.000 
Seguro da mercadoria: R$ 10.000 
ICMS recuperável: 12% sobre o valor da nota 
IPI recuperável: 20% sobre o valor da nota 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
30	
5. Uma Sociedade Empresária adquiriu, a prazo, mercadorias para revenda pelo valor total 
de R$25.000,00. Nesse valor, estão incluídos R$4.250,00 relativos a ICMS Recuperável. O 
transporte das mercadorias, no valor de R$2.000,00, foi pago pela empresa vendedora, 
sem reembolso pela adquirente. A Sociedade Empresária apura PIS e Cofins pelo Regime 
de Incidência Não Cumulativo. Considerando-se o disposto no CPC 16 – Estoques, e que as 
alíquotas a serem utilizadas para cálculo do valor recuperável de PIS e Cofins no Regime 
de Incidência Não Cumulativo são, respectivamente, 1,65% e 7,6%, o Custo de Aquisição 
das mercadorias é de: 
a) R$18.437,50. b) R$18.830,62. c) R$20.437,50. d) R$20.830,62. 
 
 
 
 
 
 
 
6. De acordo com o CPC 16 (R1) – ESTOQUES, na determinação do Valor Realizável 
Líquido, o valor estimado das comissões da equipe de vendas necessárias para se 
concretizar a venda dos itens estocados deve ser tratado como: 
 
a) adição ao Custo.
b) não relacionada ao Valor Realizável Líquido. c) redução do Custo.
	
d) redução do Valor Realizável Líquido. 
	
	
	
	
 
 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
31	
7. Em 15.8.2016, uma Sociedade Empresária comprou mercadorias para revenda, no valor 
de R$156.000,00, para pagamento em 31.8.2016. No valor de R$156.000,00, está incluído 
o ICMS recuperável calculado à alíquota de 17%. A empresa adota o Regime de Incidência 
Cumulativo de PIS e Cofins, com as alíquotas de 0,65% e 3%, respectivamente. 
Considerando-se as informações apresentadas, qual o lançamento contábil desta 
operação?. 
 
 
 
 
 
 
8. Uma Sociedade Empresária realizou as seguintes transações em janeiro de 2016: 
a) Aquisição de mercadorias para revenda, para pagamento em 20.2.2016, por 
R$180.000,00. Nesse valor estão incluídos: ICMS recuperável no valor de R$21.600,00; 
PIS recuperável no valor de R$2.970,00; e Cofins recuperável no valor de R$13.680,00. 
 
b) Venda, à vista, de 50% das mercadorias adquiridas por R$160.000,00, com entrega 
imediata. Tributos sobre a venda: ICMS de R$19.200,00; PIS de R$2.640,00; e Cofins de 
R$12.160,00. 
O Estoque de Mercadorias para Revenda no início do mês era igual a zero. 
 
Qual o resultado das transações dessa Sociedade Empresária, em janeiro de 2016? 

	
	
	
	
	
	
	
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
32	
9. Uma Sociedade Empresária comercial realizou aquisição de mercadorias para revenda. 
Em seus registros constam os seguintes dados relacionados aos itens adquiridos: 
Fretes sobre a compra das mercadorias R$400,00 
Gastos com divulgação R$100,00 
Gastos estimados necessários para se concretizar a venda R$300,00 
Preço de venda R$1.600,00 
Tributos adicionais decorrentes da aquisição das mercadorias, 
 não recuperáveis e não incluídos no valor de aquisição R$ 200,00 
Tributos recuperáveis incluídos no aquisição das mercadorias R$ 170,00 
Valor de aquisição das mercadorias R$ 1000,00 
 
De acordo com o CPC 16 (R1)– Estoques, qual o custo de aquisição dessas mercadorias? 
 
 
 
 
 
 
10. De acordo com o CPC 16 (R1) – Estoques analise as informações a seguir: 
I) Despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local e 
condição atuais. 
 
II) Despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços aos 
clientes. 
 
III) O preço de compra, os impostos de importação e outros tributos não recuperáveis. 
 
IV) Os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição 
de produtos acabados, materiais e serviços. 
 
V) Valor anormal de desperdício de materiais, mão-de-obra ou outros insumos de 
produção. 
 
Quais os itens que NÃO estão incluídos no custo dos estoques (porque não fazem parte do 
custo do estoque), porém são reconhecidos no resultado do período? 
11. Um posto de combustível comercializa, por mês, aproximadamente 100.000 litros de 
etanol. Em determinado momento, constatou um índice de evaporação de 0,5% desse 
produto. O Conselho Nacional do Petróleo considera normal um índice de até 0,6% de 
evaporação. Segundo o CPC 16 (R1) – Estoques, o valor decorrente da evaporação é 
considerado: 
a) um desperdício e não pode ser contabilizado, exceto por determinação judicial. 
 
b) um passivo a ser reembolsado pelo fornecedor, visto que a evaporação é conhecida até 
pelo Código Tributário Nacional. 
 
c) uma perda de operações descontinuadas, e só pode ser contabilizada no período em 
que for formalmente confirmada a evaporação, por meio de medição. 
 
d) uma redução no resultado do período, visto que a evaporação é considerada normal e 
deve ser baixada do estoque periodicamente. 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
33	
2.5. Imobilizado 
Os parágrafos a seguir foram retirados do Sumário oferecido pelo CPC 27 – Ativo 
Imobilizado. 
Ativos imobilizados são itens tangíveis utilizáveis por mais do que um ano e que sejam 
detidos para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel ou 
para fins administrativos. 
2.5.1. Mensuração no Reconhecimento: 
 
Um item do ativo imobilizado que seja classificado para reconhecimento como um ativo 
deve ser mensurado pelo seu custo. O custo de um item de ativo imobilizado é equivalente 
ao preço à vista na data do reconhecimento. Se o prazo de pagamento excede os prazos 
normais de crédito, a diferença entre o equivalente preço à vista e o total dos pagamentos 
deve ser reconhecida como despesa com juros durante o prazo do pagamento. Há 
situações em que os encargos financeiros de empréstimo tomado para sua construção são 
adicionados ao custo, conforme Pronunciamento Técnico CPC 20 – Custos de Empréstimos, 
mas não no momento inicial,e sim durante o processo de sua construção. São também 
adicionados no custo inicial todos os gastos incrementais e necessários a colocar o 
imobilizado em condições de funcionamento, como transporte, tributos, montagem, testes 
etc. até que ele esteja em condições de efetivo uso. Compõe ainda o custo inicial o valor 
estimado dos gastos previstos para desmontagem, remoção e restauração do local onde é 
instalado. Não fazem parte do custo gastos com realocação, ociosidade mesmo que no uso 
inicial, gastos com abertura de nova instalação ou introdução de novo produto, gastos 
administrativos e outros custos indiretos etc. No caso de permuta, custo é o valor justo do 
ativo adquirido, a não ser que essa mensuração seja impossível, quando prevalece o valor 
contábil do ativo cedido. Subvenção governamental pode reduzir o custo do ativo, 
conforme Pronunciamento Técnico CPC 07 – Subvenção e Assistência Governamentais. 
Quando a opção pelo método de reavaliação for permitida por lei, a entidade pode optar 
por ela como sua política contábil e deve aplicar essa política a uma classe inteira de ativos 
imobilizados e de forma consistente ao longo do tempo. 
2.5.2. Depreciação 
 
A depreciação, entendida como a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao 
longo da sua vida útil econômica para a entidade, corresponde à parcela pertencente ao 
período do total da diferença entre o valor do custo do ativo (ou outro valor que substitua o 
custo) menos o valor residual esperado ao final de sua utilização. Cada componente de um 
item do ativo imobilizado com custo significativo em relação ao custo total do item deve ser 
depreciado separadamente. A depreciação é efetuada mesmo quando o valor justo do ativo 
esteja temporariamente excedendo seu valor contábil e deve ser reconhecida no resultado 
a menos que seja incluída no valor contábil de outro ativo. 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
34	
Cessa a depreciação quando o ativo é desativado por baixa de qualquer natureza ou 
transferência para ativo não circulante mantido para venda (conforme Pronunciamento 
Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada), ou 
para estoque (ver adiante), mas não cessa por ociosidade. 
Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, 
após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição 
esperadas para o fim de sua vida útil. 
O método de depreciação utilizado deve refletir o padrão de consumo, pela entidade, dos 
benefícios econômicos futuros do ativo a que se refere. O método e as premissas que 
levam ao cálculo da depreciação precisam ser acompanhados ao longo da vida útil do ativo 
e provocar os necessários ajustes conforme se registra no Pronunciamento Técnico CPC 23 
– Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro. 
2.5.3. Perda de Recuperabilidade (impairment) 
 
Além da depreciação, é necessária a verificação pelo menos anualmente da eventual 
necessidade de reconhecimento de perda por redução ao valor recuperável do ativo, 
conforme o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos. 
O valor contábil de um item do ativo imobilizado deve ser baixado: por ocasião de sua 
alienação ou substituição; quando não há expectativa de benefícios econômicos futuros 
com a sua utilização ou alienação; quando transferido para outro grupo de contas. A venda 
de ativos imobilizados não deve ser reconhecida como integrante das receitas de vendas da 
entidade, exceto como a seguir. 
Há uma situação especial de baixa do ativo imobilizado: ativos aí classificados que se 
destinam, durante certo tempo, a aluguel para terceiros, sendo, depois de cessado o 
período de aluguel, transferidos para os estoques por se destinarem, a partir desse 
momento, à alienação. É o caso comum das locadoras de veículos. Nessa situação toda 
especial, as receitas de vendas são consideradas receitas de vendas da entidade e o valor 
baixado do estoque se transforma em custo dos estoques vendidos, já que tais bens são 
comprados com o intuito de deles se obter receita pelo aluguel e pela venda. Já no caso 
dos demais ativos também transferidos para o ativo circulante, por deixarem de ser 
utilizados como venda e passarem a ser destinados à alienação, mas cuja motivação de 
venda seja essencialmente sua utilização, não têm o produto dessa alienação a terceiros 
reconhecida como parte das receitas de venda da entidade. São reconhecidos no resultado 
diretamente o lucro ou prejuízo (situação rara em função da regra custo ou mercado 
aplicável ao circulante) nessa alienação. Os imobilizados que são utilizados até sua 
alienação são baixados diretamente do imobilizado nessa alienação para o resultado, com o 
registro, nessa demonstração, também apenas do lucro ou prejuízo apurado nessa 
operação. 
Tratamento especial também é dado ao caso de partes de ativos que estão sujeitas a 
reformas, revisões e outros custos relevantes não anuais. Essas partes devem ser 
depreciadas pela sua vida útil econômica específica, e os gastos com suas reformas e 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
35	
revisões são ativados para depreciação pela sua vida útil econômica futura, conforme 
Pronunciamento Técnico CPC 25 – Provisão, Passivo e Ativo Contingentes. 
2.5.4. Divulgação 
 
Devem ser divulgados os critérios de contabilização do imobilizado, métodos, vidas úteis e 
taxas de depreciação, valor contábil bruto e líquido, bem como a conciliação entre esses 
valores contábeis inicial e final (adições, baixas, reavaliações, depreciações contabilizadas 
no resultado e contabilizadas no custo de outro ativo, perdas por impairment, reversão de 
perdas, variações cambiais em certas circunstâncias – v. Pronunciamento Técnico CPC 02 – 
Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis 
etc.). Há, portanto, a obrigatoriedade da nota explicativa sobre a mutação do valor contábil 
do ativo imobilizado. 
Devem também ser divulgadas as restrições dadas por garantias tais como hipotecas, 
alienação fiduciária e outras, por compromissos advindos da aquisição, por indenizações 
por parte de terceiros, bem como devem ser destacados os ativos adquiridos por meio de 
arrendamento mercantil. 
Devem também ser divulgadas as mudanças nas estimativas que tenham efeito no 
resultado corrente ou em resultados futuros e sugerem-se divulgações sobre ativos que 
estejam temporariamente ociosos, totalmente depreciados, mas ainda em uso, valor justo 
do imobilizado quando materialmente diferente do valor contábil e outras informações 
relevantes para o completo entendimento do usuário a respeito desse grupo de contas. 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
36	
2.5.5. Exercícios 
 
1. Uma empresa industrial possui um Ativo Imobilizado cujo custo histórico é igual a 
R$50.000,00 e cuja depreciação acumulada equivale a R$12.000,00. A empresa apurou, 
para esse ativo, um valor justo líquido de despesas de venda de R$10.000,00 e um valor 
em uso de R$20.000,00. Com base nos dados informados, considerando a NBC TG 01 – 
Redução ao Valor Recuperável de Ativos –, o valor a ser registrado como perda por 
desvalorização do Ativo Imobilizado será de: 
a) R$18.000,00. 
b) R$28.000,00. 
c) R$30.000,00. 
d) R$40.000,00. 
 
2. Conforme o CPC 27 - Ativo Imobilizado, os benefícios econômicos futuros incorporados 
no ativo são consumidos pela entidade, principalmente, por meio do seu uso. Porém, 
outros fatores, tais como obsolescência técnica ou comercial e desgaste normal enquanto o 
ativo permanece ocioso, muitas vezes dão origem à diminuição dos benefícios econômicos 
que poderiam ter sido obtidos do ativo. A seguir, são apresentados alguns dos fatores que 
são considerados na determinação da vida útil de um ativo, EXCETO: 
a) uso esperado do ativo, quando é avaliado com base na capacidade ou produçãofísica 
esperadas. 
b) desgaste físico normal esperado, que depende de fatores operacionais, tais como o 
número de turnos durante os quais o ativo será usado, o programa de reparos e 
manutenção e o cuidado e a manutenção do ativo enquanto estiver ocioso. 
c) obsolescência técnica ou comercial proveniente de mudanças ou melhorias na produção, 
ou de mudança na demanda do mercado para o produto ou serviço derivado do ativo. 
d) aumento de valor de um terreno no qual um edifício esteja construído afeta o valor 
contábil do edifício e, consequentemente, a sua depreciação. 
3. Uma empresa adquiriu um ativo em 1º de janeiro de 2009, o qual foi registrado 
contabilmente por R$15.000,00. A vida útil do ativo foi estimada em cinco anos. Espera-se 
que o ativo, ao final dos cinco anos, possa ser vendido por R$3.000,00. Utilizando-se o 
método linear para cálculo da depreciação e supondo-se que não houve modificação na 
vida útil estimada e nem no valor residual, ao final do ano de 2010, o valor contábil do 
ativo líquido será de: 
a) R$7.200,00. 
b) R$9.000,00. 
c) R$10.200,00. 
d) R$12.000,00. 
 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
37	
4. Uma empresa comprou uma máquina por R$ 3.200.000 com vida útil de dez anos. Não 
havia previsão de valor residual deste ativo. 
 
No final do quinto ano, foi feita uma nova avaliação do desempenho econômico, devido a 
uma crise econômica mundial, o Fluxo de Caixa projetado para os anos seguintes à crise é 
o seguinte: 
 
Ano Valor Previsto de Fluxo de Caixa 
6 400.000 
7 580.000 
8 420.000 
9 200.000 
10 200.000 
 
O valor de venda dessa máquina no final do ano 5 é de R$ 1.650.000, sendo que as 
despesas para desmontagem totalizam R$ 250.000 e a despesa de frete para entrega da 
máquina no comprador é de R$ 82.500. 
 
Com base nessas informações e, sabendo-se que a taxa de desconto utilizada pela 
empresa é de 12% a.a., pergunta-se: 
a) Qual o valor contábil líquido do ativo no final do ano 5? 
b) Qual o valor recuperável desse ativo no final do ano 5? Demonstre todos os cálculos 
efetuados. 
c) Você faria uma provisão para perdas para ajustar o valor do ativo ao seu valor de 
recuperação (impairment) no final do ano 5? Se sim, qual o valor da provisão? 
 
5. Uma empresa comprou um equipamento industrial por R$ 1.400.000 com vida útil 
estimada de doze anos e com residual estimado de R$ 200.000. A empresa utiliza 
depreciação linear para este equipamento. No final do oitavo ano, foi feita uma nova 
avaliação do desempenho econômico, devido a uma crise econômica mundial, o Fluxo de 
Caixa nominal projetado para os anos seguintes à crise é o seguinte: 
 Ano 09 230.000 
Ano 10 160.000 
Ano 11 140.000 
Ano 12 180.000 
 
O valor de venda dessa máquina no final do ano 8 é de R$ 720.000, sendo que as 
despesas para desmontagem totalizam R$ 40.000 e a despesa de frete para entrega da 
máquina no comprador é de R$ 12.000. 
Com base nessas informações e, sabendo-se que a taxa de desconto utilizada pela 
empresa é de 14% a.a., pergunta-se: 
a) Qual o valor contábil líquido do ativo no final do ano 8? 
b) Qual o valor recuperável desse ativo no final do ano 8? Demonstre todos os cálculos 
efetuados. 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
38	
c) Você faria uma provisão para perdas para ajustar o valor do ativo ao seu valor de 
recuperação (impairment) no final do ano 8? Se sim, qual o valor da provisão? Justifique 
sua resposta 
 
6. Uma empresa comprou uma máquina por R$ 5.500.000 com vida útil de dez anos e 
utiliza depreciação linear. No final do sexto ano, foram feitas as projeções financeiras para 
o teste de impairment, e o Fluxo de Caixa projetado para os anos seguintes à crise é o 
seguinte: 
 
Projeções Fluxo de Caixa 
Ano 1 800.000 
Ano 2 300.000 
Ano 3 400.000 
Ano 4 500.000 
 
O valor de venda dessa máquina no final do ano 6 é de R$ 1.650.000, sendo que as 
despesas para desmontagem totalizam R$ 150.000 e a despesa de frete para entrega da 
máquina no comprador é de R$ 55.000. Com base nessas informações e, sabendo-se que a 
taxa de desconto utilizada pela empresa é de 8% a.a., pergunta-se: 
a) O valor contábil Líquido do bem no final do ano 6; 
b) O valor recuperável do bem e, caso haja, o valor do impairment a ser feito. 
 
7. Um equipamento industrial foi adquirido em 1º de janeiro de 2.005 por $ 780.000 e 
estimou-se uma vida útil de 10 anos. Em 31 de dezembro de 2007 foi efetuado o teste de 
impairment, e o valor de uso considerado foi de R$ 550.000 e o valor de mercado do bem 
(nas condições atuais) era de 520.000. Nesta mesma data considerou-se que a vida útil 
deste bem era de mais 9 anos. Pede-se: 
a) O valor contábil líquido deste bem em 31/12/2007. 
b) Houve impairment em 31/12/2007? Se sim, qual o montante? 
c) O valor contábil líquido do bem em 31/12/2012. 
 
8. A Empresa W adquiriu um ativo imobilizado em 01/01/20x1 por R$ 50.000 e adotou o 
método de depreciação de unidades produzidas. A Empresa W estimou que esse bem 
produziria 8.000 unidades durante toda a sua vida útil, e em 20x1 a produção foi 550 
unidades, em 20x2 foi 500 unidades e em 20x3 foi 580 unidades. 
No final do ano 3, a Empresa W determinou a adoção da depreciação pelo método da linha 
reta, a fim de melhor refletir o padrão estimado revisto de consumo do ativo. A estimativa 
de vida útil restante foi de 6 anos. 
Determine o valor da depreciação dos anos 1 ao 9. 
 
 
 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
39	
2.6. Propriedade para Investimento 
 
Os parágrafos a seguir foram retirados do Sumário oferecido pelo CPC 28 – Propriedade 
para Investimento. 
Propriedade para investimento é o imóvel (terreno ou edifício – ou parte de um edifício – 
ou ambos) mantido pelo proprietário (ou arrendatário) para obter rendas ou para 
valorização do capital ou para ambas, e não para uso na produção ou fornecimento de 
bens ou serviços, para finalidades administrativas ou para venda no curso ordinário do 
negócio. A propriedade para investimento é classificada no Ativo Não Circulante, subgrupo 
Investimentos. 
É necessário julgamento na aplicação dessa definição, já que pode uma mesma 
propriedade ter a característica de parte ser usada como propriedade para investimento e 
parte estar destinada ao uso próprio (ativo imobilizado). São propriedades para 
investimento, comumente, os terrenos mantidos para uso futuro e ainda indeterminado ou 
mantidos para valorização imobiliária, os imóveis mantidos para aluguel como nos 
shopping centres ou outros etc. Não são propriedades para investimento, por exemplo, os 
imóveis construídos ou em construção para venda no decurso ordinário das atividades da 
entidade (entidades de exploração do ramo imobiliário ou de construção civil), as 
propriedades ocupadas por empregados (mesmo que alugadas a eles) etc. No caso de 
propriedade mantida para prestação de serviços, ela também não é classificada como 
propriedade para investimento, como no caso de um hotel. 
2.6.1. Principais pontos do Pronunciamento 
 
A propriedade para investimento deve ser mensurada inicialmente pelo seu custo. Na 
mensuração inicial são aplicáveis todos os conceitos normalmente utilizados na 
mensuração do custo inicial de um ativo imobilizado, inclusive no caso de permuta. 
O Pronunciamento permite que a entidade escolha, após o registro inicial, o método do 
valor justo ou o método do custo para avaliar as propriedades para investimento 
consistentemente no decurso do tempo (exceção no caso de arrendatário que utiliza o 
imóvel como propriedade para investimento, quando o valor justo é obrigatório). 
Mas a entidade que escolher o método do custo deve divulgar o valor justo da sua 
propriedade de investimento em cada balanço patrimonial. O valor justo deve, 
preferencialmente, ser obtido de avaliador independente. O uso concomitante dos dois 
métodos só é admitido no caso de um deles ser constituído por propriedades financiadasà 
base de encargo calculado com base no valor justo. 
O valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes interessadas, 
conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que 
pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação 
compulsória. Caracterizações especiais são dadas no Pronunciamento para a adoção do 
valor justo. 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
40	
As variações no valor justo da propriedade para investimento são reconhecidas 
diretamente no resultado do período em que ocorrem. 
Na adoção do método do custo, valem todos os requisitos do Pronunciamento Técnico CPC 
27 – Ativo Imobilizado, inclusive quanto à depreciação. 
As transferências de ativo imobilizado para propriedade para investimento e vice-versa, ou 
de propriedade para investimento para outras contas precisam ser bem suportadas 
factualmente. 
Na transferência de propriedade para investimento avaliada ao valor justo para o 
imobilizado, considera-se como custo o valor justo na data da alteração efetiva do uso, e 
aplicam-se, a partir daí, todas as regras contábeis próprias do ativo imobilizado, inclusive 
depreciação. 
Se houver transferência de um ativo imobilizado para propriedade para investimento, e 
esta passar a ser avaliada pelo valor justo, a diferença acumulada até a transferência, se 
negativa, deve ser registrada no resultado do exercício e, se positiva, em ajustes de 
avaliação patrimonial, como parte dos outros resultados abrangentes; à medida que se 
realizar esse excedente, os valores são transferidos para lucros ou prejuízos acumulados e 
não mais podem afetar resultado do exercício. Se tiver havido reavaliação (quando 
admitida legalmente) nesse ativo imobilizado, aplicam-se as regras da reavaliação quando 
o valor justo é inferior ao valor contábil anteriormente registrado. 
A transferência da propriedade para investimento para estoques se dá quando, e apenas 
quando, houver efetiva alteração no uso, evidenciada pelo começo do desenvolvimento das 
atividades dirigidas à venda e desde que a propriedade não necessite de quaisquer 
desenvolvimentos adicionais. A partir da transferência aplicam-se todas as regras contábeis 
próprias aplicáveis ao estoque. 
Na transferência de estoque para propriedade para investimento avaliada ao valor justo, a 
diferença entre esses valores é reconhecida no resultado do período. 
Devem ser divulgados o método de avaliação da propriedade para investimento, os 
critérios que levam à classificação como esse tipo de propriedade, os métodos e 
pressupostos significativos utilizados na determinação do valor justo (inclusive se é 
adotado ou não avaliador independente), os valores reconhecidos no resultado de receitas 
de aluguel e outras, os gastos operacionais diretos com essas propriedades (segregando 
destes os incorridos com propriedades que não estejam gerando receitas), a diferença 
acumulada do custo ao valor justo quando adotado contabilmente o primeiro, a existência 
de restrições sobre tais propriedades e suas receitas e as obrigações contratuais para 
comprar, construir, reparar etc. 
No caso de propriedades avaliadas ao valor justo, além do item anterior devem ser 
divulgadas as adições ocorridas no período com novas propriedades para investimento, as 
propriedades baixadas e ou transferidas para outras contas, os ganhos ou as perdas 
provenientes da variação no valor justo, as variações cambiais resultantes de conversão 
para outra moeda etc. 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
41	
No caso de propriedades avaliadas ao custo, devem ser divulgados os métodos, as vidas 
úteis e as taxas de depreciação, os valores brutos e líquidos contábeis e a conciliação entre 
os saldos iniciais e finais do período, com a movimentação por novas aquisições, baixas, 
perdas por redução ao valor recuperável, depreciações, diferenças cambiais, 
transferências, alienações etc. E deve também ser divulgado o valor justo dessas 
propriedades avaliadas ao custo. 
Regras especiais são dadas para o caso de aplicação inicial do Pronunciamento Técnico CPC 
28 para entidades que já possuíam propriedades para investimento. 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
42	
Exercícios 
 
1. A Empresa XYZ tinha uma propriedade que estava ocupada pelos proprietários até o 
final de 2012, cujo valor contábil liquido em 31/12/2012 é de $ 5.500.000. 
Essa propriedade foi desocupada pelos proprietários antes do encerramento do ano de 
2012 e passará a ser considerada como propriedade para investimento a partir de 2013. 
Qual o tratamento contábil adequado, em conformidade com as determinações do CPC 28/ 
IAS 40 – Propriedades para Investimento quanto ao reconhecimento, classificação e 
mensuração? 
Considere que em anos anteriores foi efetuada uma provisão para perda de 
recuperabilidade desse ativo (impairment) no valor de $ 800.000 e seu valor justo (valor 
de mercado) nessa data é de R$ 6.000.000. 
2. A empresa ABC comprou um terreno para valorização futura e incorreu nos seguintes 
gastos: R$ 3.000.000 de terreno; R$ 200.000 de honorários advocatícios; R$ 180.000 de 
ITBI. 
 
a. Calcule o valor e faça a contabilização do terreno nesta empresa, considerando que o 
terreno foi pago a vista, via conta bancária da empresa; 
b. Ao fim do ano, a empresa verificou que o valor justo deste terreno era de R$ 3.800.000. 
Qual o tratamento que deve ser feito neste momento? 
 
3. Leia as informações listados abaixo, e determine e fundamente se você acredita que o 
imóvel é uma propriedade para investimento no âmbito do CPC 28 – Propriedade para 
Investimento: 
a: A Empresa A possui um imóvel que é retido para a valorização do capital a longo prazo. 
O departamento de tesouraria da Empresa A ocupa uma pequena parte do imóvel. Esta 
parte do imóvel não pode ser vendida separadamente ou locada separadamente como um 
arrendamento financeiro. Será que essa situação impede a classificação do imóvel como 
uma propriedade de investimento? 
b. É necessário a empresa obter valores justos de todas as suas propriedades para 
investimento no final de cada exercício social? 
c. O laudo de avaliação a valor justo de uma propriedade para investimento 
necessariamente terá́ que ser elaborado por um avaliador independente da entidade? 
 
		
 
Contabilidade	de	Ativos	Relevantes	
Profa.	Dra.	Liliane	Segura 
43	
2.7. Ativo Biológico 
 
Os parágrafos a seguir foram retirados do Sumário oferecido pelo CPC 29 – Ativo Biológico. 
O produto agrícola é definido como o produto colhido ou, de alguma forma, obtido a partir 
de um ativo biológico de uma entidade. O ativo biológico, por sua vez, refere-se a um 
animal ou a uma planta, vivos, que produz produto agrícola. A transformação biológica 
compreende o processo de crescimento, degeneração, produção e procriação que causa 
mudança qualitativa e quantitativa no ativo biológico. Assim, por exemplo, o gado para 
produção de leite é ativo biológico que produz o produto agrícola “leite”, e está sujeito a 
nascimento, crescimento, produção, degeneração, procriação; se os bezerros machos que 
nascem são destinados à venda, eles são considerados produto agrícola, e se as fêmeas se 
destinam à futura produção de leite, são consideradas ativos biológicos. Noutros exemplos, 
o pé de café é o ativo biológico que produz o produto agrícola “café”; o eucalipto é o ativo 
biológico que produz o produto agrícola “madeira”, a ser utilizada como matéria-prima para 
a obtenção da celulose, etc. 
O valor justo compreende o montante pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes 
interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a ausência de 
fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação 
compulsória. Para fins deste Pronunciamento, o valor justo do ativo biológico e do produto 
agrícola estão, como regra, ligados ao conceito de valor

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