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Semiologia SEMIOLOGIA DA SAÚDE MENTAL PAULA VIEIRA ORIENTAÇÕES PARA ELABORAR O ROTEIRO DE ESTUDO A entrevista em saúde mental apresenta peculiaridades e especificidades que deverão ser seguidas e respeitadas. Lembrar que os portadores de transtornos mentais apresentam particularidades. É necessário ter conhecimento sobre as alterações psicopatológicas que podem estar sendo manifestadas na avaliação. A entrevista deve ser feita com o paciente, interagindo e envolvendo o paciente para que revele suas aflições, angústias e todas as queixas permitindo que seja ESCUTADO, sem prejulgamentos, assim a anamnese acontecerá simultaneamente com o exame psíquico. Em alguns casos é necessário coletar dados direto dos familiares, tomando as devidas precauções para não excluir o paciente da relação. Faz parte as ações de prevenção de doenças e promoção da saúde, assim como verificação e orientação quanto ao uso de medicações e aderência aos tratamentos. Por vezes não é possível (nem necessário) realizar uma anamnese completa no primeiro encontro, considerando o vínculo e a longitudinalidade. Uma anamnese completa em saúde mental deve incluir o seguinte: Modelo tradicional (modelo em desuso) 1. Identificação do paciente 2. Identificação do informante 3. Queixa e duração 4. História da Moléstia Atual (HMA) 5. Interrogatório sobre os diversos aparelhos (ISDA) 6. Antecedentes pessoais e familiares 7. Medicações em uso 8. Hábitos e Rotinas 9. Condição socioeconômica 10. Entrevista de Avaliação do Estado Mental Modelo Centrado na Pessoa (dê preferência a este modelo) 1. Lista de problemas: elencar todos os problemas que o paciente apresenta e sua duração, tanto na opinião do paciente como de seus familiares. Decidir junto com o paciente e responsáveis quais devem ser abordados nesta consulta. 2. Exploração dos problemas: abordagem semelhante da HMA, mas para cada problema que foi acordado a ser investigado nesta consulta. 3. Antecedentes pessoais e familiares 4. Medicações em uso 5. Hábitos e Rotinas 6. Condição socioeconômica 7. Entrevista de Avaliação do Estado Mental OBS: No modelo de centrado na pessoa o ISDA perde sua importância, pois todas as questões de saúde são levantadas na lista de problemas e serão abordados na exploração dos problemas. Pense em como você abordaria todas estas questões e que tipo de perguntas faria. Cuidado com a emissão de julgamentos e preconceitos. A consulta em saúde mental apresenta um componente específico que é a Entrevista de Avaliação do Estado Mental, aplicável a todos os médicos generalistas. AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL (EXAME PSÍQUICO) A avaliação do estado mental ou exame psíquico é a avaliação das funções psíquicas do paciente com o objetivo de obter informações que, junto com a história do paciente, vão permitir a elaboração de hipóteses diagnósticas e de projeto terapêutico. Esta avaliação representa uma fotografia do estado psíquico do paciente observado pelo entrevistador no momento na qual é realizada. Assim, deve-se descrever apenas o que o entrevistador identificou, mesmo que seja discordante do relato do paciente. Embora o exame psíquico pressuponha um julgamento por parte do entrevistador da presença ou não de um determinado sinal, muitas funções psíquicas podem ser testadas, como por exemplo, a memória. Assim, não se deve pressupor que a memória do paciente está preservada sem tê-la testado. Por outro lado, o julgamento da presença ou não de humor depressivo vai recair em critérios mais subjetivos. Com a prática, a taxa de concordância entre a observação da presença de sinais mais subjetivos aumenta muito entre diferentes avaliadores. Lembre-se de que o diagnóstico depende do conjunto de dados da história e do exame psíquico. Alterações isoladas em geral não têm valor diagnóstico. Assim, não se preocupe se eventualmente você e seu colega discordarem a respeito do humor do paciente. Nem pensar naquele seu colega que só é um pouco distraído tem algum transtorno mental. Existem diversas maneiras de organizar o relato do exame, que também pode incluir mais ou menos itens. A descrição do fenômeno observado, mais do que a utilização de termos técnicos, é sempre mais interessante, pois não depende da memorização desses termos (muito provavelmente em pouco tempo a maioria terá esquecido o significado de grande parte deles). A seguir, um modelo de roteiro de exame psíquico, com destaque para os itens considerados essenciais e que devem sempre ser observados e descritos na sua avaliação. O exame psíquico e a entrevista devem seguir juntos. Partimos de aspectos mais observacionais do paciente e vamos testando e nos aprofundando no exame com o desenrolar da entrevista. 1) APRESENTAÇÃO 2) ATITUDE e LINGUAGEM: Há vários exemplos de atitudes descritas em literatura, as principais são: colaborativa, expansiva, negativismo, invasiva ou evasiva, dissimulada, desinibida, pueril, teatral, solicitante, querelante e logorreica ou verborragia. Avaliar heteroagressividade e autoagressividade 3) NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: 4) ESTADO COGNITIVO: a) ORIENTAÇÃO: - Autopsíquica - Alopsíquica b) ATENÇÃO: - Voluntária - Espontânea c) MEMÓRIA: - Memória de fixação - Evocação recente - Evocação remota d) RENDIMENTO INTELECTUAL: 5) PENSAMENTO. Avalia-se o curso (ou velocidade), a forma, e o conteúdo. 6) AFETIVIDADE: avalia-se: a) HUMOR b) AFETO 7) SENSOPERCEPÇÃO: Observamos se há a presença de alucinações ou ilusões. a) ALUCINAÇÃO b) ILUSÃO 8) PSICOMOTRICIDADE 9) VOLIÇÃO 10) PRAGMATISMO 11) JUÍZO DE REALIDADE 12) CRÍTICA DE ESTADO MÓRBIDO OU NOÇÃO DE DOENÇA
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