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Farmacologia V Jennifer Naito Aula 2 - Antieméticos São medicamentos indicados para tratar enjoos e náuseas que podem ser causados quando damos alguma outra droga para o nosso paciente ou quando realizamos algum procedimento. Dentre os medicamentos que podem causar enjoos e náuseas estão a cefalexina, os antifúngicos, metronidazol e também os derivados da morfina. Já em relação aos procedimentos podemos citar o dique de borracha. Como acontece a náusea e o vômito? • Quando o estômago está muito cheio ou quando há presença de substâncias irritantes da parede do estômago várias aferências vagais, dentre elas a do nervo vago, se dirigem para o bulbo onde existem o centro do vômito, que é aonde a informação chegará. Nesse caso, os antieméticos são capazes de aumentar o peristaltismo, tirando a sensação de estômago cheio, empurrando para o duodeno para não chegar mais essas informações no centro do vômito. • No bulbo ainda existe a zona do gatilho quimiorreceptora, que são outros neurônios capazes de disparar o vômito ou levar essa informação para o centro do vômito. Existem algumas substâncias na corrente sanguínea que conseguem ultrapassar a barreira hematoencefálica e chegar a essa zona e também induzir o vômito. Náusea e vômito: são reflexo de proteção, servindo para limpar o estômago e o intestino de substâncias tóxicas. • Cinetose (enjoo do viajante). • Virose. • Gravidez. • Cirurgias intestinais. • Medicamentos. • Dor intensa. • Exercícios. • Estresse. Dessa forma podemos notar que há diversas formas de estimular essa zona de gatilho. • Histamina, muscarina, acetilcolina, maconha, dopamina, serotonina, opioide, estimulam o centro do vômito. E um antagonista desses receptores podem melhorar a náusea e parar o vômito. Vômito: • Possui 3 fases: o Fase de pré-ejeção: ocorre o relaxamento gástrico e retroperistaltismo, assim o alimento para a voltar para o canal gástrico. Nessa fase o esfíncter esofágico ainda está fechado. Farmacologia V Jennifer Naito o Fase de náusea: contrações rítmicas dos músculos respiratórios, abdominais e intercostais, contra a glote ainda fechada. o Fase de ejeção: intensa contração dos músculos abdominais e intercostais, com relaxamento do esfíncter esofágico superior. • Medidas de apoio: o Dieta líquida. o Dieta zero. o Reidratação parenteral. • Fenômenos autônomos: o Salivação, tremores e alterações vasomotoras. o Durante os episódios prolongados, pode haver alterações comportamentais marcantes, como letargia, depressão e retração. Mecanismo de ação (PRÓ CINÉTICOS): alguns dos medicamentos vão ajudar a mandar o que está no nosso estomago “para frente”. Apresentam antagonismo de receptores dopaminérgicos D2 na zona de gatilho quimiorreceptora, aliviam náusea e vômito e aumenta o peristaltismo para esvaziar o trato GI. • Metoclopramida: apresenta mecanismo de ação complexo, agindo especialmente pelo antagonismo dos receptores D2 de Dopamina. A Dopamina apresenta ações inibitórias da motilidade GI, portanto os antieméticos irão aumentar o peristaltismo. o Plasil®: comprimidos de 10 mg; ampola de uso IM ou IV com 10 mg. ▪ Uso: 10 mg a cada 8 horas (adultos) por quantos dias forem necessários. ▪ Alivia, náusea e vômito por antagonizarem os receptores D2 na zona quimiorreceptora do gatilho. • Bromoprida: apresenta ação semelhante à metoclopramida, ou seja, antagoniza receptores D2 da Dopamina, aumentando o peristaltismo e acelerando o esvaziamento gástrico. o Plamet®: comprimidos de 10 mg; cápsulas de 10 mg; ampola de 10 mg. ▪ Uso: 10 mg a cada 8 horas (adultos). • Doperidona: antagoniza receptores D2 da dopamina, mas NÃO POSSUI AÇÃO CENTRAL pois não cruza a barreira hematoencefálica, apresentando ações mais periféricas. No entanto, atinge áreas do SNC desprovidas da barreira, tais como o centro do vômito, áreas de controle de temperatura e de liberação de prolactina. o Motilium®: comprimidos de 10 mg; solução oral 1 mg/mL. ▪ Uso: 10 mg a cada 8 horas (adulto). ▪ Não possui interação com álcool. • Ondansetrona: introduzida no começo da década de 90. Antagonista de receptores 5-HT# largamente utilizados nos casos de náusea e vômito induzidos pela quimio ou radioterapia. Farmacologia V Jennifer Naito Antagoniza receptores serotoninérgicos presentes na mucosa intestinal (impedindo a estimulação do vago feita pelas drogas da quimioterapia), bem como nos receptores centrais da área postrema e NTS. o Vonau Flash®: comprimido sublingual 4 e 8 mg. ▪ Uso: 1 ou 2 vezes ao dia. ▪ Não funciona para cinetose. ▪ Efeito extremamente prolongado. ▪ Efeito colateral: dor de cabeça – nada grave. ▪ Bem mais caros que os outros. • NENHUM DESSES ACIMA SERVE PARA NÁUSEA DE MOVIMENTO. Mecanismo de ação (NÃO PRÓ CINÉTICOS): não antagonizam receptor D2 de dopamina nem receptor de serotonina. • Dimenidrinato: anti-histamínico, bloqueador dos receptores centrais HI, usado na profilaxia e tratamento das náuseas decorrentes de movimento (cinetoses), bem como durante a gravidez. o Dramin®: comprimidos de 100 mg; solução oral 12,5 mg/mL. ▪ Uso: 100 mg a cada 6 ou 8 horas (adultos). ▪ Ele age no cerebelo, antagonizando a histamina do SNC, causando muito sono. ▪ Também pode ser prescrito para grávidas e crianças. • Meclizina: também corta a náusea de movimento, é o anti-histamínico que causa menos sonolência comparado ao dimenidrinato. o Meclin®: comprimidos de 25 mg. ▪ Uso em adultos e adolescentes: de 25 a 50 mg por dia. Reações adversas: • Aumento do peristaltismo – provoca quase que uma diarreia. • Efeitos extra-piramidais: o Espasmos dos músculos da língua, face, pescoço (distonia) – por causa da ação central. o Movimentos descoordenados e contínuos (acatisia – mover-se o tempo todo). o Rigidez e tremores (parkinsonismo) – pela falta de dopamina. o Catalepsia. o Mais comuns em crianças/idosos e com altas doses – principalmente o Plasil. • Galactorreia: aumento da secreção de prolactina (leite), que era inibida pela dopamina – muito raro.
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