Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO ANATOMIA – MÓDULO 3 – COLUNA VERTEBRAL A avaliação dos tecidos moles do dorso deve ser precedida por exame das vértebras e dos discos intervertebrais fibrocartilagíneos interpostos entre os corpos de vértebras adjacentes. O conjunto das vértebras e dos discos intervertebrais forma a COLUNA VERTEBRAL, o esqueleto do pescoço e do dorso, que é a principal parte do esqueleto axial. A coluna vertebral estende-se do crânio até o ápice do cóccix. No adulto, tem 72 a 75 cm de comprimento, sendo aproximadamente um quarto formado pelos discos intervertebrais, que estão situados entre as vértebras e as mantêm unidas. A coluna vertebral: Protege a medula espinal e os nervos espinais; Sustenta o peso do corpo superior no nível da pelve; Garante um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e uma base alargada sobre a qual a cabeça está posicionada e gira; Tem um papel importante na postura e locomoção. • VÉRTEBRAS No adulto, a coluna vertebral normalmente tem 33 VÉRTEBRAS, organizadas em cinco regiões: 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccígeas. Só há movimento significativo entre as 25 vértebras superiores. Das 9 vértebras inferiores, as 5 vértebras sacrais estão fundidas nos adultos formando o SACRO e, após aproximadamente 30 anos de idade, as 4 vértebras coccígeas se fundem para formar o CÓCCIX. O ÂNGULO LOMBOSSACRAL está situado na junção dos eixos longos da região lombar da coluna vertebral e do sacro. As vértebras tornam-se maiores gradualmente, à medida que a coluna vertebral desce até o sacro, e depois tornam-se progressivamente menores em direção ao ápice do cóccix. A mudança de tamanho está relacionada com o fato de as vértebras sucessivas suportarem cada vez mais peso corporal, à medida que se desce a coluna vertebral. As vértebras atingem o tamanho máximo imediatamente acima do sacro, que transfere o peso para o cíngulo do membro inferior nas articulações sacroilíacas. A coluna vertebral é flexível porque é formada por muitos ossos relativamente pequenos, chamados VÉRTEBRAS, que são separados por DISCOS INTERVERTEBRAIS ELÁSTICOS. As vértebras cervicais, torácicas, lombares e a primeira sacral, ao todo 25, também se articulam nas articulações dos processos articulares (ZIGAPOFISÁRIAS), que facilitam e controlam a flexibilidade da coluna vertebral. Embora o movimento entre duas vértebras adjacentes seja pequeno, em conjunto as vértebras e os discos intervertebrais que as unem formam uma coluna bastante flexível, porém sólida, que protege a medula espinal circundada por eles. ➢ Estrutura e função das vértebras O tamanho e outras características das vértebras variam de uma região da coluna vertebral para outra e, em menor grau, dentro de cada região; entretanto, sua estrutura básica é igual. A VÉRTEBRA TÍPICA consiste em um corpo vertebral, um arco vertebral e sete processos. O CORPO VERTEBRAL é a parte anterior do osso, de maiores proporções, aproximadamente cilíndrica, que confere resistência à coluna vertebral e sustenta o peso do corpo. O tamanho dos corpos vertebrais aumenta à medida que se desce na coluna, principalmente de T IV para baixo, pois cada um deles sustenta cada vez mais peso. O corpo vertebral é formado por OSSO TRABECULAR (esponjoso) vascularizado, revestido por uma fina CAMADA EXTERNA DE OSSO COMPACTO. Os espaços entre as trabéculas são ocu- pados por medula óssea vermelha. Um ou mais FORAMES GRANDES na face posterior do corpo vertebral abrigam as veias basivertebrais que drenam a medula óssea. Em vida, a maior parte das faces superior e inferior do corpo vertebral é coberta por DISCOS DE CARTILAGEM HIALINA (“placas terminais” vertebrais), que são remanescentes do modelo cartilaginoso a partir do qual se desenvolve o osso. Em amostras de osso secas de laboratório e de museus, essa cartilagem está ausente e o osso exposto parece esponjoso, exceto na periferia, onde um anel ou margem epifisial de osso liso, derivada de uma EPÍFISE ANULAR, está fundida ao corpo. Além de servirem como zonas de crescimento, as epífises anulares e seus remanescentes cartilaginosos proporcionam alguma proteção aos corpos vertebrais e permitem certo grau de difusão de líquido entre o disco intervertebral e os vasos sanguíneos (capilares) no corpo vertebral. As epífises superior e inferior geralmente se unem à região central, o centro primário de ossificação da massa central do corpo vertebral, no início da vida adulta (aproximadamente aos 25 anos de idade). O ARCO VERTEBRAL está situado posteriormente ao corpo vertebral e consiste em dois pedículos e lâminas (direitos e esquerdos). Os PEDÍCULOS são processos cilíndricos sólidos e curtos que se projetam posteriormente do corpo vertebral para encontrar duas placas de osso largas e planas, denominadas LÂMINAS, que se unem na linha mediana posterior. O arco vertebral e a face posterior do corpo vertebral formam as paredes do forame vertebral. A sucessão de forames vertebrais na coluna vertebral articulada forma o canal vertebral, que contém a medula espinal e as raízes dos nervos espinais, juntamente com as membranas (meninges), a gordura e os vasos que os circundam e servem. As INCISURAS VERTEBRAIS são entalhes observados em vistas laterais das vértebras acima e abaixo de cada pedículo entre os processos articulares superiores e inferiores posteriormente e as projeções correspondentes do corpo anteriormente. As incisuras vertebrais superiores e inferiores das vértebras adjacentes e os discos que as unem formam os FORAMES INTERVERTEBRAIS, através dos quais os nervos espinais emergem da coluna vertebral. Além disso, os gânglios sensitivos espinais (raiz posterior) estão localizados nesse forame. SETE PROCESSOS originam-se do arco vertebral de uma vértebra comum: Um PROCESSO ESPINHOSO MEDIANO projeta-se posteriormente (e em geral inferiormente, e costuma superpor-se à vértebra inferior) a partir do arco vertebral na junção das lâminas; DOIS PROCESSOS TRANSVERSOS projetam-se posterolateralmente a partir das junções dos pedículos e lâminas; QUATRO PROCESSOS ARTICULARES — dois superiores e dois inferiores — também se originam das junções dos pedículos e lâminas, cada um deles apresentando uma face articular. Os processos espinhosos e transversos são locais de fixação dos músculos profundos do dorso e servem como alavancas, facilitando os músculos que fixam ou mudam a posição das vértebras. Os processos articulares estão em aposição aos processos correspondentes de vértebras adjacentes (superiores e inferiores) a eles, formando as articulações dos processos articulares (zigapofisárias). Por meio de sua participação nessas articulações, esses processos determinam os tipos de movimentos permitidos e restritos entre as vértebras adjacentes de cada região. Os processos articulares também ajudam a manter alinhadas as vértebras adjacentes, particularmente evitando o deslizamento anterior de uma vértebra sobre outra. Em geral, a sustentação de peso pelos processos articulares é apenas temporária, como quando uma pessoa que está em posição fletida se levanta, e unilateral, quando há flexão lateral das vértebras cervicais até seu limite. Entretanto, os processos articulares inferiores da vértebra L V sustentam peso mesmo na postura ereta. ➢ Características regionais das vértebras Cada uma das 33 vértebras é única; no entanto, a maioria das vértebras tem aspectos característicos que as identificam como pertencentes a uma das cinco regiões da coluna vertebral (p. ex., as vértebras que têm forames em seus processos transversos são vértebras cervicais). Além disso, algumas vértebras têm características distintas; a vértebra C VII, por exemplo, tem o processo espinhoso mais longo, formando uma proeminência sob a pele na parte posterior do pescoço, principalmente durante a sua flexão. Em cadaregião, as faces articulares são orientadas sobre os processos articulares das vértebras em uma direção característica que determina o tipo de movimento permitido entre as vértebras adjacentes e, em conjunto, para a região. Por exemplo, as faces articulares das vértebras torácicas são quase verticais e, juntas, definem um arco centralizado no disco intervertebral; essa organização permite rotação e flexão lateral da coluna vertebral nessa região. Variações regionais no tamanho e no formato do canal vertebral acomodam a espessura variável da medula espinal. • VÉRTEBRAS CERVICAIS As vértebras cervicais formam o esqueleto do pescoço, são as menores das 24 vértebras móveis e estão localizadas entre o crânio e as vértebras torácicas. O tamanho menor reflete o fato de sustentarem menos peso do que as vértebras inferiores maiores. Embora os discos intervertebrais cervicais sejam mais finos do que aqueles das regiões inferiores, são relativamente espessos em comparação ao tamanho dos corpos vertebrais que unem. A espessura relativa dos discos intervertebrais, a orientação quase horizontal das faces articulares e a pequena massa corporal adjacente dão à região cervical a MAIOR AMPLITUDE e VARIEDADE DE MOVIMENTO de todas as regiões vertebrais. O atributo mais característico das vértebras cervicais é o FORAME TRANSVERSÁRIO OVAL NO PROCESSO TRANSVERSO. As artérias vertebrais e suas veias acompanhantes atravessam os forames transversários, exceto em C VII, onde dão passagem apenas a pequenas veias acessórias. Assim, em C VII os forames são menores do que nas outras vértebras cervicais, e algumas vezes estão ausentes. Os processos transversos das vértebras cervicais terminam lateralmente em duas projeções: um TUBÉRCULO ANTERIOR E UM TUBÉRCULO POSTERIOR. Os tubérculos dão fixação a um grupo de músculos cervicais laterais (levantadores da escápula e escalenos). Os ramos anteriores dos nervos espinais cervicais seguem inicialmente sobre os processos transversos nos sulcos do nervo espinal entre os tubérculos. Os tubérculos anteriores da vértebra C6 são chamados de TUBÉRCULOS CARÓTICOS porque as artérias carótidas comuns podem ser comprimidas nesse local, no sulco entre o tubérculo e o corpo, para controlar o sangramento desses vasos. O sangramento pode continuar em vista das múltiplas anastomoses de ramos distais da artéria carótida com ramos adjacentes e contralaterais, porém com menor intensidade. As vértebras C III a C VII são vértebras cervicais típicas. Elas têm grandes forames vertebrais para acomodar a intumescência cervical da medula espinal em consequência do papel dessa região na inervação dos membros superiores. As margens superiores dos corpos alongados transversalmente das vértebras cervicais são elevadas posteriormente e em especial lateralmente, mas são deprimidas anteriormente, assemelhando-se a um banco esculpido. A margem inferior do corpo vertebral situado acima tem formato recíproco. As vértebras cervicais adjacentes articulam-se de um modo que permite FLEXÃO E EXTENSÃO LIVRES E ALGUMA FLEXÃO LATERAL, MAS A ROTAÇÃO É RESTRITA. As faces articulares planas, quase horizontais, dos processos articulares também são favoráveis a esses movimentos. A margem superolateral elevada é o UNCO DO CORPO DA VÉRTEBRA. Os PROCESSOS ESPINHOSOS das vértebras C III a C VI são curtos e geralmente bífidos em pessoas brancas, sobretudo homens, mas isso não é tão comum em pessoas de ascendência africana nem nas mulheres. C VII é uma vértebra saliente caracterizada por um processo espinhoso longo. Em função desse processo saliente, C VII é chamada de VÉRTEBRA PROEMINENTE. As duas vértebras cervicais superiores são atípicas. A vértebra C I, também denominada ATLAS, é singular porque não tem corpo nem processo espinhoso. Esse osso anular tem um par de massas laterais que ocupam o lugar de um corpo, sustentando o peso do crânio globoso. Os processos transversos do atlas originam-se das massas laterais, fazendo com que estejam posicionados lateralmente em relação aos das vértebras inferiores. Essa característica torna o atlas a mais larga das vértebras cervicais, o que proporciona maior alavanca para os músculos fixados. As faces articulares superiores côncavas e reniformes das massas laterais articulam-se com duas grandes protuberâncias cranianas, os côndilos occipitais nas laterais do forame magno. Os arcos anterior e posterior, cada um possuindo um tubérculo no centro de sua face externa, estendem-se entre as massas laterais, formando um anel completo. O arco posterior, que corresponde à lâmina de uma vértebra comum, tem um largo sulco da artéria vertebral em sua face superior. O nervo C1 também segue nesse sulco. A vértebra C II, também denominada ÁXIS, é a mais forte das vértebras cervicais. C I, que sustenta o crânio, gira sobre C II (p. ex., quando a pessoa diz “não” com a cabeça). O áxis tem duas grandes faces planas de sustentação, as faces articulares superiores, sobre as quais gira o atlas. A característica que distingue C II é o DENTE ROMBO, que se projeta do seu corpo para cima. Tanto o dente quanto a medula espinal no interior de seu revestimento (meninges) são circundados pelo atlas. O dente situa-se anteriormente à medula espinal e serve como eixo em torno do qual ocorre a rotação da cabeça. O dente é mantido em posição contra a face posterior do arco anterior do atlas pelo LIGAMENTO TRANSVERSO DO ATLAS. Esse ligamento estende-se de uma massa lateral do atlas até a outra, passando entre o dente e a medula espinal, formando a parede posterior do “bocal” que recebe o dente. Assim, impede o deslocamento posterior (horizontal) do dente e o deslocamento anterior do atlas. Qualquer deslocamento comprometeria a parte do forame vertebral de C I que dá passagem à medula espinal. C II tem um grande processo espinhoso bífido que pode ser palpado profundamente no sulco nucal, o sulco vertical superficial no dorso do pescoço. • VÉRTEBRAS TORÁCICAS As vértebras torácicas estão localizadas na parte superior do dorso e nelas se fixam as costelas. Assim, as principais características das vértebras torácicas são as FÓVEAS COSTAIS para articulação com as costelas. As quatro vértebras torácicas intermediárias (T V a T VIII) têm todos os elementos típicos das vértebras torácicas. Os processos articulares estendem-se verticalmente com duas faces articulares de orientação quase coronal que definem um ARCO cujo centro é o disco intervertebral. ESSE ARCO PERMITE A ROTAÇÃO E ALGUM GRAU DE FLEXÃO LATERAL DA COLUNA VERTEBRAL NESSA REGIÃO. Na verdade, aqui é permitido o maior grau de rotação. A fixação da caixa torácica associada à orientação vertical das faces articulares e aos processos espinhosos superpostos limita a flexão e a extensão, bem como a flexão lateral. As vértebras T I a T IV têm algumas características em comum com as vértebras cervicais. T I É ATÍPICA em relação às vertebras torácicas porque tem um processo espinhoso longo, quase horizontal, que pode ser quase tão saliente quanto o da vértebra proeminente. T I também tem uma fóvea costal completa na margem superior de seu corpo para a 1ª costela e uma hemifóvea em sua margem inferior que contribui para formar a face articular para a costela II. As vértebras T IX a T XII têm algumas características das vértebras lombares (p. ex., tubérculos semelhantes aos processos acessórios). Também há processos mamilares (pequenos tubérculos) na vértebra T XII. No entanto, a maior parte da transição nas características da região torácica para a região lombar ocorre ao longo da extensão de uma única vértebra: T XII. Em geral, sua metade superior tem caráter torácico, apresentando fóveas costais e processos articulares que permitem movimento basicamente giratório, enquanto suametade inferior tem caráter lombar, sem fóveas costais e com processos articulares que permitem apenas flexão e extensão. Consequentemente, a VÉRTEBRA T XII ESTÁ SUJEITA A ESTRESSES DE TRANSIÇÃO QUE FAZEM COM QUE SEJA A VÉRTEBRA FRATURADA COM MAIOR FREQUÊNCIA. ➢ Anatomia de superfície das vértebras cervicais e torácicas Em geral, é possível ver diversos processos espinhosos, sobretudo quando o dorso é fletido e as escápulas são protraídas; a maioria deles pode ser palpada até mesmo em um paciente obeso porque normalmente a gordura não se acumula na linha mediana posterior. A EXTREMIDADE DO PROCESSO ESPINHOSO DE C VII é a mais evidente na superfície. Muitas vezes, quando o paciente está ereto, esse é o único processo espinhoso visível; daí o nome vértebra proeminente. O PROCESSO ESPINHOSO DE C II pode ser palpado profundamente na linha mediana posterior, inferiormente à protuberância occipital externa, uma projeção mediana situada na junção da cabeça com o pescoço. C I NÃO TEM PROCESSO ESPINHOSO, e seu pequeno tubérculo posterior não é visível nem palpável. Os PROCESSOS ESPINHOSOS BÍFIDOS CURTOS DAS VÉRTEBRAS C III A C V podem ser palpados no sulco nucal* entre os músculos do pescoço, mas não é fácil palpá-los porque a lordose cervical, que é côncava posteriormente, os coloca profundamente à superfície da qual são separados pelo ligamento nucal. No entanto, como é bem mais longo, o PROCESSO ESPINHOSO BÍFIDO DA VÉRTEBRA C VI é palpado com facilidade superiormente à extremidade visível do processo de C VII (vértebra proeminente) quando o pescoço é fletido. Durante a flexão do pescoço e do dorso, também podem ser observados os PROCESSOS ESPINHOSOS DAS VÉRTEBRAS TORÁCICAS SUPERIORES. Se o indivíduo for bem magro, surge uma crista contínua unindo suas extremidades — o ligamento supraespinal. Embora C VII tenha o processo espinal superior mais visível e facilmente palpável, na verdade, o PROCESSO ESPINHOSO DE TI é eventualmente o mais proeminente. Os PROCESSOS ESPINHOSOS DAS OUTRAS VÉRTEBRAS TORÁCICAS podem ser evidentes em pessoas magras e em outras podem ser identificados por palpação superoinferior a partir do processo espinhoso de C VII. As extremidades dos processos espinhosos torácicos não indicam o nível dos corpos vertebrais correspondentes porque se superpõem (situam-se no mesmo nível) à vértebra inferior. A CURTA COSTELA XII, cuja extremidade lateral pode ser palpada na linha axilar posterior, pode ser usada para confirmar a identificação do PROCESSO ESPINHOSO DE T XII. Os PROCESSOS TRANSVERSOS DE C I podem ser percebidos lateralmente por palpação profunda entre os processos mastoides e os ângulos das mandíbulas. O TUBÉRCULO CARÓTICO, o tubérculo anterior do processo transverso da vértebra C VI, pode ser suficientemente grande para ser palpável; a artéria carótida situa-se anteriormente a ele. • VÉRTEBRAS LOMBARES As vértebras lombares estão localizadas na região lombar, entre o tórax e o sacro. Como o peso que sustentam aumenta em direção à extremidade inferior da coluna vertebral, as vértebras lombares têm CORPOS GRANDES, sendo responsáveis pela maior parte da espessura da região inferior do tronco no plano mediano. Seus PROCESSOS ARTICULARES estendem-se verticalmente, com as faces articulares orientadas sagitalmente no início (começando abruptamente nas articulações de T XII com LI), mas passando a uma orientação mais coronal à medida que a coluna desce. As FACES ARTICULARES DE LV E SI têm orientação nitidamente coronal. Nas articulações superiores com orientação mais sagital, as faces voltadas lateralmente dos processos articulares inferiores da vértebra acima são “seguras” pelas faces voltadas medialmente dos processos superiores da vértebra abaixo, de modo que FACILITA A FLEXÃO E A EXTENSÃO, PERMITE A FLEXÃO LATERAL, MAS IMPEDE A ROTAÇÃO. Os PROCESSOS TRANSVERSOS projetam-se um pouco posterossuperiormente e lateralmente. Na face posterior da base de cada processo transverso há um pequeno processo acessório, que permite a fixação dos músculos intertransversários. Na face posterior dos processos articulares superiores há pequenos tubérculos, os PROCESSOS MAMILARES, que permitem a fixação dos músculos multífidos e intertransversários no dorso. A VÉRTEBRA LV, caracterizada por seu corpo e processos transversos fortes, é a maior de todas as vértebras móveis. SUSTENTA O PESO DE TODA A PARTE SUPERIOR DO CORPO. O corpo de L V é bem mais alto anteriormente; portanto, é o principal responsável pelo ângulo lombossacral entre o eixo longitudinal da região lombar da coluna vertebral e o do sacro. O peso do corpo é transmitido da vértebra L V para a base do sacro, formada pela face superior da vértebra SI. • SACRO O sacro, que é cuneiforme, geralmente é formado por CINCO VÉRTEBRAS SACRAIS FUNDIDAS em adultos. Está situado entre os ossos do quadril e forma o teto e a parede posterossuperior da metade posterior da cavidade pélvica. O formato triangular do sacro resulta da rápida diminuição do tamanho das massas laterais inferiores das vértebras sacrais durante o desenvolvimento. A metade inferior do sacro não sustenta peso; portanto, seu volume é bem menor. O sacro garante resistência e estabilidade à pelve e transmite o peso do corpo ao cíngulo do membro inferior, aos quais estão fixados os membros inferiores. O CANAL SACRAL é a continuação do canal vertebral no sacro. Contém o feixe de raízes dos nervos espinais originadas abaixo da vértebra LI, conhecido como CAUDA EQUINA, que desce após o término da medula espinal. Nas faces pélvica e dorsal do sacro, entre seus componentes vertebrais, há normalmente QUATRO PARES DE FORAMES SACRAIS para a saída dos ramos posteriores e anteriores dos nervos espinais. Os forames sacrais anteriores (pélvicos) são maiores do que os posteriores (dorsais). A base do sacro é formada pela face superior da vértebra SI. Seus PROCESSOS ARTICULARES superiores articulam-se com os processos articulares inferiores da vértebra L V. A margem projetada anteriormente do corpo da vértebra S I é o promontório da base do sacro, um importante ponto de referência obstétrico. O ápice do sacro, sua extremidade inferior afilada, tem uma face oval para articulação com o cóccix. O sacro sustenta a coluna vertebral e forma a parte posterior da pelve óssea. O sacro é inclinado de forma que se articula com a vértebra L V no ângulo lombossacral, que varia de 130° a 160°. O sacro frequentemente é mais largo em relação ao comprimento na mulher do que no homem, mas o corpo da vértebra S I geralmente é maior nos homens. A face pélvica do sacro é lisa e côncava. QUATRO LINHAS TRANSVERSAS nessa face dos sacros de adultos indicam onde houve fusão das vértebras sacrais. Durante a infância, as vértebras sacrais individuais estão unidas por cartilagem hialina e separadas por discos intervertebrais. A fusão das vértebras sacrais tem início após os 20 anos de idade; entretanto, a maioria dos discos intervertebrais permanece não ossificada até a metade da vida ou por mais tempo ainda. A face dorsal do sacro é rugosa, convexa e caracterizada por cinco cristas longitudinais proeminentes. A CRISTA SACRAL MEDIANA, central, representa os processos espinhosos rudimentares fundidos das três ou quatro vértebras sacrais superiores; SV não tem processo espinhoso. As cristas sacrais mediais representam os processos articulares fundidos, e as cristas sacrais laterais são as extremidades dos processos transversos das vértebras sacrais fundidas. As características clinicamente importantes da face dorsal do sacro são o HIATO SACRAL EM FORMATO DE U INVERTIDO e os CORNOS SACRAIS. O hiato sacral resulta da ausência das lâminas e do processo espinhoso de S V e, às vezes, de S IV. O hiato sacral leva ao canal sacral. Sua profundidade varia, dependendo do tamanho do processo espinhoso e daslâminas de S IV. Os cornos sacrais, que representam os processos articulares inferiores da vértebra S V, projetam-se inferiormente de cada lado do hiato sacral e são úteis como guia para sua localização. A parte superior da face lateral do sacro assemelha-se a uma aurícula; em razão de seu formato, essa área é chamada de FACE AURICULAR. É o local da parte sinovial da articulação sacroilíaca entre o sacro e o ílio. Em vida, a face auricular é coberta por cartilagem hialina. • CÓCCIX O cóccix é um pequeno osso triangular que geralmente é formado pela FUSÃO DAS QUATRO VÉRTEBRAS COCCÍGEAS RUDIMENTARES, embora algumas pessoas possam ter uma vértebra a menos ou a mais. A1 a vértebra coccígea (Co I) pode permanecer separada do grupo fundido. O CÓCCIX é o remanescente do esqueleto da eminência caudal embrionária, que está presente em embriões humanos do fim da 4 a semana até o início da 8 a semana. A face pélvica do cóccix é côncava e relativamente lisa, e a face dorsal tem processos articulares rudimentares. Co I é a maior e mais larga das vértebras coccígeas. Seus PROCESSOS TRANSVERSOS CURTOS estão unidos ao sacro, e seus PROCESSOS ARTICULARES RUDIMENTARES formam os CORNOS COCCÍGEOS, que se articulam com os cornos sacrais. As TRÊS ÚLTIMAS VÉRTEBRAS COCCÍGEAS FREQUENTEMENTE SE FUNDEM NO MEIO DA VIDA, formando um cóccix semelhante a um bico; isso contribui para seu nome. Com o avanço da idade, Co I frequentemente se funde ao sacro, e as vértebras coccígeas remanescentes geralmente se fundem para formar um único osso. O cóccix não participa com as outras vértebras na sustentação do peso do corpo na posição ortostática; entretanto, na posição sentada, ele pode sofrer alguma flexão anterior, indicando que está recebendo algum peso. O cóccix permite a fixação de partes dos músculos glúteo máximo e coccígeo e do corpo anococcígeo, a faixa fibrosa mediana dos músculos pubococcígeos. ➢ Anatomia de superfície das vértebras lombares, sacro e cóccix Os PROCESSOS ESPINHOSOS DAS VÉRTEBRAS LOMBARES são grandes e fáceis de observar quando o tronco é fletido. O PROCESSO ESPINHOSO DE L II permite fazer uma estimativa da posição da extremidade inferior da medula espinal. Uma LINHA HORIZONTAL que une os pontos mais altos das cristas ilíacas atravessa a extremidade do processo espinhoso de L IV e o disco entre L IV e L V. Este é um ponto de referência útil ao se realizar uma punção lombar para colher uma amostra de líquido cerebrospinal (LCS). O PROCESSO ESPINHOSO DE S II está situado no meio de uma linha traçada entre as espinhas ilíacas posterossuperiores, indicadas pelas depressões cutâneas. Esse nível indica a extensão inferior do espaço subaracnóideo (CISTERNA LOMBAR). A CRISTA SACRAL MEDIANA pode ser palpada inferiormente ao processo espinhoso de LV. A REGIÃO SACRAL é formada pelas linhas que unem as duas espinhas ilíacas posterossuperiores e a parte superior da fenda interglútea entre as nádegas. A região sacral que delimita o sacro é uma ÁREA COMUM DE DOR RESULTANTE DE ENTORSES LOMBARES. O HIATO SACRAL pode ser palpado na extremidade inferior do sacro, localizada na parte superior da fenda interglútea. Os PROCESSOS TRANSVERSOS DAS VÉRTEBRAS TORÁCICAS E LOMBARES são cobertos por músculos espessos e podem ou não ser palpáveis. O CÓCCIX pode ser palpado na fenda interglútea, abaixo do ápice do trígono sacral. O ápice do cóccix pode ser palpado aproximadamente 2,5 cm posterossuperiormente ao ânus. O exame clínico do cóccix é feito com um dedo enluvado no canal anal. • ARTICULAÇÕES As articulações da coluna vertebral incluem: Articulações dos corpos vertebrais; Articulações dos arcos vertebrais; Articulações craniovertebrais (atlantoaxiais e atlantoccipitais); Articulações costovertebrais; Articulações sacroilíacas. ➢ ARTICULAÇÕES DOS CORPOS VERTEBRAIS As articulações dos corpos vertebrais são SÍNFISES (articulações cartilagíneas secundárias) destinadas a sustentação de peso e resistência. As FACES ARTICULARES das vértebras adjacentes são unidas por DISCOS INTERVERTEBRAIS E LIGAMENTOS. Os DISCOS INTERVERTEBRAIS oferecem fixações fortes entre os corpos vertebrais, unindo-os em uma coluna vertebral semirrígida contínua e formando a metade inferior da margem anterior do forame intervertebral. Ao todo, os discos representam 20 a 25% do comprimento (altura) da coluna vertebral. Além de possibilitarem o movimento entre vértebras adjacentes, sua deformabilidade elástica permite que absorvam o choque. Cada disco intervertebral é formado por um anel fibroso, uma parte fibrosa externa, composta de lamelas concêntricas de fibrocartilagem, e uma massa central gelatinosa, denominada núcleo pulposo. O ANEL FIBROSO é um anel saliente que consiste em lamelas concêntricas de fibrocartilagem que formam a circunferência do disco intervertebral. Os anéis se inserem nas margens epifisiais lisas e arredondadas nas faces articulares dos corpos vertebrais formadas pelas epífises anulares fundidas. As fibras que formam cada lamela seguem obliquamente de uma vértebra até a outra, formando um ângulo de cerca de 30 graus ou mais com o eixo vertical. As fibras das lamelas adjacentes cruzam-se obliquamente em direções opostas, formando ângulos maiores do que 60 graus. Essa organização permite rotação limitada entre vértebras adjacentes, enquanto proporciona uma forte ligação entre elas. O anel é mais fino posteriormente e pode ser incompleto posteriormente na região cervical no adulto. A vascularização do anel diminui progressivamente em direção central, e apenas o terço externo do anel recebe inervação sensitiva. O NÚCLEO PULPOSO é o núcleo central do disco intervertebral. Ao nascimento, esses núcleos pulposos consistem em aproximadamente 88% de água e no início são mais cartilaginosos do que fibrosos. Sua natureza semilíquida é responsável por grande parte da flexibilidade e resiliência do disco intervertebral e da coluna vertebral como um todo. Forças verticais deformam os discos intervertebrais, que absorvem o choque. Os núcleos tornam-se mais largos quando são comprimidos e mais finos quando são tensionados ou distendidos (como ocorre quando estão pendentes ou suspensos). Há compressão e tensão simultâneas no mesmo disco durante a flexão anterior e lateral e a extensão da coluna vertebral. Durante esses movimentos, e durante a rotação, o núcleo túrgido atua como fulcro semilíquido. Como as lamelas do anel fibroso são mais finas e menos numerosas posteriormente do que anterior ou lateralmente, o núcleo pulposo não está centralizado no disco, e sim posicionado entre o centro e a face posterior do disco. O núcleo pulposo é avascular; é nutrido por difusão de vasos sanguíneos situados na periferia do anel fibroso e do corpo vertebral. Não há disco intervertebral entre as vértebras C I e C II; o disco funcional mais inferior está entre as vértebras L V e S I. A espessura dos discos varia em diferentes regiões, aumentando à medida que a coluna vertebral desce. No entanto, sua espessura em relação ao tamanho dos corpos unidos está relacionada mais claramente com a amplitude de movimento, e a espessura relativa é maior nas regiões cervical e lombar. A espessura é mais uniforme na região torácica. Os discos são mais espessos na parte anterior nas regiões cervical e lombar, e a variação de formatos é responsável pelas curvaturas secundárias da coluna vertebral. As “ARTICULAÇÕES” UNCOVERTEBRAIS (FENDAS DE LUSCHKA) costumam se desenvolver entre os uncos dos corpos das vértebras C III ou C IV–C VI ou C VII e as faces inferolaterais biseladas dos corpos vertebrais superiores a elas após os 10 anos de idade. As articulações estão situadas nas margens lateral e posterolateral dos discos intervertebrais. As faces articulares dessas estruturas semelhantes a articulações são cobertas por cartilagem umedecidapor líquido contido em um espaço virtual interposto, ou “cápsula”. Alguns as consideram articulações sinoviais; outros, espaços degenerativos (fendas) nos discos ocupados por líquido extracelular. As “articulações” uncovertebrais são locais frequentes de surgimento de OSTEÓFITOS numa idade mais avançada, podendo causar dor cervical. O LIGAMENTO LONGITUDINAL ANTERIOR é uma faixa fibrosa forte e larga que cobre e une as faces anterolaterais dos corpos vertebrais e discos intervertebrais. O ligamento estende-se longitudinalmente da face pélvica do sacro até o tubérculo anterior da vértebra C I e o osso occipital anteriormente ao forame magno são as partes superiores, os ligamentos atlantoaxial e atlantoccipital anteriores. Embora seja mais espesso na face anterior dos corpos vertebrais (as ilustrações costumam mostrar apenas essa parte), o ligamento longitudinal anterior também cobre as faces laterais dos corpos até o forame intervertebral. Esse ligamento impede a hiperextensão da coluna vertebral, mantendo a estabilidade das articulações entre os corpos vertebrais. O ligamento longitudinal anterior é o único ligamento que limita a extensão; todos os outros ligamentos intervertebrais limitam formas de flexão. O LIGAMENTO LONGITUDINAL POSTERIOR é uma faixa muito mais estreita, um pouco mais fraca, do que o ligamento longitudinal anterior. O ligamento longitudinal posterior segue dentro do canal vertebral ao longo da face posterior dos corpos vertebrais. Está fixado principalmente aos discos intervertebrais e menos às faces posteriores dos corpos vertebrais de C II ao sacro, frequentemente unindo gordura e vasos entre o ligamento e a superfície óssea. Esse ligamento resiste pouco à hiperflexão da coluna vertebral e ajuda a evitar ou redirecionar a herniação posterior do núcleo pulposo. É bem suprido por terminações nervosas nociceptivas (de dor). ➢ ARTICULAÇÕES DOS ARCOS VERTEBRAIS As articulações dos arcos vertebrais são as ARTICULAÇÕES DOS PROCESSOS ARTICULARES OU ZIGAPOFISÁRIAS (ARTICULAÇÕES FACETÁRIAS). Estas são articulações sinoviais planas entre os processos articulares superiores e inferiores de vértebras adjacente. Cada articulação é circundada por uma cápsula articular fina. Na região cervical, elas são mais finas e frouxas, refletindo a grande amplitude de movimento. A cápsula articular é fixada às margens das faces articulares dos processos articulares de vértebras adjacentes. Ligamentos acessórios unem as lâminas, processos transversos e processos espinhosos e ajudam a estabilizar as articulações. As articulações dos processos articulares permitem movimentos de deslizamento entre os processos articulares; o formato e a disposição das faces articulares determinam os tipos de movimento possíveis. A amplitude de movimento é determinada pelo tamanho do disco intervertebral em relação ao tamanho do corpo vertebral. Nas regiões cervical e lombar essas articulações sustentam algum peso, compartilhando a função com os discos intervertebrais, sobretudo durante a flexão lateral. As articulações dos processos articulares são inervadas por ramos articulares que se originam dos ramos mediais dos ramos posteriores dos nervos espinais. Como esses nervos seguem em direção posteroinferior, situam-se em sulcos nas faces posteriores das partes mediais dos processos transversos. Cada ramo articular inerva duas articulações adjacentes; portanto, cada articulação é suprida por dois nervos. ➢ LIGAMENTOS ACESSÓRIOS DAS ARTICULAÇÕES INTERVERTEBRAIS As lâminas de arcos vertebrais adjacentes são unidas por faixas largas e amarelo-claras de tecido elástico, denominadas LIGAMENTOS AMARELOS. Esses ligamentos estendem-se quase verticalmente entre a lâmina superior e a lâmina inferior, e os ligamentos de lados opostos encontram-se e fundem-se na linha mediana. Os ligamentos amarelos unem as lâminas das vértebras adjacentes, formando seções alternadas da parede posterior do canal vertebral. São ligamentos longos, finos e largos na região cervical, tornam-se mais espessos na região torácica e têm espessura máxima na região lombar. Esses ligamentos resistem à separação da lâmina vertebral por limitação da flexão abrupta da coluna vertebral, evitando, assim, a lesão dos discos intervertebrais. Os ligamentos amarelos, fortes e elásticos, ajudam a preservar as curvaturas normais da coluna vertebral e auxiliam na extensão da coluna após a flexão. Os processos espinhosos adjacentes são unidos por LIGAMENTOS INTERESPINAIS fracos, muitas vezes membranáceos, e por LIGAMENTOS SUPRAESPINAIS fortes e fibrosos. Os finos ligamentos interespinais unem processos espinhosos adjacentes, fixando-se da raiz até o ápice de cada processo. Os ligamentos supraespinais, semelhantes a cordões, unem as extremidades dos processos espinhosos desde C VII até o sacro e fundem-se na parte superior com o ligamento nucal na região cervical posterior. Ao contrário dos ligamentos interespinais e supraespinais, o LIGAMENTO NUCAL, forte e largo, é constituído de tecido fibroelástico espesso, que se estende como uma faixa mediana desde a protuberância occipital externa e a margem posterior do forame magno até os processos espinhosos das vértebras cervicais. Em razão do curto comprimento e da profundidade dos processos espinhosos de C III a C V, o ligamento nucal é o local de fixação dos músculos que se fixam nos processos espinhosos das vértebras em outros níveis. Os LIGAMENTOS INTERTRANSVERSÁRIOS, que unem processos transversos adjacentes, consistem em fibras dispersas na região cervical e cordões fibrosos na região torácica. Na região lombar esses ligamentos são finos e membranáceos. ➢ ARTICULAÇÕES CRANIOVERTEBRAIS Existem dois grupos de articulações craniovertebrais, as articulações atlantoccipitais, formadas entre o atlas (vértebra C I) e o occipital no crânio, e as articulações atlantoaxiais, entre o atlas e o áxis (vértebra C II). As articulações craniovertebrais são articulações sinoviais que não têm discos intervertebrais. Sua arquitetura permite uma amplitude de movimento maior do que o restante da coluna vertebral. As articulações incluem os côndilos occipitais, o atlas e o áxis. ARTICULAÇÕES ATLANTOCCIPITAIS. As articulações situam-se entre as faces articulares superiores das massas laterais do atlas e os côndilos occipitais. Essas articulações permitem acenar com a cabeça, como na flexão e extensão da cabeça indicativa de aprovação. Essas articulações também possibilitam a inclinação lateral da cabeça. O principal movimento é de flexão, com leve flexão lateral e rotação. São articulações sinoviais do tipo elipsóideo e têm cápsulas articulares finas e frouxas. O crânio e C I também estão unidos por membranas atlantoccipitais anterior e posterior, que se estendem dos arcos anterior e posterior de C I até as margens anterior e posterior do forame magno. As membranas anteriores são formadas por fibras largas e densamente entrelaçadas (sobretudo na parte central, onde são contínuas com o ligamento longitudinal anterior). As membranas posteriores são largas, mas relativamente fracas. As membranas atlantoccipitais ajudam a evitar o movimento excessivo das articulações atlantoccipitais. ARTICULAÇÕES ATLANTOAXIAIS. Existem três articulações atlantoaxiais: DUAS ARTICULAÇÕES ATLANTOAXIAIS LATERAIS (direita e esquerda) (entre as faces inferiores das massas laterais de C I e as faces superiores de C II), e UMA ARTICULAÇÃO ATLANTOAXIAL MEDIANA (entre o dente de C II e o arco anterior do atlas). As articulações atlantoaxiais laterais são sinoviais planas, enquanto a articulação atlantoaxial mediana é trocóidea. O movimento das três articulações atlantoaxiais permite que a cabeça gire de um lado para outro, como ocorre ao girar a cabeça para indicar desaprovação (o movimento de “não”). Durante esse movimento, o crânio e C I giram sobre C II como uma unidade. Durante a rotação da cabeça,o dente de C II é o eixo ou pivô, que é mantido em uma cavidade ou colar formado anteriormente pelo arco anterior do atlas e posteriormente pelo ligamento transverso do atlas (Figura 4.20A a D); essa faixa resistente estende-se entre os tubérculos nas faces mediais das massas laterais da vértebra C I. Fascículos longitudinais superiores e inferiores com orientação vertical, porém muito mais fracos, seguem do ligamento transverso do atlas até o occipital superiormente e até o corpo de C II inferiormente. O LIGAMENTO CRUCIFORME DO ATLAS, assim denominado em razão de sua semelhança com uma cruz, é formado pelo ligamento transverso do atlas junto com os fascículos longitudinais. Os LIGAMENTOS ALARES estendem-se das laterais do dente do áxis até as margens laterais do forame magno. Esses cordões arredondados e curtos, com diâmetro aproximado de 0,5 cm, fixam o crânio à vértebra C I e servem como ligamentos de contenção, evitando a rotação excessiva nas articulações. A MEMBRANA TECTÓRIA é a forte continuação superior do ligamento longitudinal posterior que se alarga e segue posteriormente sobre a articulação atlantoaxial mediana e seus ligamentos. Segue superiormente a partir do corpo de C II, atravessa o forame magno e se fixa à parte central do assoalho da cavidade craniana, formado pela face interna do osso occipital. ➢ COSTOVERTEBRAL ARTICULAÇÕES DA CABEÇA DA COSTELA. Articulação sinovial plana; Cabeça de cada costela com a hemifóvea ou fóvea costal superior do corpo vertebral de mesmo número e a hemifóvea ou fóvea costal inferior do corpo vertebral superior a ela e o disco IV entre elas; LIGAMENTOS RADIADOS E LIGAMENTOS INTRAARTICULARES da cabeça da costela; As cabeças das costelas I, XI e XII(às vezes da X) articulam-se apenas com o corpo vertebral correspondente. COSTOTRANSVERSÁRIA. Tubérculo da costela com o processo transverso da vértebra de mesmo; costotransversário lateral e superior; As costelas XI e XII não se articulam com o processo transverso das vértebras de mesmo número. ➢ ARTICULAÇÕES SACROILÍACAS As articulações sacroilíacas são compostas, fortes, que sustentam peso, formadas por uma articulação sinovial anterior (entre as faces auriculares do sacro e do ílio, cobertas por cartilagem articular) e uma sindesmose posterior (entre as tuberosidades desses ossos). As faces auriculares dessa articulação sinovial têm elevações e depressões irregulares, mas congruentes que se encaixam. As articulações sacroilíacas diferem da maioria das articulações sinoviais porque a mobilidade é limitada, uma consequência de seu papel na transmissão de peso da maior parte do corpo para os ossos do quadril. O peso é transferido do esqueleto axial para os ílios através dos ligamentos sacroilíacos e depois para os fêmures, na posição de pé, e para os túberes isquiáticos, na posição sentada. Enquanto for mantida a firme aposição entre as faces articulares, as articulações sacroilíacas permanecem estáveis. Diferentemente de uma pedra fundamental no topo de um arco, na verdade o sacro está suspenso entre os ossos ilíacos e firmemente unido a eles pelos ligamentos sacroilíacos posterior e interósseo. Os delgados LIGAMENTOS SACROILÍACOS ANTERIORES são apenas a porção anterior da cápsula fibrosa da parte sinovial da articulação. Os amplos LIGAMENTOS SACROILÍACOS INTERÓSSEOS (que estão situados profundamente entre as tuberosidades do sacro e ílio e ocupam uma área de aproximadamente 10 cm) são as principais estruturas associadas à transferência de peso da parte superior do corpo do esqueleto axial para os dois ílios do esqueleto apendicular. Os LIGAMENTOS SACROILÍACOS POSTERIORES são a continuação externa posterior da mesma massa de tecido fibroso. Como as fibras dos ligamentos interósseos e sacroilíacos posteriores seguem do sacro obliquamente para cima e para fora, o peso axial que empurra o sacro para baixo, na verdade, empurra os ílios para dentro (medialmente), de modo que comprimam o sacro entre eles, unindo as faces irregulares, mas congruentes das articulações sacroilíacas. Os LIGAMENTOS ILIOLOMBARES são ligamentos acessórios desse mecanismo. Inferiormente, os ligamentos sacroilíacos posteriores são unidos por fibras que se estendem da margem posterior do ílio (entre as espinhas ilíacas posterossuperior e posteroinferior) e a base do cóccix para formar o substancial LIGAMENTO SACROTUBERAL. Esse grande ligamento segue da parte posterior do ílio e da parte lateral do sacro e do cóccix até o túber isquiático, transformando a incisura isquiática do osso do quadril em um grande forame isquiático. O LIGAMENTO SACROESPINAL, que segue da parte lateral do sacro e cóccix até a espinha isquiática, subdivide esse forame nos forames isquiáticos maior e menor. Na maioria das vezes, o movimento da articulação sacroilíaca é limitado a leves movimentos de deslizamento e rotação pelo entrelaçamento dos ossos que se articulam e os ligamentos sacroilíacos. Ao aterrissar após um grande salto ou ao levantar peso na posição de pé, há excepcional transmissão de força através dos corpos das vértebras lombares para a extremidade superior do sacro. Como essa transferência de peso ocorre anteriormente ao eixo das articulações sacroilíacas, a extremidade superior do sacro é empurrada em direção inferior e anterior. Entretanto, a rotação da parte superior do sacro é neutralizada pelos fortes ligamentos sacrotuberais e sacroespinais que fixam a extremidade inferior do sacro ao ísquio, impedindo sua rotação superior e posterior. A possibilidade de apenas um pequeno movimento superior da extremidade inferior do sacro em relação aos ossos do quadril proporciona resiliência à região sacroilíaca quando a coluna vertebral sofre súbitos aumentos da força ou peso. • MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL A amplitude de movimento da coluna vertebral varia de acordo com a região e o indivíduo. Os contorcionistas, que iniciam seu treinamento nos primeiros anos de vida, conseguem fazer movimentos extraordinários. A amplitude de movimento normal possível em adultos jovens saudáveis sofre tipicamente uma redução de 50% ou mais com o envelhecimento. A coluna vertebral faz movimentos de FLEXÃO, EXTENSÃO, FLEXÃO e EXTENSÃO LATERAIS, e ROTAÇÃO (TORÇÃO). A amplitude de movimento da coluna vertebral é limitada por: ESPESSURA, ELASTICIDADE e COMPRESSIBILIDADE dos discos intervertebrais; FORMATO e ORIENTAÇÃO das articulações dos processos articulares; TENSÃO das cápsulas articulares das articulações dos processos articulares; RESISTÊNCIA dos músculos e ligamentos do dorso; FIXAÇÃO à caixa torácica; VOLUME de tecido adjacente. Os MOVIMENTOS são produzidos pelos músculos do dorso e auxiliados pela gravidade e pela ação dos músculos anterolaterais do abdome. Os MOVIMENTOS ENTRE VÉRTEBRAS adjacentes ocorrem nos núcleos pulposos resilientes dos discos intervertebrais (que atuam como eixo de movimento) e nas articulações dos processos articulares. A ORIENTAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES dos processos articulares permite alguns movimentos e restringe outros. Com exceção talvez de C I–C II, nunca há movimento isolado em um único segmento da coluna. Embora os movimentos entre vértebras adjacentes sejam relativamente pequenos, sobretudo na região torácica, a soma de todos os pequenos movimentos produz considerável amplitude de movimento da coluna vertebral como um todo. Os movimentos da coluna vertebral são mais livres nas regiões cervical e lombar do que nas outras partes. A flexão, a extensão, a flexão lateral e a rotação do pescoço são mais livres porque: Os DISCOS INTERVERTEBRAIS, embora sejam finos em relação à maioria dos outros discos, são espessos em relação ao tamanho dos corpos vertebrais nesse nível; As FACES ARTICULARES das articulações dos processos articulares são relativamente grandes e os PLANOSARTICULARES são quase horizontais; As CÁPSULAS ARTICULARES das articulações dos processos articulares são frouxas; O PESCOÇO é relativamente delgado (com menor volume de tecidos moles adjacente em comparação com o tronco). A flexão da coluna vertebral é máxima na região cervical. Os PLANOS ARTICULARES SAGITAIS da região lombar conduzem à flexão e extensão. A extensão da coluna vertebral é mais acentuada na região lombar e geralmente tem maior amplitude do que a flexão; entretanto, nessa região os processos articulares entrelaçados impedem a rotação. A REGIÃO LOMBAR, como a cervical, tem discos intervertebrais grandes em relação ao tamanho dos corpos vertebrais. A flexão lateral da coluna vertebral é máxima nas REGIÕES CERVICAL E LOMBAR. A REGIÃO TORÁCICA, em contrapartida, tem discos intervertebrais finos em relação ao tamanho dos corpos vertebrais. Essa parte da coluna vertebral também tem relativa estabilidade porque está unida ao esterno pelas costelas e cartilagens costais. Nesse local, os PLANOS ARTICULARES estão no arco centralizado no corpo vertebral, permitindo rotação na região torácica. A rotação da parte superior do tronco, associada à rotação permitida na região cervical e àquela nas articulações atlantoaxiais, possibilita a torção do esqueleto axial que ocorre quando se olha para trás sobre o ombro. No entanto, a flexão na região torácica é limitada, inclusive a flexão lateral. • CURVATURAS DA COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral em adultos tem QUATRO CURVATURAS que ocorrem nas regiões cervical, torácica, lombar e sacral. As CIFOSES TORÁCICA E SACRAL são côncavas anteriormente, enquanto as LORDOSES CERVICAL E LOMBAR são côncavas posteriormente. Quando se observa a face posterior do tronco, principalmente em vista lateral, as CURVATURAS NORMAIS da coluna vertebral são mais aparentes: As CIFOSES TORÁCICA E SACRAL são curvaturas primárias que se desenvolvem durante o período fetal em relação à posição fetal (fletida). As LORDOSES CERVICAL E LOMBAR são curvaturas secundárias que resultam da extensão a partir da posição fetal fletida. Elas começam a aparecer durante o período fetal, mas só se tornam evidentes na lactância. As curvaturas da coluna vertebral proporcionam flexibilidade adicional (resiliência com absorção de choque), aumentando ainda mais a flexibilidade proporcionada pelos discos. Quando a carga sustentada pela coluna vertebral é muito aumentada (como ao carregar um objeto pesado), há COMPRESSÃO DOS DISCOS E DAS CURVATURAS FLEXÍVEIS (ou seja, as curvaturas tendem a aumentar). A sustentação de peso adicional anterior ao eixo gravitacional normal do corpo (p. ex., mamas muito grandes, abdome em avental nos homens ou na gravidez avançada, ou carregar uma criança pequena no colo) também tende a aumentar essas curvaturas. A flexibilidade proporcionada pelas curvaturas sofre a resistência ativa (dinâmica) da contração de grupos musc. antagonistas ao movimento (p. ex., os longos extensores do dorso resistem à cifose torácica excessiva, ao passo que os flexores abdominais resistem à lordose lombar excessiva). Muitas vezes os músculos que oferecem resistência ao aumento da curvatura doem quando a pessoa sustenta peso por longos períodos. Quando uma pessoa está sentada, principalmente se não houver sustentação das costas por longos períodos, geralmente ocorre revezamento entre a flexão (curvatura) e a extensão (postura ereta) para minimizar a rigidez e a fadiga. Isso permite a alternância entre a sustentação ativa oferecida pelos músculos extensores do dorso e a resistência passiva à flexão propiciada pelos ligamentos. Problemas extrínsecos a uma coluna vertebral estruturalmente normal, como fraqueza assimétrica dos músculos próprios do dorso (escoliose miopática) ou uma diferença no comprimento dos membros inferiores com inclinação da pelve para compensação, podem causar escoliose funcional. Quando a pessoa está de pé, inclinação ou desvio evidente para um lado pode ser sinal de escoliose secundária à hérnia de um disco intervertebral. A escoliose postural é supostamente causada pelo hábito de ficar de pé ou se sentar em posição imprópria. • MÚSCULOS DO DORSO Há dois grupos principais de músculos no dorso. Os MÚSCULOS EXTRÍNSECOS do dorso incluem MÚSCULOS SUPERFICIAIS E INTERMEDIÁRIOS, que produzem e controlam os movimentos dos membros e respiratórios, respectivamente. Os MÚSCULOS PRÓPRIOS (INTRÍNSECOS) do dorso são aqueles que atuam especificamente sobre a coluna vertebral, produzindo seus movimentos e mantendo a postura. ➢ MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DO DORSO Os músculos extrínsecos SUPERFICIAIS do dorso (trapézio, latíssimo do dorso, levantador da escápula e romboides) são toracoapendiculares que unem o esqueleto axial (coluna vertebral) ao esqueleto apendicular superior (cíngulo do membro superior e úmero) e produzem e controlam os movimentos dos membros. Embora estejam localizados na região do dorso, a maioria desses músculos é inervada pelos ramos anteriores dos nervos cervicais e atua no membro superior. Os músculos extrínsecos INTERMEDIÁRIOS do dorso (serrátil posterior) são finos, comumente designados músculos respiratórios superficiais, porém são mais proprioceptivos do que motores. O músculo serrátil posterior superior situa-se profundamente aos músculos romboides, e o músculo serrátil posterior inferior situa-se profundamente ao músculo latíssimo do dorso. Os dois músculos serráteis são supridos pelos nervos intercostais, o superior pelos quatro primeiros intercostais e o inferior pelos últimos quatro. ➢ MÚSCULOS PRÓPRIOS DO DORSO Os músculos próprios do dorso (intrínsecos do dorso) são inervados pelos ramos posteriores dos nervos espinais; eles mantêm a postura e controlam os movimentos da coluna vertebral. Esses músculos, que se estendem da pelve até o crânio, são revestidos por fáscia muscular que se fixa medialmente ao ligamento nucal, às extremidades dos processos espinhosos das vértebras, ao ligamento supraespinal e à crista mediana do sacro. A fáscia fixa-se lateralmente aos processos transversos cervicais e lombares e aos ângulos das costelas. As partes torácica e lombar da fáscia muscular constituem a aponeurose toracolombar. Estende-se lateralmente a partir dos processos espinhosos e forma um revestimento fino para os músculos intrínsecos da região torácica e um revestimento espesso forte para os músculos na região lombar. Os músculos próprios do dorso são classificados em camadas superficial, intermédia e profunda, de acordo com sua relação com a superfície. CAMADA SUPERFICIAL: Os músculos esplênios são espessos e planos e situam-se nas faces lateral e posterior do pescoço, cobrindo os músculos verticais como uma bandagem, o que explica seu nome. Os músculos esplênios originam-se na linha mediana e estendem-se superolateralmente até as vértebras cervicais (músculo esplênio do pescoço) e crânio (músculo esplênio da cabeça). Os músculos esplênios revestem e mantêm os músculos profundos do pescoço em posição. CAMADA INTERMÉDIA: Os fortes músculos eretores da espinha situam-se em um “sulco” de cada lado da coluna vertebral entre os processos espinhosos centralmente e os ângulos das costelas lateralmente. O músculo eretor da espinha é o principal extensor da coluna vertebral e é dividido em três colunas: o músculo iliocostal forma a coluna lateral, o músculo longuíssimo forma a coluna intermédia e o músculo espinal, a coluna medial. Os músculos eretores da espinha frequentemente são denominados “músculos longos” do dorso. Em geral, são músculos dinâmicos (geradores de movimento), que atuam bilateralmente para estender (retificar) o tronco fletido. CAMADA PROFUNDA: Profundamente ao músculo eretor da espinha há um grupo oblíquo de músculos muito mais curtos, o grupo de músculos transversoespinais, que compreende os músculos semiespinais,multífidos e rotadores. Esses músculos originam-se dos processos transversos das vértebras e seguem até os processos espinhosos de vértebras superiores. Eles ocupam o “sulco” entre os processos transversos e espinhosos e estão fixados a esses processos, às lâminas entre eles e aos ligamentos que os unem. • PRINCIPAIS MÚSCULOS QUE MOVIMENTAM AS ARTICULAÇÕES INTERVERTEBRAIS Os músculos do dorso permanecem em relativa inatividade na posição de pé relaxada, mas eles (sobretudo a camada profunda de músculos próprios mais curtos) atuam como músculos posturais estáticos (fixadores ou estabilizadores) da coluna vertebral, mantendo a tensão e estabilidade necessárias para a postura ereta. Todos os movimentos das articulações intervertebrais (isto é, todos os movimentos da coluna vertebral), com exceção da extensão pura, incluem ou são produzidos apenas pela contração concêntrica dos músculos do abdome. No entanto, é preciso ter em mente que nesses movimentos, como em todos os outros, a contração excêntrica (relaxamento controlado) dos músculos antagonistas é fundamental para o movimento suave e controlado. Assim, na verdade, é a interação dos músculos anteriores (do abdome) e posteriores (do dorso) (bem como os pares contralaterais de cada um) que proporciona estabilidade e produz movimento do esqueleto axial. Muitas vezes, a tensão crônica nas costas (como aquela causada por hiperlordose lombar) resulta do desequilíbrio dessa sustentação (ausência de tônus dos músculos do abdome no caso de lordose). Pode ser necessário praticar exercício ou perder o excesso de peso distribuído de modo desigual para recuperar o equilíbrio.
Compartilhar