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Micoses Superficiais

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–
 
 1 
 
• Conceito 
São infecções FÚNGICAS que acometem as camadas SUPERFICIAIS DA PELE, os PELOS e as UNHAS. 
Elas são classificadas em micoses superficiais propriamente ditas (pitiríase versicolor, piedra branca, 
piedra preta e tinha negra) e micoses superficiais cutâneas e cutâneo-mucosas (dermatofitose, 
candidíase cutâneo-mucosa e dermatomicose). 
• Micoses Superficiais Propriamente Ditas 
São as infecções fúngicas da CAMADA CÓRNEA da pele ou da CUTÍCULA DO PELO, causando 
uma resposta imune CELULAR MÍNIMA ou AUSENTE. Geralmente, a presença do fungo na região é 
ASSINTOMÁTICA, tornando a infecção crônica (pouca resposta imune + poucas manifestações 
clínicas). 
1) Gênero Malassezia - Doenças associadas às leveduras 
Em 1846, foi isolado o fungo da pitiríase versicolor, porém não foi proposto um nome para ele. 
Somente em 1874 que foi denominado MALASSEZIA FURFUR, que é uma levedura antropofílica 
lipodependente, podendo ser oval ou cilíndrica. 
Estudos recentes no gênero Malassezia permitiram a descrição de várias espécies, totalizando 10. A 
partir de REVISÕES TAXONÔMICAS desse gênero, foi percebido que o agente mais isolado na 
pitiríase versicolor foi M. furfur!! 
A levedura Malassezia, que é membro da biota natural da pele, passa a ter 
manifestações patológicas em condições que permitem a 
PSEUDOFILAMENTAÇÃO DA LEVEDURA – cerca de 97% dos indivíduos 
clinicamente normais são portadores do fungo no couro cabeludo e 92% no 
tronco. Quando há esse crescimento anormal, principalmente em climas 
tropicais e subtropicais, haverá uma INFECÇÃO CRÔNICA da camada 
CÓRNEA que costuma ser assintomática. 
Epidemiologicamente, ocorre em ambos os sexos sem distinção, em todas as raças e pode acometer 
em qualquer faixa etária, havendo maior prevalência em ADULTOS JOVENS devido às alterações 
fisiológicas dos LIPÍDIOS na pele!! 
Dentre os fatores responsáveis pelo desequilíbrio da relação harmônica entre MALASSEZIA-
HOSPEDEIRO, destacam-se: idade, sexo, raça, predisposição genética, fatores geoclimáticos que 
favorecem HIPEROLEOSIDADE e HIPERIDRATAÇÃO, além de hábitos comportamentais. Além 
desses, existem fatores endógenos que aumentam o risco de desequilíbrio, como má nutrição, 
avitaminoses, gravidez, DM, doença de Cushing, corticoterapia prolongada, ACO, imunodeficiência. 
• Manifestações Clínicas 
Manifestada por LESÕES MACULARES MÚLTIPLAS que iniciam na região PERIFOLICULAR com 
descamação fina, sendo melhor visualizada quando se realiza o estiramento da região da pele 
afetada = Sinal de Zileri. Além desse sinal, pode-se fazer o SINAL DA UNHA em que se passa a 
unha em cima da lesão também com a finalidade de exacerbar a descamação. A cor da lesão varia 
–
 
 2 
 
desde BRANCO a ACASTANHADO, podendo ser eritematosa → por isso é denominada PITIRÍASE 
VERSICOLOR (várias cores, hehe). 
As lesões podem CRESCER e COALESCER, comprometendo tronco, ombros, parte superior dos 
braços, pescoço, face e dobras flexurais – costumam ser lesões ASSINTOMÁTICAS, exceto pelas 
eritematosas, que são pruriginosas. 
Uma variação da manifestação clássica é aquela em que há 
DESPIGMENTAÇÃO CUTÂNEA intensa, principalmente em 
indivíduos melanodérmicos, sendo denominada ACROMIA 
PARASITÁRIA. Existe, também, a PITIRÍASE VERSICOLOR 
ATRÓFICA, que é uma forma rara em que as lesões são 
DEPRIMIDAS pelo uso prolongado de corticoesteroides tópicos. 
Vale destacar, ainda, a existência da pitiríase versicolor rubra 
(máculas eritematosas), pitiríase versicolor nigra (máculas 
enegrecidas) e pitiríase versicolor alba. 
Percebe-se, então, que uma forte característica da doença é a variação de cores até mesmo em um 
único paciente. Alguns estudos tentam explicar esse fenômeno e as LESÕES HIPERPIGMENTADAS 
ocorrem devido ao aumento de tamanho nos MELANOSSOMOS e mudanças de distribuição. Já as 
lesões HIPOPIGMENTADAS podem ser resultantes da INIBIÇÃO da reação dopa-tirosinase por 
frações lipídicas produzidas pelo fungo. 
A evolução é por meio de SURTOS e períodos de acalmia/exacerbação, apresentando um caráter 
crônico – os fatores predisponentes, muitas vezes, coexistem, o que justifica a elevada RECORRÊNCIA 
da doença e a necessidade de um tratamento profilático. 
• Diagnóstico Laboratorial 
Exame Micológico 
É realizado o exame DIRETO a partir da coleta de material por RASPAGEM DA LESÃO ou com FITA 
DUREX. À microscopia, percebe-se células leveduriformes agrupadas, parecendo cachos de uva. O 
material pode ser clarificado por HIDRÓXIDO DE POTÁSSIO, corado com TINTA LAVÁVEL AZUL ou 
COLORAÇÃO GRAM. 
 
–
 
 3 
 
Lâmpada de Wood - É um exame que revela FLUORESCÊNCIA AMARELADA ou PRATEADA, 
determinando a extensão do acometimento cutâneo por meio da coproporfirina que está presente 
nas culturas do fungo. 
Histopatologia 
Na coloração pelo PAS, células globosas, células com 
formato de garrafa de boliche e pseudo-hifas curtas são 
observadas na CAMADA CÓRNEA, em que há discreta 
hiperceratose. Nas lesões em que há ERITEMA e PRURIDO, 
é observado um infiltrado PERIVASCULAR rico em linfócitos 
na derme. 
• Tratamento e Prognóstico 
Considerando-se que a Malassezia é um componente DA BIOTA NORMAL DA PELE, o paciente com 
pitiríase versicolor deve ser orientado a adotar hábitos que favoreçam a transformação do fungo 
SAPRÓBIO em PARASITA (utilização de lubrificantes de pele, sudorese excessiva, higiene 
inadequada...). 
Tratamento tópico é feito com AGENTES QUERATOLÍTICOS – hipossulfito 
de sódio a 20%. O tratamento sistêmico é realizado com DERIVADOS 
AZÓLICOS (cetoconazol, 200mg/dia, 10-20 dias) ou com DERIVADOS 
TRIAZÓLICOS (itraconazol, 200mg/dia, 5-7 dias). 
Levando em consideração que é uma doença CRÔNICA e REICIDIVANTE, 
muitas vezes são necessários tratamentos múltiplos e profilaxia. A 
EXPOSIÇÃO AO SOL deve ser recomendada para favorecer a 
REPIGMENTAÇÃO da hipocromia. 
Tratamento profilático – cetoconazol 200mg/dia por 3 dias consecutivos, 1x ao mês por 6 meses. 
• Onicomicose 
O gênero malassezia pode colonizar as unhas dos indivíduos que tenham algum fator 
predisponente, como DIABETES, PSORÍASE UNGUEAL, DERMATITE DE CONTATO, TRAUMA 
UNGUEAL ou que façam o uso de drogas imunossupressoras! 
A manifestação clínica é a coloração BRANCO-AMARELADA da lâmina ungueal e 
HIPERCERATOSE subungueal com ONICÓLISE, sendo as unhas das mãos 
acometidas com maior frequência. 
Diagnóstico pela presença de leveduras na microscopia direta! 
• Malasseziose 
É uma doença SISTÊMICA que pode causar FUNGEMIA e SEPTICEMIA em crianças de baixo peso e 
em adultos debilitados. Geralmente, os fungos atingem a circulação por meio de cateteres utilizados 
para alimentação parenteral lipídica. A principal manifestação é FEBRE e o coração e os pulmões 
são os órgãos mais acometidos. 
 
 
–
 
 4 
 
2) Gênero Malassezia - Doenças Associadas aos Metabólitos das Leveduras 
 
• Foliculite pitirospórica 
Tem relação com os produtos de DEGRADAÇÃO DO FUNGO, uma vez que as leveduras do gênero 
Malassezia tem capacidade de HIDROLISAR ácidos graxos livres e triglicérides, podendo causar 
reação inflamatória no folículo piloso. 
Clinicamente, há PÁPULAS FOLICULARES ERITEMATOSAS e PÚSTULAS NO PESCOÇO, TRONCO E 
MMSS. 
Fatores predisponentes: antibioticoterapia, DM, imunossupressão e oclusão local. No exame 
histopatológico encontra-se células leveduriformes no óstio folicular e na porção infundibular do 
canal pilossebáceo. 
• Dermatite Seborreica 
É uma condição crônica, recidivante e de distribuição universal. Há uma associação entre dermatite 
seborreica e leveduras do gênero Malassezia, porém não se sabe exatamente o papel do fungo na 
etiologia da doença. 
• Dermatite Atópica 
A influência das leveduras na dermatite atópica ainda é controversa, 
podendo ter relação com anticorpos do tipo IgE específicos para os 
antígenos da levedura!! Estudos comprovaram Prick-test positivo com o 
extrato proteico da leveduraem adultos que possuíam DERMATITE 
ATÓPICA LOCALIZADA. 
Nesses pacientes, a terapia de associação corticoide + antifúngico foi mais 
efetiva do que o corticoide isoladamente. 
• Papilomatose Confluente e Reticulada de Gougerot e Carteaud 
Doença mais prevalente no sexo feminino e caracterizada por pápulas ERITEMATO-
ACASTANHADAS que evoluem para placas hiperqueratósicas e reticuladas em áreas SEBORREICAS. 
Quanto à etiologia, em alguns casos há associação com endocrinopatias. 
• Pustulose Neonatal por Malassezia furfur 
Clinicamente manifesta por eritema e papulopústulas em face, pescoço e couro cabeludo de RNs. 
O aumento da SECREÇÃO das glândulas sebáceas no primeiro mês de vida FAVORECE a 
colonização pela levedura. 
 
 
3) Gênero Trichosporon - Doenças associadas às leveduras 
O gênero compreende espécies que podem ocupar NICHOS ECOLÓGICOS NÃO VERTEBRADOS, 
mas podem sobreviver em tecidos de organismos de VERTEBRADOS, onde são capazes de 
desenvolver MICOSES OPORTUNISTAS SUPERFICIAIS E PROFUNDAS – superficiais (piedra branca, 
dermatites, onicomicoses) e TROCOSPORONOSE DISSEMINADA. 
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 5 
 
Piedra branca 
• T. ovoides – couro cabeludo 
• T. inkin – crural 
• T. asteroides e T. cutaneum – lesões cutâneas 
• T. asahii e T. mucoides – infecções invasivas 
A piedra branca é uma infecção fúngica SUPERFICIAL CRÔNICA E ASSINTOMÁTICA da cutícula do 
pelo, sendo caracterizada pela presença de NÓDULOS FIRMES E IRREGULARES de coloração 
ESBRANQUIÇADA (piedra branca!). Essa doença é característica de regiões TEMPERADAS e 
TROPICAIS, sendo que o fungo tem como habitat natural o solo, a água e os vegetais. 
Quanto à epidemiologia, afeta ambos os sexos igualmente e todas as faixas etárias, porém há um 
predomínio maior do fungo na ÁREA ANAL DE HOMENS HOMOSSEXUAIS, o que favorece o 
aparecimento da piedra branca genital nesses indivíduos! Vale lembrar que esse fungo não tem 
relação com HIGIENE e NÃO É TRANSMITIDO SEXUALMENTE – faz parte da microbiota da pele! 
➔ Manifestações Clínicas 
Nódulos de coloração variável (branco – castanho-
claro), amolecidos, de várias formas e tamanhos nos 
PELOS DA ÁREA GENITAL E BARBA – em menor 
frequência pode afetar o couro cabeludo. O folículo 
piloso em si não é afetado, mas a PELE AO REDOR está 
comprometida. 
➔ Diagnóstico Laboratorial 
Exame Micológico 
O exame direto do pelo contaminado com HIDRÓXIDO 
DE POTÁSSIO permite a visualização de HIFAS e 
ARTRÓSPOROS OVAIS, formando o nódulo. 
➔ Tratamento 
Cortar ou barbear a área afetada pode solucionar a doença, mas, por ser RECORRENTE, os 
antifúngicos de uso tópico podem ser recomendados. 
Piedra preta 
Infecção fúngica crônica e assintomática da CÚTICULA DO PELO caracterizada pela presença de 
NÓDULOS FIRMES E IRREGULARES de coloração PRETA causada pela Piedraia hortae. Esse fungo é 
FILAMENTOSO DEMÁCIO que forma massas endurecidas em pelos de homens e animais, 
principalmente macacos. 
➔ Manifestações Clínicas 
Nódulos de coloração enegrecida, firmes, de várias formas e tamanhos encontrados apenas nos 
CABELOS. Os folículos pilosos não são envolvidos, sendo a infecção assintomática e de caráter 
estético. 
 
 
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 6 
 
➔ Diagnóstico Laboratorial 
Exame Micológico – O exame direto do pelo contaminado com hidróxido de potássio permite a 
visualização de nódulos PRETOS FIRMES E ADERENTES. Esses nódulos contém vários ascos, que 
apresentam de 2-8 ascoporos fusiformes e encurvados. 
Tratamento → o mesmo da piedra branca 
 
Tinha negra 
Infecção fúngica crônica e assintomática da CAMADA CÓRNEA, sendo caracterizada por máculas 
acastanhadas/enegrecidas, bordas bem definidas – agente etiológico = Hortaea werneckii. Esse 
fungo é do tipo DEMÁCIO GEOFÍLICO, que se torna LEVEDURIFORME, e pode acometer a CAMADA 
CÓRNEA da pele, principalmente na região palmar!!! 
➔ Manifestações Clínicas 
Máculas acastanhadas assintomáticas de crescimento 
CENTRÍFUGO com limites precisos e escurecimento progressivo 
que afeta principalmente a superfície PALMAR, embora também 
possa ocorrer na região plantar, pescoço e tórax. 
➔ Diagnóstico Laboratorial 
Exame micológico – ao exame direto com hidróxido de potássio 
são observadas HIFAS DEMÁCIAS SEPTADAS E RAMIFICADAS. 
Histopatologia – os elementos fúngicos são vistos na CAMADA CÓRNEA, onde haverão hifas 
demácias septadas e ramificadas. Pode haver HIPERQUERATOSE. 
➔ Tratamento 
Responde a agentes queratolíticos e antifúngicos de uso tópico. Não há tendência a recidiva! 
 
• Micoses Superficiais Cutâneas 
São micoses que acometem a PELE, PELOS e UNHAS, sendo causadas por dermatófitos, leveduras 
do gênero cândida e fungos filamentosos não dermatófitos hialinos! 
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 7 
 
1) Dermatofitoses 
São causadas por DERMATÓFITOS, que são fungos queratinofílicos (invadem tecidos queratinizados 
– pelo, unhas, plumas) que possuem semelhanças taxonômicas, morfológicas, fisiológicas e 
imunológicas entre si. A infecção por dermatófitos cresce de modo CENTRÍFUGO e assume aspecto 
CIRCULAR. São 3 os gêneros dos fungos imperfeitos (que não fazem reprodução assexuada): 
Microsporum, Trichophyton, Epidermophyton! 
Alguns dermatófitos vivem no solo e podem infectar o homem, sendo essas espécies denominadas 
geofílicas! As espécies zoofílicas parasitam ANIMAIS e raramente os HOMENS, já os antropofílicos 
estão em equilíbrio com o homem! A infecção por dermatófitos (as dermatofitoses) varia por 
influência de fatores, como: 
➔ Sexo – mais comum nos homens 
➔ Idade – tinha de couro cabeludo é mais comum em crianças; tinha 
do pé é mais comum em adulto 
➔ Imunidade – imunossuprimidos mais acometidos 
➔ Hábitos 
➔ Populações fechadas – tripulações de navios e creches tem maior 
incidência de dermatofitoses 
➔ Temporais – sazonalidade – mais comuns no verão e outono 
O contágio pode ser feito por CONTATO DIRETO COM SERES HUMANOS, animais ou solo 
contaminado – a colonização começa na camada córnea da pele/pelo/unha e a progressão 
depende de diversos fatores: 
➔ Fatores inerentes ao dermatófito – vários gêneros e espécies de dermatófitos tem AFINIDADE 
SELETIVA com diferentes classes de QUERATINA. Além disso, outro fator inerente ao fungo é 
a VIRULÊNCIA e sua ADAPTAÇÃO 
➔ Fatores inerentes ao hospedeiro – a INTEGRIDADE DA EPIDERME é fundamental como 
barreira natural, assim como a UMIDADE LOCAL. A presença de fatores séricos com ação 
antifúngica IMPEDE a invasão das camadas mais profundas da epiderme. Alguns fatores 
genéticos também influenciam aqui. 
Imunologia 
As respostas imunes (inespecífica, celular e adaptativa) tendem a BLOQUEAR A INFECÇÃO. A 
resposta inespecífica é constituída pela DESCAMAÇÃO EPIDÉRMICA e por fatores séricos inibitórios. 
Já a imunidade mediada por CÉLULAS (reação tardia aos antígenos) é indicativa de 
DERMATOFITOSE PRÉVIA – sensibilização prévia!!! 
Manifestações Clínicas 
As dermatofitoses apresentam VARIANTES CLÍNICAS e acordo com a TOPOGRAFIA: 
–
 
 8 
 
➔ Tinha do couro cabeludo – Apresenta alta incidência e relação com a POBREZA e HÁBITOS 
PRECÁRIOS de higiene. Afeta principalmente CRIANÇAS e pode ser microspórica e tricofítica, 
sendo que ambas causam a QUEDA DO CABELO. O agente etiológico muda periodicamente 
conforme a região estudada. A contaminação ocorre no ambiente doméstico a partir do 
contato com ANIMAIS INFECTADOS, escovas, travesseiros – adultos podem ser portadores 
assintomáticos e subclínicos para tinha do couro cabeludo. São manifestadas por 
DESCAMAÇÃO e COTOS PILOSOS. 
 
➔ Tinha da barba – tinha clássica na região da barba, forma sicosiforme semelhante à foliculite 
bacteriana. 
➔ Tinha do corpo – pode acometer qualquer região da PELE GLABRA (pele espessa com pelos). 
É de forma anular, crescimento centrífugo e cura central! 
➔ Tinha inguinocrural – mesmas características da tinha do corpo anular, sendo mais frequente 
em homens adultos. 
➔ Tinha da unha – O termo se refere a quando o 
acometimentoé por dermatófitos, pois o outro termo 
onicomicose engloba outras leveduras que não os 
dermatófitos. Pode ser acometido por um dermatófito de 
forma subungueal distal e/ou lateral, subungueal 
proximal e superficial branca. Em imunossuprimidos, o 
acometimento pode ser MÚLTIPLO!!! É comum que haja 
o acometimento SECUNDÁRIO por dermatófitos em 
lesões preexistentes na unha = onicomicotização. 
 
–
 
 9 
 
➔ Tinha do pé – Podem ser encontradas lesões vesiculosas agudas, interdigitais, escamosas 
crônicas e em placas. 
➔ Tinha da mão – é RARA, podendo aparecer ao mesmo tempo nos PÉS e nas MÃOS, 
geralmente em pacientes que trabalham com terras e flores. Tem aspecto ANULAR com 
crescimento CENTRÍFUGO. DDx dermatite de contato. 
➔ Tinha imbricada – acomete principalmente as populações INDÍGENAS, sendo uma doença 
crônica! As lesões são ESCAMOSAS e IMBRICADAS, formando desenhos bizarros que servem 
como adornos aos indígenas. 
➔ Dermatofítide - É um tipo de doença ALÉRGICA em que há reação de hipersensibilidade a 
distância para um FOCO DE DERMATOFITOSE. As lesões são VESICULOSAS na lateral dos 
dedos da mão – quando a dermatofitose primária é tinha do pé vesiculosa – ou são pápulas 
foliculares no dorso – quando a dermatofitose primária é a tinha do couro cabeludo. 
Diagnóstico Laboratorial 
Exame micológico – O exame direto pode ser realizado a partir dos PELOS 
na tinha do couro cabeludo ou ESCAMAS nos outros tipos de tinha. O 
material é clarificado por KOH, sendo os achados do exame: ECTOTHRIX 
(esporos fora do pelo), ENDOTHIX (esporos dentro do pelo) ou ECO+ENDO. 
Em tinhas de unha, o material é colhido no limite entre UNHA LESADA/SADIA, 
entre a LÂMINA e o LEITO UNGUEAL. Nos casos positivos encontra-se as 
HIFAS HIALINAS SEPTADAS. 
Lâmpada de Wood – é muito importante na TINHA DO COURO CABELUDO, pois haverá 
fluorescência esverdeada. 
Provas Imunológicas – Na intradermorreação à tricofitina, a imunidade celular tem valor para 
detectar as tinhas CRÔNICAS por t. rubrum, pois o resultado será negativo. 
Tratamento 
Pode ser TÓPICA, SISTÊMICA ou COMBINADA. Os antifúngicos tópicos geralmente são de AMPLO 
ESPECTRO, como os derivados imidazólicos, a amorolfilina, a terbinafina. Os antifúngicos 
sistêmicos, como a GRISEOFULVINA, são específicos para dermatófitos!!! 
As lesões ISOLADAS devem ser tratadas com medicamentos tópicos. As indicações ABSOLUTAS para 
tratamento sistêmico são: tinha do couro cabeludo (griseofulvina e ou derivados azólicos) e micoses 
em imunodeprimidos. As indicações RELATIVAS para tratamento sistêmico são: tinha da unha de 
acometimento médio ou grave, dermatofitoses extensas e refratárias à terapia tópica e 
dermatofitoses crônicas por t. rubrum. 
Uma opção terapêutica bastante empregada na tinha da unha é a PULSOTERAPIA COM 
ITRACONAZOL ou TERBINAFINA – na unha são necessários 3 a 12 meses, enquanto no couro 
cabeludo são necessários 2 meses. 
2) Candidíase 
Infecção cutânea, mucosa ou sistêmica causada por leveduras do gênero Candida – é uma das 
infecções mais comuns de pele e mucosas. As manifestações como candidíase orofaríngea e 
vulvovaginite são comuns e autoliminatadas em IMUNOCOMPETENTES. Esse gênero de leveduras 
tem ampla distribuição no meio ambiente, fazendo parte da biota normal do homem (boca, dobras 
–
 
 10 
 
de pele, orofaringe, intestino, vagina...), sendo grande parte das infecções por Cândida de origem 
ENDÓGENA. 
Patogênese 
As relações interespécies entre Humano e cÂndida são MUITO variáveis, indo desde o comensalismo 
até a doença sistêmica fatal! Os fatores humanos que determinam a patogênese dessa levedura são: 
uso prolongado de antibióticos (aumenta a colonização fúngica), quebra da barreira normal da pele 
e diminuição ou perda dos mecanismos imunológicos! Já os fatores relacionados ao fungo são 
capacidade de aderência (adere a diversas superfícies – endotélio, trombo, plástico), formação de 
pseudomicélios (facilita a invasão), produção de enzimas secretoras e toxinas (fatores de virulência). 
Manifestações Clínicas 
Candidíase cutâneo-mucosa – frequente e ocorre em indivíduos IMUNOCOMPETENTES, porém, nos 
últimos anos, tem sido observado o aumento da incidência em imunodeprimidos. 
Candidíase Oral – Também denominada ESTOMATITE CREMOSA, é frequente nos RN, uma vez 
que, ao nascimento, a microbiota oral é definida a partir do canal de parto. Em estudos, foi 
percebido uma prevalência da levedira em 34% dos RN que estavam em AMEX e 66% daqueles que 
faziam uso de mamadeira, sendo o aleitamento um fator protetor. A estomatite cremosa também 
ocorre em adultos diabéticos, idosos e imunodeprimidos. 
Candidíase Intertriginosa – acomete áreas de dobras da pele, sendo desencadeada por umidade, 
má higiene, obesidade, gestação e diabetes. Apresenta lesões eritematosas com induto 
esbranquiçado. 
Candidíase Vaginal – é frequente, podendo ser desencadeada por gestação, anticoncepcional 
hormonal, uso recente de antibióticos e imunossupressores, DM, uso de roupas justas e sintéticas. 
As mulheres com infecção pelo HIV apresentam maior número de episódios de candidíase vaginal 
(C. albicans), com maior duração e quadro mais grave. 
Paroníquia e Onicomicose – a paroníquia é a inflamação dos tecidos periungueais, geralmente por 
substâncias químicas que atuam como irritantes primários. Pode haver paroníquia também por 
infecção por bactérias e leveduras (paroníquia secundária)! Esse processo tende a se cronificar, 
causando DISTROFIA DA LÂMINA UNGUEAL E HIPERTROFIA DAS DOBRAS UNGUEAIS LATERAIS. 
Candidíase mucocutânea crônica – Tem a forma FAMILIAR, uma doença autossômica recessiva com 
lesões em boca e unhas; a forma DIFUSA, mais grave com comprometimento da pele e mucosas; a 
SÍNDROME ENDOCRINOPÁTICA associada à candidíase, que pode preceder ou suceder quadro de 
hipoparatir.; e de INÍCIO TARDIO a partir dos 35-50 anos. 
Candidíase sistêmica – é uma forma GRAVE e de DIFÍCIL DIAGNÓSTICO, pois pode afetar 1 ou 
mais órgãos, inclusive a corrente sanguínea. Os pacientes com risco para CANDIDEMIA são os 
neonatos, transplantados, portadores de neoplasias malignas, grandes queimados, pacientes com 
cirurgias abdominais ou em nutrição parenteral. 
Diagnóstico Laboratorial 
Exame micológico – realizado com KOH ou coloração GRAM, observa-se CÉLULAS 
LEVEDURIFORMES ARREDONDADAS com brotamento, além de pseudo-hifas. Para identificar a C. 
albicans podem ser utilizadas duas provas morfológicas: 
–
 
 11 
 
➔ Formação de tubo germinativo em soro fetal bovino 
➔ Formação de clamidoconídios, esporos arredondados, parede dupla, nas extremidades das 
pseudohifas 
Tratamento 
Nas candidíases superficiais, devem ser AFASTADOS os fatores que favorecem a patogenicidade da 
levedura, além de usar FÁRMACOS de ação fungicida. Nas formas oral e vaginal há uso de 
medicação oral, enquanto na sistêmica pode ser oral e parenteral. 
Candidíase Mucosa – derivados poliênicos, como NISTATINA em suspensão oral para bochecho. 
Derivados imidazólicos TÓPICOS (clotrimazol, miconazol, oxiconazol e cetoconazol) são usados nas 
formas CUTÂNEAS da candidíase. 
Candidíase Sistêmica – anfotericina B é um dos fármacos de eleição, embora também possa ser 
utilizado DERIVADOS TRIAZÓLICOS (fluconazol, itraconazil, voriconazol) – fluconazol é o de escola 
quando se fala de C. albicans. 
3) Dermatomicoses 
Termo utilizado para denominar as micoses ocasionadas por uma variedade de FUNGOS 
FILAMENTOSOS NÃO DERMATÓFITOS (FFND), que produzem lesões semelhantes às das 
dermatofitoses. Os FFND são GEOFÍLICOS e encontram-se amplamente distribuídos na natureza, 
sendo o contato com o homem por meio do SOLO e das PLANTAS. Nenhum FFND é queratolítico, 
sendo que todos vivem às custas do cimento intracelular ou de uma queratina já previamente lesada, 
ou seja, são INVASORES SECUNDÁRIOS. 
Os FFND são considerados agenetes de dermatomicoses quando: 
➔ O fungo determina infecção clinicamentesemelhante à dermatofitose 
➔ O isolamento do fungo em cultura é compatível com a morfologia em achado clínico 
Manifestações Clínicas 
Onicomicose: invasão da lâmina ungueal por FFND, sendo rara e 
pouco diagnosticada. As alterações incluem inflamação da prega 
ungueal proximal, coloração amarelada na cutícula, dor e secreção 
purulenta. O diagnóstico é confirmado por exame micológico direto 
que irá revelar HIFAS. Tratamento é difícil e com recidivas frequentes – 
tópicos são utilizados com antifúngicos em veículo de esmalte 
(amorolfina) associado a avulsão da lâmina ungueal. Para o tto 
sistêmico, a droga de escolha é o ITRACONAZOL – tempo de tto de 8 
a 12 meses. 
Dermatomicose de pés e mãos: Mais comuns nos pés, com clínica semelhante à tinha dos pés. Tto 
tópico, sistêmico ou combinado. Antifúngicos tópico são de amplo especto, como derivados 
imidazólicos. Antifúngico sistêmico de escolha é o ITARCONAZOL.

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