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Formação do Eu Social

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Aula 3: A formação do ser social
Introdução
Nesta aula, estudaremos como se desenvolve o Eu no contexto social, para entendermos melhor a formação do autoconceito e da autopercepção. Nestes processos destacaremos a atuação de certos fenômenos tais como o de autocontrole percebido e a importância dos papéis sociais e do julgamento dos outros.
Seguidamente, descreveremos a tendenciosidade personalista como o viés que adotamos ao justificarmos nossos atos ou quando nos comparamos com os outros. Ela funciona como um importante fator adaptativo permitindo que as pessoas se protejam da depressão e da rejeição social.
Finalmente, abordaremos o desenvolvimento da moralidade e a importância da necessidade de realização como fenômenos que nos permitem entender o comportamento do sujeito no seu grupo social. Por exemplo, a necessidade de realização é uma motivação que também se desenvolve ao longo do processo de socialização e que pode ser qualificada como proativa mobilizando o sujeito em direção a metas novas.
	
O Autoconceito
O autoconceito representa as crenças específicas pelas quais definimos quem somos. Representa nossos autoesquemas, ou seja, os modelos mentais que utilizamos para representar o que somos para nós mesmos. Estes autoesquemas afetam de forma significativa a maneira como processamos as informações sociais. 
Assim, a forma como percebemos, lembramos e julgamos os outros e a nós mesmos, depende desses autoesquemas.
Por exemplo, se me considero muito capaz intelectualmente, terei uma grande tendência a avaliar aos outros em termos de capacidade intelectual. 
Terei uma forte inclinação em lembrar eventos relativos à atividade intelectual e me apresentarei como mais disponível a informações coerentes e relativas a este autoesquema.
Exemplos:
De acordo com o que vimos anteriormente, os autoesquemas constituem o autoconceito e facilitam a recuperação e a classificação das informações que chegam até nós. Assim, as nossas experiências são, em parte, determinadas pelo autoconceito.
Um exemplo claro deste fenômeno está representado pelo efeito de autorreferência onde o nosso Eu acaba influenciando a nossa memória.
A maioria das nossas memórias se forma em torno de nosso interesse primário que somos nós mesmos.
Vejamos, a seguir, alguns exemplos disto:
Quantas vezes nós lembramos melhor das partes de uma história que estão diretamente associadas a nós, ou aquelas relacionadas com os elementos com os quais nos identificamos?
Quantas vezes ao recordarmos de uma conversa, lembramos melhor das partes que dizem sobre nós mesmos? 
Na verdade, temos a tendência de lembrar melhor dos detalhes e das questões relacionadas com a gente.
O Eu
O sentido do Eu se encontra no centro de nossos mundos. Assim, podemos nos ver como atores principais das nossas vidas e tendemos a nos ver como o palco central, como os protagonistas, e superestimamos o grau em que o comportamento dos outros está relacionado com nós mesmos.
Este fenômeno passa a ser mais evidente em crianças as quais reconhecemos como egocêntricas. Mas, o egocentrismo é uma característica presente em maior ou menor extensão, em todos nós.
Na verdade, os autoconceitos incluem não somente os autoesquemas em relação a nossa identidade atual. 
No autoconceito podemos incluir também os “eus possíveis”, ou seja, o que gostaríamos ou desejamos ser no futuro. 
Além do mais, os autoconceitos englobam diversas características em diversos contextos, e assim, o conjunto como um todo determina como nos sentimos com nós mesmos.
Desenvolvimento do Eu social
A socialização é um processo de preparação das pessoas para o desempenho de papéis sociais, e para isto elas devem desenvolver habilidades psicológicas e físicas de maneira a serem capazes de preencher expectativas comportamentais do grupo ao qual pertencem.
Origem do autoconceito
Mas o que origina e determina o autoconceito?
Diversos estudos apontam para vários fatores, entre eles os genéticos e os sociais.
Na compreensão deste processo, Myers (2000) destaca diversas experiências, tais como, os papéis que desempenhamos as comparações sociais, as experiências de sucesso e o fracasso, os julgamentos das outras pessoas e as relações do indivíduo com a sua cultura, como veremos a seguir.
Papéis sociais
No caso dos papéis que desempenhamos dentro de nosso grupo social, podemos entender como progressivamente aprendemos e desenvolvemos aspectos de nós mesmos. Isto pode ser observado especialmente ao assumirmos um novo rol. 
No começo, podemos nos sentir um pouco constrangidos, mas progressivamente incorporamos esse papel no nosso Eu.
Os papéis sociais são sistemas de prescrições comportamentais objetivos com conteúdo socialmente definido. 
O aprendizado destes papéis sociais confirma o processo de socialização que acontece de maneira contínua, ao longo da existência de cada indivíduo no seu grupo social.
Em toda sociedade, estes papéis são diferenciados segundo sexo, idade, gênero, parentesco, diversas atividades de subsistência e convivência, e nas relações de poder. 
Além do mais, os indivíduos experimentam vários ritos de passagem quando transitam de um papel social para outro.
Este processo de socialização acontece através da intervenção de pais, companheiros e adultos de uma forma geral. 
Estes agentes de socialização influenciam as crianças e os adolescentes durante o desenvolvimento de papéis sociais básicos. 
Comparações sociais
Sobre as comparações sociais, Myers (2000) ressalta como elas moldam a nossa identidade. Na verdade, o autoconceito não se compõe unicamente pela identidade pessoal, mas também pela nossa identidade social. 
E assim, a identidade social de quem somos implica, de alguma forma, uma definição de quem não somos. Ainda quando nos sentimos parte de um grupo, temos consciência de nossa particularidade. 
Assim, sempre estamos nos comparando com as outras pessoas ao nosso redor e isto, por sua vez, nos permite entender melhor como diferimos deles.
Como Myers observa: 
“num lago pequeno, um peixe sente-se maior” 
(Myers, 2000, p. 23).
Experiências
Em relação às experiências de sucesso e de fracasso podemos entender que as mesmas alimentam o autoconceito. Estas experiências cotidianas permitem que os indivíduos se autoavaliem. 
Assim, ao assumir tarefas desafiadoras e ter sucesso possibilita nos sentir mais competentes. 
Este é o princípio de que o sucesso alimenta a autoestima.
Em contraparte, problemas e fracassos parecem causar baixa autoestima. 
E, segundo diversas pesquisas, esta baixa autoestima pode causar problemas. Podemos pensar então que os sentimentos seguem, até certo ponto, a realidade.
Como Myers destaca: “A autoestima vem não apenas de dizer às crianças como elas são maravilhosas, mas também das realizações conquistadas com esforço” (Myers, 2000, p. 24).
SAIBA MAIS:
Os julgamentos das outras pessoas também causam importante impacto
na autoestima. Quando as pessoas pensam bem de nós, isso ajuda a
pensarmos bem de nós mesmos. Desta forma, usamos as avaliações que
os outros fazem de nós como espelhos para nos perceber. Charles Cooley
(1902) chamou a este fenômeno de “eu especular”. Mas, na verdade, o
que importa para o autoconceito não é o que os outros pensam de nós, e
sim o que nós percebemos que eles pensam. Isto pode nos levar a uma
autoavaliação um pouco inflada em muitas ocasiões.
Em quanto ao Eu e as influências culturais, Myers (2000, p.24) expõe:
“Para algumas pessoas, especialmente as que vivem nas culturas
ocidentais industrializadas, o individualismo prevalece. A identidade é
bastante pessoal (...). A psicologia das culturas ocidentais presume que a
sua vida será enriquecida pela definição de seus Eus possíveis e por
acreditar em seu poder de controle pessoal”.
Já outras culturas como as nativas da Ásia valorizam mais o coletivismo
do que o individualismo. Desta forma, as pessoas passam a ter um maior
censo de pertencer e a identidade é mais definida em relação aos
outros.
Na verdade, nossas ligações sociais definem quem somos, pois o nosso Eu
é interdependente.E, por tanto, a autoestima correlaciona-se de forma
direta com o que os outros pensam de nós. Nas culturas individualistas,
este fato talvez não tenha tanto peso como nas culturas orientais, pois
no ocidente a autoestima é mais pessoal.
Autocontrole percebido
O autoconceito influencia o comportamento. Desta forma, o autocontrole percebido é muito importante na forma como enfrentamos as coisas.
O autocontrole percebido difere da noção de autocontrole em si. De fato, o autocontrole exercido com esforço pode esgotar as reservas de resistência que um indivíduo tem frente a uma determinada situação. 
Quando tentamos nos autocontrolar para resistir a uma determinada tentação ou a uma determinada condição, os esforços realizados são muitas das vezes ineficazes e acabamos nos dando por vencidos.
O autocontrole percebido é mais do que o esforço realizado para lutar contra, ele representa a nossa percepção do quão forte podemos ser. Este conceito está relacionado com a teoria da autoeficácia de Bandura (1997). 
Para este autor, uma convicção positiva das nossas possibilidades é altamente benéfica, pois permite que o indivíduo seja mais persistente e mais centrado nos seus objetivos.
O grau de autoeficácia é a medida de quão competente nos sentimos para fazer alguma coisa.
Mas os sentimentos de competência e de eficácia dependem da maneira como explicamos os nossos reveses.
As pessoas bem sucedidas têm maior probabilidade de encarar os reveses com otimismo se sentindo capazes de reverter a situação.
De acordo com o que você viu anteriormente, podemos dividir as pessoas em dois grandes grupos:
Aquelas que apresentam um desamparo adquirido – No primeiro grupo temos as pessoas deprimidas que se tornam passivas porque acreditam que seus esforços não têm qualquer efeito. 
Nestas pessoas predomina um sentimento de perda de controle sobre o que fazem e como consequência os eventos desagradáveis se tornam profundamente estressantes.
Aqueles que se apresentam com determinação - No segundo grupo temos pessoas que assumem o comando da própria vida para procurar realizar todo o seu potencial. Estes sentimentos estão demonstrados que aumentam a saúde e a sobrevivência. 
Pessoas deste grupo são bem menos ansiosas e menos deprimidas, se adaptam com maior facilidade e superam expectativas no desempenho das tarefas que realizam.
Tendenciosidade personalista
A tendenciosidade personalista é o viés que adotamos quando justificamos nossos atos ou quando nos comparamos aos outros. Com muita frequência aceitamos créditos quando nos informam de nossos sucessos, mas somos altamente resistentes a aceitar os nossos fracassos. 
Quando fracassamos colocamos a culpa fora de nós. Em relação a comparações é interessante observar que a maioria das pessoas se considera melhor do que a média. Também apoiamos a autoimagem atribuindo importância às coisas em que somos bons. 
Mais ainda, temos uma particular tendência em aumentar a autoimagem distorcendo a extensão em que os outros pensam sobre nós. É por isto que em questões de opinião encontramos apoio para nossos pensamentos superestimando o grau em que os outros concordam conosco.
Myers (2000, p. 35) reúne algumas das explicações para estas diversas tendenciosidades personalistas: 
“(...) o indicador de autoestima nos alerta para a ameaça de rejeição social, motivando-nos a agir com maior sensibilidade para as expectativas dos outros. 
Estudos confirmam que a rejeição social baixa nossa autoestima, o que reforça nossa ansiedade por aprovação. Rejeitados ou desprezados, sentimo-nos sem atrativos ou inadequados. 
Essa dor pode motivar esforços para melhorar e uma busca por aceitação em outro lugar”. 
Desta forma, podemos entender que a tendenciosidade personalista pode ser vista como um importante fator adaptativo das pessoas, permitindo que as mesmas se protejam da depressão e da rejeição social. 
Mas, por outro lado, a tendenciosidade personalista pode ser vista também como um fator desadaptativo. Nesse caso, pessoas que culpam os outros pelos seus fracassos ou dificuldades sociais são, com frequência, mais infelizes daquelas que conseguem reconhecer seus erros. 
Além do mais, os reveses personalistas também inflam os julgamentos que as pessoas fazem de seus grupos, achando que seu grupo é melhor que os dos outros.
Administração da imagem
Existe assim uma preocupação importante por parte de cada um de nós em relação à autoimagem. Em diversos graus, estamos sempre administrando as impressões que criamos nos outros. Não podemos esquecer que, afinal de contas, somos animais sociais e precisamos do outro para nos reafirmar.
A autorrepresentação relaciona-se com a nossa necessidade de representar tanto para uma audiência externa, confirmada pelas outras pessoas, como para uma audiência interna, confirmada por nós mesmos, tudo isto com a finalidade de escorar a autoestima e de confirmar a autoimagem.
A nossa consciência sobre o outro faz com que muitas vezes ajustemos nosso comportamento procurando um acerto social. Isto pode ser visto como uma espécie de automonitoração. 
Este processo se apresenta em diversos graus em cada um, podendo estar presente em grande extensão em alguns indivíduos que se comportam como camaleões ou em menor extensão em pessoas que se importam menos com o que os outros pensam.
O equilíbrio entre estes dois extremos não é fácil. Causar boa impressão como uma pessoa modesta, mas competente, exige uma grande habilidade social. Neste fenômeno a cultura tem um papel importante. 
Desta forma, a tendência para apresentar modéstia e otimismo contido é especialmente grande em sociedades que valorizam o comedimento como algumas populações orientais.
Desenvolvimento da moralidade
As pesquisas do desenvolvimento da moralidade interessam a diferentes áreas, tais como, à Pedagogia, à Filosofia e às Ciências Sociais em geral. Este ponto encontra-se relacionado com estudos psicossociológicos referentes a comportamentos pró-sociais e de equidade.
Para falar do desenvolvimento da moralidade não podemos deixar de citar Kohlberg (1976), que assim como Piaget (1896-1980), estudou a formação de estruturas psíquicas que dependem da interação do sujeito com elementos socioambientais. 
Para estes autores, há uma grande importância nas interações sociais que o indivíduo mantém com o que está a sua volta, na busca de um equilíbrio entre o organismo e o meio ambiente.
O sistema de desenvolvimento da moralidade proposto por Kohlberg compreende três níveis, cada um com dois estágios seguindo uma sequência progressiva, onde a passagem de um para o próximo depende da boa resolução das demandas do estágio prévio. 
Tais estágios são:
Punição e obediência
Orientação segundo expectativas dos outros
Contrato social e direto
Realismo instrumental
Lei e ordem
Ética universal
Desta forma, o sujeito vai evoluindo seus princípios morais partindo de uma ética concreta e dependente das figuras parentais até uma ética mais individual e complexa. 
A partir de testes fundamentados na teoria de Kohlberg observa-se que os dois últimos estágios são muito difíceis de alcançar e que existem diferenças culturais na média atingida por um determinado grupo.
Desenvolvimento da necessidade de realização
A socialização também está relacionada com o surgimento de motivos sociais como, por exemplo, a necessidade de realização.
1.O autoconceito consiste em:
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1) As experiências que temos sobre nós mesmos, separados de tudo e de todos. 
2) As crenças específicas pelas quais definimos quem gostaríamos de ser. 
3) Autoesquemas, ou seja, os modelos mentais que utilizamos para representar o que somos para nós mesmos. 
4) Exclusivamente, a forma como gostaríamos de sermos reconhecidos. 
5) A forma como a sociedade nos define. 
2.Qual é o processo que prepara as pessoas para o desempenho de papéis sociais:
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1) Individualismo 
2) Socialização 
3) Autoconceito 
4) Autocontrole percebido 
5) Necessidade de realização. 
3.O autocontrole percebido difere da noção de autocontroleem si por que:
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1) Representa a nossa percepção de quão fortes podemos ser. 
2) Sempre sabemos até onde podemos chegar. 
3) As pessoas não imaginam o quão forte somos. 
4) O autocontrole varia entre todos os sujeitos. 
5) O autocontrole é sempre negativo. 
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