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Asma M5 - Isabella machado pessanha alves Clínica Médica I EPIDEMIOLOGIA GERAL - Asma e DPOC são doenças respiratórias obstrutivas e constituem um dos principais problemas de saúde pública em mortalidade e morbidade nos países de baixa e média renda. ASMA • HISTÓRIA A palavra “Asma “ significa ofegante ou dificuldade na respiração - Usada pela primeira vez nos Ilíadas, Homero, narra guerra entre gregos e troianos Grécia antiga- 762 AC - 2600 AC- descrita no primeiro livro de medicina interna- “Imperador Amarelo” • CONCEITOS - A asma é uma doença heterogênea (várias formas de apresentações clínicas), geralmente, associada a inflamação crônica das vias aéreas. - Asma é caracterizada por sintomas respiratórios variáveis- sibilos, dispneia, opressão torácica, tosse- e limitação variável do fluxo aéreo expiratório. - A doença varia em intensidade- com agravamento dos sintomas e da obstrução das vias aéreas- Exacerbações que podem ser fatais. - Deflagradores como: exercício, exposição a alérgenos ou irritantes, infecções virais, mudanças de tempo, tabagismo. - A mortalidade e morbidade podem ser evitáveis com uso principalmente de corticosteroides. • EPIDEMIOLOGIA - Doença crônica não comunicável mais comum, acomete 260 milhões pessoas no mundo - Idade: mais comum na infância – 2x > que adultos, (pico aos 03 anos). - Sexo: infância 2x mais comum no sexo masculino, mas igual nos adultos. - Adultos asmáticos: raramente tornam-se assintomáticos • EPIDEMIOLOGIA BRASIL - 12,3% asmáticos estão com asma bem controlada - Prevalência de 20% entre adolescentes (uma das maiores do mundo - A mortalidade e as hospitalizações caiu 72% 2005-2020 em paralelo aumento do acesso medicamentoso (CI) • FISIOPATOLOGIA - A inflamação crônica tipo 2 na mucosa desde traqueia até bronquíolos terminais ( +brônquios cartilaginosos) com liberação de citoquinas, IL-4, IL-5 e IL-13. - Hiper- responsividade brônquica: aumento na facilidade e grau de estreitamento das vias aéreas em resposta a estímulos broncoconstritores in vivo. - Na asma as pessoas tem uma exercebação de algum estimulo chegar a fazer broncoconstrição. OBS: ASMA ALÉRGICA INFLAMAÇÃO Aumento de eosinofilos e IgE (Th2) que cai na circulação sistêmica. CONTINUAÇÃO DA FISIOPATOLOGIA - Redução da luz brônquica - Edema de mucosa - Hipersecreção mucosa - Contração do músculo liso brônquico O B S : L o n g a d u r a ç ã o - FISIOPATOLOGIA - A inflamação crônica desencadeia ciclo c ontínuo de agressão e reparação, levand o alterações estruturais irreversíveis e o bstrução irreversível brônquica: remodelamento das vias aéreas • FATORES DE RISCO 1. ENDÓGENOS - Predisposição genética - Atopia - Hiper-reatividade das vias respiratórias - Sexo - Etnia - Obesidade - Infecções virais nos primeiros anos de vida 2. AMBIENTAIS - Alergênios do ambiente doméstico - Alergenios do ambiente externo - Sensibilizantes ocupacionais - Tabagismo passivo - Infecções respiratórias - Dieta - Paracetamol • APRESENTAÇÕES CLÍNICAS (FENÓTIPOS) 1-Asma alérgica: é o mais comum, iniciado na infância estando associado a passado ou história familiar de alergias a medicamentos, alimentos, eczemas, rinite alérgica. • Escarro induzido: inflamação eosinofílica (aumento do eos e de IgE ). Boa resposta Corticoide inalatório (CI) • Deflagradores: Antígenos domiciliares comuns: ácaros, baratas, fungos, pelo d e animais domésticos (cães e gatos) e pólen. 2-Asma não-alérgica: não tem associação com alergia. Escarro pode conter eosinófilos, neutrófilos e poucas células infamatórias. Má resposta ao CI. Deflagradores • Infecções virais, bacterianas e fúngicas; • Exposição ao ozônio; • Sensibilizantes químico 3-Asma início tardio- vida adulta: alguns adultos, geral. mulheres, má resposta ao CI (necessitam altas doses). (Exclui-se asma ocupacional). 4-Asma com limitação persistente ao fluxo aéreo: alguns pacientes de longa evolução de doença desenvolvem limitação parcialmente ou persistentemente irreversível ao fluxo aéreo (remodelamento brônquico). 5-Asma e obesidade: alguns obesos com asma tem severos sintomas respiratórios e pouca inflamação eosinofílica nas vias aéreas. • SITUAÇÕES ESPECIAIS Asma Ocupacional: 16% casos em adultos - Causada por sensibilizantes (IgE- tardia) ou irritantes (aguda- não mediada por IgE) ou condições próprias do ambiente de trabalho - Asma iniciada ou agravada adultos deve-se investigar causa ocupacional. - Sintomas melhoraram nos dias sem exposição- fim de semana, férias. - A conduta ideal é o afastamento precoce da exposição. •Atividades: pintura, limpeza, marcenaria, carpintaria, salões de beleza, serviços de saúde e indústria de alimentação (exposição a farinhas, proteínas animais e condimentos) OBS: ASMA OCUPACIONAL - IRRITANTES - Bronco-constrição induzida pelo exercício- Aumento da resistência das vias aéreas. - Doença respiratória exacerbada por Aspirina- 7% - adultos asmáticos e 15% dos casos de asma severa. Alguns minutos ou 1-2h após a ingestão de aspirina ou outra DANES surgem sintomas- “crise aguda de asma” acompanhado de : rinorreia, irritação conjuntival, obstrução nasal, rubor na cabeça e pescoço. broncoespasmo pode ser severo. - Asma na gestação: 1/3- pioram, 1/3 melhoram e 1/3 inalterado. • DIAGNÓSTICO O diagnóstico é clínico: 1- sintomas respiratórios e 2- limitação reversível do fluxo aéreo • EXAME FÍSICO - O exame físico pode ser normal em muitos casos. - As alterações do exame físico – intermitentes, ocorrem mais nas exacerbações e se sintomáticos. - Sintomas podem piorar a noite e nas primeiras horas da manhã Inspeção: padrão respiratório- esforço respiratório (musculatura acessória), tosse, escarro (muco espesso), cianose ( hipoxemia grave em insuficiência respiratória nas exacerbações). Ausculta: os sibilos expiratórios é a manifestação clínica mais encontrada. - Roncos difusos em todo tórax . - Em casos de obstrução grave- “ tórax silencioso” redução acentuada do MV • ESPIROMETRIA - (spirare = respirar + metrum = medida). É a medida do ar que entra e sai dos pulmões. - É um teste respiratório que mensura os volumes e fluxos contidos na Capacidade vital forçada (CVF). - O principal parâmetro espirométrico para obstrução de vias aéreas é : - Volume expiratório forçado no 1 segundo- VEF1 1-Distúrbio Ventilatório Obstrutivo: Redução VEF1/CVF por � VEF1 2- confirmação da reversibilidade obstrução: - VEF1 aumenta 12% e 200ml (adultos) após BD - VEF1 aumenta 12% e 200ml após 4 semanas de terapia anti-inflamatória. - PFE variabilidade diurna: -10% -adultos e 13% em crianças • PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO - PFE - Parâmetro expiratório esforço- dependente que reflete o calibre das vias aéreas proximais. - Medida da força expiratória e capacidade de tossir. - Aparelhos: espirometria ou medidor portátil (peak flow) • Diagnóstico- limitação reversível do fluxo aéreo e variabilidade - Variabilidade 2xd por 2 semanas - Tem correlação com VEF1 • Monitoramento: crises agudas • CLASSIFICAÇÃO - CONTROLE Baseada na avaliação de: 1-sintomas diurnos, 2-limitação atividade física, 3-uso medicação de alívio, 4- despertares noturnos • CLASSIFICAÇÃO - GRAVIDADE - Baseada em quantos corticoides vão ser necessários usar • Asma leve- controlada com baixa intensidade de tratamento (Etapas 1 e 2) • Asma moderada- controlada com média intensidade de tratamento (Etapa 3) • Asma severa- necessita de alta intensidade de tratamento (Etapas 4 e 5) • É baseada na intensidade do usode medicamentos para controle. • A classificação da Asma só deve ser feita após 2-3(6) meses de tratamento medicamentoso. • COMORBIDADES - Rinite e Sinusite e pólipos nasais •A maioria (+80%) dos asmáticos tem rinite alérgica (RA). •10-40% pacientes com RA têm asma. •Tratar a RA com corticoide nasal reduz a hospitalização por asma. - Obesidade: maior prevalência na asma adultos, na infância maior no sexo feminino. controle medicamentoso difícil. - Refluxo Gastroesofágico: -tem maior prevalência na asma, pode contribuir para tosse na asma e deve ser tratado. - Ansiedade e Depressão: tem prevalência aumentada na Asma. Menor controle e aderência tratamento medicamentoso, maior hospitalização. Outras: DPOC*, Apneia do sono, Aspergilose Broncopulmonar alérgica. • TRATAMENTO FARMACOLÓGICO - Objetivos: controle dos sintomas e p r e v e n ç ã o d e riscos futuros(exacerbação, perda função pulmonar e efeitos adversos dos medicamentos). - Medicações de controle: corticoide inalatório isolado ou com LABA(B2 de longa ação)- formoterol+budesonida. - M e d i c a ç õ e s d e a l í v i o : formoterol+ budesonida (baixa dose (6/200mcg) ou SABA (B2 curta ação). - M e d i c a ç õ e s a d i c i o n a i s n a asma severa:Azitromicina, tiotrópio ( L A M A ) , o m a l i z u m a b e ( a n t i - IgE), benral izumabe (anti-IgG1- k a p p a ) , M e p o l i z u m a b e ( a n t i - IL5), dupilumabe (anti-IL4). • TRATAMENTO/MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS • CORTICOESTEROIDE INALATÓRIO - Redução dos sintomas respiratórios - Redução da necessidade de medicação d e resgate (B2 de curta ação). - Redução do número de hospitalizações - Melhora na função pulmonar - Diminuição da responsividade das vias a éreas • B2 AGONISTAS - Tem ação lenta e rápida. A rápida é porque ele age no meio aquoso e no meio lipídico. Formoterol- B2- agonista de longa ação- (LABA) FM- início de ação em 2m • TRATAMENTO INICIAL - Formoteral + Budesonida • FALHAS DO TRATAMENTO 1- Médicas: - Diagnóstico impreciso - Indicação inadequada escolha do dispositivo; - Falta de conhecimento dos consensos e diretrizes 2- Paciente: - Uso incorreto medicações - Não aderência TTO - Resistência • DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL -> 12-39 anos: - Obstrução laríngea - Síndrome da Tosse crônica - Fibrose cística - Bronquiectasias - Doença cardíaca congênita - Inalação de corpo estranho - Deficiência de alfa 1 anti-tripsina -> Acima de 40 anos: (GINA, 2021) - Bronquiectasias - Insuficiência Cardíaca Congestiva - DPOC * - Tosse relacionada a medicamentos (IECA) - Trombo-embolia pulmonar - Obstrução das vias aéreas centrais - Doenças do parênquima pulmonar - Tuberculose pulmonar em todas as idades • ASMA E COVID -> Tratamento medicamentoso: - Deve ver mantido: CI e LABA. - Se necessário corticoterapia oral em exacerbações. -> Riscos de disseminação da infecção: -Não usar nebulizador, e uso de SABA deve ser em dispositivo inalador dose pressurizado com espaçador e máscara facial de proteção. - A espirometria (PFR) e - o peak Flow estão contra-indicados. - A PFR- deve ser feita assim que a Covid esteja controlada. CASO CLÍNICO Uma paciente do sexo feminino, 43 anos, b r a n c a , p r o c u r o u a t e n d i m e n t o ambulatorial devido a dispneia recorrente associada à sibilância, opressão no peito e tosse iniciados há seis meses. Os sintomas surgiram após um quadro d e i n f e c ç ã o r e s p i r a t ó r i a e foram agravados por mudanças do clima, atividade física e exposição a mofo domiciliar. Os sintomas aliviavam espontaneamente e, em duas ocasiões, melhoraram após uso de n e b u l i z a ç ã o com salbutamol durante atendimento na emergência. No último mês, os sintomas passaram a ser diários, limitando as atividades da paciente. Ela nega tabagismo e co-morbidades. Exame físico: bom estado geral, hidratada, corada, eupneica, sem cianose. Sinais Vitais: PA:120/80mmHg, FC:80bpm FR: 18irpm ACV: RCR, 2T, BNF, sem sopros. Aparelho respiratório: murmúrio vesicular presente em ambos os campos pulmonares, alguns sibilos expiratórios em bases bilaterais. Abdome e MMI: sem alterações. Exames complementares: Radiografia de toráx- normal. Espirometria- a seguir. COMENTÁRIOS ID: adulta, 43 anos, sexo feminino HDA: Sintomas: dispneia recorrente, sibilância, opressão no peito e tosse há 6 meses. Incialmente era pouco frequente e menos intenso e houve agravamento neste período. Fatores agravantes: infecção respiratória, mudanças do clima, atividade física e exposição à mofo domiciliar. Fatores de melhora: espontaneamente, uso de broncodilatador- salbutamol. Crises de exacerbação até piora progressiva em 6 meses. Espirometria- limitação fluxo aéreo reversível- (IT: VEF1/CVF=76,9%) Prova Broncodilatora positiva: VEF1- 1,50l pré-BD e 2,38l pós-BD- aumento 880ml e 58%. DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica • DEFINIÇÃO - Doença crônica comum, evitável e tratável caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação ao fluxo aéreo devido anormalidades das vias aéreas causadas pela exposição nociva a gases ou partículas tóxicas. • EPIDEMIOLOGIA - Está entre as três principais causa de morte no mundo (90% em países média e baixa renda) - Mais de 3 milhões de pessoas morreram em 2012 - 6% de todas as mortes no mundo. - DPOC é maior causa de morbidade crônica e mortalidade no mundo. - Muitas pessoas sofrem durante anos e morrem devido as complicações relacionadas. - Os gastos com a DPOC estão projetados a aumentar nas próximas décadas - a exposição contínua aos fatores de risco e o envelhecimento população • FATORES DE RISCO -> TABAGISMO- principal FATOR em todo o mundo, mas não é o único 1. POLUIÇÃO DO AR – BIOMASSA, PM10, PM2,5 2. Genética (ATTD) e história familiar 3. Desenvolvimento pulmonar 4. Sexo 5. Idade 6. Status socioeconômico- pobreza 7. Asma e Hiper-responsividade das vias aéreas 8. Bronquite crônica 9. Infecções (HIV/ BK) -> DPOC em fumantes (comparados DPOC não fumantes): 1- sintomas respiratórios mais prevalentes 2- mais anormalidades na função pulmonar, maior taxa de declínio anual VEF1 3-Maior mortalidade -> DPOC em não fumantes: 1- FORMAS MAIS LEVES E MENOS INFLAMAÇÃO, 2- não tem o risco de CA DE PULMÃO e de DVCs 3- Risco aumentado : pneumonia e mortalidade por Insuf. Respiratória SEXO- masculino- maior exposição ambiental e tipo de ocupação – escultores, jardineiros, agentes químicos, minérios de carvão e ouro. • Nos países desenvolvidos : homem e mulher igual prev.– provável hábito tabagismo aumentado nas mulheres. -> FATORES GENÉTICOS - deficiência da a1antitripsina (AATD): Brasil inc. o,8 a 2,0% dos DPOC - Outros genes: MMP-12 – (matrix metaloprotease) e Glutation S- transferase - História familiar - DPOC severos- irmãos tem > incid. Limitação ao fluxo aéreo. -> IDADE: mais avançada- idosos- não se sabe se é o tempo de exposição ambiental cumulativa por si só que desenvolveria alterações estruturais nas vias aéreas ou parenquimatosas ou a DPOC. ->DESENVOLVIMENTO PRÉ E PERINTAL- baixo peso ao nascer, infecções respiratórias , atraso no desenvolvimento pulmonar em qualquer fase (gestação, infância) tem relação direta com VEF1 adulto. ->ASMA: adultos com asma tem 12x maior risco de DPOC dos que sem asma . Crianças com asma – 11% DPOC mais precoce. ->Hiper-responsividade das vias aéreas: sem o diagnóstico clínico de asma tem fator de risco DPOC e preditor de mortalidade tb. ->BRONQUITE CRÔNICA: hipersecreção de muco está associada aumento DPOC e declínio de VEF1 e severidade e exacerbação->INFECÇÕES - História infecções severas na infância - Pacientes com HIV positivo - Tuberculose pulmonar- (Dig. Diferencial e pode co-morbidade) • PONTOS CHAVES DO DIAGNÓSTICO • QUANDO PENSAR NO DIAGNOSTICO? Dispneia: crônica (persistente), progressiva no tempo, piora com os exercícios Tosse Crônica: pode ser intermitente, seca ou produtiva Produção crônica de escarro: qualquer padrão de produção – DPOC Infecções recorrentes do trato respiratório inferior História de fatores de risco- EXPOSIÇÃO História familiar História na infância: infecções, baixo peso ao nascer e desen. Pulm. Evolução clínica progressiva lenta – exacerbações. • FISIOPATOGÊNESE - Diferente da asma que fica nas vias repsiratorias, a DPOC vai pegar no parenquimica pulmonar, nos alvéolos. • INFLAMAÇÃO - Os mecanismos da amplificação na resposta inflamatória na DPOC mal compreendidos, em parte geneticamente determinados. - A causa da resposta inflamatória exacerbada em não tabagistas é incerta. - Os dois mecanismos principais desta inflamação: 1- Estresse oxidativo- substâncias oxidativas são geradas pelo cigarro e/ou outras partículas nocivas com liberação de células inflamatórias- neutrófilos, macrófagos, linfócitos Th1 ativados. As vezes Linf. Th2- � eos. 2- Desequilíbrio entre Protease e anti- protease: Há aumento de várias proteases liberadas pelas células inflamatórias ativadas causando destruição do tecido pulmonar. • FISIOPATOLOGIA - Atinge nos brônquios, inflação e muco. Pode ter muita secreção também e atinge os alvéolos com destruição da parede alveolar. • IMAGEM RX de tórax - Não utilizado para diagnóstico, mas para excluir outras doenças: Derrame pleural, ICC, fibrose pulmonar, deformidades esqueléticas. - DPOC Avançado- hiperinsuflação (achatamento diafragmático e aumento do espaço retroesternal) , hipertransparência dos pulmões. TC de toráx - Não deve ser empregada rotina – a não ser identificar bronquiectasias, outras doenças devido risco aumentado de CA de pulmão na DPOC. - Nos casos avançados, como avaliação de indicação de ressecção pulmonar para localizar as áreas de enfisema e no pós- op • ESPIROMETRIA Diagnóstico: identificar a limitação irreversível do fluxo aéreo Classificar a severidade da obstrução ao fluxo aéreo -VEF1 (prognóstico) Seguimento– tomada de decisões terapêutica e identificar se há um rápido declínio funcional • CLASSIFICAÇÃO GOLD • REVISÃO DIAGNÓSTICA • SEMIOLOGIA - Casos Leves- exame físico normal. - As síndromes clínicas clássicas da DPOC: 1. Síndrome pulmonar de hiperaeração- (hiperinsuflação pulmonar) 2. Síndrome brônquica obstrutiva- - Nos pacientes mais graves: 1. Tórax em tonel, hipersonoridade à percussão, frêmito toracovocal e murmúrio vesicular diminuídos. 2. Cor pulmonale-(IVD)com turgência jugular, edema de membros inferiores, hepatomegalia, hi perfonese da 2a bulha no foco pulmonar. 3. Exacerbação e casos com maior produção de escarro-Roncos, sibilos e estertores grosseiros podem estar presentes • MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS • EXAMES COMPLEMENTARES - Mensuração de volumes pulmonares e difusão – DLCO - Gasometria arterial e oximetria(SatO2): se SatO2 <92% deve-se fazer a análise dos gases arteriais - Avaliação da capacidade física e testes de exercícios: Teste caminhada de 6 minutos - Ergoespirometria – auxilia diag. doenças cardíacas associadas. - Alfa 1-antitripsina: dosagem sérica- (<45 anos, não tabagistas) - ECG: sobrecarga de VD (Cor pulmonale). - Hemograma completo: anemia ou policitemia, leucocitose - Biomarcadores • BIOMARCADORES - São utilizados para mensurar, avaliar os processos patológicos, biológicos normais ou a resposta farmacológicas das intervenções terapêuticas. - EOSINÓFILOS: constituem o melhor guia de avaliação do uso de corticoesteroide. (> 300 células/µl no sangue- em pacientes com DPOC moderada a grave, em exacerbadores e terapia dupla) - Exacerbação – procalcitonia e proteína C reativa (PCRt) na orientação uso de antibióticos • ESCALA MMRC • ESCALA CAT • EXARCEBAÇÃO Definição - Piora dos sintomas respiratórios (dispneia e tosse) que necessite de terapia adicional. - Deve-se excluir outras doenças quando há piora dos sintomas. - Nas exacerbações da DPOC, o dano pulmonar é agravado por piora da inflamação e aumento do estresse oxidativo e das proteases (Porto, 2019) Critérios – E-DPOC Preditores da exacerbação- história prévia de exacerbação e VEF1<50 (BMJ, 2020) • EXARCEBAÇÃO - DIAGNOSTICO DIFERENCIAL 1.Pneumonia (Streptococcus pneumonia e, Haemophilus Influenzae e Moraxella catarrhalis) 2. Pneumotórax 3. Insuficiência cardíaca 4. Arritmias cardíacas – Fibrilação atrial e flutter 5. Uso de medicamentos betabloqueadores e sedativos • TRATAMENTO Tratamento em 2 categorias- (SBPT,2017) 1-Farmacológico: - Broncodilatadores-B2 agonistas (curta e longa ação) e antagonistas muscarínicos de curta e longa ação; anti-inflamatórios e outros. - DPOC- resistência aos corticosteroides e limitada resposta aos mesmos. - Oxigenoterapia: casos com hipoxemia (paO2<55mmHg/ satO2<88% ou<90% com hipertensão pulmonar/IVD) reduz a mortalidade 2-Não farmacológico: - Cessação do tabagismo - Atividade física - Reabilitação pulmonar - Vacinação para prevenção de infecções virais e pneumonia - Medidas para a doença avançada: tratamento cirúrgico e transplante pulm. • TRATAMENTO EM ESTÁVEIS os broncodilatadores são os principais medicamentos na dpoc LABA OU LAMA 1)A associação LABA + LAMA: - Potencializa os efeitos broncodilatação e reduz dispneia e gravidade das exacerbações; - Indicada: DPOC moderados a graves com sintomas e exacerbadores. 2) A terapia tripla: LAMA+LABA+ CI: - Eosinofilia periférica em exacerbadores - Exacerbadores sem resposta a LAMA+LABA - DPOC +ASMA DPOC: leve e assintomáticos, sem exacerbação- nenhum tratamento medicamentoso. • TERAPIA ADICIONAL - Quando casos graves são refratários a Terapia medicamentosa terapia tripla: LABA/LAMA+CI 1. Roflumilaste- é um inibidor seletivo da fosfodiesterase-4: -DPOC grave e muito grave (VEF1 < 50% do previsto) e com exacerbação, tosse, escarro. - Reduz exacerbação em 14% /52sem. 2. Azitromicina- casos de colonização bacteriana e infecções frequentes. Uso intermitente. 3. N-acetilcisteína- reduz o estresse oxidativo – uso controverso. • DIAGNOSTICO DIFERENCIAL 1. Asma* 2. Insuficiência cardíaca congestiva 3. Bronquiectasias 4. Tuberculose 5. Bronquiolite obliterativa CASO CLÍNICO ID: Paciente 64 anos, sexo feminino, tabagista há 20 anos. HDA: Há 2 semanas apresentou quadro de gripe e usou xarope. Na consulta nega dispneia e faz uso da medicação inalatória: formoterol+budesonida a qual interrompeu há 1 semana. Sem relato de internações. dispneia – mMRC=2 (“Preciso parar algumas vezes quando ando no meu passo, ou ando mais devagar que outras pessoas de minha idade”). Comorbidades: HAS (HCTZ) e Artrite reumatoide- em uso de prednisona 20mg e metotrexato. Exame físico: eupneica, satO2:96%, PA:110/70mmHg, IMC: 31kg/m2 AR: MV audível reduzido difusamente e chiado alto. CASO CLÍNICO 2 D: Paciente 55 anos, sexo feminino, tabagista 36 maços-ano, auxiliar de serviços gerais. dispneia – mMRC=2 . HDA: A paciente refere sintomas de rinite e falta de ar quando está na presença de cheiros fortes (produtos de limpeza). Está em uso da medicação (formoterol+budesonida- 2xd) e relata ter melhorado dos sintomas respiratórios após o início do uso. Comorbidades: Artrite pós chikungunya. Exame físico: eupneica, satO2:98%, PA:90/50mmHg, IMC: 17,8Kg/m2 AR: MV audível reduzido difusamente, sem RA. Exames lab: leucograma8.870; eosinófilos: 0; Ht:40%: HB:14,2 Espirometria: IT (VEF1/CVF): 42%; VEF1: 39%- Gold-3 • DPOC E ASMA - CONSIDERANÇÕES FINAIS - Asma e DPOC são doenças marcadas pela ampla Heterogeneidade com vários fenótipos e mecanismos subjacentes acometendo vias aéreas aéreas e/ou pulmão. ASMA - Sintomas respiratórios variáveis, piores a noite ou ao despertar- deflagradores e melhoraram espontaneamente ou com CI, B2. - Função pulmonar: limitação ao fluxo aéreo reversível com variabilidade. - Idade- infância ou adultos mais jovens (antes dos 40 anos) DPOC - Idade: mais de 40 anos - Sintomas: dispneia persistente e progressiva na maioria dos dias ( pode também ter tosse produtiva) - História de exposição tóxica: cigarro e ou outras partículas, infecções e baixo peso ao nascer, BK - Sem história passada de asma - Função pulmonar: limitação persistente do fluxo aéreo, com ou sem reversibilidade ao bronco-dilatador.
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