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Psicoterapia – Wikipédia a enciclopédia livre

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Psicologia
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Tópicos · Terapias
Portal
Existem dezenas de abordagens
e áreas de atuações distintas de
psicoterapias. Diferentes
abordagens são mais eficientes
Psicoterapia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O termo psicoterapia (do grego psykhē - mente, e
therapeuein - curar; primeira referência ca. 1890) refere-
se à à um processo dialético efetuado entre um
profissional psicólogo/médico (o psicoterapeuta) e o
cliente (o paciente).
Por ser definitavamente da área da Saúde Mental, a
psicoterapia é a principal linha de tratamento para
qualquer assunto referente à mente, para isso faz uso de
métodos, técnicas e intervenções psicológicas cujo
objetivos centrais são:
restabelecer a qualidade de vida do paciente;
equacionar os motivos da consulta (que variam
desde pequenas dificuldades do dia-a-dia até
mesmo grandes psicopatologias);
desenvolver os padrões de funcionamento mental
do indivíduo e de seus sistemas psíquicos (saúde
orgânica, saúde mental, familiar, social, sexual,
intelectual, financeiro, profissional, lazer e
espiritual).
Índice
1 Características
2 Estrutura básica da psicoterapia
3 Efetividade da psicoterapia
4 O funcionamento da psicoterapia
4.1 Fases de mudança do paciente
4.2 Fases da terapia
5 Mecanismos de mudança em psicoterapia
6 Efeitos da psicoterapia
7 Tipos de psicoterapia
7.1 Classificações sob aspectos formais
7.2 Classificação de acordo com a
perspectiva teórica
7.3 Abordagens transteóricas
8 Psicoterapia por computador
9 Indicação
10 Referências
11 Bibliografia
com diferentes pacientes e
problemas.
Características
Como todas as formas de intervenção em saúde e em psicologia clínica, a
psicoterapia:
é executada por profissionais psicólogos e/ou outros profissionais de saúde mental especializados em
psicoterapia;
é comumente precedida de um psicodiagnóstico (a não ser em crises pontuais tais como, luto, separação,
demissão, etc);
é um tratamento efetuado em ambiente clínico através de consultas de 50 min (normalmente 1 x por
semana);
faz uso de exames, testes e técnicas psicológicas para atingir o objetivo que pode variar de: cura,
diminuição do sofrimento, estresse, ou incapacidade do paciente (raramente causado por um transtorno
mental),
baseia-se no corpo teórico-científico da ciência da psicologia;
é aplicado em um determinado contexto formal (individual, em casal, com a presença de familiares, em
grupo - de acordo com a indicação).
Em linguagem técnica o termo "psicologia" refere-se à ciência e "psicoterapia" ao uso clínico do conhecimento
obtido por ela. Da mesma forma, costuma haver confusão entre os termos "psicoterapia" e "psicanálise",
enquanto que a psicoterapia refere-se ao trabalho psicoterapêutico baseado no corpo teórico da ciência da
psicologia como um todo, e a psicanálise refere-se exclusivamente ao trabalho baseado nas teorias oriundas do
trabalho de Sigmund Freud; "psicoterapia" é, assim, um termo mais abrangente, englobando todas as linhas
teóricas-científicas (com métodos e resultados) da Psicologia Moderna.
Estrutura básica da psicoterapia
Os vários tipos de psicoterapia, em todas as suas diferentes formas e métodos, possuem uma série de
características em comum. Somente tendo em mente tais características se pode compreender o funcionamento
da psicoterapia em geral e as qualidades que definem cada uma das diferentes escolas. Orlinsky e Howard 
procuraram descrever a interação dinâmica dos diferentes fatores que influenciam a psicoterapia,
independentemente da linha específica. Primeiramente as condições da terapia são organizadas por
determinadas circunstâncias sociais que determinam, por um lado, a oferta de terapeutas, as instituições que
oferecem terapia, o acesso (físico e financeiro) da população (estrutura do sistema de saúde), e, por outro, a
formação dos terapeutas e a aceitação de terapia por parte da população (fatores socioculturais). Sobre esse
pano de fundo, filtrado pela presença de outras partes interessadas (pais, família, supervisores etc.), se
desenrola então o processo terapêutico: entre o terapeuta e o paciente (em determinadas escolas chamado
cliente), cada um dos quais possuindo determinadas características profissionais e de personalidade, se fecha
um contrato terapêutico, que define as regras do trabalho terapêutico para ambas as partes. Dois elementos, a
técnica terapêutica e o relacionamento terapêutico, representam a base de trabalho e são ambas influenciadas
por atributos tanto do terapeuta como do paciente. O trabalho técnico do terapeuta, por outro lado, só poderá
dar frutos se o paciente mostrar abertura a esse trabalho. Os efeitos da terapia se apresentam em diferentes
níveis, tanto em relação aos padrões de funcionamento do indivíduo quanto em relação a seus relacionamentos
interpessoais.
Efetividade da psicoterapia
A disciplina que se dedica ao estudo - desenvolvimento, avaliação, melhoramento, explicação teórica - da
psicoterapia é a pesquisa psicoterapêutica (Psychotherapieforschung). A pesquisa empírica (ou seja, usando
métodos científicos) sobre a psicoterapia começou nos anos 1950, depois de o psicólogo britânico Hans
[1]
[2]
[1]
Eysenk (1952) ter afirmado que psicoterapia não tinha efeito nenhum, ou seja, que era melhor ficar em casa do
que buscar um terapeuta. Essa afirmação de Eysenk, de que ele próprio mais tarde (1993) se distanciou, foi o
impulso necessário, para que a busca de uma compreensão mais aprofundada do processo terapêutico
começasse.
A pesquisa dos efeitos da psicoterapia, baseada nos padrões da pesquisa farmacêutica, busca diferenciar o
efeito da terapia em si, o efeito placebo, ou seja, a melhora nos sintomas devido à expectativa do paciente (e
não à terapia em si), e a remissão espontânea, ou seja, a cura dos sintomas por si sós. Uma resposta à questão
do efeito da psicoterapia não se dá no entanto, com apenas meia dúzia de estudos; pelo contrário, são
necessários muitos deles, que são então reunidos em uma meta-análise, ou seja, um estudo que reúne e resume
um grande número de estudos. Com base em várias metaanálises pode-se afirmar hoje que a psicoterapia, pelo
menos em suas formas tradicionais, é realmente efetiva - ou seja tem efeitos mais fortes sobre a saúde psíquica
do que o efeito placebo e a remissão espontânea. Cabe no entanto observar com Klaus Grawe (1998)
que a questão do efeito placebo se apresenta de maneira diferente em psicoterapia e em farmácia, pois
enquanto nesta se trata de um efeito indesejável (se quer de fato que o medicamento funcione por si mesmo),
em psicoterapia trata-se de um forte efeito psicológico, que deve ser compreendido e que pode ser utilizado
como parte da própria terapia.
O funcionamento da psicoterapia
Uma vez confirmado o efeito positivo da psicoterapia sobre a saúde mental dos pacientes, a pesquisa empírica
começou a voltar sua atenção a uma pergunta muito mais difícil de ser respondida: como, com que mecanismos,
é que ela funciona?
Fases de mudança do paciente
O processo terapêutico começa, para o paciente, antes da terapia em si e termina somente muito depois de sua
conclusão formal. Prochaska, DiClemente e Norcross (1992) propuseram um modelo em seis fases que
descreve esse processo:
1. Fase "pré-contemplativa" (precontemplation stage): é a fase da despreocupação. O paciente não tem
consciência de seu problema e não tem a intenção de modificar o seu comportamento - apesar de as pessoas a
sua volta estarem cientes do problema. Nesta fase os pacientes só procuram terapia se obrigados;
2. Fase "contemplativa" (contemplation stage): é a fase da tomada de consciência. O paciente se dá conta
dos problemasexistentes, mas não sabe ainda como reagir. Ele ainda não está preparado para uma terapia: está
ainda pesando os prós e os contras;
3. Fase de preparação (preparation): é a fase da tomada de decisão. O paciente se decide pela terapia -
nesta fase o meio social pode desempenhar um papel muito importante;
4. Fase da ação (action): o paciente investe - tempo, dinheiro, esforço - na mudança. É a fase do trabalho
terapêutico propriamente dito;
5. Fase da manutenção (maintenance): é a fase imediatamente após o fim da terapia. O paciente investe na
manutenção dos resultados obtidos por meio da terapia e introduz as mudanças no seu dia-a-dia;
6. Fase da estabilidade (termination): é a fase da cura. Nesta fase o paciente solucionou o seu problema e o
risco de uma recaída não é maior do que o risco de outras pessoa para esse transtorno específico.
De acordo com o desenvolvimento do paciente através das diferentes fases se classificam quatro tipos de
progressão: (1) o transcurso estável, em que o paciente se estagna em uma fase; (2) o transcurso progressivo,
[3][4] [5]
[6]
em que o paciente se movimenta de uma fase para a próxima; (3) o transcurso regressivo, em que o paciente se
movimenta para uma fase em que já esteve, e (4) o transcurso circular (recycling), em que o paciente muda a
direção do movimento pelo menos duas vezes.
Fases da terapia
A terapia em si se desenvolve em quatro fases consecutivas, cada qual com objetivos próprios:
1. Indicação: definição do diagnóstico, decisão com respeito à necessidade de uma terapia e de qual tipo
(médica, psicoterapêutica, ambas), aos métodos indicados para o problema em questão, esclarecimento do
paciente a respeito da terapia;
2. Promoção de um relacionamento terapêutico e trabalho de clarificação do problema: a estruturação
dos papéis (terapeuta e paciente), desenvolvimento de uma expectativa de sucesso, promoção do
relacionamento entre paciente e terapeuta, transmissão de um modelo etiológico do problema;
3. Encenação do aprendizado terapêutico: aquisição de novas competências (terapia cognitivo-
comportamental), análise e experiência de padrões de relacionamento (psicanálise), reestruturação da
autoimagem (terapia centrada na pessoa);
4. Avaliação: verificação do atingimento dos objetivos propostos, estabilização dos resultados alcançados, fim
formal da terapia e da relação paciente-terapeuta.
As decisões tomadas na fase 1 não devem necessariamente permanecer imutáveis até o fim da terapia. Pelo
contrário, o terapeuta deve estar atento a mudanças no paciente, a fim de adaptar seu métodos e suas decisões
de trabalho à situação do paciente, que nem sempre é clara no começo da terapia. A isso se dá o nome de
indicação adaptável.
Mecanismos de mudança em psicoterapia
Vários autores se dedicaram à questão do funcionamento da psicoterapia: o que é que leva à mudança no
paciente. K. Grawe (2005) descreve cinco mecanismos básicos de mudança (Grundmechanismen der
Veränderung) comuns a todas as escolas psicoterapêuticas:
1. Relacionamento terapêutico (therapeutische Beziehung): a qualidade do resultado de uma terapia é em
grande parte influenciada pela qualidade do relacionamento entre o terapeuta e o paciente.
2. Ativação de recursos (Ressourcenaktivierung): a psicoterapia auxilia o paciente a mobilizar a força interna
que ele possui para realizar a mudança necessária e estabilizá-la.
3. Atualização do problema (Problemaktualisierung): a psicoterapia expõe o paciente ao seu padrão normal
de comportamento, como modo de tornar esses padrões conscientes e assim modificáveis. Exemplos são o
trabalho com meios teatrais, como no psicodrama; os treinamentos de competências sociais, que podem ser
contados como parte integrante da terapia comportamental; a técnica de focusing de Gendlin, e o trabalho com
transferência e contra-transferência, típico da psicanálise e de outras escolas psicodinâmicas;
4. Esclarecimento motivacional (Motivationale Klärung) ou Clarificação e transformação de
interpretações (Klärung und Veränderung der Bedeutungen): a psicoterapia auxilia a clarificação de
ambiguidades e obscuridades na experiência pessoal do paciente, ajudando-o a encontrar um sentido para
aquilo que ele experiencia. Exemplos são os métodos de clarificação típicos da terapia centrada no cliente e os
métodos de reestruturação cognitiva da terapia cognitiva;
[1]
[7]
5. Competência na superação dos problemas (Problembewältigung): a psicoterapia capacita o paciente a
adquirir a capacidade de adaptação à realidade psíquica e social, típico dos transtornos psíquicos. Exemplo
típico de métodos que usam esse mecanismo de maneira explícita são os métodos de exposição, comuns à
terapia comportamental;
Uma outra abordagem do problema oferecem Prochaska et al. (1992), ao descreverem dez processos de
mudança diferentes. Tais processos são definidos como atividades e experiências pessoais que o paciente, de
maneira direta ou indireta, realiza na tentativa de modificar seu comportamento problemático. Esses processos
são: (1) Autoexploração ou autoreflexão (conscious raising), ou seja, o paciente procura se conhecer
melhor, o que leva a uma (2) auto-reavaliação, (3) autolibertação da convicção de que uma mudança não é
possível, (4) contra-condicionamento, ou seja, a substituição do comportamento problemático por outro,
mais adequado, (5) controle dos estímulos, ou seja, o evitar ou combater estímulos que levam ao
comportamento problemático, (6) Administração de reforços, ou seja, o paciente se dá uma recompensa
cada vez em que se comporta da maneira desejada (ver condicionamento operante), (7) relacionamentos
auxiliadores, ou seja, o paciente se abre à possibilidade de falar sobre seus problemas com uma pessoa de
confiança (de maneira especial o terapeuta), (8) alívio emocional através da expressão de sentimentos em
relação ao problema e as suas soluções, (9) reavaliação ambiental, ou seja, o paciente percebe como o seu
problema provoca estresse não apenas para si mas também para as pessoas à sua volta, e (10) libertação
social, ou seja, o paciente realiza gestos construtivos para seu ambiente social (família, amigos, sociedade em
geral).
Em seu modelo transteórico da psicoterapia Prochaska et al. (1992) unem os processos acima descritos a
seu modelo das fases de mudança (ver acima): os diferentes processos estão intimamente às diferentes fases e
determinados processos são completamente inócuos se realizados em uma fase inadequada.
Efeitos da psicoterapia
Ainda sob um ponto de vista geral, ou seja, comum a todas as escolas psicoterapêuticas, os efeitos da
psicoterapia podem ser analisados sob dois aspectos:
O aspecto processual, isto é, que se refere ao trabalho terapêutico em si. Aqui podem se observar os
seguintes efeitos: o fortalecimento do relacionamento terapêutico, a intensificação da expectativa de
sucesso do paciente, sensibilização do paciente a fatores que ameaçam sua estabilidade psíquica, um
mais profundo conhecimento de si mesmo (autoexploração) e a possibilidade de novas experiências
pessoais.
O aspecto final, isto, que se refere às consequências da terapia na vida do paciente. Aqui se
diferenciam os microefeitos dos macroefeitos. Os microefeitos referem-se aos pequenos progressos
que acontecem durante a terapia, entre as sessões: os paciente experiencia novas situações, emoções,
novas facetas de si, novas formas de comportamento. Já os macroefeitos dizem respeito às
consequências a longo prazo e às mudanças mais profundas, relacionadas às estruturas mais centrais da
personalidade e do funcionamento psíquico: a pessoa adquire novas posturas em relação a simesma e
aos demais, adquire novas capacidades e competências. Sobretudo, uma terapia realizada com sucesso
conduz a um aumento da autoeficácia (self-efficacy), ou seja, da convicção do paciente de ser capaz de
lidar com os problemas que o faziam sofrer, que leva a um aumento da autoestima. Outros efeitos são
ainda uma compreensão maior dos problemas que afligem o paciente e da históriade vida, que conduziu
a eles.
Tanto os micro- como os macro efeitos se podem dar em três níveis: (1) melhora do bem-estar, (2)
modificação dos sintomas e (3) modificação da estrutura da personalidade. Mudanças na estrutura da
personalidade só são possíveis depois de uma melhora do bem-estar e dos sintomas.
[6]
[1]
[8]
Tipos de psicoterapia
Apesar de terem tanto em comum, os diferentes tipos de psicoterapia se diferenciam na ênfase que dão em
cada um desses aspectos comuns. Antes de serem concorrentes, os diferentes tipos de psicoterapia possibilitam
uma maior adaptabilidade do tratamento às características individuais do paciente e podem ser classificados sob
diversos pontos de vista:
Classificações sob aspectos formais
De acordo com o número de pessoas: psicoterapia individual, de casal, familiar ou de grupo;
De acordo com a duração: terapias curtas (ca.6-15 sessões) e longas (até três ou mais anos);
De acordo com o setting (contexto): online ou pessoalmente;
De acordo com a delegação do "poder terapêutico": terapias diretivas (power to the terapist), em que o
terapeuta trabalha com apenas um paciente; terapias de mediação (power to the mediator), em que o
auxílio não é direcionado ao paciente diretamente, mas a pessoas relevantes para ele (pais, parceiro,
etc.); grupos de auto-ajuda (power to the person), em que pessoas os mesmos problemas procuram
juntas se ajudar mutuamente na superação do problema;
Alguns métodos têm por objetivo mudanças intrapessoais (nas funções psíquicas do indivíduo), outros
têm por fim mudanças em sistemas interpessoais disfuncionais (pares, famílias, grupos de trabalho…);
De acordo com o fim da terapia: alguns tipos de psicoterapia têm por fim a superação de um problema
(problembewältigungsorientiert), outras objetivam uma clarificação dos motivos e objetivos
pessoais do paciente (motivational-klärungsorientiert) e por fim outras buscam enfatizar as
ressources do paciente, dando atenção mais às partes saudáveis da pessoa.
Classificação de acordo com a perspectiva teórica
M. Perrez e U. Baumann (2004), baseados em trabalhos anteriores, classificam quatro grande famílias
psicoterpêuticas:
Psicoterapias psicodinâmicas: explicam os problemas psíquicos com base em conflitos inconscientes
originados na infância e seu objetivo é superação de tais conflitos. Para isso elas procuram compreender
o presente a partir do passado e trabalham com métodos interpretativos. Objetos de interpretação
podem ser as livres-associações, os fenômenos transferenciais, os atos falhos, os sonhos etc.
Ver também psicanálise e psicoterapia analítica;ou ainda Sigmund Freud, Anna Freud, Melanie Klein, Lacan,
Bion, Winnicott, Carl G. Jung, Alfred Adler, Erik Erikson
Psicoterapias cognitivo-comportamentais: explicam os transtornos mentais baseadas na história de
aprendizado do indivíduo e nas interações dele com seu meio, e têm por objetivo o restabelecimento
das competências do paciente de controlar seu comportamento e de influenciar suas emoções e
percepções. Apesar de também ter um olho voltado para o passado, este grupo de terapias se concentra
sobretudo no presente e trabalha com métodos como treinamentos, condicionamento operante,
habituação, reestruturação cognitiva, o diálogo socrático, métodos psicofisiológicos, entre outros.
Ver também Terapia cognitivo-comportamental; ou ainda Aaron Beck
Psicoterapias existencial-humanistas: Esse tipo de terapia parte do princípio que todo ser humano
possui em si uma força interna que, se não for impedida por influência externa, o conduz à sua plena
realização. Elas explicam assim os trantornos psíquicos como fruto da incongruência entre a
autoimagem e a experiência pessoal e buscam fomentar as forças de autorealização
[1]
[1]
(selfactualisation) do indivíduo. Esse grupo de terapias se concentra na experiência atual da pessoa e
procuram métodos de trabalho que possibilitem ao cliente (como é chamado por elas a pessoa que
busca a terapia) desenvolver-se de maneira congruente a suas necessidades.
Ver terapia centrada no cliente, gestaltoterapia, logoterapia ou ainda Carl Rogers, Fritz Perls, Viktor Frankl,
Maslow, Rollo May
Psicoterapias orientadas na comunicação: consideram os transtornos do comportamento como
expressão de estruturas de comunicação disfuncionais e buscam uma reorganização de tais estruturas ou
a formação de novas, mais construtivas. Também tais terapias preocupam-se sobretudo com a situação
presente e trabalham com métodos que possam gerar novas formas de compreensão da realidade e de si
mesmo.
Ver psicoterapia sistêmica ou ainda Paul Watzlawick, escola de Milão (psicoterapia)
Essa classificação, apesar de possibilitar uma visão geral da área da psicoterapia, é no entanto muito genérica
para englobar todas as formas existentes, sobretudo porque muitas são formas híbridas, que juntam em si
elementos de diferentes tendências.
A página anexa Lista de psicoterapias oferece uma lista de diferentes tipos de psicoterapia e conduz aos
respectivos artigos,
Abordagens transteóricas
Apesar de toda a complementariedade das diferentes escolas e linhas da psicoterapia - e apesar de muitos
psicoterapeutas fazerem usos de idéias e técnicas de diferentes linhas - a relação entre elas está longe de ser
amigável. As escolas psicodinâmicas e existencial-humanistas são muitas vezes atacadas por não serem
suficientemente empiricamente fundamentadas enquanto as cognitivo-comportamentais são acusadas de
serem mecânicas, cansativas e superficiais. A tentativa de proporcionar à prática psicoterapêutica uma base
comum é feita por diferentes autores de diferentes maneiras:
Integração: é a busca de uma unificação da base teórica das diferentes escolas (Arkowitz, 1992).
Ecletismo: é uma posição mais prática. O objetivo é reunir os elementos efetivos das diferentes escolas,
sem levar em conta possíveis diferenças teóricas.
A busca de variáveis transteóricas, que são os fatores comuns a todas as escolas, mas que recebem
em cada uma delas um papel mais ou menos central. Ver acima "Mecanismos de mudança em
psicoterapia".
A busca de uma psicoterapia geral (allgemeine Psychotherapie, Grawe et al., 1997 ), que é a
formação de uma estrutura teórica básica, que oferece uma possibilidade de localizar e descrever as
diferentes escolas .
Importante é notar que ainda não existe uma teoria geral que abarque todas as formas de psicoterapia. A
moderna psicoterapia é um sistema aberto que tem ainda muito a se desenvolver por meio da pesquisa
científica. Um importante papel na pesquisa atual desempenham os tratamentos voltados para transtornos
específicos e não terapias genéricas. Exemplos de trabalhos transteóricos podem ser encontrados em
diferentes novas abordagens de terceira geração da terapia comportamental bem como em grupos de pesquisa
em diferentes países europeus, entre eles a Suíça .
Psicoterapia por computador
A Resolução CFP nº 012/2005 limita a psicoterapia por computador a experimentos de pesquisa gratuitos,
[9][10]
[11]
[12]
[13]
[1]
[14]
sendo portanto uma prática profissional proibida ao psicólogo. Porém é permitido utilizar e-mails e outros
recursos da internet de forma acessória ao tratamento, desde questões éticas como confidencialidade e
autenticidade. É permitido a utilização de testes psicológicos virtuais aprovados pelo CFP e serviços de
orientação psicológica e afetivosexual, orientação profissional, orientação de aprendizagem e escolar desde que
adequadamente cadastrados, administrados por psicólogo regulamentado e fiscalizados pelo CFP conforme as
resoluções profissionais. 
Indicação
Indicação designa o conjunto de sintomas e sinais que mostram qual tipo intervenção é mais apropriada em um
determinado caso. A pricipal indicação para uma psicoterapia é um transtorno mental. Mas não só. Uma
psicoterapia pode ser indicada também em situações em que o indivíduo está insatisfeito com a própria forma
de vida, em que ele precisa tomar decisões difíceis e não sabe como, em situações em quea pessoa não vê
sentido naquilo que faz, etc.
Uma outra questão de indicação que hoje em dia recebe muito pouca atenção é o da forma de psicoterapia.
Como foi tratado mais acima, cada tipo de psicoterapia trabalha de modo mais acentuado com um dos
mecanismos de mudança (mesmo que os outros mecanismos sempre estejam presentes de maneira mais sutil).
No entanto a decisão a respeito do tipo de psicoterapia a ser realizado não costuma ser feita a partir do estado
do paciente ou de outras formas de indicação, mas simplesmente pelo tipo de formação do terapêuta. Um dos
maiores problemas da divisão da psicoterapia em escolas distintas e antagônicas é exatamente que a formação
dos psicoterapêutas é limitada a um tipo de terapia, a um mecanismo de mudança, o que impede que ao
paciente seja oferecida toda a gama possível de formas de trabalho psicoterapêutico - para que então se possa
escolher, com base em critérios diagnósticos, qual a forma mais indicada para o caso individual. Essa
importante questão exige principalmente uma reestruturação da formação dos psicoterapêutas e está atualmente
no centro das discussões sobre as diferentes formas de psicoterapia.
Referências
1. ↑ Perrez & Baumann, "Psychotherapie: Sytematik und methodenübergreifende Faktoren", Cap. 18,
p. 430-455 em Perrez & Baumann (2005)
2. ↑ Orlinsky, D.E. & Howard, K.I. (1986). "Process and outcome in psychotherapy". In S.L. Garfiel & A.E.
Bergin (eds.),Handbook of psychotherapy and behaviour change. New York: Wiley, 4th ed., pp.311-384.
3. ↑ Lipsey, M.W. & Wilson, D.B. (1993). "The efficacy of psychological, educational, and behavioral treatment:
Confirmatin from meta-analysis". American Psychologist, 48, 1181-1209.
4. ↑ Shadish, W.R., Matt, G.E., Navarro, A.M. et al. (1997). "Evidence that therapy works in clinically
representative conditions". Journal of Consulting and Clinical Psychology, 65, 355-365.
5. ↑ Grawe, Klaus (1998). Psychologische Therapie. Göttingen: Hogrefe.
6. ↑ Prochaska, J.O., DiClemente, C.C. & Norcross, J.C. (1992). "In search of how people change".
American psychologist, 47, pp. 1102-1114.
7. ↑ Grawe, Klaus (2005). "Empirisch validierte Wirkfaktoren statt Therapiemethoden". Report Psychologie 7/8.
8. ↑ * Howard, K.I.; Lueger, R.J.; Maling, M.S. & Martinovich, Z. (1992). A phase model of psychotherapy
outcome: Causal mediation of change. Paper presented at the 23rd Annual Meeting of the Society for
Psychotherapy research, Berkeley, CA (EUA).
9. ↑ Asendorpf, Jens B. (2004). Psychologie der Persönlichkeit (3. Aufl.). Berlin: Springer.
10. ↑ Sachse, Rainer (2005). Von der Gesprächspsychotherapie zur Klärungsorientierten Psychotherapie: Kritik
und Weiterentwicklung eines Therapiekonzeptes. Lengerich: Pabst Science Publ.
11. ↑ Leahy, Robert L. (2007). Techniken kognitiver Therapie: ein Handbuch für Praktiker. Paderborn:
Junfermann.
12. ↑ Grawe, Klaus (1997). "Research-informed psychotherapy". Psychotherapy research, 7, pp. 1-19.
13. ↑ Cf. www.psychotherapie.ch (http://www.psychotherapie.ch)
14. ↑ Cf. www.psychotherapiecharta.ch (http://www.psychotherapiecharta.ch)
15. ↑ http://pol.org.br/legislacao/pdf/resolucao2005_12.pdf
[15]
[16]
[5]
a b c d e f g
a b
a b
16. ↑ Sachse, Rainer (2003). Klärungsorientierte Psychotherapie. Göttingen: Hogrefe.
Bibliografia
Asendorpf, Jens B. (2004). Psychologie der Persönlichkeit (3. Aufl.). Berlin: Springer. ISBN 978-3-
540-71684-6
Associazione svizzera degli psicoterapeuti (2010), Scienze psicoterapeutiche (SPT) - Rapporto sulle
possibilità di sviluppo di un curriculum di studi indipendente in SPT e di un concetto integrale per la
formazione professionale scientifica, Zurigo. Cfr. www.psychotherapie.ch.
Grawe, Klaus; Donati, Ruth & Bernauer, Friederike (1997). Psychotherapy in Transition: From
Speculation to Science. Göttingen: Hogrefe. ISBN 0-88937-149-0 (Original: Grawe et. al., 1994.
Psychotherapie im Wandel. Von der Konfession zu der Profession. Göttingen: Hogrefe.)
Grawe, Klaus (1998). Psychologische Therapie. Göttingen: Hogrefe. ISBN 3-8017-0978-7
Sachse, Rainer (2003). Klärungsorientierte Psychotherapie. Göttingen: Hogrefe. ISBN 3-8017-1643-
0
Leahy, Robert L. (2007). Techniken kognitiver Therapie: ein Handbuch für Praktiker. Paderborn:
Junfermann. ISBN 978-3-87387-661-3 (Original: Leahy, R. L. (2003). Cognitive therapy techniques
- A practioner's guide. New York: Guilford Publications. ISBN 1-57230-905-9)
Perrez, Meinrad & Baumann, Urs (2005). Lehrbuch klinische Psychologie - Psychotherapie. Bern:
Huber. ISBN 3-456-84241-4
Sachse, Rainer (2005). Von der Gesprächspsychotherapie zur Klärungsorientierten
Psychotherapie: Kritik und Weiterentwicklung eines Therapiekonzeptes. Lengerich: Pabst Science
Publ. ISBN 3-89967-212-7
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Categorias: Psicoterapia Psicologia clínica Especialidades médicas
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