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Análise Tradicional de Demonstrações Financeiras

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – CAMPUS RESENDE
CURSO: ADMINISTRAÇÃO
DISCIPLINA: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
PROF.: LUIZ ANTONIO FONSECA
ANÁLISE TRADICIONAL DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Após conhecer as particularidades de cada uma das contas que compõem as demonstrações financeiras objeto da análise, o analista deverá transcrever os dados constantes dessas demonstrações para demonstrações padronizada, com a finalidade de facilitar o desenvolvimento dos processos de análise.
A elaboração de demonstrações padronizadas para fins de análise é importante, pois as demonstrações elaboradas pelas entidades, publicadas ou não, contêm um número excessivo de contas. Essas contas, se forem analisadas da forma em que se encontram, poderão causar embaraços ao analista.
Assim, a sintetização das contas e dos grupos de contas extraídos dos grupos originais e transportados para demonstrações padronizadas agilizam o processo de análise e facilitam as tarefas dos analistas.
A padronização é feita pelos seguintes motivos:
Simplificação – quanto maior o volume de contas, mais difícil fica a visualização e a compreensão do todo.
Comparabilidade – como cada empresa possui seu próprio plano de contas, diferenciado de outras empresas, torna-se necessário agregar contas a fim de que os balanços se tornem comparáveis.
Adequação aos objetivos da análise – conforme o objetivo a que se propõe a análise, deve-se montar um modelo-padrão que permita identificar os fatores importantes.
Precisão na classificação das contas – o analista pode modificar as classificações que forem falhas, como, por exemplo, certos investimentos de caráter permanente que aparecem no ativo circulante, despesas do próprio exercício que figuram como despesas do exercício seguinte, gastos indevidamente lançados como ativo diferido quando deveriam fazer parte das despesas ou perdas do exercício. Essas falas muitas vezes são “maquilagens”, com o objetivos estrategicamente traçados pela administração da empresa.
Descoberta de erros – a padronização possibilita melhor análise e a descoberta de erros, tais como:
estoques finais ou iniciais que não coincidem;
provisão para devedores duvidosos do balanço que não coincide com a que foi constituída na demonstração de resultado do exercício;
não-conciliação do patrimônio líquido final com os resultados do exercício mais o patrimônio líquido inicial.
Intimidade do analista com as demonstrações contábeis – a padronização obriga o analista a pensar em cada conta e a decidir sobre sua consistência com as demais contas, enquanto faz a transcrição para o modelo redefinido de demonstração.
O analista precisa saber interpretar a nomenclatura utilizada pelas empresas, convertendo-a para planilhas internas. É fundamental que tenha condições de avaliar a relevância de cada item, à medida que tal item possa apresentar dificuldade. Valores importantes devem ser esclarecidos e pequenos valores muitas vezes não justificam perda de tempo.
Na estrutura de apresentação do balanço patrimonial, se observarmos várias demonstrações financeiras de diferentes empresas, notaremos que cada uma delas pode apresentar certas particularidade e contas que sejam inerentes a sua atividade. Daí a necessidade de definição de uma planilha própria que possibilite a obtenção das informações necessárias à tomada de decisão e que seja de fácil visualização e interpretação dos dados das várias empresas em análise. 
	BALANÇO PATRIMONIAL DA CIA. ESTUDANDO EU PASSO
	EM 31 DE DEZEMBRO DE 20XX
	 
	 
	ATIVO
	PASSIVO
	 
	 
	CIRCULANTE
	CIRCULANTE
	 
	 Fornecedores
	 Disponível
	 Salários a Pagar
	 Caixa e Bancos
	 Encargos Sociais a Pagar
	 Aplicações de Liquidez Imediata
	 Provisão p/Encargos Sociais
	 
	 Impostos a Recolher
	 Direitos Realizáveis no exerc. subsequente
	 Outros Impostos e Taxas a Pagar
	 Contas a Receber de Clientes
	 Dividendos a Pagar
	 ( - ) Provisão p/Devedores Duvidosos
	 Empréstimos e Financiamentos a Pagar
	 ( - ) Duplicatas Descontadas
	 
	 
	 
	 Estoques
	 
	 
	 
	 Adiantamentos a Fornecedores
	NÃO CIRCULANTE
	 
	 
	 Aplicações de Liquidez não Imediata
	 Exigível a Pongo Prazo
	 
	 
	 Outros Valores a Receber
	 Empréstimos e Financiamentos
	 
	 Debêntures
	 Despesas do Exercício Seguinte
	 Impostos Parcelados
	 Seguros Antecipados
	 
	 
	 Resultados de Exercícios Futuros
	NÃO CIRCULANTE
	 Receitas de Exercícios Futuros
	 
	 ( - ) Custos e Desp. Correspondentes
	 Realizável a L/Prazo (após o término do exerc.)
	 
	 Créditos da Eletrobrás
	 Patrimônio Líquido
	 Depósitos Judiciais
	 
	 Impostos a Recuperar
	 Capital
	 
	 Capital Subscrito
	 Valores a Receber de Coligadas/Controladas
	 ( - ) Capital a Integralizar
	 Valores a Receber de Coligadas
	 
	 Valores a Receber de Acionistas
	 Reservas de Capital
	 
	 Ágio na Emissão de Ações
	 Investimentos
	 Prêmio na Emissão de Debêntures
	 Aplicações Permanentes em Outras Empresas
	 Doações e Subvenções
	 Direitos não Classificaveis no ativo circulante
	 
	 Outros Investimentos
	 Ajustes de Avaliação Patrimonial
	 
	 Aumeto de valor do ativo
	 Imobilizado
	 
	 Imóveis e Terrenos
	 Reservas de Lucros
	 Máquinas e Equipamentos
	 Reserva Legal
	 Veículos
	 Reservas Estatutárias
	 Móveis, Utensílios e Instalações
	 Reservas para Contingências
	 Imobilizações em Andamento
	 Reservas de Lucros a Realizar
	 ( - ) Depreciações Acumuladas
	 
	 
	 Lucros ou Prejuízos Acumulados
	 Intangível
	 
	 Marcas e Patentes
	 
	 ( - ) Amortizações Acumuladas
	 
	 
	 
	 Diferido
	 
	 Gastos pré-operacionais
	 
	 ( - ) Amortizações Acumuladas
	 
	
	
Modelo de planilha com um bom nível de sintetização e de aprofundamento, porém sem a pretensão de atender a todas as necessidades em todos os tipos de análises.
A coluna AV refere-se à análise vertical, que será vista posteriormente.
	PLANILHA PARA PADRONIZAÇÃO DE BALANÇO
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	ATIVO
	20X3
	20X2
	20X1
	PASSIVO
	20X3
	20X2
	20X1
	
	R$
	AV%
	R$
	AV%
	R$
	AV%
	
	R$
	AV%
	R$
	AV%
	R$
	AV%
	Disponibilidades
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Duplicatas Descontadas
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Aplicações Financeiras Imediatas
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Instituições Financ. (Emprest. e Financ.)
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Duplicatas a Receber
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Outros não cíclicos (não relacionados)
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( - ) Provisão p/Deved. Duvidosos
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Fornecedores
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Estoques
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Salários a Pagar
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Adiantamentos a Fornecedores
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Encargos Sociais a Pagar
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Aplicações Financ. não Imediatas
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Provisão p/Encargos Sociais
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Outros Valores a Receber
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Impostos a Recolher
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Despesas Antecipadas
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Outros Impostos e Taxas a Pagar
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Dividendos a Pagar
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Outros cíclicos
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	
	
	 
	 
	
	
	
	
	
	 
	Ativo Circulante
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Passivo Circulante
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	
	
	 
	 
	
	
	
	
	
	 
	Realizável a Longo Prazo
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Empréstimos/Financiam. e Debêntures
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Vr. a Receber de Coligadas/Controladas
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Impostos Parcelados
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Investimentos
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Resultado de Exercícios Futuros
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Imobilizado
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Exigível a Longo Prazo
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Intangível
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Capital Social Integralizado
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Diferido
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Reservas
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Lucros / Prejuízos Acumulados
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Ativo Não Circulante
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Patrimônio LíquidoPassivo Não Circulante
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	TOTAL DO ATIVO
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	TOTAL DO PASSIVO
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
Quanto a demonstração do resultado, o quadro abaixo ilustra a estrutura básica que atende às exigências legais.
	DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
	EM 31 DE DEZEMBRO DE 20XX
	RECEITA BRUTA OPERACIONAL
	 
	( - ) Vendas Canceladas
	 
	( - ) Abatimentos sobre Vendas
	 
	( - ) Impostos sobre Vendas
	 
	RECEITA LÍQUIDA
	 
	( - ) Custos dos Produtos, Mercadorias ou Serviços Vendidos
	 
	LUCRO BRUTO
	 
	( - ) Despesas com Vendas
	 
	( - ) Despesas Administrativas
	 
	( - ) Despesas Financeiras, líquidas das Receitas
	 
	( - ) Outras Receitas e Despesas Operacionais
	 
	( - ) Resultado de Equivalência Patrimonial
	 
	LUCRO OPERACIONAL
	 
	( + ) Receitas não Operacionais
	 
	( - ) Despesas não Operacionais
	 
	LUCRO ANTES DO IMPOSTO SOBRE RENDA
	 
	( - ) Provisão para Imposto sobre Renda
	 
	( - ) Provisão para Contribuição Social
	 
	( - ) Participações
	 
	LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
	 
	LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO
	 
A coluna AH refere-se à análise horizontal, que será vista posteriormente.
	PLANILHA PARA PADRONIZAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	 
	20X1
	20X2
	20X3
	
	R$
	AV%
	R$
	AV%
	AH%
	R$
	AV%
	AH%
	Receita Operacional Bruta
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( - ) Devoluções e Abatimentos
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( - ) Impostos sobre Vendas
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Receita Operacional Líquida
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( - ) CPV (excluíndo as Depreciações), CMV, CSP
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( - ) Depreciações
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Lucro Bruto
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( - ) Despesas Comerciais
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( - ) Despesas Administrativas
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( - ) Despesas de Depreciações (excluido das desp. Adm)
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( - ) Provisão para Devedores Duvidosos
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( +/- ) Outras Despesas e Receitas Operacionais
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Lucro Operacional I
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( + ) Receitas Financeiras
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( - ) Despesas Financeiras
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( +/- ) Variações Monetárias Líquidas
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Lucro Operacional II
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( +/- ) Equivalência Patrimonial
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Lucro Operacional III
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Lucro Líquido antes do Imposto de Renda
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( - ) Provisão para IR e CSLL
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	( - ) Participações
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Lucro Líquido
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	O item de Despesas de Depreciações inclui amortizações e exaustões
	
	
	
	
	
	
	
	
Comparando os dois quadros que retratam a demonstração do resultado, notamos o desdobramento do custo dos produtos vendidos em duas parcelas, visando à identificação da parcela relativa às depreciações incluídas nos custos.
As depreciações são despesas que não representam saída de dinheiro da empresa. 
Para fins de fluxo de caixa é necessário que o analista conheça o valor relativo às depreciações.
Quanto ao lucro operacional, a planilha de reclassificação define três estágios:
Lucro Operacional I: É o lucro decorrente das operações da empresa, antes de computar o impacto da estrutura de capitais, ou seja, o custo do capital de terceiros ou os rendimentos decorrentes de aplicações financeiras. Evidentemente, não estarão computados o resultado de equivalência patrimonial nem o resultado não operacional. O lucro operacional pode ser chamado de Lajir (Lucro Operacional antes dos juros e impostos). 
Lucro Operacional II: É o lucro operacional I, mais o impacto das dívidas e das aplicações financeiras.
Lucro Operacional III: É o Lucro Operacional II, mais o impacto da equivalência patrimonial, ou seja, a participação percentual nos lucros ou nos prejuízos das empresas, cujos investimentos são avaliados pelo critério da equivalência patrimonial.
OBJETIVOS E MÉTODOS DA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
O objetivo básico é a elaboração de informações úteis a diversos interessados que estarão preocupados em:
ler e interpretar a situação dos negócios;
avaliar o desempenho da empresa e de seus gestores;
diagnosticar problemas;
vislumbrar perspectivas e tendências futuras.
Para atender a esses objetivos se faz necessária a preparação dos dados para a análise, eliminando-se as distorções e fazendo-se a reclassificação das demonstrações contábeis quando necessário.
A metodologia tradicional adotada para análise poderia ser assim dividida:
análise vertical e horizontal;
análise por meio de índices econômico-financeiros;
análise das necessidades de capital de giro;
análise de rentabilidade – ROI 
ANÁLISE VERTICAL
A análise vertical das contas das demonstrações contábeis mostra sua composição percentual e a participação de cada conta em relação a um valor adotado como base (100%), ou seja, consiste na determinação da porcentagem de cada conta ou do grupo de contas em relação ao seu conjunto. Esse processo é também conhecido por “Análise por Coeficientes”.
É importante para avaliar a estrutura de composição de itens e sua evolução no tempo.
Essa análise em períodos sucessivos pode fornecer uma base para a projeção de uma demonstração de resultados. Porém, essa projeção apresenta alguma limitações, principalmente porque não leva em conta as mudanças no processo tecnológico e/ou nos custos dos insumos e/ou no preços de venda. Qualquer projeção baseada em dados históricos requer muito cuidado.
ANÁLISE HORIZONTAL
A análise horizontal das contas das demonstrações financeiras mostra as variações que ocorreram nos valores monetários ou em valores relativos (porcentagem ou índices) em determinado período de tempo, ou seja, é a comparação feita entre componentes do conjunto em vários exercícios, por meio de números-índices, objetivando a avaliação ou o desempenho de cada conta ou grupo de contas ao longo dos períodos analisados.
Enfatiza as modificações ou evoluções em cada conta das demonstrações financeiras em relação a uma demonstração básica, geralmente a mais antiga da série, a fim de caracterizar tendências.
A avaliação das modificações das contas poderá ser realizada por meio da comparação com:
variações históricas da própria empresa;
taxas de crescimento da economia;
taxas de crescimento do setor e que pertence a empresa;
taxa de variação da inflação oficial;
variações nas contas idênticas das demonstrações contábeis de concorrente próximos.
ANÁLISE POR MEIO DE ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS
Para que o administrador financeiro possa planejar suas atividades, precisa conhecer os ambientes econômicos, político e social que podem afetar as operações da empresa, seus “pontos fortes” e “pontos fracos”. Os pontos fortes são identificados para que se possam tirar certas vantagens para a empresa, no meio onde atua.
Por outro lado, as fraquezas devem ser analisadas para que ações corretivas sejam tomadas, em tempo hábil, objetivando melhora da performance da empresa.
Um dos principais instrumentos para se avaliarem certos aspectos dos desempenhos passados, presentes e futuros da empresa é a análise de índices econômico-financeiros, calculados basicamente com base nas contas das demonstrações financeiras.
Definição
Índice é a relação entre contas ou grupos de contas das demonstrações financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa.
Os índices constituem a técnica de análise mais empregada. Muitas vezes, o leigo, ao extraí-los, acredita ter feito análise das demonstrações financeiras. Alguns dos índices que surgiram inicialmente permanecem em uso até hoje, apesar de, com o passar do temo, a técnica de análise ter sofrido aprimoramentos e refinamentos pelos profissionais e pesquisadores das universidades.
Utilização
A análise das demonstrações financeiras de uma empresa pressupõe, de início, definir o “ponto de vista sob o qual está seexaminando a empresa”. Cada tipo de análise tem um propósito ou utilidade que irá determinar as diferentes relações a serem enfatizadas na análise.
O analista pode, por exemplo, ser o gerente de um banco comercial que deve decidir sobre a concessão de um empréstimo de curto prazo para uma empresa. Nessas condições, ele está principalmente interessado na liquidez da empresa e, portanto, deve enfatizar os índices que medem a liquidez e a atividade (prazos médios).
A administração da empresa está interessada, naturalmente, em todos os aspectos da análise financeira.
Para obtenção de recursos, tanto de curto como de longo prazos, a apresentação de índices favoráveis representa segurança para os credores (bancos, fornecedores, acionistas e outros) e para a empresa. Ademais, trata-se de um instrumento de grande utilidade para avaliação periódica do desempenho da empresa.
Quantidade de índices
Importante não é o cálculo de grande quantidade de índices, mas de um conjunto de índices que permita atingir o fim a que se propõe a análise.
Há livros de análise de balanços em que são descritos cerca de 100 índices de balanço.
No entanto, a experiência tem mostrado que se chega a um ponto em que o aumento no número de índices não traz benéficos na mesma proporção.
Cálculo
A determinação dos índices financeiros é realizada por meio do quociente entre contas (parciais ou totais) do balanço patrimonial entre si e entre contas do balanço patrimonial e contas da demonstração de resultado.
Para que o cálculo dos índices financeiros seja possível e seus resultados tenham significado, é necessário que tanto as contas do balanço como da demonstração de resultados sejam “enquadrada”, numa forma padronizada que permita comparações.
Além disso, deve-se comparar demonstrações contábeis correspondentes às mesma datas, evitando-se possíveis efeitos distorcidos em virtude da sazonalidade das operações da empresa.
Aspectos revelados
A análise das demonstrações financeiras pode ser desdobrada em dois aspectos:
Situação financeira:
Estrutura (endividamento);
Liquidez.
Situação econômica:
Rentabilidade;
Atividade.
Podem-se classificar os índices econômico-financeiros em quatro grupos, que medem:
estrutura financeira;
liquidez;
rentabilidade;
atividade (prazos médios)
Avaliação
Calculados os índices, é necessário avaliá-los. Há três formas básicas de avaliação de um índice:
Pelo significado intrínseco;
Pela comparação ao longo de vários exercícios;
Pela comparação com índices de outras empresas (índices-padrões)
É possível, de maneira grosseira, avaliar índices por seu significado intrínseco. Por exemplo, pode-se tentar qualificar a situação financeira de uma empresa com base no índice de liquidez corrente: se apresentar 1,80, sabe-se que para cada unidade monetária de dívida de curto prazo há 1,80 de investimento a curto prazo, portanto, com uma margem de segurança de 80%. O analista poderá também usar seu conhecimento das empresas que tem analisado e concluir, por meio de seu feeling, que o índice oferece segurança.
A comparação dos índices da empresa ao longo do tempo ode dar uma idéia das tendências seguidas pela empresa. No entanto, é necessário analisar esses índices de forma conjunta.
A avaliação de um índice e sua conceituação como ótimo, bom, satisfatório, razoável ou deficiente só pode ser feita por meio da comparação com padrões.
Alguns dos índices do setor são fornecidos por publicações especializadas anuais, como: Visão (quem é quem na economia brasileira), Conjuntura Econômica (as 500 maiores empresas) e Exame (maiores e Melhores).
Índices-padrões podem ser conseguidos na Serasa, empresa que elabora estatística de índices de empresas por setor / ramo.
ÍNDICES DE ESTRUTURA FINANCEIRA OU ENDIVIDAMENTO
É o nível de participação do capital de terceiros na atividade da empresa. Pode-se dizer que quanto maior a participação de capital de terceiros, maior o grau de endividamento.
Os quocientes de estrutura de capitais servem para evidenciar o grau de endividamento da empresa em decorrência das origens e dos capitais investidos no patrimônio. Eles mostram a proporção existente entre os Capitais Próprios e os Capitais de Terceiros, sendo calculados com base em valores extraídos do Balanço Patrimonial.
Quando os investimentos na empresa são financiados pelos Capitais Próprios em proporção maior do que pelos Capitais de Terceiros, podemos afirmar, em princípio, que a situação financeira da empresa é satisfatória.
Por outro lado, quando os investimentos na empresa forem financiados pelos Capitais de Terceiros em proporção maior do que pelos Capitais Próprios, podemos afirmar, em princípio, que a empresa está endividada. Neste caso, é provável que uma parcela maior dos lucros seja destinada a remunerar esses Capitais de Terceiros.
Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação de recursos.
As medidas básicas de estrutura de capital ou endividamento são:
Participação do Capital de Terceiros
Esse quociente revela qual a proporção existente entre Capitais de Terceiros e Capitais Próprios, isto é, quanto a empresa utiliza de Capitais de Terceiros para cada real de Capital Próprio.
Se multiplicarmos este quociente por 100, obteremos a resposta em porcentagem, ou seja, quanto a empresa utiliza de Capitais de Terceiros pra cada R$ 100 de Patrimônio Líquido.
	 
	 
	 
	Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
	PCT =
	
	 
	Patrimônio Líquido
	 
	 
	 
	 
	Interpretação: quanto menor este quociente, melhor
	 
	 
A interpretação deste quociente deverá ser direcionada a medir o grau de endividamento da empresa.
Pontos importantes a considerar:
Quanto menor for a participação de Capitais de Terceiros na empresa, menor será seu grau de endividamento, e maior será sua liberdade financeira para tomar decisões.
Sempre que este quociente for inferior a um ou menor que 100%, indicará o excesso de Capitais Próprios sobre os Capitais de Terceiros, evidenciando que a entidade possui liberdade financeira para a tomada de decisões. Por outro lado, quando os Capitais de Terceiros forem investidos na empresa em proporções maiores que os Capitais Próprios, esse quociente será superior a um, indicando a existência de dependência financeira da empresa junto aos seus credores. Havendo dependência financeira, as empresa terão de se sujeitar às regras impostas por esses credores (altas taxas de juros, curto prazo para pagamento das obrigações, dificuldade para obtenção de créditos junto a outras instituições, etc).
Quando o grau de endividamento mostrado por este quociente for elevado, a empresa encontrará dificuldades para obtenção de recursos financeiros no mercado porque serão poucas as garantias disponíveis para oferecer em troca de recursos, sejam eles destinados à expansão do negócio ou mesmo a cobrir compromissos imediatos ou inesperados.
Os Capitais de Terceiros sempre existirão, seja em forma de empréstimos (débitos de financiamento), seja para financiar o desenvolvimento normal da empresa (débitos de funcionamento), como os débitos a fornecedores, ao governo, aos trabalhadores etc. O importante é que a empresa saiba administrar em os recursos de terceiros que tiver em mãos, fazendo com que os lucros obtidos com a aplicação desses recursos superem os juros que remunerarão esses Capitais.
Não se pode esquecer de que a interpretação desse quociente somente será completa quando comparada com padrões; mesmo estando endividada, a empresa poderá encontrar-se em situação de normalidade se o seu grau de endividamento for compatível com o grau de endividamento das empresas do mesmo ramo de atividade. Caso contrário, a permanência da empresa em altos graus de endividamento em períodos sucessivos poderá constituir forte indicador de probabilidade de falência. Por outro lado, se a empresa conseguir renovar periodicamente suas dívidas, poderá sobreviver com endividamento, reduzindo os riscosde falência.
Composição do endividamento
Esse quociente revela qual a proporção existente entre as obrigações de curto prazo e as obrigações totais, isto é, quanto a empresa terá de pagar a curto prazo para cada real do total das obrigações existentes, ou seja, demonstra a concentração do endividamento a curto prazo.
Se multiplicarmos este quociente por 100, obteremos a resposta em porcentagem, ou seja, quanto a empresa terá de pagar a curto prazo para cada R$ 100 do total das obrigações existentes.
	 
	 
	 
	Passivo Circulante 
	CE =
	
	 
	Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo 
	 
	 
	
	
	 
	 
	Interpretação: quanto menor este quociente, melhor
	 
	 
A interpretação deste quociente deverá ser direcionada a verificar a necessidade de a empresa ter ou não de gerar recursos a curto prazo para saldar os seus compromissos.
Pontos importantes a considerar
Quanto menor for o valor a pagar a curto prazo em relação às obrigações totais, maior tempo terá a empresa para obter recursos financeiros visando saldar todos os seus compromissos.
Para gerar recursos a curto prazo visando cobrir os compromissos do Passivo Circulante, a empresa poderá realizar várias operações, como levantar empréstimos para pagamento a longo prazo, oferecer descontos especiais para promover vendas, incentivar seus clientes a pagar as duplicatas antes dos vencimento, concedendo-lhes vantagens etc. Essas operações, entretanto, nem sempre oferecem resultados satisfatórios, pois dependem de fatores externos que fogem do controle da empresa, como a existência de disponibilidades nos estabelecimentos bancários para oferecer empréstimos a longo prazo, a situação financeira dos clientes etc.
Gerar recursos financeiros a curto prazo nem sempre constitui tarefa de fácil realização por parte da administração da empresa.
Os recursos financeiros para cobrir os compromissos de logo prazo poderão surgir em função do desenvolvimento normal das atividades da empresa, sem a necessidade de recorrer a operações que geram recursos imediatos. Nem sempre essas operações são benéficas para a saúde financeira da empresa.
Quanto menor for este quociente, maiores serão os prazos que a empresa terá para saldar seus compromissos; em conseqüência, melhor será sua situação financeira atual.
Endividamento Geral
Esse quociente revela qual a proporção existente entre as obrigações totais (recursos financeiros) em relação ao ativo total, estabelecendo a participação do capital total de terceiros na empresa, em relação ao total investido nela, isto é, demonstra o total do endividamento da empresa.
	 
	 
	 
	Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo 
	EG =
	
	 
	Ativo Total
	 
	 
	
	
	 
	 
	Interpretação: quanto menor este quociente, melhor
	 
	 
	
	ou
	
	
	 
	 
	 
	DD + IF + ONC + ELP
	EFSAT =
	
	 
	Ativo Total
	 
	 
	
	
	 
	 
	Interpretação: quanto menor este quociente, melhor
	 
	 
Legenda: 
DD		- Duplicatas Descontadas
IF		- Instituições Financeiras (empréstimos e outros)
ONC		- Outros não cíclicos, como: dividendos, Impostos de Renda e outros.
ELP		- Exigível a Longo Prazo
Imobilização do Capital Próprio (Patrimônio Líquido)
O quociente revela qual parcela do Patrimônio Líquido foi utilizada para financiar a compra do Ativo Permanente, isto é, quanto a empresa imobilizou no Ativo Permanente (Imobilizado, Intangível, etc) para cada real de Patrimônio Líquido.
Se multiplicarmos este quociente por 100, obteremos a resposta em porcentagem, ou seja, quanto por cento do Patrimônio Líquido foi aplicado no Ativo Permanente (Imobilizado, Intangível e Diferido).
	 
	 
	 
	Ativo Permanente
	ICP =
	
	 
	Patrimônio Líquido
	 
	 
	
	
	 
	 
	Interpretação: quanto menor este quociente, melhor
	 
	 
A Imobilização do Capital Próprio ( ICP ), também é conhecido como Imobilização do Patrimônio Líquido ( IPL )
A interpretação deste quociente deverá ser direcionada a verificar a existência ou não de Capital Circulante Próprio.
Pontos importantes a considerar:
Capital Circulante Próprio – é a denominação que se dá ao excesso do Patrimônio Líquido sobre o Ativo Permanente. Ele pode ser apurado pela fórmula:
	 
	 
	CCP =
	Patrimônio Líquido - Ativo Permanente
	 
	 
O Capital Circulante Próprio é a parte do Capital Próprio investida no Ativo Circulante.
Outro aspecto evidenciado por este quociente é a existência ou não da dependência de Capitais de Terceiros para financiar o Ativo Circulante. Se todo Patrimônio Líquido for utilizado para financiar o Ativo Permanente, não existindo Capital Circulante Próprio, significará que todo o Ativo Circulante mais o Realizável a Longo Prazo foram financiados somente com recursos de terceiros. Em princípio, esse fato não indica situação favorável.
Quando este quociente indicar que todo Ativo Circulante mais o Realizável a Longo Prazo foram financiados com Capitais de Terceiros, será interessante analisar outros quocientes, como aqueles que relacionam as obrigações de curto prazo com as obrigações totais, para verificar se a empresa precisa se desdobrar para conseguir recursos financeiros visando cobrir compromissos de curto prazo.
Sempre que este quociente for inferior a um ou menor que 100%, indicará que a entidade não imobilizou todo o seu Patrimônio Líquido, existindo, então, o Capital Circulante Próprio. Quanto maior for a parcela do Patrimônio Líquido aplicada no Ativo Permanente menor será participação dos Capitais Próprios para financiar o Ativo Circulante e maior será a dependência da entidade em relação aos Capitais de Terceiros.
Quando este quociente indicar que parte do Capital Próprio foi investida no Ativo Circulante, estará revelando que a empresa possui liberdade financeira para movimentar o seu negócio. Ela pode efetuar operações de compras e de vendas livremente, sem a necessidade de recorrer a terceiros para a obtenção de recursos financeiros ou até mesmo para reivindicar melhores prazos para pagamentos das compras.
É perfeitamente aceitável que as empresas invistam uma maior parte do Capital Próprio no Ativo Permanente e uma menor no Ativo Circulante. Isto é normal porque é mais difícil conseguir recursos financeiros para financiar o Ativo Permanente. Além disso, não é aconselhável utilizar Capitais de Terceiros de curto prazo para financiar o Ativo Permanente, pois o retorno do investimento no Ativo Permanente se dá, em geral, a longo prazo.
Quando houver necessidade de utilizar recursos de terceiros para financiar o Ativo Permanente, como ocorre nas ocasiões de ampliação da empresa, esses recursos devem ser captados para serem pagos em longo prazo, de modo que possam ser remunerados com os lucros obtidos com a própria movimentação dessas imobilizações. Remunerar Capitais de Terceiros investidos no Ativo Permanente com recursos gerados por outras fontes que não os lucros colocará a entidade em situação de insolvência, obrigando-a a trabalhar mais rapidamente para gerar recursos a curto prazo. Por outro lado, é mais fácil conseguir financiamento para obtenção de recursos a fim de investir no Ativo Circulante. Geralmente esses recursos decorrem da atividade normal da empresa, como contas a pagar a fornecedores, a empregados, ao governo etc.
Se este quociente for superior a um ou a 100%, indicará que a entidade aplicou, no Ativo Permanente, todo o Capital Próprio e ainda uma parcela de Capitais de Terceiros. Neste caso, para saber se a empresa investiu, no Ativo Permanente, recursos de Terceiros tomados a curto ou a longo prazo, será necessário analisar o Quociente de Imobilização dos Recursos Não-Correntes.
Há outro aspecto que precisa ser considerado na interpretação deste quociente: em determinados ramos de atividade, é comum imobilizar mais que o Patrimônio Líquido. É o que ocorre com as empresas transportadoras, principalmente nos períodos de expansão. Neste caso, porém, como parte do Ativo Permanente e todo Ativo Circulante mais o Realizável a Longo Prazo foram financiados com Capitais de Terceiros, podemos dizer que aempresa encontra-se em mãos de terceiros, que investiram na empresa mais do que os proprietários. Para saber se a empresa estará ou não agindo com normalidade, será necessário comparar este quociente com o Quociente-padrão. Por outro lado, a interpretação do Quociente de Imobilização dos Recursos Não-Correntes irá indicar se o excesso de imobilizações foi feito dentro de um programa que possa ser cumprido pela empresa sem causar seu desequilíbrio financeiro.
Imobilização dos Recursos Não-Correntes (Permanentes)
O quociente revela qual a proporção existente entre o Ativo Permanente e os Recuros Não-Correntes, isto é, quanto a empresa investiu no Ativo Permanente para cada real de Patrimônio Líquido mais Exigível a Longo Prazo.
Se multiplicarmos este quociente por 100, obteremos a resposta em porcentagem, ou seja, quanto por cento do Capital Próprio mais Exigível a Longo Prazo a empresa investiu no Ativo Permanente.
	 
	 
	 
	Ativo Permanente
	IRNP =
	
	 
	Patrimônio Líquido + Passivo Exigível a Longo Prazo
	 
	 
	
	
	 
	 
	Interpretação: quanto menor este quociente, melhor
	 
	 
A interpretação deste quociente deve ser direcionada a verificar se o Capital Circulante Próprio Negativo foi compensado por empréstimos a longo prazo, ou seja, estabelece o nível de imobilização dos recursos de longo prazo.
Pontos importantes a considerar:
O Capital Circulante Próprio Negativo ocorre quando o Patrimônio Líquido é inferior ao Ativo Permanente.
Em qualquer circunstância, o ideal é que o Patrimônio Líquido seja suficiente para financiar todo o Ativo Permanente e ainda uma parte do Ativo Circulante. Esta folga garante à empresa liberdade para tomadas de decisões, sendo benéfica para sua situação financeira.
Quando o excesso das imobilizações sobre o Patrimônio Líquido for financiado por obrigações do Passivo Circulante, a empresa poderá enfrentar sérios problemas de solvência. Por isso, este quociente não deve ser superior a um ou a 100%, para que não haja obrigações de curto prazo financiando o Ativo Permanente.
A existência de Capital Circulante Próprio Negativo não deve ser vista como situação de desespero para a empresa, pois isto pode perfeitamente ocorrer nos momento de ampliação ou expansão do negócio. A captação de empréstimos imediatos para serem pagos em longo prazo pode ser uma boa atitude para sanar esse problema. Com os recursos financeiros obtidos por meio desses empréstimos, a empresa cobrirá os compromissos de curto prazo e terá tempo suficiente para esperar os lucros serem gerados em função dos investimentos efetuados no Ativo Permanente, que permitirão a remuneração dos Capitais de Terceiros tomados para pagamento a longo prazo.
Quando a análise do Quociente de Imobilização dos Recursos Próprios indicar a existência de Capital Circulante Próprio Negativo, haverá forte evidência de que a situação financeira da empresa não é boa. Entretanto, não se pode concluir que a empresa atravessa momentos de desequilíbrio financeiro, pois a interpretação do Quociente de Imobilização dos Recursos Não-Correntes (Permanentes) poderá revelar a existência de um quadro mais ameno. Finalmente, mesmo quando a interpretação desses quocientes evidenciar tendência de desequilíbrio financeiro, para saber se a empresa encontra-se ou não em situação de insolvência, será preciso interpretar os Quocientes de Liquidez.
ÍNDICES DE LIQUIDEZ (OU SOLVÊNCIA)
Os Quocientes de Liquidez evidenciam o grau de solvência da empresa em decorrência da existência ou não de solidez financeira que garanta o pagamento dos compromissos assumidos com terceiros.
Estes quocientes mostram a proporção existente entre os investimentos efetuados no Ativo Circulante e no Ativo Realizável a Longo Prazo em relação aos Capitais de Terceiros (Passivo Circulante e Passivo Exigível a Longo Prazo). São calculados com base em valores extraídos do Balanço Patrimonial.
Como regra geral, podemos dizer que, quando a análise dos Quocientes de Estrutura de Capitais indicar a existência de um grau de endividamento aceitável, provavelmente a análise dos Quocientes de Liquidez também revelará existência de grau de solvência satisfatório.
Para que se possa obter um diagnóstico mais completo acerca da solidez financeira da empresa, vários aspectos precisam ser relevados:
alto grau de endividamento nem sempre é sinônimo de insolvência – a empresa poderá estar endividada, mas pagar seus compromissos em dia. Isto é possível, por exemplo, nos casos em que a empresa consegue renegociar facilmente suas dívidas;
a empresa poderá apresentar baixo grau de liquidez a curto prazo, porém um bom grau de liquidez a longo prazo e vice-versa;
a empresa poderá contar com alto grau de liquidez, mas não dispor de dinheiro para pagar seus compromissos imediatos.
Esses e outros aspectos poderão ser esclarecidos através da análise isolada e conjunta dos Quocientes de Liquidez.
Liquidez Geral
Esse quociente evidencia se os recursos financeiros aplicados no Ativo Circulante e no Ativo Realizável a Longo Prazo são suficientes para cobrir as obrigações totais, isto é, quanto a empresa tem de Ativo Circulante mais Realizável a Longo Prazo para cada real de obrigação total.
	 
	 
	 
	Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo
	LG =
	
	 
	Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo
	 
	 
	
	
	 
	 
	Interpretação: quanto maior este quociente, melhor
	 
	 
A interpretação deste quociente deve ser direcionada a verificar se a empresa tem solidez financeira suficiente para cobrir os compromissos de curto e de longo prazo assumidos com terceiros.
Pontos importantes a considerar:
Quando este quociente for igual ou superior a um, pode-se afirmar, em princípio, que a entidade encontra-se satisfatoriamente estruturada do ponto de vista financeiro.
Quando este quociente for inferior a um, pode-se, em princípio, dizer que a empresa encontra-se em situação de insolvência, pois os Capitais de Terceiros (obrigações totais) financiaram todo o Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo, além de parte do Ativo Permanente, revelando que a empresa encontra-se nas mão de terceiros.
Um aspecto importante na análise desse quociente diz respeito aos prazos: é preciso verificar as diversas datas de vencimentos dos direitos do Ativo Circulante, conjugando-as com as diversas datas das obrigações do Passivo Circulante, pois as divergências de prazos existentes entre direitos e obrigações poderão modificar sensivelmente a opinião do analista. Em uma determinada empresa, por exemplo, poderá ocorrer que todos os direitos de curto prazo sejam recebidos no máximo dentro de 60 dias, enquanto as obrigações de curto prazo tenham vencimentos em períodos superiores a 120 dias.
Com relação aos direitos e às obrigações vencíveis a longo prazo, alguns cuidados também deverão ser tomados: poderão constar, no Ativo Realizável a Longo Prazo, direitos referentes a empréstimos efetuados a empresas coligadas, a controladas a diretores ou a acionistas cujos direitos não tenham prazo de vencimento ou que sejam de curto prazo. Da mesma forma, poderão constar no Exigível a Longo Prazo empréstimos tomados de diretores ou acionista ou mesmo de outras pessoa, mediante a emissão de debêntures conversíveis em ações, cujos compromissos não correspondam a saídas de numerários para serem liquidados.
Há casos em que o Quociente de Liquide Geral inferior a um não indica situação de insolvência. Ocorre, por exemplo, quando, para saldar compromisso de curto prazo, a empresa tome empréstimos a pagar em cinco anos; neste caso, haverá tempo suficiente para gerar recursos visando saldar esses compromissos. A análise do Quociente de Liquidez Seca evidenciará essa situação.
Liquidez Corrente
O quociente revela a capacidade financeira da empresa para cumprir os seus compromissos de curto prazo, isto é, quanto a empresa tem de Ativo Circulante para cada real de Passivo Circulante.
	 
	 
	 
	Ativo Circulante
	LC =
	
	 
	Passivo Circulante
	 
	 
	
	
	 
	 
	Interpretação:quanto maior este quociente, melhor
	 
	 
A interpretação deste quociente deve ser direcionada para verificar a existência ou não do Capital Circulante Líquido.
Pontos importantes a considerar:
Por ser o quociente que melhor espelha o grau de liquidez da empresa, é também denominado medida de solvência.
O Capital Circulante Líquido ( CCL ) pode ser apurado pela fórmula:
	 
	 
	CCL =
	Ativo Circulante - Passivo Circulante
	 
	 
Quando este quociente for igual a um, indicará que a empresa possui um grau de solvência suficiente que lhe permite cobrir os compromissos de curto prazo.
Quando este quociente for superior a um, indicará a existência de uma folga financeira de curto prazo, que corresponde ao Capital Circulante Líquido. Esta folga financeira possibilita à empresa efetuar transações sem prejudicar a sua liquidez, podendo ser utilizada na aquisição de estoques, em aplicações financeiras de curto prazo, etc.
No numerador da fórmula deste quociente consta o grupo do Ativo Circulante, composto por Disponibilidades, Direitos Realizáveis a Curto Prazo (Contas a Receber de Clientes, Estoques, Impostos a Recuperar, Investimento Temporários a Curto Prazo e Outros Direitos Realizáveis a Curto Prazo) e Despesas do Exercício Seguinte. No denominador da fórmula consta o Passivo Circulante, composto por obrigações que têm prazos de vencimentos variáveis entre 1 a 360 dias. Considerando que as obrigações têm datas certas a serem pagas e que parte do Ativo Circulante não tem data certa para recebimento, além de nem todos os valores serem conversíveis em dinheiro, para melhor avaliar o grau de solvência a curto prazo da empresa é preciso considerar ainda:
Prazos – é preciso conjugar as datas dos vencimentos dos direitos do Ativo Circulante como as datas das obrigações do Passivo Circulante. Pode haver um equilíbrio ou uma disparidade entre essas datas. Se as obrigações tiverem vencimentos anteriores aos direitos, isso poderá representar problemas de liquidez.
Estoques – várias questões podem ser levantadas acerca deste item. Não se pode esquecer, entretanto, de que os estoques somente serão transformados em dinheiro depois que forem vendidos, e as vendas poderão ocorrer em poucos dias ou após longo tempo. Por outro lado, se parte das vendas for efetuada a prazo, não representará ingresso de dinheiro no momento das vendas. Outro aspecto importante é a verificação dos prazos de rotação, para saber quantas vezes os estoques circularam durante o ano.
Os impostos a Recuperar, tendo em vista que não correspondem a importâncias conversíveis em dinheiro, uma vez que a empresa somente poderá compensá-los com obrigações do mesmo gênero, podem até mesmo ser suprimidos do Ativo Circulante para fins de cálculo do quociente.
È preciso conhecer a natureza de cada Investimento Temporário a Curto Prazo, se os valores atuais são compatíveis com os contabilizados, bem como a idoneidade dos estabelecimentos em que foram feitas tais aplicações etc.
Outro grupo de contas que não representa valores conversíveis em dinheiro são as Despesas do Exercício Seguinte, pois correspondem a pagamentos de despesas efetuadas antecipadamente. Esses pagamentos garantem à empresa apenas o direito de obtenção do serviço correspondente, como ocorre com os prêmios de Seguros Pagos Antecipadamente. Eles asseguram à empresa o direito de cobertura do risco correspondente. Por fim, a empresa não poderá contar com os valores contabilizados neste grupo para saldar as suas obrigações. Assim, este grupo também poderá ser excluído do Ativo Circulante para fins de cálculo do Quociente de Liquidez Corrente.
Portanto, considerando os aspectos apresentados, mesmo quando o Quociente de Liquidez Corrente for superior a um, a empresa poderá, em certos momentos, não dispor de dinheiro suficiente para cobrir compromissos imediatos. Neste caso, para levantar empréstimos junto a estabelecimentos bancários, a empresa não encontrará dificuldades, apresentando o quociente superior a um. Entretanto, se a folga financeira for muito pequena ou o quociente for inferior a um, a empresa poderá encontrar dificuldades para cobrir seus compromissos bem como para captar dinheiro no mercado.
Assim, quanto maior for este quociente, maior será a liberdade financeira da empresa para obter recursos; conseqüentemente, melhor será seu grau de liquidez.
Liquidez Seca
Este quociente revela a capacidade financeira líquida da empresa para cumprir os compromissos de curto prazo, isto é, quanto a empresa tem de Ativo Circulante Líquido para cada real do Passivo Circulante.
	 
	 
	 
	Ativo Circulante - Estoques
	LS =
	
	 
	Passivo Circulante
	 
	 
	
	
	 
	 
	Interpretação: quanto maior este quociente, melhor
	 
	 
 ou
	 
	 
	 
	Disponível + Aplic. Financeira + Dupl. a Receber Líquida
	LS =
	
	 
	Passivo Circulante
	 
	 
A interpretação deste quociente deve ser direcionada a verificar se o Ativo Circulante Líquido é suficiente para saldar os compromissos de curto prazo.
Pontos importantes a considerar:
O valor do Ativo Circulante Líquido poderá ser apurado de duas maneiras:
subtraindo-se do Ativo Circulante os valores que não representam conversibilidade garantida, como os estoques, os Impostos a Recuperar e as Despesas do Exercício Seguinte;
somando-se às disponibilidades os valores dos Investimentos Temporários a Curto Prazo e as Contas a Receber de Clientes.
Este quociente deve ser analisado em conjunto com o Quociente de Liquidez Corrente. Para se obter conclusões mais precisas além da simples observação da fórmula, os mesmos detalhes apresentados para fins de análise do Quociente de Liquidez Corrente são aplicáveis no presente caso, principalmente com relação aos prazos de vencimentos de direitos e obrigações.
O Quociente de Liquidez Corrente relaciona o Ativo Circulante com o Passivo Circulante; entretanto, é sabido que as obrigações do Passivo Circulante possuem datas certas para serem liquidadas, enquanto os bens e os direitos do Ativo Circulante nem sempre representam conversibilidade garantida. O maior exemplo refere-se aos estoques que estão sujeitos à deterioração, ao obsoletismo etc. por isso, o valor dos estoques deve ser excluído da fórmula para fins de apuração do Quociente de Liquidez Seca. Assim, pode-se colocar em evidência os elementos de conversibilidade garantida do Ativo Circulante com as obrigações líquidas e certas do Passivo Circulante.
Este é um dos quocientes mais utilizados pelas instituições financeiras para o fornecimento de créditos a seus clientes.
Suponhamos, por exemplo, que uma determinada empresa tenha obrigações a pagar, dentro de 10 dias, no valor de R$ 8.000,00, possuindo apenas R$ 3.000,00 disponíveis. Como as Contas a Receber de Clientes somente vencerão após 30 dias, o mesmo ocorrendo com os Investimentos Temporários a Curto Prazo, e sendo o Quociente de Liquidez Seca igual a 1,60, esta empresa poderá se dirigir a qualquer instituição financeira e obterá o empréstimo desejado para pagar em até 60 dias. O Quociente de Liquidez Seca reflete um grau de solvência que permite efetuar tal operação.
Liquidez Imediata
O quociente revela a capacidade de liquidez imediata da empresa para saldar seus compromissos de curto prazo, isto é, quanto a empresa possui de dinheiro em Caixa, nos Bancos e em Aplicações de Liquidez Imediata, para cada real do Passivo Circulante.
	 
	 
	 
	Disponibilidades
	LI =
	
	 
	Passivo Circulante
	 
	 
	
	
	 
	 
	Interpretação: quanto maior este quociente, melhor
	 
	 
A interpretação deste quociente deve ser direcionada a verificar se existe ou não necessidade de recorrer a algum tipo de operação visando obter mais dinheiro para cobrir obrigações vencíveis a curto prazo.
Pontos importantes a considerar:
Quando a empresa possui dinheiro em caixa suficiente para saldar seus compromissos de curto prazo, obviamente estará tranqüila sob o ponto de vista de solvência.
Estequociente apresenta pouca validade para análise da situação de liquidez da empresa, pelos seguintes motivos:
não adota boa política financeira a empresa que mantém elevadas importâncias em disponibilidade (Caixa, Baços e Investimentos de Liquidez Imediata), em detrimento de aplicações mais produtivas, como em estoques, no financiamento de vendas a prazo etc.
o Passivo é composto por obrigações que possuem prazos de vencimento variados, podendo inclusive grande parte delas ter prazos de vencimentos superiores a seis meses. Por este motivo, não é recomendável ter disponibilidades imediatas suficientes para saldar compromissos seis meses antes do vencimento.
é importante que a empresa mantenha equilíbrio entre as entradas e saídas de dinheiro, sendo aceitável a manutenção de saldos elevados em Caixa quando representarem provisionamentos para pagamentos de obrigações que vençam em poucos dias.
Mesmo que este quociente seja inferior a um, poderá não representar situação de insolvência, pois as obrigações constantes do Passivo Circulante poderão ter prazos de vencimentos que permitam à empresa obter recursos financeiros para pagá-los, com o desenvolvimento normal de suas atividades, sem a necessidade de manter saldos elevados em Caixa.
Outro aspecto a ser considerado na interpretação deste quociente é que os valores constantes do Balanço Patrimonial representam situação estática na data do respectivo Balanço. Assim, quando o quociente é calculado com base nos valores extraídos do Balanço de 31 de dezembro, poderá não refletir a situação de liquidez imediata da empresa durante o ciclo operacional, pois fatos inesperados poderão acarretar aumentos ou diminuições nos saldo das contas na época do levantamento do Balanço. Para uma análise mais completa, seria conveniente considerar os valores médios das disponibilidades e das obrigações do Passivo Circulante. Esses valores médios poderão ser obtidos dividindo-se por 12 o somatório dos saldos existente no final de cada mês.

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