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DIREITO INTERNACIONAL PÚB - ATIVIDADE 7-13 - OK

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ATIVIDADE 7 – DIREITO INTERNACIONAL PÚBICO
Seguindo com as inter-relações do Direito Internacional Público com o Direito Interno (“doméstico”), o que vimos, em especial, nas atividades relacionadas com a “ratificação” e “denúncia”, abordaremos nesta atividade o que muitos consideram como sendo os mais importantes reflexos do Direito Internacional Público no universo de normas jurídicas a serem observadas pela sociedade interna e seus membros.
Os tratados internacionais têm como objeto inúmeros “temas” jurídicos que devem ser cumpridas/observadas pela população de cada país que integra o tratado. Por conseguinte, o texto do tratado, como texto de lei, deve ser oponível “erga omines” e utilizado pelos operadores do Direito para análise e “julgamento” das questões postas à apreciação.
O objetivo desta atividade é que o aluno compreenda em qual momento o tratado internacional atinge as pessoas que se submetem do direito brasileiro, quais espécies de normas jurídicas internas o tratado Internacional cria e como se solucionam os conflitos de lei entre as normas oriundas dos tratados internacionais e as normas de produção “doméstica” (normas jurídicas criadas exclusivamente pelo processo legislativo interno).
Estamos diante da atividade mais extensa, porém é a mais significativa para todos os operadores do Direito, qualquer que seja sua área específica de atuação, pois, como dito, há e haverá tratados internacionais relacionados com várias áreas do Direito, por exemplo, direito do trabalho, civil, comércio, tributário, processual civil e penal, penal, previdenciário, ambiental, etc. e também temos e teremos legislação de produção “doméstica” sobre estas diversas área do Direito.
Dividiremos a atividade em duas, que se complementam. 
1 - O aluno deverá redigir texto que contenha abordagens doutrinárias das correntes do “monismo” e do “dualismo” e sobre como se solucionam conflitos das normas oriundas de tratado internacional e de produção “doméstica”. Ou seja: A norma que decorre do tratado é superior à norma de produção doméstica, ou é o inverso, ou ainda existe outra solução para o conflito dessas normas no tempo? O aluno deverá ainda obter e trazer em seu texto ementas e/ou trechos de acórdãos do Supremo Tribunal Federal, inclusive a posição atual daquele Tribunal sobre as questões suscitadas.
2 – O aluno deverá redigir texto que contemple a explicação de todas as espécies de norma jurídica que podem ser produzidas pelo tratado internacional. Ou seja: uma norma que decorre de um tratado internacional torna-se lei ordinária, decreto, lei complementar, emenda constitucional, outra espécie de norma? Qual nível hierárquico das normas oriundas de tratado internacional?
2.1 – Especificamente no que se relaciona aos tratados mencionados nos parágrafos 2º e 3º do artigo 5º. da C.F. o que ficou decidido pelo Supremo Tribunal Federal em relação aos tratados concluídos antes da C.F. de 1988 e os elaborados após a vigência da C.F. porém anteriores à Emenda Constitucional 45 que inseriu o §3º no artigo 5º.?
As 3 atividades serão respondidas conjuntamente. 
A teoria monista admite somente um ordenamento, que englobe o direito interno e o internacional, é subdivida por duas vertentes: o monismo com primazia do direito interno e monismo com primazia do direito internacional. Já o dualismo define que tanto o direito internacional quando o direito interno são totalmente independentes e distintos, por sorte que um não se condiciona à sintonia do outro. 
A Convenção de Viena Sobre Direitos dos Tratados de 1969 deixa claro que, uma vz firmado o trato este deve se sobrepor ao ordenamento doméstico, conforme seu artigo 27: 
Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado. Esta regra não prejudica o artigo 46. 
Desta forma, evidencia-se que para sanar as disparidades ideológicas quanto a aplicação de legislação, é necessário que se implante, dentro do ordenamento interno aquilo acordado em tratado. Para tanto, não basta a ratificação de tratado para se validar o conteúdo no direito nacional. 
O que se faz necessário, portanto, é a promulgação e publicação do tratado e seu efetivo valor de norma interna, quer seja ele Lei Ordinária ou Emenda Constitucional.
Inclusive, o Brasil adotou o seguinte posicionamento pela decisão do STF na ADI 1480 MC:
É na Constituição da República - e não na controvérsia doutrinária que antagoniza monistas e dualistas - que se deve buscar a solução normativa para a questão da incorporação dos atos internacionais ao sistema de direito positivo interno brasileiro.
ADI 1480 MC, Relator Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 04/09/2001, DJ 18-05-2001. PP-00429 EMENT VOL-02031-02PP-00213.
Ou seja, a partir do nosso ordenamento interno, e, por conseguinte, a integração da lei externa que se verificará a devida aplicação legislativa.
Para termos este entendimento, utiliza-se a pirâmide de Kelsen esclarecendo a hierarquia das normas no ordenamento nacional: 
A Constituição é a carta superior estando ela no topo da pirâmide como prisma para as demais normas. E como sabemos, os tratados internacionais que versam sobre Direitos Humanos tem força de EC desde que votados com quórum especial como definido no art. 5º, §3º da CF.
Quantos aos tratados os comuns, são denominados de normas infraconstitucionais, por serem eles votados com maioria simples, apresentando-se como Lei Ordinária.
Verifica-se, porém, que o art. 5º §3º foi adicionado pela EC 45 apenas em 2004, o que atinge os tratados relacionados aos Direitos Humanos desde o ano da Constituição de 1988 até o ano 2004. Neste período, os tratados firmados com Lei Ordinária não tinham a devida aprovação, e para deslinde dessa incógnita o STF, em 2008, pelo Min. Celso de Mello, se posicionou aderindo à tese de terem eles (os tratados mencionados) força de Lei Supralegal, estando em um patamar superior a lei ordinária, mas inferiores à Constituição, o que os sujeitam ao controle de constitucionalidade. 
Neste diapasão, cita-se o jurista Luiz Flavio Gomes:
(...) em matéria de direitos humanos quando os tratados internacionais conflitam com a constituição brasileira (esse é o caso da prisão civil do depositário infiel) a solução não pode ser buscada no princípio da hierarquia. Não funciona (no conflito entre os tratados e a constituição) a hierarquia, sim, o princípio pro homine, que significa o seguinte: sempre prepondera a norma mais favorável ao ser humano. Não importa a hierarquia da norma, sim o seu conteúdo. (...). Não há que se falar em revogação da norma constitucional que conflita com o tratado. Todas as normas continuam vigentes. Mas no caso concreto será aplicada a mais favorável. (GOMES, 2008, p.2)
A mesma preocupação surgiu para os tratados firmados antes de 1988, como por exemplo, o Pacto de San José da Costa Rica, e para tanto o STF se manifestou pela Min. Ellen Gracie no julgamento do HC 87.585, em 2008: 
Tal qual Sua Excelência, entendo que a exata aplicação do § 2º do artigo 5º garante que esses tratados, no caso específico o Pacto de San José da Costa Rica, tenham efetivamente reconhecida a sua dignidade constitucional, ou seja, a sua integração naquilo que o Ministro Celso de Mello bem salienta e denomina de ‘bloco de constitucionalidade’. São direitos que, além dos expressamente previstos na Constituição, integram-se a ela por compromisso nacional.
Assim, entende-se que o Pacto supracitado é supralegal e infraconstitucional, podendo se sobrepor as normas constitucionais quando beneficiam os direitos humanos, sendo, neste interim a norma derrogada, se o caso, deixando de ter aplicabilidade por força de norma superior. 
Comenta-se que a doutrina se posiciona no sentido de que o Brasil é adepto da teoria monista, por coloca-las no mesmo plano mediante a incorporação dos acordos. Em contrapartida, o STF manifestou que o Brasil adota o posicionamento dualista moderado, a partir do julgado proveniente do CR 8279 AgR/AT – Argentina, Relator: Min. Celso de Mello. Julgamentoem 17/06/1998:
Mercosul - Carta rogatória passiva - Denegação de exequatur - Protocolo de medidas cautelares (Ouro Preto/MG) - Inaplicabilidade, por razões de ordem circunstancial - Ato internacional cujo ciclo de incorporação, ao direito interno do brasil, ainda não se achava concluído à data da decisão denegatória do exequatur, proferida pelo presidente do supremo tribunal federal - relações entre o direito internacional, o direito comunitário e o direito nacional do brasil - Princípios do efeito direto e da aplicabilidade imediata - Ausência de sua previsão no sistema constitucional brasileiro - Inexistência de cláusula geral de recepção plena e automática de atos internacionais, mesmo daqueles fundados em tratados de integração - Recurso de agravo improvido. A recepção dos tratados ou convenções internacionais em geral e dos acordos celebrados no âmbito do Mercosul está sujeita à disciplina fixada na Constituição da República.
De maneira geral, o que fica claro é que para pontuar essas problemáticas é necessária a incorporação do direito internacional ao direito interno. Salientando que, no que tange à incorporação dos tratados na ordem jurídica brasileira, pode-se entender que a CF/88 estabeleceu um "sistema único diferenciado" de integração dos atos internacionais, sendo aplicáveis:
A) Tratados comuns: deve haver a incorporação mediante promulgação pelo Poder Executivo depois de ratificados.
B) Tratados de direitos humanos: Há incorporação imediata após a ratificação.
Bibliografia e outras fontes
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. Curso Elementar. Editora Saraiva. 13ª ed. 2011. 
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. Editora Revista dos Tribunais. 10ª ed. 2016. 
ACCIOLY, Hildebrando. Manual de direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2008. 
HUSEK, Carlos Roberto. Curso de Direito Internacional Público. Editora LTR. 14ª ed. 1984. Disponível em https://2019.vlex.com/#sources/14136
SANTOS, Júlio César Borges. Curso de Direito Internacional Público. Editora Leud. 2009. Disponível em https://2019.vlex.com/#sources/5671
LUPI, André Lipp Pinto Basto. O Brasil é dualista? Anotações sobre a vigência de normas internacionais no ordenamento brasileiro. Disponível em https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/194945/000881701.pdf?sequence=3&isAllowed=y.
Madruga, Antenor. Brasil: estrutura monista ou dualista?. Disponível em https://www.conjur.com.br/2012-jun-28/cooperacao-internacional-brasil-monista-ou-dualista
LIMA, Cristiane Helena de Paula. A INTERNALIZAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS DO MERCOSUL NO BRASIL: Um Contributo para a Segurança Jurídica na Integração da América do Sul. Disponível em http://centrodireitointernacional.com.br/static/revistaeletronica/volume9/arquivos_pdf/sumario/Cristiane%20Helena%20de%20Paula%20Lima.pdf.
Informativo STF nº 109. Maio/1998. Acórdãos publicados: 297. T R A N S C R I Ç Õ E S.
Disponível em http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo109.htm
Fontes: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d7030.htm
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-relacao-direito-internacional-publico-com-direito-interno.htm
https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/43/170/ril_v43_n170_p273.pdf
https://drlucasfcs.jusbrasil.com.br/artigos/504743248/teoria-monista-e-teoria-dualista
https://jus.com.br/artigos/31184/monismo-e-dualismo-no-sistema-brasileiro
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://noosfero.ucsal.br/articles/0010/4219/mazzuoli-curso-de-direito-internacional-publico-1-120.pdf
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo109.htm
https://www.youtube.com/watch?v=TnrcULWQn1k

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