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PROCESSO CIVIL V

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PROCESSO CIVIL V- PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
resumo de consignação em pagamento
- Artigo com leitura indispensável: 539, §§1°, 2°,3° e 4° do CPC/2015
- Existem duas hipóteses de consignação em pagamento: 
· Para entrega de objeto (bem móvel e imóvel); 
· para pagamento de valores.
- Existem duas hipóteses de cabimento:
· Quando houver a recusa injustificada do credor em receber: Existem 2 regulamentos jurídicos, do CPC (comum) e a Lei de Locações (Lei n° 8.245) (especial)
· Quando houver a dúvida objetiva sobre quem deva ser o credor
- Dentro da consignação para pagamento de valores EM DINHEIRO, ainda existe a possibilidade de consignação JUDICIAL ou EXTRAJUDICIAL/BANCÁRIA.
- A consignação extrajudicial só cabe se for em dinheiro
1 - A consignação em pagamento extrajudicial/bancária: 
O devedor pode fazer o depósito, e o credor será cientificado por AR para no prazo de 10 dias contado do retorno do AR, requerer o saque ou recusar. No caso de:
- Aceitou o pagamento: a obrigação se deu por adimplida. Iuris tanto.
- Apresentou recusa expressa: o devedor pode sacar o dinheiro ou judicializar a ação de consignação em pagamento no prazo de um mês (esse prazo não é decadencial, nem prescricional, é um prazo impróprio).
Apesar de esse prazo não significar a perda de um direito, caso ocorra alguma coisa, pelo fato do devedor está em mora poderá sofrer penalidades financeiras, e, estando dentro do prazo, vai dar tudo certo, pois ele não vai estar em mora 
A consignação extrajudicial deve ser depositada com o valor correto, pois caso vá ao judiciário e o juiz entenda que o credor está certo, o devedor sofrerá punições (juros e correção monetária, perda do objeto...)
 	A consignação extrajudicial não é obrigatória, é uma faculdade que o devedor pode utilizar
2- Lugar competente para a consignação em pagamento
Art. 540, CPC
Na consignação em pagamento existe uma regra própria. 
O juízo competente é onde a obrigação for adimplida, o lugar do pagamento.
	- O lugar do pagamento pode ser: quesível ou portável.
	- Em regra é quesível. Só é portável quando estiver expresso.
A ação de consignação em pagamento (A.C.P) deve ser ajuizada no lugar do pagamento (art. 540 do CPC e 337 do CC), ou seja, se a obrigação for quesível/guerable (o credor vem até o devedor exigir o pagamento), domicílio do devedor ou onde ele cumpre a obrigação. Se portável/portable (o devedor vai até o credor efetuar o pagamento, domicílio do credor.
A doutrina minoritária, com base no art. 341 do Código Civil, afirma que se o objeto da contratação for imóvel, deve a consignação ser ajuizada no local da situação da coisa, porém para o professor, referida regra se aplicaria apenas se o próprio imóvel fosse depositado e não apenas para o cumprimento da obrigação. 
O disposto acima trata-se de incompetência relativa. Nesse caso, se errar, será prorrogado.
3- Bem indeterminado:
Quando o objeto de pagamento for indeterminado ou o pagamento alternativo, deve—se pedir ao juiz que intime o devedor para dizer qual a forma de cumprimento ele quer ser pago.
-Art. 543, CPC.
4- Obrigação de trato sucessivo:
- Art. 541, CPC.
Até quando é possível depositar as parcelas vincendas?
Existem 4 correntes., conforme será visto mais a frente. 
Recapitulando: Há 2 modalidades de consignação em pagamento (art. 334 e ss. do CC e 539, ss. do CPC):
1-Quando há recusa injustificada em receber;
2-Quando há dúvida objetiva a quem pagar.
1. Consignação em pagamento extrajudicial ou bancária: 
- Somente tratará de obrigação em dinheiro.
-Art. 539 do CPC
-Ar. 330, §2°
-Quem pode pagar? As partes, um terceiro interessado ou não.
- Quem mandará o AR para o credor, informando do pagamento? O CNJ determinou que é o banco.
- A lei diz que a recusa deve ser expressa, porém a doutrina majoritária entende que a recusa deve ser expressa e justificada. 
- Transcorrido o prazo de 10 dias, o credor manteve-se inerte, a lei estabelece que a obrigação está adimplida e o devedor liberado. Por não haver análise do judiciário, entende-se ser uma presunção relativa (iuris tantum). O credor pode ir ao judiciário cobrando o valor que faltou, caso haja. 
- A doutrina majoritária entende que o prazo de UM MÊS para ajuizar a ação de consignação em pegamento é impróprio. A doutrina minoritária diz que é decadencial.
2. Lugar do pagamento:
- Onde ajuízo a ação de consignação em pagamento? 
 Art. 53 e §§; art. 46 e art.47 do CPC.
- A consignação em pagamento tem norma própria que está nos arts. 334 e 540 do CPC
- Importante saber qual é o tipo de obrigação (quesível ou portável)
*Obrigação quesível = aquela que o credor vai até o devedor cobrar o pagamento da quantia devida (lugar do pagamento = domicílio do devedor)
“Obrigação portável = aquela que o devedor vai até o credor/local para realizar o pagamento (lugar do pagamento = domicílio do credor)
- Se for bem imóvel, a ação será proposta no lugar do bem 
- Art. 341 do CC. Se a coisa for imóvel poderá o devedor citar o credor para ir recebê-la.
3. Consignação em pagamento judicial:
-Art. 542, CPC: Petição inicial
- Se já tiver ocorrido a fase extrajudicial, o juiz só vai ratificar o valor depositado.
- Art. 541 do CPC – prestações de trato sucessivo. Até quando é possível depositar as parcelas vincendas? 
4 correntes:
1. Primeira corrente: com base no art. 67 III da lei 8245/91 sustenta que as parcelas vincendas podem ser depositadas até a sentença de primeira instancia e após este momento deverá o autor ajuizar nova ACP (corrente minoritária do STJ) 
2. Segunda corrente: com base no art. 933 do CPC que autoriza a análise de fato supervenientes pelo tribunal recursal, de oficio ou a requerimento da parte, defende o deposito das parcelas vincendas até o transito em julgado da sentença. (majoritária do STJ) terceira c
3. Terceira corrente: defendida por Barbosa Moreira afirma que o deposito das parcelas vincendas pode ser feito enquanto pender julgamento de recurso dotado de efeito devolutivo amplo sendo desaconselhado em sede de RESP e RE pois estes recursos possuem efeito devolutivo restrito ao acórdão recorrido por se exigir pré-questionamento da matéria sumula 211 do STJ e 356 do STF. 
4. Quarta corrente: afirma que se trata de obrigação de trato sucessivo e por isso com base no 505 § 1° do CPC seria possível a análise dessa questão mesmo após o transito em julgado da sentença por se tratar de coisa julgada rebus sic stantibus, desde que a parte comprove a alteração do estado de fato ou de direito. Na opinião do professor é a pior das correntes.
- Proposta a ação, o autor tem 5 dias para depositar o valor devido.
- O réu é citado para contestar. Há 4 possibilidades (art. 544 do CPC).
- Pode haver reconhecimento da obrigação. O juiz condena o réu ao ônus da sucumbência
- O réu pode requerer o saque e contestar
- O réu pode alegar recusa justa

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