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IMAGEM DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES

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IMAGEM DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES
Temos a cavidade nasal, a nasofaringe e orofaringe. Na parede posterior da nasofaringe (cavum), temos um tecido linfático, que corresponde às adenoides. Como é um tecido linfático, caso uma pessoa tenha um processo infeccioso, ele vai hipertrofiar naturalmente. Caso ocorra uma adenoide muito aumentada de volume, acontece uma diminuição da entrada de ar na região nasal, então a pessoa passa a ser um respirador bucal (em crianças, pode causar até problemas de desenvolvimento). O rosto típico do respirador bucal é como o do Ronaldinho Gaúcho. Outra coisa que acontece nessa região, é a drenagem da tuba auditiva, que está ligada à orelha média, onde há produção natural de secreção que é drenada pela tuba auditiva. Então crianças com obstrução da tuba auditiva podem fazer otite média por déficit na drenagem dessa secreção.
Nessa TC, vamos um grande aumento das adenoides, que causa anomalias de fala, dificuldade de deglutição, desordens do sono (apneia ocorre bastante) e deformidade facial, além de otite média caso haja obstrução da tuba auditiva.
O exame para ver se a adenoide está normal ou não é o perfil do cavum (RX). É usada uma técnica para avaliar melhor as partes moles.
O trabalho de Fujoka propõe a razão adenoide-nasofaringe, que é uma razão entre a base do crânio e o final do palato duro e a base do crânio e a extremidade anterior da adenoide. De acordo com esse estudo, crianças que têm razão abaixo de 0,4 são assintomáticas, crianças com razão acima 0,8 são todas sintomáticas e crianças entre 0,4 e 0,8 podem ou não ser sintomáticas. No dia a dia, os radiologistas usam 0,5 para dizer que está aumentada. Porém, isso não é o suficiente para indicar CX (exceto se houver oclusão total), então sempre é preciso relacionar à clínica.
Lembrando que, não ter nenhum tecido adenoideano não é uma coisa normal, a pessoa foi operada e esse tecido foi retirado ou ela tem um grau de imunideficiência muito alto!
Em processos inflamatórios, há hipertrofia de adenoide, então não se deve pedir perfil de cavum em crianças com sintomas infecciosos/inflamatórios!!! Porque é óbvio que as adenoides estarão hipertrofiadas.
Quando nascemos, temos as células etmoidais e os seios maxilares, que são bem pequenos. O seio frontal cresce com 1-2 anos e têm tamanhos variados e o último seio a se aerar é o seio esfenoidal, por volta dos 3-5 anos.
Para avaliar os seios, temos 2 incidências básicas, fronto-naso (ver seio frontal e etmoidal) e mento-naso (ver seios maxilares). Geralmente, é feita com o paciente deitado, na fronto-naso ele deve estar com a testa e o nariz na mesa e na mento-naso, encosta o nariz e o queixo na mesa e levanta um pouco o nariz. A incidência para ver o seio esfenoidal é perfil. O técnico geralmente pede para o paciente ficar deitado, mas o correto é ser feito em ortostatismo! 
O paciente com cefalia ou pressão na cabeça, plenitude facial, obstrução nasal, rinorreia anterior ou posterior, febre, redução ou perda de olfato, halitose e tosse, tem rinossinusite. Não precisa fazer RX nesse paciente, ainda mais se for criança com esses sintomas. 
As rinossinusites podem ser classificadas de acordo com a duração dos sintomas, pela etiologia e pelas manifestações clínicas:
· Aguda – até 4 semanas. Não é para fazer exame de imagem nenhum! É diagnóstico clínico!!!
· Subaguda – maior que 2 e menor que 12 semanas
· Recorrente – 4 ou mais episódios no intervalo de 1 ano, com resolução completa dos sintomas entre eles. Faz-se RX para ver se o paciente possui algum motivo anatômico para apresentar esses episódios recorrentes
Radiologia convencional: só utilizar em rinossinusite aguda quando existir dúvida diagnóstica. Quando normal, afasta o diagnóstico. Solicitar em posição ortostática e não usar para controle evolutivo.
Rinossinusite aguda: espessamento da mucosa, velamento do seio e presença de nível hídrico.
A importância de se fazer o exame em ortostatismo é por conta do nível hídrico, que só é possível se ver nessa posição. Importante lembrar que isso não ocorre somente na rinossinusite, também pode acontecer quando há barotrauma (mergulho em local muito fundo), hemossinus, uso de SNG (ela pode obstruir a drenagem natural do seio), pacientes inconscientes que ficam muito tempo em decúbito dorsal e lavagem nasal.
A TC é considerada o método de escolha para rinossinusite. A RM também é um grande exame, mas não vale a pena no geral. 
Na TC da rinossinusite crônica, podemos ver espessamento ósseo e calcificação intrassinusal (o processo infeccioso dura muito tempo, o pH muda dentro do seio e isso propicia a formação de calcificações).
A rinossinusite crônica pode ser infecciosa, alérgica, por imunodeficiência, por fatores obstrutivos mecânicos e odontogênica (a raiz do dente fica muito próxima à luz do seio maxilar). 
Quando uma célula etmoidal migra no intraútero para o seio maxilar, ela é chamada de célula de Harller, que reduz a luz do infundíbulo que drena o seio maxilar. Então, uma das possíveis causas de sinusite crônica é a presença de células de Harller. Outra causa é o septo nasal muito desviado, que encontra com a concha média e reduz a drenagem. 
Sinusite fúngica: na TC contrastada, é possível observar um halo (mucosa branca e submucosa não cora). Geralmente causada por aspergilus.
Cisto de retenção: pode parecer um espessamento de parede, mas é uma glândula produtora de muco que obstruiu e continuou produzindo muco, até virar um “balão de muco”. Não é a mesma coisa que mucocele.
Osteoma: é uma bolinha com densidade de osso. É um tumor ósseo benigno que ocorre frequentemente nos seios frontais e pode não causar nada, ou crescer junto ao ponto de drenagem do seio e obstruir aquele local.
Mucocele: pode destruir a base do crânio do paciente, o paciente pode ter exoftalmia, paralisia de par craniano, entre outros. É o acúmulo de secreção dentro de uma cavidade paranasal com expansão das suas paredes ósseas.
Síndrome do seio silencioso: obstrução infundibular com reabsorção do ar. Causa assimetria facial, enoftalmia e sem queixas paranasais.
Complicações das rinossinusites: podem ser por contiguidade (celulite periorbitária, meningoencefalite e abscesso cerebral) e por via hematogênica (meningoencefalite e abscesso cerebral).
A RM é feita quando há suspeita de disseminação para o SNC. Se não tiver acesso à RM, é feita a TC mesmo.
No seio frontal, temos a díploe, que se divide em 2, então fica uma “casquinha” entre o seio frontal e a cavidade craniana. Um processo infeccioso no seio frontal pode então causar uma meningoencefalite.
O abscesso possui uma membrana vascularizada, que produz pus em seu interior. Então se eu injeto um meio de contraste, toda essa membrana vai corar, causando um reforço periférico com edema ao redor e parede regular na TC. Na RM acontece a mesma coisa.
Nem toda imagem de lesão no SNA com realce anelar são abscessos. Devemos pensar no mnemônico DR MAGIC L:
· Doença desmielinizante
· Radiação (necrose)
· Metástase
· Abscesso
· Glioblastoma 
· Infarto
· Contusão 
· Linfoma

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