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RESUMO FALÊNCIA

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PRESSUPOSTOS DA FALENCIA - A crise da empresa pode manifestar-se de formas variadas. Ela é econômica quando as vendas de produtos e serviços não se realizam na quantidade necessária à manutenção do negocio. É financeira na quando falta à sociedade empresária dinheiro em caixa para honrar seus compromissos e finalmente é patrimonial se o ativo é inferior ao passivo, se as dividas superam os bens da sociedade empresaria. Em geral, cabe dizer que determinada sociedade empresaria está em crise quando presente as três formas pela qual se manifesta. A que das vendas acarreta falta de liquidez e em seguida, a insolvência. A garantia dos credores é o patrimônio do devedor. Quando porem, o patrimônio do devedor é representando por bens cujos valores somados são inferiores à totalidade das suas dividas, a regra da individualidade da execução torna-se injusta, porque execuções individuais não possibilitam discriminar os credores, de acordo com os graus de necessidade ou garantias contratadas; e não da também aos titulares de credito de igual natureza, as mesmas chances. Para evitar isso, o direito afasta a execução individual e prevê na hipótese, a instauração de uma execução concursal, isto é, do concurso de credores. Deve-se processar como concurso, ou seja, envolvendo todos os credores e abrangendo todos os bens, reunindo a totalidade de passivo e do ativo do devedor. A instauração de concurso na hipótese do devedor não ter meios suficientes para cumpri a totalidade de suas obrigações visa o principio básico de justiça denominado par condicio creditorum. O tratamento paritário dos credores pode ser visto como uma forma de o direito tutelar o crédito, possibilitando que melhor se desempenhe sua função na economia e na sociedade. Os agentes econômicos se sentem menos inseguros em conceder créditos por exemplo. A falência é assim, o processo judicial de execução concursal do patrimônio do devedor empresário. Visto que caso não seja sociedade empresaria o processo será se insolvência civil, regida pelo CPC, e não de falência. Ou seja, para ser instaurada a falência é necessária a concorrência de três pressupostos: (a) devedor ser sociedade empresária. (b) insolvência – impontualidade injustificada, execução frustrada ou prática de ato de falência. (c) sentença declaratória da falência. Devedor sujeito a falência: Está sujeitos a falência, os devedores que exercem a atividade econômica de forma empresarial. A lei exclui do direito falimentar alguns empresários. A exclusão é total ou absoluta, se a sociedade empresária nunca puder falir como por ex as empresas públicas, sociedade de economia mista. E é parcial ou reativa se não puder falir apenas em determinadas hipóteses previstas em lei, como por ex no caso de instituição financeira. Insolvência: Numa breve síntese do que vimos até o momento, pode-se assentar que o estado patrimonial do devedor que possui o ativo inferior ao passivo é denominado insolvência econômica, ou insolvabilidade. O devedor empresário nesse caso encontra-se sujeito a execução concursal de seu patrimônio chamado de falência. Para que a devedora, sociedade empresaria, se submeta a execução concursal falimentar, é rigorosamente indiferente a prova da inferioridade do ativo em relação ao passivo. Ou seja, não é necessário o requerente da quebra, demonstrar o estado patrimonial de insolvência do requerido (insolvencia econômica), para que se instaure a falência. Exige a lei a chamada insolvência jurídica, que se caracteriza pela impontualidade injustificada – art. 94, I, pela execução frustrada, art. 94,II ou pela prática de ato de falência, art. 94 III. Logo, para fins de decretação de falência, o pressuposto da insolvência não se caracteriza por um determinado estado patrimonial, mas pela ocorrência de um dos fatos previstos em lei ensejadores da quebra. Impontualidade injustificada: refere-se a obrigação liquida, ou seja, representada por titulo executivo, judicial ou extrajudicial protestado. Trata-se de critério forma da lei; só da ensejo a falência por esse fundamento, a impontualidade referente a obrigação liquida documentada num desses títulos (judicial oi extrajudicial) devidamente protestado. Ademais, alem de ser titulo protestado, outro requisito é o valor desse documento. Assim só pode ter o devedor a falência decretada se deixar de cumprir pontualmente obrigação de pelo menos, 40 salários mínimos. – administre a lei que os credores se unam em litisconsórcio ativo para juntos formarem esse valor. Caso o credor não consiga reunir todos esses requisitos, o que lhe sobra é a execução judicial. A lei estipula um rol de hipóteses de impontualidade justificada, ou seja, que não da ensejo a falência. – art. 96. A impontualidade é sempre provada com o protesto por falta de pagamento. De outro lado, naos e tratando de titulo sujeito a protesto cambial, como uma sentença judicial, a lei estipula uma espécie de protesto diferente, é o chamado protesto especial da falência. Em suma, para que se encontre caracterizado o comportamento descrito no art. 94 I da LF, e portanto, seja cabível a instauração da falência, é necessário que a sociedade empresaria devedora tenha sido impontual, sem relevante razão jurídica, no cumprimento da obrigação documentada em titulo executivo. A impontualidade deverá ser demonstrada necessariamente pelo protesto, cambial ou especial. Execução frustrada: A sociedade empresária devedora que, executada, não paga, não deposita nem nomeia bens a penhora no prazo legal, incorre em execução frustrada. Art. 94 II LF. Chama-se de tríplice omissão. Se está sendo promovida contra a sociedade empresaria uma execução individual, isso significa que ela não pagou no vencimento a obrigação liquida certa e exigível. Por outro lado, se não tomou nenhuma das medidas garantidoras de cumprir a obrigação, como por exemplo nomear bens a penhora, é um sinal de que talvez não disponha de meios sequer para em seguida formular perante o juízo competente o pedido de falência. Para essa hipótese de insolvência jurídica, o protesto do titulo em que se baseia a execução é desnecessário, vez que o titulo de credito não protestado pode ser levado a execução. Logo, mesmo não estando o titulo protestado poderá ajuizar o pedido de falência com base não rt. 94 II. Ainda, não se faz necessário o valor mínimo do titulo – esses requisitos foram estitupaldos pela lei em hipótese de se pedir a falência por impontualidade insjutificada. O artigo 94, II, Lei 11.101/05 aborda a hipótese de uma execução se tornar falência, o que ocorre diante de uma execução frustrada, isto é, quando não há localização de bens no patrimônio do devedor. Há quem interprete que também no artigo 94, II, Lei 11.101/05 se exige o valor superior a 40 salário mínimos para se impedir o requerimento de falência por quantias irrisórias. Neste caso, o título não precisa estar protestado. B3- Atos de falência: comportamentos normalmente praticados pela sociedade empresaria que se encontra em insolvência econômica, isto é com o ativo inferior ao passivo. SÃO ATOS DE FALENCIA: liquidação precipitada – liquida seu negocio de forma abrupta, isto é vende os bens ativos não circulantes indispensáveis a exploração da atividade sem reposição, deixando de observar às regras pertinentes a dissolução. Negocio simulado – retardar pagamento ou fraudar para garantir a execução. Esses fatos denunciam a insolvabilidade da executada e possibilitam a decretação de falência. Esse pedido não se faz nos autos da execução individual, na verdade esta deve ser suspensa ou mesmo extinta. O exeqüente deve solicitar uma certidão atestando a falta de pagamento, deposito ou nomeação de bens a penhora e então entrar com pedido de falência no juízo competente. Alienação irregular de estabelecimento – a sociedade vende o seu estabelecimento empresarial sem consentimento dos credores, ou não conservando patrimônio suficiente para responder pelo passivo. Transferência simulada do principal estabelecimento – a sociedade é em principio livre para transferir seu principalestabelecimento para onde quiser, se o motivo da mudança for plausível. Há contudo a transferência quando o objetivo é fraudar a lei, frustrando a ficaslização ou prejudicar credores, nesses casos considera-se simulada a transferência.Os atos de falência tipificam condutas que, em geral, são as de empresários em insolvência econômica. Não se exige, contudo, para a decretação da falência, a demonstração do estado patrimonial de insolvência, basta a prova de que o devedor incorreu em conduta tipificada.Garantia real – a instituição de garantia real pela sociedade empresaria e, favor de um dos seus credores deve operar-se posteriormente à constituição do crédito. Não se verifica o ato de falência se a constituição da obrigação e a concessão da garantia são concomitantes. A incoincidencia entre os atos é que revela o intuito de fraudar a par condiccio creditorium. Normalmente ninguém concede garantia real para credor que já havia concordado em ceder o credito sem ela. Abandono do estabelecimento comercial - abandono do estabelecimento por parte representante legal. Descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação judicial. 
PEDIDO DE FALENCIA: O processo falimentar divide-se em três grandes etapas, sendo a primeira delas a fase pré-falimentar, dedicada à verificação dos dois pressupostos materiais da decretação da falência, quais sejam, a empresariedade da sociedade devedora e a insolvência jurídica. Essa fase também é conhecida como pedido de falência. Se não se verificarem os pressupostos da decretação de falência, o juiz proferirá sentença denegatória e ai encerrar-se-á a o processo em sua primeira fase. Ao contrario, se for dada sentença declaratória de falência, instaurando ai a relação processual concursal – que liga o falido de um lado e a comunidade de credores de outro. Inaugura-se então a segunda fase, cujos objetivos principais são a realização do ativo, a verificação e satisfação do passivo, A terceira fase do processo falimentar tem por objetivo a reabilitação do falido. Primeira Fase: alem dos pressupostos para o pedido de falência (sociedade seja empresaria e insolvência jurídica) devemos analisar os seguintes itens: 1.1-Legitimidade Ativa: estão legitimadas a pedir a falência da sociedade empresaria, alem dela mesma, seu sócio e o credor – art. 97 LF. A lei falimentar impõe (na verdade recomenda) ao próprio devedor a obrigação de requerer a autofalência, quando estiver insolvente e considerar que não atende aos requisitos de pedir a recuperação judicial – art. 105/107 LF. Trata-se porem de obrigação sem sanção, ou seja, se o devedor assim não fizer, a ele nada pode ser imputado. Regra geral, é o credor o maior interessado na instauração do processo de execução concursal, até mesmo porque o pedido de falência tem-se tornado um eficaz instrumento de cobrança. O credor tem legitimidade para formular o pedido de falência, ainda que seu credito não esteja vencido, cabendo-lhe provar a impontualidade injustificada da sociedade devedora ou a execução frustrada em relação a titulo de terceiro, ou ainda, caso haja pratica de qualquer dos atos de falência. 1.2- Competência e Universalidade do Juízo falimentar: competente para conhecer o pedido de falência, decretá-la e processá-la é o juiz do local em que está situado o principal estabelecimento da sociedade empresária devedora no Brasil – art. 3 LF. Principal estabelecimento para o direito falimentar, é aquele em que a devedora concentra o maior volume de seus negócios. Eventualmente, não coincide com a matriz. O juízo da falência é universal, isso significa que todas as ações referentes aos bens, interesses e negócios da massa falida serão processadas e julgadas pelo juízo perante o qual tramita o processo de execução concursal por falência. – art. 75 LF. É a chamada aptidão atrativa do juízo falimentar. Há 5 hipóteses que não se aplica essa regra da universalidade do juízo falimentar: (a) ações não reguladas pela LF em que a massa falida for autora ou litisconsorte ativa – art. 75 fine LF. (b) ações em que demandam quantia ilíquida (ou seja, não estipulado ainda o quantum debeatum) , independente da posição da massa falida na demanda, também não são atraídas pelo juízo universal falimentar, caso já estivessem em tramitação ao tempo da decretação da falência. – nesse caso elas continuam sendo processadas no juízo a qual foram distribuídas- art. 6 p.1º LF. (c) reclamações trabalhistas cuja competência é oriunda de norma constitucional, cf art. 114 CF. (d) as execuções tributárias; (e) as ações em que é parte a União ou entidades autarquicas ou empresas publicas, cuja competência ;e da J. Federal – art. 109 CF. 1.3- Rito: o pedido de falência segue, de acordo com o autor da demanda, ritos diferentes. Quando requerida pelo credor ou sócio minoritário, o rito tem características contenciososas, seguindo os preceitos doas arts. 94, 95, 96 e 98 LF.Já em caso de autofalência os preceitos estão no art. 105, 106 e 107 LF. Quando fundado na impontualidade justificada, a petição inicial deve ser instruída obrigatoriamente com o titulo acompanhado do instrumento de protesto – art. 94, p.3º LF. Se o fundamento é a tríplice omissão, a lei exige a certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução frustrada – art. 94, p.4º LF. Sendo por fim, fundada em ato de falência, se junta às provas do que houver e espeficiando a sprovas que pretende produzir.- art. 94, p.5º LF.O prazo para defesa do requerido é de 10 dias – art. 98 LF. Nesse mesmo prazo, pode a empresa devedora poderá elidir a falência, depositando o valor da obrigação em atraso. A elisão pode acompanhar a defesa ou ser feita independentemente de resposta. Fato é que uma vez efetuado o deposito a decretação da falência está de todo afastada, porque desfigura a impontualidade injustificada, a frustração da execução ou o interesse do credor em instaurar o concurso.Quando tratar-se de pedido de autofalência, o pedido deve vir instruído com uma lista extensa de documentos que estão previstos em lei. Art. 105 LF. O juiz apenas não deve decretar a falência em caso de desistência tempestiva. Tratando-se de hipótese de verdadeira retratação, se apresentada pelo devedor antes da sentença. 1.4- MP no pedido de falência: nada de muito relevante.A primeira fase encerra-se com a sentença declaratória de falência, ou a denegação da falência. - Sentença Declaratória de Falência: ela não é declaratória e sim constitutiva, porque altera as relações entre os credores em concurso e a sociedade devedora falida, ai fazer incidir sobre elas as mesmas normas especificas do direito falimentar. Assim, deverá o juiz julgar procedente o pedido de falência, atentando-se ao disposto no art. 458 CPC e 99 LF. O artigo 99, Lei 11.101/05 traz as determinações do que deve conter a sentença que decreta a falência. Caso a sentença determine a falência, o processo continuará a correr no juízo falimentar e ocorrerá a Suspensão das ações e execuções contra o falido (ressalvado art. 6º, §§ 1º e 2º). A falência produz a dissolução da sociedade e a interrupção da atividade econômica anteriormente realizada. É muito raro, mas há situações em que se justifica a continuidade provisória da atividade (como p. ex. bens perecíveis no estoque . A inabilitação tanto do falido quanto do administrador vem prevista nos artigos 102 e 181, Lei 11.101/05 Termo legal de falência: é o período anterior a decretação da quebra, que serve de referência para a auditoria dos atos praticados pela sociedade falida. Isso porque, é necessário investigar se ocorreram irregularidades nas vésperas da decretação da falência, para haver a certificação de que não foram praticados atos que frustrem os objetivos antevisto no processo falimentar. Essa sentença deverá ser publicada em edital, para garantir maior publicidade – art. 99 p.ú LF. Devendo inclusive ser a Junta Comercial comunicada da falência – art. 99 VIII LF. PS: com a decretação da falência suspendem-se todas as ações e execuções contra o falido. Quanto aos recursos cabível contra essasentença declaratória de falência, será o agravo de instrumento – art. 100 LF. - Sentença denegatória de falência: a denegação pode ter dois fundamentos; a elisão ou o acolhimento da contestação da sociedade empresaria devedora. A súmula 29 do STJ diz que o deposito elisivo deve compreender desde logo, a correção monetária, alem de juros e honorários. Isso está tb incomportado na LF no art. 98 p.ú. O depósito elisivo, contudo, não é aceito na hipótese de falência requerida com base no artigo 94, III, Lei 11.101/05. O objetivo é evitar que os credores pressionem o empresário por meio da imputação de atos de falência e com isso consigam a satisfação de crédito ainda não vencido, violando a igualdade entre credores. Contra essa sentença, caberá recurso de apelação – art. 100 LF. Quando o réu faz o depósito elisivo afasta a possibilidade de decretação da falência, mas a ação prossegue como sendo ação de cobrança. Se a ação for julgada contrariamente aos interesses do réu, mas for rejeitada a falência, haverá sucumbência do réu (devedor). Os efeitos da falência foram afastados porque houve o depósito, mas o fato de ter havido o depósito não significa que ele será vencedor na demanda, apenas afastará a possibilidade de ter a falência decretada contra si. A ação de cobrança continua sendo processada no mesmo juízo. 
ADMINISTRAÇÃO NA FALENCIA: Ao juiz compete a administração da falência, superintendendo as ações do administrador judicial. Juiz administra bens, autoriza sua alienação, aprova prestação de contas do administrador judicial, fixa remuneração dos auxiliares do administrador judicial. Juiz conta com órgãos auxiliares na falência: administrador judicial, assembleia de credores e comitê de credores. Mas o juiz será diretamente auxiliado pelo promotor de justiça e o administrador judicial. O representante do MP pode intervir na ação como fiscal da lei, ou como parte em caso de oferecimento de denuncia por crime falimentar. Em outras situações, age como auxiliar, como por exemplo na manifestação acerca das contas do administrador judicial, se houver impugnação por algum interessado. ADMINISTRADOR JUDICIAL: auxiliar do juízo que deve cumprir com as funções determinadas em lei. Alem disso, ele também é representante da massa falida subjetiva– credores. É escolhido pelo juiz por ocasião da sentença (art. 99, IX). Advogado, economista, administrador (art. 21, LF). e será sempre pessoa de sua confiança. O administrador judicial pode ser pessoa física ou jurídica. Claro que para a nomeação deste deverá ser observado os impedimentos previstos na lei, no art. 30. A remuneração dele está estipulado com o teto de 5% sobre o valor da venda dos bens da falida cf. art.24 p.1º LF. E tem natureza de credito extraconcursal. Funcionário público para efeitos da lei penal A atividade inicial da organização do quadro de credores é do administrador judicial; numa eventual impugnação à organização, é que o juiz intervirá no procedimento. Deverá ele prestar contas de sua administração em duas hipóteses: ordinariamente, ao termino do processo e extraordinariamente quando deixa as funções por renuncia, substituição ou destituição Arts. 24 e 31. Os credores deverão aprovar essas contas, caso assim não façam, deverão oferecer impugnações. Caso haja impugnação, o juiz determinará a realização das diligencias que julgar necessárias e em seguida a oitiva do MP e por ultimo a reposta do administrador. Na seqüência, o juiz julga as contas. Lembrando que caso não haja impugnação, juiz julga de oficio as contas. Como representante legal da massa, deve ele administrar os bens da sociedade falida, visando sempre obter a otimização dos recursos disponíveis. Sua grande missão é maximizar o ativo, para satisfazer os credores. Ele não goza de absoluta autonomia, devendo em maioria dos casos requerer autorização judicial para tomar determinadas medidas. – art. 22 p.1º LF. ASSEMBLEIA GERAL DOS CREDORES: tem poderes de deliberação na substituição do administrador judicial, constituição e eleição do comitê e aprovação de formas alternativas de realização do ativo se alcançar expressivo consenso na votação da matéria – 2/3 dos créditos. – art. 35, II LF. COMITÊ: É órgão consultivo e de fiscalização. É ademais, facultativo. Existe quando o juiz determina sua instalação na sentença de quebra ou quando é deliberada por qualquer das classes dos credores na Assembléia Geral. EFEITOS DA FALÊNCIA - Arts. 102-104 e 115 em diante. Dissolução da Sociedade Falida: Os efeitos da decretação de falência em relação à pessoa jurídica da sociedade empresária, é a sua extinção. Ou seja, a decretação da falência provoca a dissolução da sociedade empresária. Normalmente, a dissolução por falência acarreta a paralisação da atividade econômica, já que o objetivo do concurso dos credores é procurar satisfazer, o quanto possível, o passivo da falida. Atualmente, tem-se atentado muito para a preservação da empresa, isto é, a busca alternativas que garantissem a exploração da atividade econômica, com o intuito de maximizar o ativo. Criam-se desse modo, mecanismos que conciliam a dissolução falimentar da sociedade empresária com a continuação do negocio. Admite-se que o juiz na sentença de quebra, autorize a continuação dos negócios de forma provisória, quando isso for útil ao cumprimento das finalidades da execução concursal. Existem 3 (três) etapas para a extinção da sociedade: (i) Dissolução-ato (que é a própria sentença, ato dissolutório). A sentença não é o bastante, deve haver também a (ii) Liquidação da sociedade para que se possa pagar o passivo através da (iii) Partilha , que é o pagamento do passivo para a eventual e futura satisfação de credores. Art.81 §1°- estende os efeitos da falência aos sócios de responsabilidade ilimitada, ainda que eles tenham se retirado da sociedade. Sócios da sociedade falida: A falência é da sociedade e não dos seus sócios, mas eles estão expostos as conseqüências da falência da empresa. Os sócios são afetados pela falência da sociedade de forma diversa, segundo tenham ou não administrado a empresa. Os sócios administradores têm obrigações processuais idênticas ao empresário individual falido. Também interessa, na delimitação da extensão dos efeitos da falência da sociedade em relação aos seus membros, identificar o tipo societário da falida e a natureza da responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais – solidaria, subsidiária ou limitada. Em relação a responsabilidade civil, não há nenhuma diferença entre os sócios relacionados aos exercícios das funções empresarias ou de representação legal. Quando se trata de sociedade limitada ou anônima, se p capital social está integralizado integralmente, o sócio/acionista não em responsabilidade pelas obrigações sociais. Na falência de sociedade de tipo menos, os bens dos sócios de responsabilidade ilimitada são arrecadados pelo administrador judicial juntamente com os bens da sociedade. O patrimônio da sociedade falida: O ato de constrição judicial dos bens do devedor, na falência, é a arrecadação. Arrecadam-se todos os bens de propriedade da falida, mesmo que não se encontrem em sua posse, e todos os bens na posse dela, ainda que não seja de sua propriedade. Estes últimos serão oportunamente restituídos aos seus proprietários. Desse modo, os bens da sociedade serão arrecadados pelo administrador judicial, como medida inicial de constituição da massa falida objetiva. No mesmo ato de arrecadação, o administrador avalia os bens, informando o valor atribuído a cada bem em um laudo, que junto com o termo de inventário compõe o auto de arrecadação. Quanto aos bens que não são de propriedade da massa falida, mas que estão em sua posse, mediante do pedido de restituição, apartá-los da massa falida objetiva, vez que estes não podem ser vendidos ou liquidados. Os bens da sociedade falida, que no momento da arrecadação contra penhorados numa execução singular ou sujeitos a qualquer tipo de constrição judicial, também serão arrecadados, mediante deprecação expedida pelo juízofalimentar. Os atos da sociedade falida: A lei coíbe os atos dos representantes legais da sociedade falida que frustram os objetivos do processo falimentar, imputando-lhes ineficácia em relação à massa falida. Mesmo que as partes não tenham agido com o intuito fraudulento, o ato será objetivamente ineficaz, se comprometer a realização do ativo ou frustrar o tratamento paritário dos credores – art. 129 LF. Tendo havido fraude, a ineficácia será subjetiva, e o ato nesse caso é chamado de revogável. Não são atos nulos ou anuláveis, mais sim eficazes perante a massa. Se o administrador judicial encontrar provas de simulação de negocio jurídico, ele poderá optar pela propositura de ação revocatória (falimentar) ou anulatória (civil). O termo legal fixado na sentença declaratória de quebra tem utilidade na definição da ineficácia de alguns atos praticados pela falida. Ineficácia dos Atos da Falida: tenha ou não havido intuito de fraudam o ato se colhido por quaisquer das hipóteses previstas no art. 129 LF, será ineficaz perante a massa falida, desde que praticado dentro do prazo da lei ou de acordo com outros pressupostos. Na descrição dos atos objetivamente ineficazes, em geral, a ineficácia é condicionada a um lapso temporal ( termo legal da falência ou os 2 anos anteriores á quebra dependendo do inciso). É irrelevante se a falida agiu ou não com intenção de fraudar. São exemplos de atos objetivamente ineficazes o pagamento de divida vencida, no termo legal de falência, por meio diverso do previsto em contrato, o pagamento de divida não vencida, no termo legal da falência, a venda irregular do estabelecimento empresarial e o reembolso a conta do capital social em favor se acionista dissidentes não substituído.O art. 129 LF, elenca os atos objetivamente ineficazes, ou seja, quelquer um deles praticados pela sociedade falida não produz efeito, mesmo não havendo fraude, desde que na ocorrência do tempo ou nas condições referidas pelo legislador. Já o subjetivamente ineficaz é irrelevante a época em que foi praticado, bastando para a ineficácia perante a massa a comprovação de fraude. Ou seja, pode ser ineficaz o pagamento da dívida não vencida, mesmo fora do termo legal de falência, se comprovada a fraude aos credores. 
Ação revocatória: dependendo da espécie, o meio processual adequado para a declaração de ineficácia, varia. Quando é objetiva, ela pode ser declarada de oficio pelo juiz nos autos da falência. As vezes a ineficácia entretanto, deverá ser buscada por meio de ação própria. Já a ineficácia subjetiva do ato deve ser declarada pelo juiz da falência numa ação falimentar especifica, chamada de revocatória. Assim, a ineficácia subjetiva perante a massa falida de atos praticados pela sociedade empresaria deve ser declarada em ação falimentar própria denominada, revocatória. Na hipótese de ineficácia objetiva, a declaração é feita por despacho nos autos da falência quando deles consta a prova do ato, por ação própria ou exceção em processo autônomo ou incidente ao falimentar. A ação julgada procedente autoriza a inclusão na massa falida dos bens correspondentes ao ato ineficaz. O administrador Judicial tem legitimidade ativa para propor essa ação, concorrente com qualquer credor e o MP. Decai o direito de entrar com ação revocatória após 3 anos da decretação da falência. Da decisão que julgar a ação revocatória, cabe apelação. Registra-se que não se pode confundir a ineficácia de atos anteriores a sentença de decretação de falência com a nulidade dos praticados apos a decisão de quebra. Esse último é desconstituído de oficio pelo juiz, sem grandes problemas. CONTRATOS DA SOCIEDADE FALIDA: Principio da otimização dos recursos é o principio que rege a atuação do administrador judicial. Vai verificar se o cumprimento do contrato reduz ou evita o aumento do passivo da massa falida ou então se preserva ativos. Caso contrario, o administrador judicial irá promover a resolução unilateral dos contratos. Pelo artigo 118 os contratos unilaterais sempre se resolvem pela falência. No entanto, de acordo com o artigo 117 os contratos bilaterais não se resolvem. Nesse ponto o artigo foi claro. A doutrina e a jurisprudência têm firmado entendimento de que o artigo se aplica essencialmente quando o falido é o devedor e quando forem contratos de trato sucessivo. É preciso verificar se vale a pena prosseguir com a relação contratual e a análise precisa sempre levar em consideração os benefícios para a massa. A disposição geral sobre os contratos na falência autoriza a resolução dos bilaterais não cumpridos e dos unilaterais, por decisão do Administrador Judicial e autorizado pelo Comitê. Porque que o Comitê tem que autorizar? Porque os eventuais débitos a ele reativos são considerados extra concursais. É condição para a resolução que nenhum das partes tenha dado inicio ao cumprimento das obrigações assumidas. Se a falida ou o contratante já haviam iniciado a execução do contrato bilateral, cumprindo parcialmente ou totalmente as obrigações assumidas, a falência não poderá importar a resolução. Nessa situação, se a falida era credora, o administrador judicial deve diligenciar o recebimento do credito, se devedora o outro contratante habilita-se no processo falimentar. Se ocorrendo a falência, o administrador judicial não se pronunciar em 10 dias, esse silencio importará a resolução do contrato, assegurando ao contratante, reclamar, por ação própria a indenização a que tem direito, e após liquidar o valor, deverá se habilitar na falência como credor quirografário. Atenção deve-se dar para a existência no contrato de clausula expressão de resolução por falência. Essa clausula é valida e eficaz, não podendo o juízo falimentar respeitá-la. Já a clausula penal não se aplica quando ocorrer à falência. Não é possível aplicar a penalidade contratual se a rescisão decorreu tão somente da falência. Art. 119: trata especificamente de algumas situações. O artigo 119, I pretende resolver um aparente conflito entre o direito de restituição e a falência quanto a bens objeto de compra e venda a prazo. Se o credor expediu os bens para o devedor, estando tais bens ainda em trânsito, e a falência é decretada depois de o falido vender a coisa a terceiro, o credor não pode reavê-la. Pelo artigo 119, III, Lei 11.101/05 não é possível exigir a entrega da coisa ou a prestação de serviços pelos qual já tenha sido efetuado o pagamento, devendo o credor, nesse caso, habilitarem seu crédito na classe própria. A coisa comprada com reserva de domínio, prevista no artigo 119, IV, Lei 11.101/05, pode ser restituída ao credor caso o administrador judicial decida não continuar a execução do contrato. A regra do artigo 119, VIII, tem sido afastada pelos tribunais porque viola a igualdade entre credores ao permitir que apenas um grupo de credores tenha o benefício por ela instituído. Por fim, falência do locador não resolve o contrato. O locatário continuará ocupando o imóvel. Se for falência do locatário se aplica a regra geral e o administrador judicial vai avaliar a melhor situação PRESCRIÇÃO A prescrição das obrigações da falida suspendem-se com a decretação da quebra, voltando a fluir com o transito em julgado da sentença se encerramento da falência. Não se suspendem, no entanto, a prescrição das obrigações de que era credora a falida, nem a fluência de prazos decadenciais. Os prazos decadenciais não se alteram independente de ser a falida sujeito ativo ou passivo. (v. arts. 156 e 157). CREDORES DA SOCIEDADE FALIDA: Confere-se a comunidade de credores tratamento paritário, que se de um lado assegura a igualdade entre credores de mesma classe, impõe a desigualdade no estabelecimento de hierarquias e preferências. Credores: devem se submeter ao concurso falimentar todos os credores independente da natureza de seu credito (salvo o fiscal), para então receber o que for possível receber de seus créditos. Há créditos que, no entanto são excluídos da falência, como por exemplo, o credor de obrigação a título gratuito. A verificação de créditosse inicia com a publicação do edital da sentença de quebra, eventualmente acompanhada da relação de credores – essa relação só virá caso seja hipótese de autofalência. Se não for o caso de autofalência, abre-se prazo de 5 dias para a sociedade falida apresentar um rol. Abre-se então um prazo de 15 dias para os credores apresentarem eventuais divergências ao administrador judicial ou habilitem seu credito. Após analise do administrador, faz-se nova publicação da relação de credores com as alterações que o administrado judicial considerou cabíveis. Após essa publicação abre prazo de 10 dias para eventuais impugnações. Processada e julgada as impugnações o administrado judicial apresenta o QGC que será homologado pelo juiz. Efeitos da falência em relação aos credores: a sentença declaratória da falência produz quatro efeitos principais em relação aos credores: (a) formação da massa falida; (b) suspensão das ações individuais em curso contra a sociedade falida (c) suspensão da fluência dos juros. (d) vencimento antecipado dos créditos. Classificação dos Credores: tratamento paritário não significa dispensar a todos os credores iguais chances de recebimento de seus créditos na falência da sociedade devedora. Significa distingui-los segundo a natureza do crédito. O tratamento paritário não é igualitário, em suma. Por essa razão, os credores são hierarquizados; uns receberão o seu credito antes de outros em atenção à ordem de classificação e preferência. Lembrando que existem os credores extra concursais que são credores da massa, como por ex. o administrador judicial. Pagamento dos Credores: A realização do ativo não se confunde com o efetivo pagamento aos credores. Quando o legislador fala "em realização do ativo", ele quer dizer transformação de bens ou direitos em moeda. Essa é a única hipótese que a lei prevê a obrigatoriedade a submissão à assembléia de credores na falência. Qualquer forma de realização de ativo que não seja a prevista em lei é submetida a assembléia. O art. 153 já tratando do pagamento feito aos credores concretiza de certa forma o descolamento entre a falência e a insolvência do devedor. Na medida em que este artigo admite que seja possível existir saldo em favor do falido após a satisfação dos credores, significa dizer que o passivo maior que o ativo não é requisito para o decreto falimentar. Consequentemente, a simples alegação que seu ativo suporta o passivo, não elide a quebra. Realizado o ativo, vai se verificar o montante de créditos da classe preferencial. Assim, realizado o ativo, soma-se os créditos da classe trabalhista, verificando quando cada credor tem em por cento na classe. Se o valor remanescente der para pagar tudo, assim se procede; caso o monte não seja suficiente, paga-se na razão da sua proporção da sua classe. Digamos que suporte toda a classe trabalhista, sobrando, paga-se os credores com garantia real. 
PROCESSO DA FALÊNCIA: A idéia de uma falência é arrecadar os bens do falido para satisfazer os seus credores. Na execução, o objetivo é arrecadar os bens do executado para satisfazer o exequente. A definição que tem prevalecido é a que caracteriza a falência como um ato complexo. Isso porque além dos atos de arrecadação, liquidação, avaliação e satisfação (fase de conhecimento), no curso da falência temos os atos de administração e conservação dos bens do falido. Isto inclui as ações revocatórias e de restituição. A primeira, prevista nos arts. 129 e 130 (este último levando em consideração a boa ou má-fé do devedor) possui legitimidade ativa e no interesse da massa. Já a ação de restituição, é de legitimidade ativa e de interesse de terceiro que tenha algum bem de seu patrimônio na posse da massa. Este processo é, sem dúvidas, plurimaterial, pois converge para o juízo falimentar toda e qualquer matéria. A legitimidade ativa é de todo e qualquer credor daquele empresário ou do próprio empresário, que pode pedir sua autofalência. Nesse caso, ele deverá fazer prova da regularidade da sua inscrição e do seu exercício. Por sua vez, independe de regularidade para que seja legitimado passivo (ou seja, falido), desde que exerça atividade empresarial. A Fazenda não pode ser sujeito ativo de falência (entendimento do STJ, Campinho, Ulhoa e professor). A lei não oferece nenhum tipo de vedação, sendo o argumento fundamentado no princípio da legalidade estrita, na medida em que o administrador não é livre para fazer o que lei proíbe, mas sim o que a lei permite. Fase de Conhecimento: proferida a sentença declaratória de falência, tem inicio o processo falimentar propriamente dito. O processo falimentar divide-se em três etapas: A pré-falimentar tem inicio com a petição inicial com pedido de falência e objetiva a verificação dos pressupostos para dar instauração ao concurso de credores. O prazo para oferecimento de contestação é de dez dias. O devedor neste prazo poderá (i) simplesmente contestar, (ii) apresentar pedido de recuperação judicial (observando as formalidades do art. 51) ou (iii) fazer o depósito elisivo e contestar. A defesa pode ser feita com o depósito elisivo. A lei estabelece matérias que podem ser alegadas na defesa no pedido de falência fundado no art. 94. O art. 94 III não admite o depósito elisivo, para se evitar que os credores pressionem a sociedade empresária por meio da imputação de atos de falência de forma a violar a igualdade entre os credores e ter o pagamento dos seus créditos ainda não vencidos - art. 98, parágrafo único. Art. 94 I e 94 II – execução frustrada- no caso do inciso II é desnecessário o protesto. No inciso I, o que fundamenta o pedido é o titulo e por isso o protesto é necessário. Com o protesto, há um prazo de “respiro” para o devedor. Ao protestar os títulos, todos os credores estavam agindo para levar a empresa à falência. Atos de falência - art.94 III. Os atos de falência independem de impontualidade. Nesses atos, temos aproximação à teoria da insolvência. Esses artigos lidam com impontualidade. O art. 94 III lida com uma presunção de insolvência. A prática dos atos do art. 94 III trazem uma presunção de prejuízo aos credores. Entre esses atos há a chamada liquidação precipitada - alínea a do inciso I. O mesmo inciso I fala em “meio ruinoso”, está ligado ao preço vil. A venda de patrimônio muito aquém ao preço de mercado mostra que a idéia do empresário é desaparecer com o seu patrimônio ou torná-lo inacessível aos credores. Também é considerado ato de falência a transferência do estabelecimento, o famoso trespasse, sem que os credores concordem com essa alienação e sem que restem bens suficientes para o pagamento dos credores. É também considerado ato de falência o oferecimento de garantias a determinados credores em detrimento de outros. Ex: oferecer um bem móvel em penhor ao credor quirografário e com isso não resta bens suficientes para o pagamento dos outros credores. Todo e qualquer ato que indicie a fraude contra credores são atos de falência. A idéia é não favorecer os credores existentes. Adquirir nova dívida contraída com garantia não necessariamente significa ato fraudulento. O legislador tenta evitar a prática de atos fraudulentos. A não ser que caracterize algum tipo de simulação, contrair nova dívida não implica em ato de falência. Ver art. 129 - ineficácia. O descumprimento de obrigações previstas na recuperação também é considerado ato de falência. Ex: caso em que o administrador não deixou representante que atuasse em seu nome. Isso é considerado liquidação irregular da sociedade. Ver alínea f do art. 94 - presume-se que a atividade quebrou. Art.1145 do CC – busca no patrimônio para socorrer os credores. Ação revogatória para trazer os bens de volta ao patrimônio do devedor. O art. 96 traz uma serie de matérias e depois abre o rol de possibilidades, ou seja, a crítica é: ou bem limita as técnicas de defesa, ou é desnecessário fazer lei densa se não traz nenhum efeito prático. O importante é que o art.96 não impõe limitações ao direito de defesa do devedor na falência. O depósito elisivoé uma espécie de caução. Quando o devedor tem direcionado a ele um pedido de quebra, pois foi impontual no pagamento de suas obrigações, a lei não cogita da sua solvência ou insolvência, que seria a existência de ativos maiores ou menores que seu passivo. A lei cogita de um dado objetivo, qual seja, a quitação no modo e tempo devidos que, caso não feito, terá este devedor a quebra decretada. Art.99 - observar também o art. 458 CPC. A natureza da sentença é constitutiva e não declaratória. A identificação do falido deve bater com sua identificação na junta comercial. Art.81 §1°- estende os efeitos da falência aos sócios de responsabilidade ilimitada, ainda que eles tenham se retirado da sociedade. Eles devem ter saído há menos de 2 anos e essa responsabilidade se limita aos débitos já constituídos no momento em que são arquivadas as atas da assembléia que deliberou pela alteração contratual. Esse inciso I deve ser lido conjuntamente com o inciso VIII, que determina a anotação da falência na junta comercial para que passe a constar a expressão falido ao lado do nome comercial - idéia de publicidade para os que buscam a certidão na junta e aqueles que visam negociar com a sociedade. A outra finalidade é a inabilitação para o exercício da atividade empresarial. Essa inabilitação do falido e dos administradores está presente no art. 102 e 191 §1°. Obs.: o administrador que vise iniciar nova atividade não poderá ser administrador de outra sociedade (a junta comercial é estadual). Obs2: o sócio na sociedade ilimitada é “falido”, mesmo que seja solvente. Extinta todas as obrigações que convergiram para a falência, o sócio falido deixa de ser considerado falido. Art. 102 - efeitos imediatos - a inabilitação se inicia com a sentença e acaba quando extinta as obrigações. Quando os ativos do falido acabam o juiz encerra a falência. Art.158 - Alternativas para as obrigações do falido serem consideradas extintas. Ex: se pagou 50% dos quirografários, as obrigações estão extintas. Isso demonstra que a falência não foi fraudulenta. Outra deliberação fundamental é o termo legal de falência, que faz com que os efeitos da decretação retroajam no tempo. A decretação não cria o estado falimentar no momento da decretação, mas em momento anterior. A importância fática do termo da falência está presente no art. 129 da Lei - ineficácia de determinados atos jurídicos praticados pelo falido em relação à massa. Ex: pagamento de dívidas não vencidas, pagamento de dívidas vencidas de forma diversa da contratualmente prevista. Obs.: se o vencimento de decorre da falência a cláusula penal não poderá ser cobrada. Art.129 - não se investiga conluio, fraude e nem intenção de lesar, ou seja, não há necessidade de prova. O termo legal de falência é de até 90 dias para trás contados do pedido de falência e não da sentença que decreta, do pedido de recuperação (se for hipótese de convolação) e contado também do primeiro protesto por falta de pagamento. Há certa discricionariedade do julgador devido às circunstâncias que são apresentadas a ele. Na sentença há nomeação do administrador judicial. A alínea a do inciso II do artigo 35 é mencionada no art. == foi vetada. A etapa falimentar visa definir o ativo e passivo da falida, promover a realização do ativo e satisfazer o passivo. Art.108 - inventário de bens. A vida do administrador na falência é muito mais atribulada. Os seus créditos são extraconcursais. Arrecadações de bens – se dá primeiramente com as declarações prestadas pelo devedor. A partir da fixação do termo legal pelo juiz, o administrador além da arrecadação dos bens vai promover a chamada ação revocatória. Com a decretação da falência tem-se o desapossamento do devedor dos seus bens; tem-se um auto de arrecadação (espécie de inventário da empresa), e se forma o que se chama de massa objetiva, que é esse patrimônio do devedor → art. 91 do Código Civil = universalidade de direito, todas as relações jurídicas, bens tangíveis e intangíveis; esse desapossamento significa não só a perda da posse e a disponibilidade dos bens, como também a administração, embora o devedor continue sendo proprietário dos bens, que passam para o administrador judicial; o art. 103 da lei 11.101/05 mantém para o devedor/falido o direito de fiscalização, e ele só retoma se forem pagas todas as dívidas; é raro; o art. 158 é utilizado como fundamento para dizer que não é necessário que se decrete a insolvência para decretar a falência; geralmente na hora em que se tem a falência se interrompe as atividades; a nossa sistemática não exige como requisito para decretação da falência que o passivo seja maior que o ativo; naturalmente quem tem mais ativos pode se defender (pode fazer o depósito elisivo, fazer depósito em garantia) à para a falência basta que não esteja pontual → normalmente não se vai pedir a falência por uma impontualidade pontual, mas quando já não paga mais depois de um certo tempo; o art. 103 fala na possibilidade de sequestro; arresto para bens imóveis, sequestro para imóveis; essas medidas são cautelares → a lei de falência não prevê essas medidas, mas o CPC: 798 CPC medidas cautelares, 813 sequestro, 822 sequestro; o arresto tem lugar quando o devedor aliena os bens que possui (atos de falência) ou deixa de pagar no prazo estipulado; a ideia dessas medidas cautelares é garantir o exercício de um direito futuro = satisfação do credor; em sede de contraditório, o devedor pode contestar o arresto; o art. 591 do CPC diz que o devedor responde com seus bens presentes e futuros; aqui o único detalhe é que no direito falimentar são os bens presentes, futuros e pretéritos: bens que não estão mais no patrimônio do credor podem ser chamados a satisfazer); o art. 591 retira da pessoa e transfere para o patrimônio a responsabilidade do devedor: você não vai ser preso, morto, vai ser expropriado, ressalvado as restrições de lei ao art. 649 do CPC = bens invioláveis (c/c 31 da Lei 10931/04 → SFH; Lei 8009/90 = bem de família) - ver os dispositivos. Na Lei 11.101, a realização do ativo é concomitante à própria arrecadação. A ideia é a otimização do ativo; evitar o perecimento e desvalorização que o tempo opera sobre determinados bens. A realização não se confunde com o efetivo pagamento aos credores. Quando o legislador fala "em realização do ativo", ele quer dizer transformação de bens ou direitos em moeda. Essa é a única hipótese que a lei prevê a obrigatoriedade a submissão à assembléia de credores na falência. Qualquer forma de realização de ativo que não seja a prevista em lei é submetida a assembleia. Art. 142, Lei de Falências. Inciso I : leilão por lances orais. Inciso II: propostas fechadas. Inciso III: pregão. Par. 5 > no pregão, as propostas são recebidas fechadas. As propostas que representem não menos que 90% da maior proposta se classificam para a segunda fase, que é a de lances orais. A lei de falências não exigiu que se alcançasse o valor de avaliação para bem o bem fosse arrematado em leilão (par. 2). Se a opção for pela venda em bloco do estabelecimento (art. 140, inciso I > obs.: os incisos representam ordem de preferência, conforme já se manifestou o STJ. Já no 142, isto não ocorre), o arrematante não será sucessor nas obrigações do devedor. Nem obrigações trabalhistas, nem obrigações tributárias. Art. 141, par. 1 > determinadas pessoas respondem por estas obrigações se forem os arrematantes: I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido; II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; ou III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão. Ainda que o arrematante, não seja uma dessas pessoas, caso reste comprovado que age em proveito destas pessoas, poderá responder pelas obrigações. Par. 2 > o que se pede ao arrematante é que esta exoneração seja declarada por sentença do juízo da falência, para que se tenha a favor a coisa julgada, podendo-se opor a qualquer Tribunal, suscitando eventuais conflitos aoSTJ, de modo a se livrar de eventuais execuções na justiça trabalhista. O art. 153 já tratando do pagamento feito aos credores concretiza de certa forma o descolamento entre a falência e a insolvência do devedor. Na medida em que este artigo admite que seja possível existir saldo em favor do falido após a satisfação dos credores, significa dizer que o passivo maior que o ativo não é requisito para o decreto falimentar. Consequentemente, a simples alegação que seu ativo suporta o passivo, não elide a quebra. Obs.: Pagamento dos credores: Realizado o ativo, vai se verificar o montante de créditos da classe preferencial. Assim, realizado o ativo, soma-se os créditos da classe trabalhista, verificando quando cada credor tem em por cento na classe. Se o valor remanescente der para pagar tudo, assim se procede; caso o monte não seja suficiente, paga-se na razão da sua proporção da sua classe. Digamos que suporte toda a classe trabalhista, sobrando, paga-se os credores com garantia real. Realizado o ativo, vai para o art. 154 (prestação de contas do administrador judicial). Se não houver impugnação dos credores, dos devedores e do MP, o juiz julga prestadas as contas. Transitada em julgado esta sentença, o administrador fará o relatório final da falência. Neste relatório final, ele tratará apenas dos resultados econômicos da massa objetiva (valor do ativo, valor do passivo, pagamentos feitos aos credores, obrigações ainda subsistentes), cabendo ao juiz proceder a sentença de encerramento da falência. E é com o trânsito em julgado desta sentença que volta a correr a prescrição contra o falido. Aqui cabe apelação. Lá, se decretar falência, cabe agravo, para que não se impeça do trâmite da falência. A apelação é mais do que os efeitos, está ligada a questão material. Isso porque ela é feita nos autos, de modo que eles tem que subir. Já no agravo de instrumento, faz-se o instrumento. Se julgar improcedente, cabe apelação. Uma das hipóteses da extinção das obrigações do falido é a prescrição das obrigações remanescentes. Outra hipótese é a do art. 158 (pagamento de todos os créditos). Se não foram pagas todas as obrigações, mas foram pagos mais de 10% dos créditos quirografários, também estão extintas as obrigações do falido. A sentença que decreta a falência é considerada constitutiva porque lança o devedor num regime especial, que é das falências, sendo diferente do regime das obrigações. Isso se observa na análise da extinção das obrigações. Nem nos créditos trabalhistas superam o bem de família > a lei 8.009 é clara. Apenas os trabalhadores domésticos podem penhorar bem de família. A pós-falimentar diz respeito à habilitação civil ou penal dos envolvidos. A definição do ativo da sociedade falida é objetivo do processo falimentar que se alcança pela conjugação de um ato, o de arrecadação dos bens da devedora e o de um procedimento, o de restituição. O primeiro representa a constrição judicial do patrimônio da executada, abrangendo não só os de sua propriedade como os que estão em sua posse. Esses bens que não são de sua propriedade mais estão em sua posse, apesar de arrecadados deverão ser restituídos,através do procedimento de restituição. Verificação do crédito: tarefa do administrador judicial, cabendo ao juízo falimentar dirimir quaisquer divergências entre os credores e o administrador quanto ao credito verificado. A última publicação de credores é aquela após revista pelo administrador judicial de acordo com as impugnações procedentes, sendo essa publicação o fim da verificação dos créditos. Os credores que não habilitarem seus créditos no prazo podem fazê-lo posteriormente e serão processados como habilitação retardatária. Se apresentada antes da homologação do quadro geral, será recebida como impgunaçãos e após será por via judicial própria e se fará a reserva do credito na falência. A ação revisória de admissão de crédito pode ocorrer até o momento do encerramento do processo de falência, tendo como finalidade excluir, reclassificar ou retificar qualquer credito admitido; o fundamento é a descoberta de falsidade, dolo... Liquidação: um dos principais objetivos do processo de falência é a liquidação do patrimônio da sociedade falida. Entende-se por liquidação um conjunto de atos em que visam a realização do ativo e satisfação do passivo da falida. A realização do ativo ocorre mediante a venda dos bens arrecadados e a cobrança dos devedores da falidas; enquanto a satisfação do passivo consiste no pagamento dos credores admitidos, de acordo com a natureza de seu credito. Os pagamentos na falência serão feitos pelo administrador judicial com observância da ordem legal, que distingue os credores em espécies e classe. As espécies são quatro: credores de massa, restituições em dinheiro, credores da falida e sócios ou as sionistas. ( Credores da Massa: são os créditos extraconcursais. São assim denominados porque devem ser pagos antes dos credores da falida. Ordem de pagamento: A) Credores de massa – 1) administração da Falência: 1.1 Administrador Judicial, 1.2 auxiliares do administrador judicial, 1.3 despesas de administração dos bens da massa; B) Restituições - 2. Restituições em dinheiro; C) Credores do falido - 3. Empregados e equiparados: 3.1 Acidentes de trabalho (antes da falência), credores trabalhistas, representantes comerciais e FGTS. / 4. Credores com garantias reais: 4.1 Credores hipotecários e pignoratícios. / 5. Fisco / 6. Credores com privilégios especiais: 6.1 credores por benfeitorias úteis ou necessárias e os autores da falida editora / 7.credores sujeito a rateio: 7.1 credores com privilégios gerais, 7.2 credores quirografários / 8. credores subquirografários: 8.1 multas contratuais e penas pecuniárias, 8.2 credores subordinados / 9. Juros posteriores a falência. D) Falido - 10. falido ou sócio da sociedade falida, proporcionalmente ao capital social. Apos fazer o ultimo pagamento o adm. Judicial deve apresentar sua prestação de contas, no prazo de 30 dias. Processada e julgadas as contas ele tem 10 dias para apresentar o relatório final – aqui ele falará tudo que foi arrecadado e pago e falará as responsabilidades que continuam imputáveis a sociedade falida, isto é o saldo não pago dos créditos admitidos. O juiz então profere a sentença terminativa encerrando a falência. Contra essa sentença cabe apelação. PS: caso o falido pague todo mundo ou mais de 50% dos créditos quirografários, está extinta sua obrigação. Extintas essas obrigações o falido pode voltar a exercer a atividade empresarial.

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