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1 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO Fármacos para Parkinson PARKINSON QUAL SUBSTÂNCIA ESTÁ EM FALTA NA SÍNDROME DE PARKINSON? FALTA DE DOPAMINA OBS: Na esquizofrenia há excesso de dopamina Ao tratar o Parkinson e aumentar a dopamina, pode causar esquizofrenia, com alucinações; Ao tratar a Esquizofrenia e diminuir a dopamina, pode causar Parkinson medicamentoso COMO AUMENTAR A DOSAGEM DE DOPAMINA • Inibindo enzima de degradação (MAO-B) • Agonistas de dopamina (receptores dopaminérgicos) • ↑ síntese de dopamina ao aumentar o substrato = ↑L-DOPA (levodopa**) o Tirosina → L-DOPA → Dopamina → Norepinefrina → Epinefrina • ↓ recaptação da dopamina o Não diminui a recaptação só de dopamina SISTEMA DOPAMINÉRGICO DISTRIBUIÇÃO DE DOPAMINA NO CÉREBRO • 75% se encontra na via nigro-estriada, importante no controle da atividade motora somática; • Altas concentrações também são encontradas na via mesolímbica / mesocortical → regulação do comportamento emocional; • Via túbero-hipofisária, regulando a secreção de hormônios da hipófise. RECEPTORES DOPAMINÉRGICOS Dopamina atua nos 5 receptores dopaminérgicos, mas em cada um atua de um jeito RECEPTOR D1e D5 = EXCITATÓRIOS RECEPTOR D2, D3, D4 = INIBITÓRIOS 2 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO RECEPTORES EXCITATÓRIOS (FAMÍLIA DO RECEPTOR D1) Dopamina se liga aos receptores D1 ou D5 no neurônio → promove mobilização de Ca++ → aumenta a concentração de cálcio → liberação de glutamina / glutamato RECEPTORES INIBITÓRIOS (FAMÍLIA DO RECEPTOR D2) Dopamina se liga a receptores D2, D3 ou D4 → neurônio não faz nada / não libera nada → diminui Ca++ → neurônio fica paralisado COMO ACONTECE O MOVIMENTO? CÓRTEX MOTOR → LIBERA GLUTAMATO → SE COMUNICA NOS NÚCLEOS BASAIS POR VIA DOPAMINÉRGICA → TÁLAMO → RESPOSTA PARA O CÓRTEX MOTOR • Glutamato é o NT que comunica o tálamo com o córtex motor ↓ GABA = ↑ glutamato = ↑ movimento ↑ GABA = ↓ glutamato = ↓ movimento 3 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO VIA DIRETA – D1 EXCITATÓRIO • Córtex estimula o nigro-estriado através da liberação de glutamato → estriado inibe o globo pálido interno (GPi) → diminui liberação de GABA no tálamo → libera glutamato (no córtex motor) → favorece o movimento VIA INDIRETA -D2 INIBITÓRIO • Córtex → libera glutamato no estriado → globo pálido externo (GPe) é inibido → globo pálido interno (GPi) → aumenta GABA no tálamo → diminui glutamato no córtex motor → diminui movimento. • A via indireta tem que estar inibida (por meio dos receptores inibitórios D2) para ter movimento → pois, ao estar inibida, terá ↑ glutamato OBS: INTERCOMUNICAÇÃO SECUNDÁRIA ENTRE AS VIAS DIRETA E INDIRETA → receptores muscarínicos (neurônios que liberam acetilcolina) → USAR ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS (2ª linha, como coadjuvante) → inibir comunicação entre via direta e indireta, pois a via indireta faz um feedback negativo na via direta OBS: No Parkinson é necessário aumentar a dopamina As vezes nós confundimos e achamos que precisamos diminuir o movimento para tratar o Parkinson, mas na verdade é necessário aumentar o movimento, pois estão relacionados aos movimentos finos Na falta de dopamina = tremor = perda dos movimentos finos e simples = “movimento de pílula” “enrolando algo” DOENÇA DE PARKINSON • Perda Seletiva dopaminérgica da parte compacta da substância negra 50% das células 70% das células 95% das células → sintomas muito graves •ATIVA VIA DIRETA D1 •INATIVA VIA INDIRETA D2 •PROMOVE MOVIMENTO •INIBE VIA DIRETA D1 •ATIVA VIA INDIRETA D2 •DIMINUI MOVIMENTO 4 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO • FATORES: Fatores predisponentes genéticos: 5 genes descritos Fatores tóxicos ambientais e tóxicos endógenos = alterações neurodegenerativas e deficiência dopaminérgica o Meperidina, Fármacos, Pesticidas. ESTÁGIOS DA DOENÇA DE PARKINSON LEVE: o paciente apresenta sintomas leves e continua independente para suas atividades habituais MODERADA: ele mantém sua independência, mas passa a necessitar de ajuda ou apresenta limitações para atividades específicas AVANÇADA: o paciente começa a ter severas limitações para realizara atividades do seu dia a dia Está última fase acontece geralmente após 10 a 15 anos de evolução da doença. É quando podem aparecer sintomas cognitivos e psiquiátricos relacionados ao Parkinson. TRATAMENTO OBS: Se tiver < 60 anos e sem déficit cognitivo: • Selegilina (inibidor de MAO-B) • Biperideno (antagonista muscarínico) • Amantadina (agonista de NMDA – glutamato) OBS: Se tiver > 60 anos: • Com déficit cognitivo: levodopa + carbidopa (precursor de DA) • Sem déficit cognitivo: agonistas dopaminérgicos (bromocriptina, ropinirol..) INIBIDORES DA MAO SELEGILINA – MAO B (seletiva em baixas doses) Não interfere no metabolismo secundário da Dopamina Não interfere com a ingestão da tiramina Forma um metabolito tóxico (anfetamina) → causa insônia e confusão (principalmente idosos) ASSOCIAÇÃO DA SELEGILINA E LEVODOPA: esta associação tem sido utilizada por efeito de classe (inibidor da MAO-B) da selegilina RASAGILINA – MAO B (mais recente) Não interfere no metabolismo secundário da Dopamina Não interfere com a ingestão da tiramina Não forma um metabolito tóxico • RAM: Hemorragia gastrointestinal (aumento de dopamina e pode causar interferência na noradrenalina e serotonina), hipotensão ortostática, discinesia, exantema, cefaleia, perda de peso Selegilina – insônia e confusão AGONISTAS DOS RECEPTORES DE DOPAMINA DERIVADOS DO ESPORÃO DO CENTEIO BROMOCRIPTINA – D2 PERGOLIDA – D1 E D2 CARBERGOLINA – D1 E D2 LISURIDA – D2 • RAM: arritmias, infarto do miocárdio, fibrose pulmonar e derrame pleural Náusea, Tontura, Discinesia, hipotensão ortostática, movimentos extrapiramidais, sonolência, tontura, alucinações, transtornos do sono, amnésia NÃO DERIVADOS DO ESPORÃO DO CENTEIO PRAMIPEXOLE ROPINIROL (D3 MAIOR QUE D2) ROTIGOTINA - SELETIVO DE D2 – FASE INICIAL • PRECURSORES DA DOPAMINA (DA) • AGONISTA DOS RECEPTORES DA DOPAMINA (AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS) • INIBIDORES DA DEGRADAÇÃO DA DOPAMINA • FARMACOLOGIA NÃO DOPAMINÉRGICA 5 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO • RAM: discinesia, hipotensão ortostática, movimentos extrapiramidais, sonolência, tontura, alucinações, transtornos do sono, amnésia VANTAGEM: Sem efeitos cardíacos! São mais específicos, atuando mais no receptor D2 OBS: LEVODOPA (PRECURSOR DE DOPAMINA) X AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS Pacientes acima de 70 anos, por possuírem menores chances de desenvolver complicações motoras com a administração do fármaco, preferir levodopa Presença de comorbidades: nesses casos a levodopa é preferível pois o tratamento com agonistas dopaminérgicos está associado a um maior número de efeitos adversos, incluindo alucinações, sonolência e hipotensão postural Presença de prejuízo cognitivo: a levodopa é o medicamento de escolha PRECURSORES DA DOPAMINA LEVODOPA Dopamina – não ultrapassa BHE SÍNTESE DA DOPAMINA: Tirosina → L- DOPA → por meio da AADC → dopamina Tem que se transformar em dopamina dentro do neurônio, precisando passar pela BHE AADC no TGI → transformação em dopamina o Diminui dopamina no SNC • MECANISMO DE AÇÃO: aumenta substrato na síntese de dopamina, dando mais L-DOPA para o neurônio produzir mais dopamina Não pode dar dopamina direto, pois ela não ultrapassa a BHE (barreira hematoencefálica) Levodopa utilizatransportadores de aminoácidos neutros para ultrapassar a BHE o Transportadores de aminoácidos (AA) neutros competem com refeições ricas em proteína → não sabe se transporta a levodopa ou os AA da dieta → diminui concentração da levodopa o Evitar tomar junto com alimentações ricas em proteínas (almoço, jantar) OBS: NUNCA TOMAR LEVODOPA SOZINHA, SEMPRE COM CARBIDOPA O objetivo é a levodopa virar dopamina dentro do neurônio, após ultrapassar a BHE Se ele virar dopamina perifericamente → aumenta dopamina circulante → reações adversas (náuseas e vômitos) Evitar que a L-DOPA vire dopamina perifericamente → inibe enzima AADC, através da carbidopa o Papel de inibir AADC, principalmente no trato gastrointestinal, para que a L- dopa consiga chegar no SNC. Além disso, é possível usar doses menores de levodopa OBS: Levodopa é eficaz no início da doença, pois ela diminui sua efetividade com a evolução da doença, causando tolerância, tendo que aumentar a dose, e causando as flutuações motoras RAM: • Discinesias: movimentos incontroláveis da cabeça e tronco ↑DOPA = ↓ dose Para resolver, basta diminuir a dose de levodopa • Cardiopatia, hipotensão ortostática, transtornos psicóticos, perda de apetite, náuseas e vômitos • Flutuação da função motora (uma hora diminui a quantidade de DA no SNC, causando rigidez; outra hora está normal; outra hora aumenta a quantidade de DA, causando movimento de discinesia Não há o controle total na produção de DA, pois está dando somente o substrato de DA, tendo momentos de falta de DA, outros na concentração normal e outros com excesso de DA Como ajustar a dose do medicamento? Pois: o Se há ↓ DOPA (rigidez) = precisa ↑ dose o Se há ↑ DOPA (discinesia) = precisa ↓ dose Quando começa com flutuação motora = associar com agonista dopaminérgico ASSOCIAÇÃO DE AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS E LEVODOPA: no momento que começam a ocorrer flutuações motoras, a associação de um agonista dopaminérgico (doses menores, para evitar alucinação) (medicamento com meia-vida superior à da levodopa) pode auxiliar no controle das flutuações 6 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO OBS: O tratamento deve se iniciar com qual classe de medicamento? Polêmica! Pois há vantagens e desvantagens nos dois medicamentos, assim, deve-se ir trabalhando com os dois, dependendo da situação ASSOCIAÇÃO DA RASAGILINA (INIBIDOR DA MAO) E LEVODOPA: a rasagilina aumenta a biodisponibilidade da levodopa, e estudos mostram que esta associação é eficaz no controle das flutuações motoras Não tem os riscos de causar alucinação, como nos agonistas dopaminérgicos ASSOCIAÇÃO DE ANTICOLINÉRGICOS (BIPERIDENO) E LEVODOPA: presença de tremor refratário a levodopa ou agonistas dopaminérgicos em indivíduos sem contraindicações para uso dos mesmos ASSOCIAÇÃO DE INIBIDOR DA COMT (ENTACAPONA, TOLCAPONA, BENSERAZIDA) E LEVODOPA: os inibidores da COMT sempre devem ser utilizados com essa associação, pois não possuem efeito antiparkinsoniano se usados sem levodopa (não se dá somente inibidor da COMT) Usados por conta da tolerância da levodopa (perde a efetividade) (piora dos sintomas) → pode-se usar os inibidores de COMT ASSOCIAÇÃO DE AGONISTA DOPAMINÉRGICO, LEVODOPA COM INIBIDOR DA COMT: pacientes com flutuações motoras graves não controladas com nenhum dos esquemas acima Ex: Levodopa/Carbidopa + Entacapona + Selegilina ASSOCIAÇÃO DE AMANTADINA (GLUTAMATO) E LEVODOPA: a amantadina, além da possibilidade de seu uso em monoterapia na fase inicial da doença, é utilizada em pacientes com flutuações motoras e discinesias por melhorar esses sintomas ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS TRIEXIFENIDIL BIPERIDENO BENZATROPINA • Diminuem o tremor refratário • MECANISMO DE AÇÃO: Antagonista do receptor muscarínico → neurônios estriatais Inibe o controle da via indireta na via direta • RAM: efeitos anticolinérgicos = glaucoma, aumento da pressão intraocular, psicose, tontura, visão turva, nervosismo, náusea, xerostomia, retenção urinária INIBIDORES DA COMT TOLCAPONA: lipossolúvel e hepatotoxicidade ENTACAPONA: atua mais na periferia BENSERAZIDA: SNP e SNC • MECANISMO DE AÇÃO: COMT: enzima que degrada a L- DOPA (na periferia) e dopamina (no SNC) Ao inibir a COMT = ↓ degradação da L-DOPA perifericamente; e ↓ degradação da dopamina centralmente (SNC) = ↑ disponibilidade • Usado junto com a levodopa sempre para diminuir o metabolismo / degradação • Aumenta Concentração no SNC → Diminui os períodos “desligados” Levodopa MENOR MEIA VIDA – MAIS DOSES CAUSA TOLERÂNCIA (TEM QUE IR AUMENTANDO DOSE) FLUTUAÇÃO DA FUNÇÃO MOTORA DISCINESIA BAIXOS EFEITOS COLATERAIS Agonistas dos receptores de dopamina MAIOR MEIA VIDA – MENOS DOSES NÃO CAUSA TOLERÂNCIA NÃO PROVOCA FLUTUAÇÃO DA FUNÇÃO MOTORA NÃO OCASIONA DISCINESIA EFEITOS COLATERAIS: COMO SEDAÇÃO, ALUCINAÇÕES, SINTOMAS COGNITIVOS.... 7 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO • RAM: Discinesia Distonia Alucinações Dispepsia, transtornos do sono Hipotensão ortostática (tolcapona) Hiperpirexia (tolcapona) Insuficiência hepática fulminante = hepatotoxicidade (tolcapona) Rabdomiólise (tolcapona) AMANTADINA • Tratamento da Discinesia tardia induzida pela levodopa • Usada em: Monoterapia na fase inicial (sintomas leves) Flutuação motora + discinesia o Última opção • MECANISMO DE AÇÃO: agonista de receptor NMDA (Glutamato) • RAM: síndrome maligna neuroléptica, exacerbação do transtorno mental, insônia, tontura, alucinações, agitação, hipotensão ortostática, edema periférico, dispepsia Muitas reações adversas, por isso não é tão indicado
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