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Direito Constitucional - Thiago Varella

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Direito Constitucional
Princípios básicos da Constituição:
Organizar o Estado
Limita o poder político
Direitos fundamentais
Conceito de Constituição
Sentido Sociológico
Sentido Político – diferença entre Constituição e lei constitucional. Aquilo que é decisão fundamental do poder constituinte originário, que toma as decisões políticas fundamentais: organização do estado, poderes políticos e debates fundamentais do cidadão. 
Sentido Jurídico – norma jurídica e deve ser compreendida dentro do sistema normativo com normas superiores e onde é valida se estiver de acordo com seu pressuposto de validade. É a última norma de fundamento de validade.
O objeto da Constituição é organizar o Estado, limitar o poder político e definir os direitos fundamentais. 
Elementos da Constituição
Orgânicos – definem a estrutura do Estado e do poder político quanto a sua organização. (Título 4º da CF)
Limitativos – limita o poder do Estado e seu poder político. A própria tripartição dos poderes e as cláusulas pétreas são elementos limitativos. (Título 2º da CF)
Socioideológicos – demonstram o compromisso da constituição com o Estado pessoal, os direitos sociais, dando mais direitos ao empregado para que ele esteja em condição próxima a do empregador. São direitos prestacionais, o Estado deve prestá-lo. (CF Art. 6º, por exemplo, como saúde, alimentação, moradia... e capítulo 2º do título 2º e título 8º).
Estabilização Constitucional – existem para garantir a defesa do Estado e das instituições e ordens democráticas. São exemplos as instituições de segurança pública o que envolve polícia federal, polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícia civil, polícia militar e guardas municipais. As forças armadas podem servir tanto no momento de normalidade quanto de crise. Visam independência constitucional, garantia constitucional, manter a soberania estatal. Existe estado de defesa e estado de sítio, quando há uma perturbação que pode ameaçar a estabilização da ordem democrática. Nesses momentos é possível a suspensão de alguns direitos constitucionais, pois é a última “cartada” do Estado pra sua própria existência. Possui um efeito colateral péssimo, mas é necessário para se voltar à normalidade.
Formais de Aplicabilidade – existem para garantir que a constituição seja aplicada, para que ela ganhe as ruas, ganhe efetividade. Ação direta de inconstitucionalidade, mandado de segurança, habeas corpus, mandado de injunção (sujeito tem direito constitucional, mas não consegue exercer) são exemplos.
Tipologia das Constituições
Quanto ao conteúdo
Material – são constitucionais as normas que tem relação com o objeto da constituição, ou seja, organiza o estado, delimita o poder político e institui os direitos fundamentais. Portanto nessa classificação apenas isso é constituição, não sendo todo o resto. Não há nada que não esteja ligado a esses três na constituição. 
Formal – São as constituições que contém o conjunto de normas inserido no texto constitucional. Portanto abrangem não só os três fatores do conceito constitucional, mas também vários outros aspectos. O parâmetro de controle de constitucionalidade é a própria constituição formal, ou seja, para se saber se uma lei é constitucional ou não é princípio comparar essa lei com a constituição. O Brasil adota o critério formal. Alguns atribuem caráter misto à brasileira por causa do Art. 5º §3º , que diz que os tratados de direitos humanos assinados pelo Brasil se tornam constitucionais (normalmente os tratados entram com status de lei ordinária) se aprovados pelo Congresso, tendo caráter de emenda constitucional, que é norma constitucional derivado, quando altera-se a constituição e inclui determinado direito que antes nela não constava. Os tratados de DH, apesar do caráter de emenda e de serem considerados dessa forma, não são numerados como tratado.
Quanto à forma
Escrita – é aquela que é encontrada de forma escrita
Não escrita – existe, apenas não está posta a termo, mas é efetiva. É adota por países que possuem constituição, mas não a escrevem. A Inglaterra é um exemplo. Os poderes encontram seus limites no direito natural. Baseada no costume
Existe pequena corrente doutrinária que considera a constituição inglesa escrita pois, mesmo não tendo código unificado, há lei regulando todas as funções que uma constituição regularia. Logo, para essa corrente, a inglesa seria apenas não codificada, mas escrita.
A Inglaterra e seu direito, apesar de ter sido parte do império romano, não sofreu influência por questões estratégicas: como a Grã-Bretanha é uma ilha, não havia motivo para se destinar grande contingente militar pra para protegê-la, assim não influenciando.
Quanto ao modo de elaboração
Dogmáticas – Elaborada por órgão constituinte ou ditador. São sempre escritas.
Históricas – Formada ao longo das tradições históricas e do costume. Não escrita.
Quanto à origem
Outorgada – Imposta por um ditador/imperador
Promulgadas – Elaboradas por uma Assembleia Nacional Constituinte democrática legitimamente eleita
Cesaristas ou bonapartistas – Não é outorgada, pois o ditador não a impõe de cima pra baixo. É discutida em Assembleia, mas também não é promulgada. Nesse modelo, a Assembleia discute projeto elaborado pelo ditador, mas com poderes restritos. Geralmente partem para referendo.
Pactuadas ou dualistas – fracionamento do poder constituinte originário (quem faz a constituição). Dois órgãos capazes fazem um pacto e a constituição viria daí. Exe.: Magna carta de 1215
Quanto à extensão:
Analíticas – Grandes, com muitos artigos, parágrafos, alíneas etc.
Sintéticas – Menor e concisa (exe.: constituição americana)
Quanto à estabilidade
Flexível – Fácil de mudar. É mudada da mesma forma que qualquer outra norma ordinária naquele ordenamento jurídico.
Semirrígida – Tem partes flexíveis e partes rígidas, que precisam passar por processo diferenciado e específico.
Rígida – Difícil de alterar. Apesar de difícil, a alteração é possível, porém passa por um processo mais exigente que os normais a qualquer outra lei.
Superrígida – Pode ser modificado por processo difícil mas carrega maior quantidade de artigos imutáveis (cláusulas pétreas)
Fixas – Para serem alteradas é necessária a convocação de nova Assembleia Nacional Constituinte.
Imutáveis – Improvável, fadada à morte. Quando uma constituição é criada, o legislador tenta possibilitar que ela se encaixe na sociedade futura. Caso isso não ocorra, ela pode sofrer alterações. Nas imutáveis, isso é impossível.
Quanto à ideologia
Ortodoxa – aquela que tem uma única linha ideológica no seu texto. É muito comum nas constituições de modelo socialista. Exemplo: Constituição de Cuba, da China, da antiga URSS. A Constituição americana também segue e linha ortodoxa na medida em que adota o liberalismo.
Eclética – possui diversas linhas ideológicas no seu texto. É dita plural. É o caso da nossa Constituição de 1988. CF, art. 1º, IV - valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. Livre iniciativa é uma questão liberal, mas os trabalhadores precisam de uma proteção. A Constituição trata da função social da propriedade logo abaixo do inciso que trata da propriedade privada. A Constituição de 1988 foi elaborada num ambiente plural. O Brasil rompia com uma ditadura militar e voltava a respirar ares de uma democracia. Assim, é normal que a Constituição possuísse diversas linhas. A Constituição é feita para uma sociedade necessariamente plural, pois assim é uma sociedade democrática.
 Quanto à correspondência com a realidade
Normativa – espécie de constituição que tem plena correspondência com a realidade. Ela deseja regular e organizar o poder político e efetivamente o faz.
Nominal – pretende organizar o poder e delimitá-lo, mas ainda não alcança essa finalidade.
Semântica – ao pretende organizar e delimitar o poder. Existe apenas para legitimar uma ordem política. Basicamente é uma constituição de ditaduras.
	A maioria da doutrina aponta que a Constituição de 1988 é normativa. Portanto, há quem defenda que é nominal. Mas não há quem defendaque é semântica. Quem defende que é nominal se funda em: saúde é direito de todos e dever do Estado (o sistema de saúde é péssimo); o mesmo ocorre com a educação... A Constituição de 1988 é normativa para o professor. A doutrina defende isso porque ela delimita os poderes, organiza o Estado e nós agimos em função disso.
Poder Constituinte
Desenvolve-se analisando o histórico de formação do Poder Constituinte, depois as espécies e encerra com as emendas da Constituição. Poder Constituinte é o poder de criar e modificar uma Constituição. Dois momentos fundamentais: o da elaboração da constituição, onde tudo é definido (é feita pelo Poder Constituinte originário); o momento em que a constituição que está em vigor vai ser alterada. Poder Constituinte originário é aquele que cria a constituição. Emenda à constituição serve para alterar a constituição em vigor, e que o faz é o Poder Constituinte derivado.
Portanto, tem-se:
Poder Constituinte originário – cria a constituição.
Poder Constituinte derivado, que subdivide-se em:
Poder Constituinte derivado-reformador – altera a constituição da república;
Poder Constituinte derivado-decorrente – próprio de federação, em que os entes que formam o Estado federativo têm autonomia. Portanto, trata-se da possibilidade dos estados têm de elaborar suas próprias constituições estaduais. Poder Constituinte derivado-decorrente cria e altera as constituições estaduais.
Formação histórica do poder constituinte
	Não surge nos EUA, pois a Constituição americana foi formada em um momento muito específico da Convenção de Filadélfia. As colônias se reuniram para discutir os artigos da confederação, e não para criar uma constituição. Por isso não se pode dizer que Poder Constituinte surge nos EUA.
	 O Poder Constituinte surge na França antes da Revolução Francesa. Nessa época, a sociedade francesa era organizada em três ordens: 1º Estado, 2º Estado e 3º Estado. Assim, era uma sociedade estamental. O indivíduo que nasce em certo Estado pertencerá a ele para o resto da vida. Não havia mobilidade social. Vivia-se ainda o período do absolutismo monárquico (Luís XVI). No 1º Estado estava o alto Clero. No 2º Estado estava a nobreza. No 3º Estado estava o resto. Este último tinha uma liderança clara da burguesia, que já se formava. Há diversos problemas com isso: econômicos, políticos, sociais. O 3º Estado quer ascensão social. O 1º e o 2º Estados eram chamados de ordens privilegiadas, e realmente o eram, pois não pagavam impostos, não sustentavam o Estado. Ao contrário, eles eram sustentados pelo Estado francês. Obviamente, que paga tudo isso é o 3º Estado: altos tributos para sustentar os dois primeiros Estados. Se direciona os recursos para o sustento doa alto Clero e da nobreza, quer dizer que não há dinheiro para investir no próprio Estado.
	A crise econômica era grande. A França assina um tratado com a Inglaterra de "Panos e Vinhos", em que a França teria o direito de vender seus vinhos no mercado inglês sem necessidade de os ingleses pagarem impostos. Em contrapartidas, a Inglaterra teria o direto de vender na França suas manufaturas. Isso foi uma catástrofe no mercado francês, pois gerou uma tremenda falência no 3º Estado, que era quem produzia. A Inglaterra invade o mercado francês co produtos melhores e mais baratos. Assim, tem-se o 3º Estado com a renda diminuindo e os outros dois sendo sustentados pelo 3º Estado. Quando este começa a se impossibilitar de pagar imposto, as coisas começam a não dar certo.
	A situação francesa começa a piorar ainda mais. Nas portas da Revolução Francesa, a França passou por um dos seus invernos mais rigorosos, que afetou consideravelmente as plantações, que gerou uma escassez de comida. Luís XVI convoca os Estado Gerais para resolver essa crise financeira na França. Os Estados Gerais mostram a crise política francesa. A última vez que eles foram convocados foi na Guerra dos Cem Anos (VER DATA). Eles são convocados de novo em 1788/1789. Os Estados Gerais era uma reunião dos três Estados para que solucionassem certos problemas que o país vinha enfrentando. Como a sociedade francesa era estamental, os Estados Gerais também o eram. Havia deputados representando os três Estados. Os deputados eram organizados por ordem, não se misturavam. Nesse período surge o grande teórico do Poder Constituinte: Emanuel Sieyès. Ele lança o clássico "O que é o terceiro Estado?" (no Brasil saiu com o nome de "A constituinte burguesa"). É um livro onde Sieyès desenvolve a teoria do Poder Constituinte. O 3º Estado não era nada. O que ele pode ser? Ele pode ser tudo. Ele pede para ser alguma coisa. Sieyès trabalha com a legitimidade. Sieyès integra os Estados Gerais como deputado do 3º Estado, e percebe que este Estado não ia conseguir resolver o problema. O 3º Estado era maioria em cabeça nos Estados Gerais, mas a votação era por Estado e não por cabeça. Assim, o Clero e a nobreza resolviam tudo em 2x1. 
O povo estava passando fome e estava em crise financeira enquanto que a vida dos dois primeiros Estados era luxuosa. O 3º Estado pede o fim dos privilégios das duas ordens, que eles passem a pagar tributos e a contribuir para o sustento estatal. Essa proposta foi rejeitada. A proposta vencedora foi do Clero e da nobreza, que diziam que não podiam acabar com o privilégio, pois era justo, uma vez que o Clero servia a Deus e a nobreza vinha de uma linha familiar que ajudou a fundar a França. A solução foi o aumento da carga tributária paga pelo 3º Estado. A nobreza francesa não percebe a crise chegando e não toma nenhuma providência. Nesse período, nação e Estado eram a mesma coisa. O 3º Estado representa a nação francesa, tem legitimidade para mudar o rumo da coisa, pois os outros dois Estados representam 200 mil franceses e o 3º Estado representa 25 milhões. Aí ele faz referência a Rousseau, que trabalha com a ideia de maioria (assim, o 3º Estado tem legitimidade para mudar o rumo da França porque é maioria). O 3º Estado sai dos Estados Gerais e se auto titulam Assembleia Nacional (Sieyès tem participação nisso) e votam pelo fim de todos os privilégios do Clero e da nobreza. Luís XVI rejeita todos os decretos e decisões que vinham da Assembleia Nacional.
A população explode em revolução e sai de Paris em direção a Versalhes. A população cerca o palácio do rei e a guarda do rei não aguenta. O povo derruba a Bastilha, corta as cabeças dos guardas, prendem o rei e a rainha e os leva até Paris. Luís XVI consegue sair de Paris e pretende ir até a Áustria para pedir reforço. É reconhecido quase chegando da Áustria e pede que a população o saúde por estar tentando combater a revolução. Ele é preso e levado a Paris, julgado por traição e condenado à morte na guilhotina. Mais tarde, Maria Antonieta (sua esposa) também é julgada e condenada á morte na guilhotina. Há o período do Terror e o período do Grande Terror, em que a guilhotina mal era lavada, pois a execução era constante. E então a Revolução de desenvolve.
A Assembleia Nacional se outorgou como órgão legítimo de representação da sociedade francesa, e em 1791, essa assembleia de organiza em Assembleia Nacional Constituinte e elabora a Constituição da França em 1791. a Assembleia Nacional Constituinte tem legitimidade para mudar os rumos do Estado porque representa a maioria do povo. É uma reunião da nação para a elaboração de sua constituição. O Poder Constituinte é o poder que tem a sociedade de se auto regular e regular o Estado. E esse poder se manifesta através da Assembleia Nacional Constituinte.
Espécies de Poder constituinte
Poder Constituinte Originário – tem a natureza de criar a constituição. 
É inicial:
Funda o Estado, refunda a nação. 
A Assembleia Nacional Constituinte cria a constituição a partir do nada. A constituição revoga inteiramente a constituição anterior, que sai do Direito e vai para a História. 
É soberano: não há poder maior que o poder da Assembleia Nacional Constituinte. Tanto que a primeira coisa que ela deve fazer é seu regimento interno, não estando sujeita sequer à constituição queestá em vigor, não tem que obedecer sequer às cláusulas pétreas da constituição que está em vigor, nem mesmo respeitar direitos adquiridos (quem era nobre e tinha privilégios numa constituição pode perder tudo na outra), mas também pode preservá-lo. Ocorre sempre no momento de ruptura institucional que se faz necessário, é um momento de revolução. Ela é um poder que se manifesta em momentos decisivos da história da nação. A constituição é o documento da nação. Não é um poder simples e surge em momentos bem específicos. O Brasil teve constituições feitas em momentos marcantes de sua história.
É incondicionável – não está sujeito a termo, nenhum outro órgão pode interferir.
Ilimitado – É soberano e não está sujeito a nada. Ninguém pode limitar uma Assembleia Nacional Constituinte. A assembleia é a expressão do poder constituinte, mas deve estar de acordo com o ideal de justiça do povo.
Porém, mesmo sendo ilimitado, mesmo que a maior parte do povo, por exemplo, quisesse estabelecer a escravidão, não seria possível, pois não se pode retroceder em termos de direitos fundamentais adquiridos (já assegurados). Numa ditadura, esses direitos são ignorados, mas não revogados, ou seja, são legalmente desrespeitados, mas não legitimamente.
O Ato convocatório diz como vai ser a constituinte, quem pode se candidatar, qual o dia da eleição, quem vai fiscalizar, que vai proclamar o resultado. Onde se instalará, que dia. É convocado, geralmente, a partir de emenda constitucional. Também pode trazer limitações ao poder constituinte. Exe: não poder o poder constituinte abolir a república e/ou a federação. (No Brasil em 1987 o ato convocatório apenas impedia a abolição da federação, porém permitia mudanças (como ocorreu a respeito da inclusão dos municípios como pessoas do Estado)).
Poder Constituinte Derivado Reformador (ou recorrente) (CF Art. 60) – poder de alterar a constituição em vigor. Para ser eterna, uma constituição precisa admitir mudanças no seu texto pois a sociedade muda. A constituição define quem pode alterá-la e o procedimento a ser seguido para ocorrer essa alteração. No Brasil, é definido o Congresso Nacional. Não é pacífica na Constituição a derivação do Congresso Nacional como poder constituinte derivado. Para Carlos Ayres Britto, apenas o originário seria Poder constituinte, enquanto o reformado seria poder constituído, cuja legitimidade emana da constituição. Para ele, esse poder é apenas um Poder Reformado, não um Poder Constituinte Reformador. Porém, para a maior parte da doutrina, o Congresso Nacional exerce poder constituinte derivado recorrente. Características:
Secundário
Derivado (não-soberano)
É condicionado
Extremamente limitado pela constituição. Poder constituinte derivado da própria Assembleia Nacional Constituinte
Limitações ao poder constituinte derivado
Cabe apenas ao Congresso Nacional alterar a Constituição da República, o presidente não tem poder de veto ou sansão nesse assunto, mas pode apresentar proposta de emenda.
Formal: o quê tem a ver com o processo de formação daquela norma.
Iniciativa (CF Art. 60): PEC (Proposta de Emenda à Constituição) – Quórum de apresentação da proposta: 1/3 da Câmara ou Senado, Presidente, mais da metade das Assembleias legislativas em maioria relativa (simples) (muito difícil de acontecer, pois exige mobilização política muito extensa). A razão desse inciso III é o princípio federativo, dando aos Estados a autonomia de participar da formação da vontade nacional. Este inciso não pode ser abolido de acordo com o §4º, pois estaria abolindo a federação. Existe a iniciativa popular, poder que o povo tem de apresentar proposta legislativa, incluindo constitucional (CF Art. 61 §2º). Na prática as iniciativas populares, para evitarem a longa conferência, são encaminhadas a um deputado que apresenta a proposta como se fosse dele. Por analogia esse parágrafo é aplicado também às emendas constitucionais. Essa é uma visão doutrinária (José Afonso), mas não é amplamente adotada. Portanto, a princípio por decisão da Assembleia Nacional Constituinte, não existe PPEC (proposta popular). Se a constituinte quisesse que isso fosse possível, teria colocado no artigo 61, como foi feito em relação às leis ordinárias e complementares.
Circunstâncias: em certas circunstancias a constituição não poderá ser alterada. CF Art. 60 §1º - vigência de intervenção federal (exceção à autonomia dos estados federados, com a união intervindo em um estado, CF Art. 34), estado de defesa CF Art. 136 – preservar e estabelecer ordem pública), estado de sítio, (sistemas constitucionais de crises, instabilidade política). Nessas situações a constituição não pode ser alterada por motivo de evitar ações ditatoriais, quando um presidente poderia usar um estado de instabilidade para se perpetuar. Toda limitação circunstancial deve estar expressa, ou seja, o estado de defesa, intervenção etc. deve estar decretada. Se não for decretada, por mais que toda a situação se caracterize, sem decreto não há essa circunstância.
Procedimentais (CF Art. 60 §2º e 3º) – O procedimento se dá com uma casa iniciadora e outra revisora. Quando o projeto é de iniciativa do presidente da república (CF Art. 64) a casa iniciadora é a câmara e a revisora o senado, já que o presidente representa o povo. Quando apresentada pelas Assembleias legislativas, a casa iniciadora é o senado e a revisora a câmara, já que o senado representa os estados. Votação em 2 turnos com voto de 3/5 de cada membro (todos, não apenas presentes). É o quórum mais elevado que a constituição prevê. O prazo entre cada turno é estabelecido pelo regimento interno. Depois disso a PEC vira emenda à constituição e altera o texto constitucional, sem sansão ou veto do presidente, apenas promulgação (comunicar aos destinatários da norma que ela foi criada. A publicação é a forma como a promulgação se dá nos dias de hoje, é um instrumento desta) da mesa de cada casa! §5º: a mesma proposta não pode ser votada novamente na mesma sessão legislativa. (legislatura – período correspondente a um mandato de deputado federal, logo um senador atua por duas legislaturas Art. 44§ único, sessão legislativa – ano parlamentar (art. 57)). Logo, se foi votada em 2011 só pode ser votada novamente em 2012.
No caso da proposta ser apreciada na casa revisora com pedido de mudança, ela volta para a casa iniciadora para que nova proposta seja feita, se for uma mudança substancial. Se não foi substancial, segue a votação.
Temporais: durante determinado período de tempo a constituição não pode ser modificada. Estabelece-se lapso temporal. É feito para que se dê tempo a própria constituição para que ela possa ser testada, aplicada e existir. Após esse tempo então é admitido modificação ao seu texto. Existe também a limitação da revisão constitucional.
A alteração da constituição se dá por reforma (Art. 60) ou por revisão constitucional (Art. 3º do Ato das disposições constitucionais transitórias). Art. 2º - plebiscito para decidir forma de governo (monarquia ou república) e sistema de governo (presidencialismo ou parlamentarismo). Emendas à constituição podem alterar atos das disposições constitucionais transitórias. Art. 2º é norma transitória, que pode ter validade indeterminada (Exe: Art. 1º da emenda 67). (EC = emenda constitucional (de acorda com Art. 60) e ECR (emenda constitucional da revisão, Art. 2º da ADCT)).
Materiais: quanto ao conteúdo. A emenda pode ser contrária ao texto constitucional. Ela só é inconstitucional se encontrar restrições materiais muito específicas:
Explícitas ou expressas: Art. 60 §4º, cláusulas pétreas (não se pode abolir, mas pode acrescentar, acordo feito no passado que estes dispositivos se abolidos colocariam a sociedade em risco (analogia com Ulisses)). O Congresso não pode sequer deliberar sobre esses assuntos, não pode nem cogitar. Não existe ação direta de inconstitucionalidade contra projeto de norma constitucional porque esta só se aplica a lei ordinária. Da mesma forma, obviamente um projeto de emenda será inconstitucional (claro que eledeve tratar de algo que não está na constituição, senão não haveria sentido em existir):
Forma federativa. (Proposta, por exemplo, sugerindo a arrecadação de impostos por parte apenas da união, vai de desencontro ao federalismo indiretamente, já que não diz que a federação será abolida, mas pode levar à abolição).
Voto direto, secreto, universal. (Pode-se, por exemplo, criar o voto facultativo. Uma eleição indireta não pode ser criada por emenda constitucional, mas ela existe em norma constitucional originária (como Art. 81§1º). Também vale para governadores e prefeitos a partir do princípio da simetria (federação), as organizações estaduais e municipais devem ser simétricas ao modelo federal). O segundo caso é o do veto ao presidente da república.
Separação dos poderes. (Vem da ideia de Montesquieu de que um poder deve controlar o outro para que o poder político (uno) possa existir). Pode um plebiscito tratar sobre uma mudança pra parlamentarismo. A cláusula pétrea trata de separação de poderes e não tripartição. Apesar de o parlamentarismo ter seu poder executivo dependente do parlamento, continua havendo separação de poderes. Então emenda constitucional pode transformar o Brasil em parlamentarista. Porém, atualmente, uma emenda assim não é possível pois desrespeitaria o plebiscito de 1993.
Direitos e garantias individuais. (por exemplo, uma proposta de pena de morte vai contra as garantias individuais. Ela pode ser impedida por mandato de segurança pedido por um dos deputados ou senadores, pedindo que a proposta seja acusada). Pode-se ter emenda sobre direitos individuais, o que é proibido é emenda tendente a aboli-lo (pode-se acrescentar, mudar etc). 
Pode uma emenda constitucional estabelecer que para determinado tributo não vale o Art. 150, III, b? Não, por causa do Art. 60, §4º, IV.
O que são direitos fundamentais: São todos os do título II da CF (Direitos do indivíduo, direitos coletivos, direitos sociais, direito à nacionalidade, direitos políticos). Se apresentam como cláusula pétrea qualquer direito fundamental que tenha expressão individualizada.
Mandado de segurança – ameaça ou algo que vá contra direito líquido (delimitação da extensão dele) e certo (não tem dúvidas a respeito da titularidade do direito) por ação de direito público. Por isso só se admite prova documental apresentada junto com a petição inicial.
Implícitas: Limitações ao poder constituinte derivado, ao poder de emenda. Não estão escritas em nenhum lugar, são óbvias.
Relativa ao titular do poder constituinte originário
Relativa ao titular do poder constituinte reformador
Relativa ao processo de emenda – uma emenda não pode flexibilizar o processo de emenda, sendo este cláusula pétrea. Também não pode dificultar, pois o constituinte considerou que é necessário alterar a constituição, já instituindo um quórum bastante elevado. Se o processo se tornar mais difícil, corre-se sério risco de tornar impossível o processo de emenda. Também é implícito que uma PEC não pode modificar o §4º do artigo 60 para instituir uma pena de morte (para assim revogar o art. 5º XLII e criar nova lei). Mas não se pode revogar cláusula pétrea. Sobre uma abolição da República, há duas opiniões: a de que não é cláusula pétrea (por não violar nenhuma limitação implícita, com um novo plebiscito seria possível de alterar. Não viola a federação, o poder continua emanando do povo (é monarquia constitucional), os poderes continuam separados, o voto continua com as mesmas características etc.) e a de que é cláusula pétrea implícita (pois toda a constituição é feita a partir do modelo de república). Também, para a doutrina, é proibido assembleia constituinte provisória para facilitar a emenda, por violar a 3ª cláusula pétrea implícita de Nelson Sampaio (sobre a emenda).
Formais – CF Art. 60 §2º, 3º e 5º (processo de votação).
Circunstanciais – CF Art. 60 §1º.
Temporais
Materiais
Poder constituinte recorrente
Poder Constituinte Derivado-recorrente é o poder que tem os Estados membros em uma federação de criarem e modificarem as suas constituições estaduais. Só existe em federações, por seus estados serem autônomos.
Normas Constitucionais
Quanto à aplicação (Rui Barbosa):
Autoaplicáveis – quando a constituição é promulgada se aplica imediatamente. Não precisa de norma reguladora que determine algo sobre ela. CF Art. 227 §6º - norma constitucional que proíbe discriminação de filhos – não é por existir norma sobre aquele assunto que uma norma é ou não autoaplicável. Deve-se saber se essa norma constitucional é suficiente para aplicação imediata ou não. Também art. 5º II, mesmo citando lei, é aplicável (princípio da legalidade), pois é um princípio que não precisa ser regulamentado.
Não autoaplicáveis – Quando a constituição é promulgada, não está apta a ter efeitos. Precisa de norma reguladora que defina sua incidência. EXE: Art. 5º inciso XLII, que define o racismo como crime inafiançável. Porém, a definição do que é racismo necessita de outra lei. O artigo 7º, XXI, fala sobre o aviso prévio proporcional, o que é contrário à CLT. Porém, vale a CLT, por o da constituição sem não aplicável. Também o art. 33.
Quanto à eficácia (José Afonso da Silva)
Normas de eficácia plena (solteira)– quando a constituição é promulgada está apta a produzir todos seus efeitos. Tem aplicabilidade direta e imediata, não precisa de norma regulamentadora, eficácia autoaplicável. Não é a mesma coisa. Eficácia plena é aplicação direta e imediata, autoaplicável é aplicada imediatamente. Portanto, toda norma autoaplicável é de eficácia plena, mas nem toda primeira é a segunda. A plena não admite restrição por parte de outra norma.
Normas de eficácia contida (carente)– quando a constituição é promulgada, está apta a produzir todos seus efeitos, mas admite, tolera que norma infraconstitucional venha restringir o seu âmbito de eficácia. EXE: Art. 5º §13 (casada)– qualquer um pode exercer qualquer profissão, contanto que tenha as qualificações necessárias em lei. O §12 também possibilita influência de outra lei para lhe dar outro efeito (lei 9296/96, que permitiu interceptação telefônica mediante autorização judicial).
Normas de eficácia limitada – é aquela que quando a constituição é promulgada não está apta a produzir todos os seus efeitos. Precisa de norma reguladora que defina seu âmbito de eficácia. Portanto é uma espécie de norma não autoaplicável. Admite subdivisão:
Institutivas – não estabelecem metas futuras e abstratas. Realmente instituem algo, só que a regulamentação disso fica a carga do Poder legislativo. Exe: art. 37 §7º, a constituição institui algo mas deixa sua regulamentação em lei ordinária.
Impositivas – a criação da norma reguladora é obrigatória
Facultativas – a criação é facultada.
Programáticas – Estabelecem programas, metas, direções ao Estado. São chamadas de normas programas, objetivo de ação do Estado que ele deve tentar alcançar. Soberania, território, povo e finalidade (elementos do Estado) – EXE: CF Art. 196, 215, 225
O exame da OAB é considerado constitucional pelo art. 5º§13. Os defensores da inconstitucionalidade do exame da OAB argumentam que o termo qualificação diz respeito apenas à formação acadêmica. Também defendem o princípio da isonomia, de que todos que estejam na mesma situação jurídica devem ser tratados da mesma forma. Logo, se alguém se forma, deve poder exercer sua profissão (já que o engenheiro se forma e é engenheiro, o médico se forma e é médico). Porém, pode-se olhar pelo lado de que há isonomia, já que todos que se forma em direito precisam fazer o exame.
Mandado de injunção(não cai na G1) – CF Art. 5º, 71 - Atua quando precisa de norma reguladora, mas não tem. A falta de norma regulamentadora torna impossível o respeito às normas e direitos constitucionais.
Hermenêutica Constitucional
Introdução: ler caderno da Lorena
Quando se há um choque de princípio, deve-se aplicar aquele que tem mais peso para aquela situação. Deve haver algum método de interpretação, um método de hermenêutica para saber isso.
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
JURÍDICA(clássico) – Mais utilizado no positivismo jurídico propriamente dito. Todos os métodos dentro do método jurídico são utilizados até hoje, pois o fato de termos saído do positivismo não significa que abandonamos os métodos do positivismo. Leis e Constituição são ontologicamente idênticas: há apenas uma diferença no nível hierárquico, mas são duas normas jurídicas. Métodos (ou sub-métodos) utilizados:
Gramatical – ainda utilizado. Método mais simples. Há algumas divergências no STF sobre a utilização deste método.
Histórico – também é utilizado. Discute-se a história do dispositivo em questão, de onde ele veio, o modo em que ele foi interpretado inicialmente, a intenção do legislador ao editá-lo.
Sistemático – reconhece-se que o ordenamento jurídico é um sistema: as coisas se interligam. Há uma ação de cobrança, por exemplo, que pode ser transformada em uma questão de direitos fundamentais. A Constituição é a norma mais importante deste sistema, então, as leis devem estar de acordo com ela. Em uma interpretação sistemática, deve-se olhar os dispositivos como fazendo parte de um todo, e não como uma norma isolada. Ex.: questão da reforma agrária: a terra produtiva não pode ser objeto de desapropriação, desde que cumpra a função social (CF, art. 186).
Teleológico – discute qual é a função, o objetivo, o telos do dispositivo. É possível enxergar a intenção do legislador. Com relação ao AGU, o STF discutiu qual é o objetivo da norma. Ex.: estupro (CP, art. 213). Antes da reforma do CP, a pena para que comete estupro era de 2 a 6 anos de reclusão e no parágrafo único do dispositivo dizia que se a vítima fosse menor de 18 anos, a pena seria de 3 a 8 anos. Porém, com a reforma, o legislador aumentou a pena para 6 – 10 anos se maior de 18 a vítima, mas se esqueceu de mudar o parágrafo único. Então, pelo método teleológico, interpreta-se que o parágrafo único do dispositivo foi mudado tacitamente.
	Todos estes métodos irão se misturar, embora possam ser usados isoladamente, o que não é muito comum.
CIENTÍFICO-ESPIRITUAL – Método alemão (Rudolf Smend). As grandes teses de hermenêutica vieram dos alemães. Direito como ciência do espírito, então como ciência natural. Há a necessidade de se interpretar o direito contextualizando-o com os valores sociais. É uma busca dos valores: axiologia jurídica. Não se pode entender que direito é apenas um conjunto de regras despido de valores.
MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO – Grande nome: Theodor Viehweg. É uma inversão do método clássico (raciocínio dedutivo). Topois e o raciocínio indutivo. Solução ideal: auditório. É a visão moderna. Raciocínio dedutivo: partia da premissa maior (lei) para a premissa menor (caso) e se chega à conclusão. Na tópica, ocorre o contrário: parte-se do caso concreto para ir para o ordenamento jurídico e então se chegar a uma conclusão.
Há diversos pontos de vistas que as pessoas vão achar em um determinado caso. O advogado defende o ponto de vista defensável. Não significa que o advogado está mentindo, ele está apresentando um ponto de vista defensável juridicamente. A tópica diz que não há um único modo de se enxergar um caso concreto.
A crítica mais séria que a tópica sofre é com relação à ideia de solução ideal. Se se conhece todos os detalhes do caso, busca-se a solução ideal para o caso no auditório. Pode-se chegar a uma solução ideal que envolva aqueles envolvidos no caso. Mas se auditório começar a pensar em soluções contrárias ao ordenamento jurídico? Se a tópica fala em solução ideal, ela admite que a solução seja contra a lei, e isso não é possível. O juiz não homologa acordo contra a lei, embora a teoria admita isso.
É um método importante, até para ordenar a estrutura do pensamento. Trabalha com a ideia de que se deve conhecer primeiro o caso concreto e depois o ordenamento jurídico. Chega a uma solução ideal conhecendo todos os topois (pontos de vista) envolvidos pelo caso concreto. Até aqui, a tópica é o método válido.
MÉTODO NORMATIVO-ESTRUTURANTE – Grande nome: Frederic Müller. Faz uma diferença entre a norma e o texto da norma. A norma é um resultado da interpretação. Tem-se a norma no momento em que é verificada a incidência do texto da norma no caso concreto. Norma propriamente dita é o texto normativo interpretado naquele caso concreto. Há primeiro o texto, e depois a sua interpretação no caso concreto.
MÉTODO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR – Grande nome: Konard Hesse. Há dois elementos: pré-compreensão (norma) e problema. Existe uma comunicação entre fato e norma. Se comunicam através do ciclo hermenêutico (ou espiral hermenêutica), pois há uma comunicação constante. É uma espiral pois tenta aproximar ambos, para se chegar a uma solução totalmente justa. Tem força normativa, não é só conjunto de princípios e sim regra jurídica. Todo o sistema deve ser interpretado com base na constituição. Ciclo hermenêutico. Espiral Hermenêutica. O preâmbulo da constituição não tem força normativa, é apenas uma carta de intenções. Logo uma norma não é inconstitucional por afronta ao preâmbulo.
TEORIA DA SOCIEDADE DOS INTÉRPRETES DA CONSTITUIÇÃO – Nome: Peter Häberle. Sociedade fechada dos intérpretes da Constituição, que são aqueles operadores do direito, os juristas. Sociedade aberta dos intérpretes da Constituição, que considera que todo mundo e qualquer pessoa também interpreta a constituição, independente de ser operador do direito ou não. Brasil adota essa teria na lei 9869, que permite ao STF ouvir a sociedade aberta.
MÉTODOS AMERICANOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
Interpretativismo – Método conservador. O juiz apenas interpreta a constituição sem criar nada, pois o poder judiciário não é legislativo. Deve interpretar a constituição de acordo com as vontades daqueles que a criaram. Deve ser fiel ao que foi definido em 1787 quando fui fundada a constituição.
Não interpretativismo – Surgida na crise de 1929 quando se percebeu que o interpretativismo era de acordo com o pensamento liberal da época. Método progressista. Não se podia interpretar a constituição sempre tendo o ponto de vista dos pais fundadores, mas de acordo com os valores que essas normas representam hoje, pois senão seria uma ditadura dos mortos contra os vivos. 
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
Supremacia da norma constitucional – tem-se a ideia de que a constituição é a norma mais importante do ordenamento. Nenhuma norma pode estar em desacordo com a norma constitucional.
Presunção de Constitucionalidade – as normas jurídicas presumem-se elaboradas em harmonia com a constituição. Se a constituição é a norma mais importante, presume-se que a lei está em harmonia com o sistema constitucional. É uma presunção relativa, pois se pode provar o contrário. Existe uma análise de constitucionalidade prévia, para se saber se o projeto de lei está de acordo com a CF, feita no âmbito do parlamento ou pelo Presidente que pode vetar um projeto de lei por inconstitucionalidade (ou contrário interesse público). Existe a Ação Declaratória de Constitucionalidade, que analisa se lei federal é ou não constitucional. É pedido que o STF declare se uma norma é constitucional. Qual seria então o sentido dessa ação se a constitucionalidade já é presumida? Precisa-se ter a certeza de que o pressuposto de constitucionalidade esteja abalado: juízes e tribunais estejam entendendo no julgamento de processos que a lei é inconstitucional. Por isso se justifique essa ação, para se declarar tal lei constitucional. Precisa-se haver uma controvérsia judicial relevante. Precisa-se ter uma necessidade de se declarar a lei como constitucional, precisa-se que o pressuposto de constitucionalidade esteja abalado. Quando o STF julga improcedente uma ADC ele ao mesmo tempo está considerando essa lei inconstitucional.
Unidade da Constituição – Pela Constituição ser uma, todas as normas constitucionais estão no mesmo nível hierárquico. Otto Bachof acredita que a norma constitucional deve estar em harmonia com os direitos fundamentais, caso contrário a norma constitucional seria inconstitucional. OSTF considerou que é impossível norma constitucional originária ser inconstitucional por violar outra norma originária. 
Interpretação conforme a Constituição (com e sem redução de texto) – decorre da supremacia. Se a constituição é a norma mais importante do ordenamento, só se podem interpretar as leis de acordo com a constituição. Pode-se ter duas interpretações possíveis de uma mesma norma jurídica: uma que esteja de acordo com a constituição ou pode-se interpretá-la de forma contrária (o que seria inconstitucional). Nessa situação, sempre deve-se fazer a interpretação que torne essa norma em harmonia com a constituição, afastando a interpretação inconstitucional. A interpretação constitucional não pode ser a exceção, deve ser a regra. Só se declara uma norma como inconstitucional quando não há possibilidade de se interpretá-la de acordo com a constituição, por exemplo, uma lei que crie a pena de morte. Não existe forma de se deixar isso constitucional. É um instrumento de controle de constitucionalidade. Existe a interpretação conforme a constituição com redução de texto: quando o supremo analisa determinada norma percebe que determinado artigo está contrário à constituição. Porém percebe que não é todo o dispositivo que está em conflito, apenas uma palavra ou expressão. Ocorre que a jurisdição constitucional deve sempre tentar salvar essa lei, mudando a palavra ou expressão que crie esse conflito. Isso é diferente de quando o Presidente veta uma lei, já que este só pode vetar alínea, parágrafo, artigo, não podendo vetar apenas uma palavra. O STF nesse caso age como legislador negativo (atua de forma negativa, reduzindo o texto da lei, não sendo assim função legislativa, que ocorre quando cria), sendo assim uma função típica do judiciário. Outra coisa que o STF pode fazer é interpretar um dispositivo como legal se aplicado de determinado maneira, porém inconstitucional se aplicado de outra forma. Nesse caso, ele pode determinar a inconstitucionalidade da incidência da lei em determinada circunstância. 
Concordância Prática (harmonização) – Uma norma constitucional não pode ser respeitada a ponto de entrar em desarmonia com outra. Por exemplo, temos a liberdade religiosa. Pode-se então cultuar até mesmo satanás. Agora se essa religião quer sacrificar uma virgem, estará em desarmonia com o princípio à vida. Quando se tem dois princípios em conflito, deve-se tentar preservar os dois. 
Força Normativa da Constituição – A CF tem força de norma jurídica. Não deve ser enxergada como conjunto de princípios, mas de regra jurídica de aplicabilidade. Hoje existe uma eficácia horizontal de direitos fundamentais, podendo ser aplicados numa relação indivíduo X indivíduo. 
Máxima efetividade – Os direitos fundamentais devem tentar ser aplicados no seu máximo, justamente por isso deve sempre tentar harmonizá-los, de modo que todos possam ser aplicados no seu máximo. 
Princípio da proporcionalidade (ou razoabilidade) - Apelo ao bom senso do juiz, julgador, administrador. Aplica-se a todas as esferas de poderes, esperando que eles sejam razoáveis. Quando se vai atuar na resolução de conflitos, é preciso que se demonstrem três subprincípios:
Adequação – mostrar que a solução é adequada
Necessidade – mostrar que a necessidade justifica o sacrifício de um direito fundamental em detrimento do outro, trazendo menos males do que se o outro fosse sacrificado.
Proporcionalidade (sentido estrito) – é a própria razoabilidade. É razoável que naquele caso haja a aplicação de um princípio e não de outro.
Uso como técnica de interpretação (hermenêutica) – Reconhecer que é impossível aplicar os dois direitos sem detrimento do outro. 
Uso como parâmetro de controle – técnica de controle de constitucionalidade: declarar inconstitucionais leis e atos normativos
Formas e Sistema de Estado e Governo
Forma de Estado – a forma de organização que aquele ente apresenta em relação ao cenário internacional, como se apresenta como país.
Confederação – organização de Estados soberanos independentes voltados para defesa externa e manutenção da paz interna. Base jurídica da relação com tratados internacionais. Um Estado não pode sair da confederação, apenas denunciar o tratado. A constituição europeia era um indício de que a União Europeia estava caminhando para uma federação. Perde força essa tese com a crise econômico que estão vivendo. 
Estado Federal – Estados não possuem soberania e sim autonomia. Quem tem soberania é o Estado propriamente dito, que é único. Não se pode sair da federação (art. 1º e 34). Entes federativos autônomos.
Estado Unitário – único centro emanador de decisão política fundamental. Existe Estado unitário descentralizado porque dá alguma liberdade pras regiões, mas não é uma autonomia federativa. Nem todos os municípios da França, por exemplo, tem eleição pra prefeito. Esses municípios não tem autonomia como ente federado, apenas uma liberdade de agir.
Forma de Governo
República – Mandatos temporários, por eleição. Existe a responsabilidade política dos governantes.
Monarquia – Trata-se de monarquias não absolutas. Hereditária, vitalícia. No geral, a sucessão do trono é dada ao primogênito varão. Irresponsabilidade política do monarca, pois não governa (quem faz isso é o Primeiro Ministro). O Rei é Chefe de Estado, não de Governo.
Sistema de Governo
Presidencialismo – Na República presidencialista, o Presidente é Chefe de Estado e Chefe de Governo. 
Parlamentarismo – O Presidente é Chefe de Estado e o Primeiro Ministro Chefe de Governo. Governo depende do parlamento. O Primeiro Ministro fica no cargo enquanto tiver apoio do parlamento.
Regime Político
Democracia
Ditadura
Federação
Entes federativos são União, estados, municípios e Distrito Federal. Antes de 88, municípios não eram entidades federativas.
Autonomia federativa é composta de:
Auto-organização – Cada componente da federação tem o poder de se organizar politicamente através de um documento normativo superior em relação aos demais atos normativos produzidos por essa unidade da federação – Constituição Estadual CF Art. 25, Lei Orgânica – municípios CF Art. 30
Auto legislação (dentro da auto-organização) – atribuição de competência legislativa para união, estados e municípios. A produção legislativa exprime a auto-legislação.
Auto governo – capacidade para as populações que habitam os territórios dos entes federais escolherem seus próprios representantes executivos e legislativos (governadores, deputados, prefeitos e vereadores). Não inclui judiciário. Estados CF Art. 27 e 28, municípios CF Art. 29, I e IV, união CF Art. 45, 46 e 77.
Auto administração – poder para organizar uma estrutura administrativa própria. Aparato burocrático próprio. Exemplo: Secretaria de saúde, de educação. CF Art. 37.
Prova: saber o q cada “auto” significa em cada ente, repartição de competências o q é tarefa de cada um e intervenção federal.
União: não é soberana, é autônoma. União é pessoa jurídica de direito interno. Quem assina tratados internacionais é o Estado Brasil, dotado de soberania, representado pela União. Organiza-se por meio da CRFB e das leis federais. 
Auto-legislação: faz sua própria lei. Leis federais (se aplicam apenas à União) e nacionais são diferentes. Nacionais são aquelas que se aplicam a todos os entes federais, enquanto a federal se aplica apenas à união. É importante saber que existe essa diferença, apenas. 
Autogoverno: a união forma seu governo sem interferência de outros entes da federação. Possui os 3 poderes:
Executivo: Presidência e Ministros de Estado
Legislativo: Congresso Nacional, composto de Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Judiciário – concentra a grande maioria dos órgãos do judiciário.
Autoadministração: gasta sua verba sem interferência dos demais entes federativos. Arrecada seus impostos próprios.
Estados: Estado Federal (o país Brasil) diferente de estado federado (estados como entes autônomos da federação). Estados federados por serem autônomos, também tem a tripla-capacidade.
Auto-organização: constituição estadual (poder constituintederivado-decorrente) e leis estaduais. Constituição estadual é a maior norma dentro do estado, logo as leis estaduais devem estar de acordo com ela. Dada nossa historia de centralização e concentração de poderes, as constituições estaduais são muito simples: existem normas de reprodução obrigatória (disposições da CF que devem ser repetidas nas estaduais – princípio da simetria. Por isso, por exemplo, um estado não pode adotar um parlamentarismo estadual. As organizações estaduais e municipais devem ser simétricas ao modelo federal).
Autogoverno: os estados formam seu governo sem interferência dos demais entes federativos.
Executivo – Além do governador, este escolhe seus secretários de estado, de livre nomeação. 
Legislativo – Assembleia Legislativa formada por deputados estaduais, de forma unicameral.
Judiciário – Cada estado tem seu próprio tribunal de justiça e seus juízes de direito.
Autoadministração: cobra seus próprios impostos
Municípios
Auto-organização: lei orgânica não é constituição, apenas lei que organiza o município) e leis municipais
Autogoverno: município forma seu governo sem interferência dos outros entes federativos. Escolhe seus secretários municipais. Legislativo exercido pela Câmara de Vereadores.
Autoadministração: município tem verba própria e também pode gastar independente de outros órgãos municipais.
Distrito Federal – não têm municípios (art. 32), apenas cidades. Taguatinga, Gama etc são cidades, mas não municípios, pois não tem autonomia. Tem competências de estados e municípios. A região tem alguma autonomia. O Distrito Federal tem um governador, que exerce o poder executivo em todo o DF, incluindo Brasília e as outras cidades. É uma mistura de Estado e Município, pois o governador distrital exerce funções que nos estados são de prefeituras. 
Auto-organização e Autogoverno: Tem sua Câmara Legislativa, com deputados distritais. É uma mistura do nome Assembleia Legislativa com Câmara dos Vereadores. A Lei Distrital trata de matéria estadual ou municipal. Não pode ter justiça estadual porque não é estado, mas tem um Tribunal de Justiça do DF.
Autoadministração: também tem autonomia para gastar suas verbas.
Obs: Existem territórios, que não possuem autonomia. São os casos de Tapajós e Carajás, no Pará. Rondônia por exemplo, já foi apenas um território. Territórios podem ter órgãos de poder judiciário independentes, organizados pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
PROVA:
MANDADO DE INJUNÇÃO ATÉ HJ, INCLUSIVE

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