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Caso Clínico 1 Adolescente, 13 anos de idade, sexo masculino, atendido em Unidade de Atenção Terciária, proveniente de Serviço de Atenção Primária, com história de inúmeras vesículas em região genital e nádega esquerda havia cerca de três dias, respeitando a linha média, associado à disúria e dor intensa no local. A mãe referia febre havia dois dias. Negava patologias prévias, inclusive varicela. Apresentava calendário vacinal em dia, porém não havia tomado vacina contra varicela, já que esta não consta no calendário do Ministério da Saúde. Negava viagens recentes, alergias, uso de drogas imunossupressoras e história familiar para qualquer doença imunossupressora. Estava em uso de Cefalexina há um dia e compressas de permanganato de potássio, pois apresentara infecção cutânea secundária em alguns locais. Ao exame físico, apresentava múltiplas vesículas agrupadas sobre base eritematosa em corpo do pênis, glande, saco escrotal, nádega e raiz da coxa esquerda, tendendo a respeitar linha média, seguindo dermátomo (território de S2/S3). (FROTA et al, 2015) Caso Clínico 1 Adolescente, 13 anos de idade, sexo masculino, atendido em Unidade de Atenção Terciária, proveniente de Serviço de Atenção Primária, com história de inúmeras vesículas em região genital e nádega esquerda havia cerca de três dias, respeitando a linha média, associado à disúria e dor intensa no local. A mãe referia febre havia dois dias. Negava patologias prévias, inclusive varicela. Apresentava calendário vacinal em dia, porém não havia tomado vacina contra varicela, já que esta não consta no calendário do Ministério da Saúde. Negava viagens recentes, alergias, uso de drogas imunossupressoras e história familiar para qualquer doença imunossupressora. Estava em uso de Cefalexina há um dia e compressas de permanganato de potássio, pois apresentara infecção cutânea secundária em alguns locais. Ao exame físico, apresentava múltiplas vesículas agrupadas sobre base eritematosa em corpo do pênis, glande, saco escrotal, nádega e raiz da coxa esquerda, tendendo a respeitar linha média, seguindo dermátomo (território de S2/S3). (FROTA et al, 2015) (FROTA et al, 2015) (FROTA et al, 2015) Conduta e Evolução Foi prescrito Aciclovir 800mg por dose, cinco vezes ao dia por sete dias, manteve-se a Cefalexina pelo mesmo período e foram solicitados exames, incluindo citologia de Tzanck. Paciente retornou para consulta em uma semana, apresentando melhora considerável do quadro, que estava em involução, com várias lesões crostosas e ausência de febre. Os resultados dos exames laboratoriais, como hemograma completo, função renal e hepática, sorologias para sífilis e HIV, 1 e 2 vieram sem alterações. (FROTA et al, 2015) Conduta e Evolução Foi prescrito Aciclovir 800mg por dose, cinco vezes ao dia por sete dias, manteve-se a Cefalexina pelo mesmo período e foram solicitados exames, incluindo citologia de Tzanck. Paciente retornou para consulta em uma semana, apresentando melhora considerável do quadro, que estava em involução, com várias lesões crostosas e ausência de febre. Os resultados dos exames laboratoriais, como hemograma completo, função renal e hepática, sorologias para sífilis e HIV, 1 e 2 vieram sem alterações. (FROTA et al, 2015) (FROTA et al, 2015) Herpes Zoster (HZ) Patologia causada pelo varicela-zoster (VZV), o mesmo que provoca a varicela. Varicela → doença aguda, altamente contagiosa, ocorrendo mais frequentemente na infância. Conhecida popularmente como catapora. HZ → dor unilateral e vesículas sobre base eritematosa seguindo o território de um dermátomo, respeitando a linha mediana. Ocorre anos após o primeiro contato com o VZV. • Principais fatores de risco: idade elevada e disfunção celular imune. Diagnóstico essencialmente clínico. • Complicação: neuralgia pós-herpética. (FROTA et al, 2015) Paciente imunocompetente Pontos interessantes neste caso clínico apresentado: Herpes Zoster Localização atípica das lesões, extensão delas Faixa etária incomum (FROTA et al, 2015) Diagnóstico essencialmente clínico: • Contudo, existem: estudo histopatológico e citodiagnóstico, o diagnóstico também pode ser considerado definitivo com o isolamento do vírus em cultura de células inoculadas Em crianças, a doença é menos grave → neuralgia pós-herpética raramente ocorre Tratamento Antiviral, se necessário: • Aciclovir, é aprovado para o tratamento em crianças (Famciclovir e Valaciclovir não são). A maioria dos estudos não recomenda o uso de Aciclovir em herpes zoster não complicado em crianças, porém, alguns autores recomendam. Tratamento é seguro, efetivo, pode ser recomendado em todos os casos. Deve-se iniciar em até 72 horas do início do quadro. • Aciclovir via oral para adultos saudáveis com HZ na dose de 20mg/Kg/dose (máximo de 800mg/dose) 4-5 vezes ao dia por 5-7 dias. Considerações (FROTA et al, 2015) Profilaxia → vacinas • Para crianças: vacina contra varicela, com 2 doses – disponíveis no SUS. Aos 15 meses e a segunda entre 4 e 6 anos. • Para idosos: com uma concentração maior, dose única de 0,65ml. Disponível apenas na rede privada (prevenção da HZ). Conclusão: • O Herpes Zoster pode acometer crianças e adolescentes saudáveis. • Se houver anamnese e exame físico sem alterações, uma investigação adicional para imunodeficiência e malignidade não é necessária. (FROTA et al, 2015) Paciente R.C.M.S., sexo feminino, 7 anos e 10 meses, baixo peso para idade, procurou Pronto Socorro (PS) da Santa Casa de Misericórdia de Anápolis (SCMA) por febre de 10 dias de evolução, calafrios e astenia. Havia sido diagnosticada recentemente com Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) após internação no Hospital Materno Infantil de Goiânia (HMI). Caso Clínico 2 Apresentava-se taquicardia, hipocorada, orofaringe hiperemiada e com gotejamento posterior. Ausculta pulmonar com murmúrio vesicular audível e broncofonia na base direita. O hemograma realizado na admissão evidenciava pancitopenia (hemoglobina de 7,5 g/dl, hematócrito de 23,2%, leucócitos de 4.300/mm 3, com 8% de bastonetes e plaquetas de 111.000/mm 3 ) e a radiografia de tórax mostrava a presença de infiltrado perihilar bilateral associado a linfonodomegalia hilar. Exame Físico e Exames Complementares Foi levantada hipótese diagnóstica inicial de Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) e sinusite bacteriana e, dessa forma, foi indicada internação com administração de Ceftriaxone 1g de 12/12h. Durante a Internação, mantiveram-se os episódios de febre Diários, predominantemente no fim da tarde e à noite. Evoluiu com leve distensão abdominal, sem dor ou visceromegalias e notou-se a presença de linfonodomegalias cervicais bilaterais de aproximadamente 0,8 cm indolores, submentoniana de aproximadamente 1 cm indolor, axilar direito de aproximadamente 0,8 cm indolor e inguinais bilaterais de aproximadamente 1,8 cm indolores. Foi realizada uma ultrassonografia de abdome total que revelou discreta esplenomegalia e líquido livre na pelve. A pedido da equipe pediátrica, a criança passou a ser acompanhada pelo serviço de Hematologia, que inicialmente aventou diagnósticos como Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), Anemia ferropriva e Anemia de inflamação. Para elucidá-los, foram solicitados novos exames laboratoriais, que evidenciaram piora da pancitopenia, quedas progressivas das plaquetas, contagem de reticulócitos baixos (0,6% e 1,2%). Alterações sugestivas de anemia ferropriva (anemia hipocrômica, microcítica, RDW aumentado, ferro sérico baixo, capacidade de ligação de ferro baixa e transferrina baixa). Diante de tais exames, a equipe hematológica levantou a hipótese de aplasia de medula e programou a realização de um mielograma. No sexto dia de internação, a acompanhante apresentou resultados de sorologias para Epstein-BAAR, CMV e Hepatite B, que a paciente havia realizado antes da hospitalização, das quais a sorologia para Epstein-BAAR apresentava valorespositivos para IgG e IgM, sendo, então, solicitada a avaliação da equipe de infectologia. No mesmo dia (6° dia), chegaram os resultados de algumas sorologias solicitadas pelo médico da Estratégia de Saúde da Família da paciente, e coletadas no dia da admissão por conta própria da acompanhante. Foram elas: VDRL, Rubéola e HIV 1 e 2, das quais a única positiva foi a sorologia para o vírus do HIV. A equipe pediátrica solicitou, então, a presença da equipe de psicologia para dar o diagnóstico para a criança e para os familiares. Na investigação da transmissão, foi revelado que a mãe possuía um histórico de ser usuária de drogas e manteve o uso durante a gestação da paciente. Referências FROTA et al. Herpes zoster na adolescência: caso clínico. Rev Bras Med Fam Comunidade. Rio de Janeiro, 2015 Jul-Set; 10(36):1-7. GOMES, C. Relato de caso: HIV descoberto tardiamente na infância, o pediatra deve pensar nesse diagnóstico. Revista artigos. ISSN 25960253. Volume 13. 2020.
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