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Federação- Thiago Varella

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Federação
União
O auto-governo da União é dividido em três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. O Executivo é chefiado pelo Presidente da República auxiliado pelos Ministros de Estado. O Legislativo é o Congresso Nacional, que é bicameral, sendo composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. A Câmara tem seus membros eleitos de quatro em quatro anos e os membros são proporcionais à população de cada Estado. O Senado é a representação dos Estados e cada Estado tem três senadores. O Judiciário brasileiro é dividido entre a União e os Estados. A justiça federal tem três justiças especiais (militar, do trabalho e eleitoral) e uma justiça comum (art. 109 da CF ou casos de interesse da União, de autarqua ou empresa pública).
A auto-administração é a capacidade de recolher e redistribuir impostos da maneira que julgar mais correta. A autonomia confere à União a capacidade de gerir seu dinheiro e a forma como vai alocá-lo. A União tem uma série de competências e, para isso, o recolhimento de tributos (impostos, taxas e contribuições) é necessário. As taxas implicam em uma contraprestação em serviços públicos, como a taxa para emissão de passaporte. Os impostos são valores devidos pelo simples fato do indivíduo incidir no fato que corresponde àquele imposto. O imposto de renda incide sobre aqueles que auferiram renda, por exemplo. Há uma repartição cuja finalidade é o repasse de verba aos Estados e Municípios. O ideal é que os Estados consigam se auto-sustentar, mas a arrecadação tributária dos Estados mais pobres está muito aquém do necessário para manter os serviços públicos estaduais.
Estados
Podemos falar em Estados-membros da federação, que são os estados federados (RJ, SP, RN etc). Não podemos confundir com os Estados federais, que são países soberanos e independentes cuja forma de estado é a federação. Os Estados federados integram uma federação.
A auto-organização dos Estados é exercida pelas Constituições estaduais e leis estaduais. As Constituições estaduais são o chamado poder constituinte derivado-decorrente. Elas estão submetidas à Constituição Federal, mas têm subremacia no âmbito legislativo estadual e municipal. Existe um mecanismo de controle de constitucionalidade cuja finalidade é a defesa das Constituições estaduais. Assim como as ADIn são julgadas pelo STF, essas ações são julgadas pelos TJs.
O estudo das constituições estaduais é inútil pelo princípio da simetria. As instituições estaduais devem ser simétricas em relação às federais. Assim como o sistema de governo é simétrico, impossibilitando, por exemplo, o parlamentarismo estadual, as Constituições dos estados devem ser simétricas em relação à Constituição federal. A tradição centralizadora do Estado brasileiro fez com que esse princípio ficasse ainda mais forte, dando pouco espaço para o legislador estadual.
Houve, por exemplo, um caso em que o STF declarou inconstitucional uma Constituição estadual baseando-se no princípio da simetria. A Constituição do Estado de SP determinava um quórum diferente para a instauração de CPI na Alesp do que a Constituição Federal determina para a instauração na Câmara ou no Senado. CPIs (comissão parlamentar de inquérito) podem ser instauradas em qualquer órgão do poder legislativo, mas o quórum deve ser o mesmo da CF.
O auto-governo também é dividido em três poderes. O executivo estadual é chefiado pelo governador do estado auxiliados pelos secretários de estado. O legislativo estadual são as assembleias legislativas (art. 27). A justiça dos estados (art. 125 CF) é formada pelos Tribunais de Justiça, que são os órgãos máximos da justiça estadual, e pelos juízes de direito.
A auto-administração arrecadará e alocará tributos sendo fiscalizada única e exclusivamente pela lei. Cabe ao governador a escolha das políticas públicas que serão atendidas e aquelas que serão preteridas. Isso ocorre porque os tributos são finitos. Os impostos recolhidos pelos estados estão previstos pelo art. 155 da CF.
Municípios
Os municípios são entes federativos autônomos desde 1988. Houve críticas fortes a essa autonomia e o líder dessa resistência é José Afonso da Silva. Ele não consegue conceber como um estado autônomo pode ser composto por municípios autônomos. O que ocorre é que a federação também é autônoma e composta por estados autônomos. 
A auto-organização dos municípios está prevista pelo art. 29 CF. Os municípios serão regidos por leis municipais, votadas pela Câmara dos Vereadores, e por uma lei orgânica, que é a lei de organização dos municípios. A lei orgânica não tem natureza de norma constitucional.
O auto-governo é dividido em dois poderes. Não há poder judiciário municipal. Como a justiça dos estados tem competência para julgar matérias residuais, o judiciário estadual tem que ser interiorizado. Quando não há juizes federais, a competência é do juiz de direito (estadual). O executivo municipal é chefiado pelo prefeito auxiliado por secretários municipais (art. 29, I e II). O poder legislativo municipal é exercido pela Câmara dos Vereadores. 
A auto-administração, como nos casos anteriores, é a competência de recolher e distribuir livremente tributos. Os impostos municipais estão previstos pelo art. 156 CF.
Distrito federal
É uma das características da federação. Em quase todas as federações, a região em torno da capital tem uma organização diferente dos demais entes federativos. É uma questão de segurança. A cúpula do poder judiciário, o Congresso Nacional e todo o poder executivo federal estão localizados no distrito federal. Não é um ente própio do Brasil, o México e os EUA também têm.
O art. 18, CF, dispõe sobre a auto-organização do distrito federal. Assim como os municípios, o distrito federal se organiza por uma lei orgânica somada às leis distritais. Ele é composto por Brasília e as cidades satélites, mas o caput do art. 18 determina que é vedada a sua divisão em municípios. Vemos que cidades e municípios são coisas diferentes. Os munícipios têm competência para exercer a sua auto-organização, a sua auto-administração e o seu auto-governo, coisa que essas cidades não têm. Elas não têm autonomia.
O auto-governo do distrito federal também é dividido em três poderes. O poder executivo é exercido pelo governador, que governa Brasília e as cidades satélites. O art. 32, §2º, determina que este será eleito em eleições periódicas que coincidirão com as eleições dos governadores estaduais. O poder legislativo será exercido por deputados distritais, que terão as atribuições dos deputados estaduais e dos vereadores, mas veremos isso mais a fundo na auto-administração. A formação da câmara legislativa observará a regra de formação das assembleias legislativas, como previsto pelo art. 32, §3º. O poder judiciário tem a mesma atribuição que as justiças estaduais. O tribunal de justiça do distrito federal e territórios será composto por juízes de direito que julgarão ações residuais, assim como os tribunais de justiça estaduais.
Por não poder ser dividido em municípios, o distrito federal reúne a competência de estado e de município, como previsto no art. 32, §1º. Assim, o governador do distrito federal exercerá as competências de governador e de prefeito. A Câmara Legislativa do distrito federal faz leis distritais, mas que regulam matérias de competência das assembleias legislativas ou da câmara dos vereadores. São leis de âmbito estadual e municipal. Essa divisão é importante, por exemplo, na questão do julgamento da ação direta de inconstitucionalidade, mas isso não é importante para a prova.
O poder constituinte fez uma opção política ao estabelecer um distrito federal composto por Brasília e cidades satélite, mas isso não é necessário. A abolição do distrito federal é politicamente possível, mas não juridicamente. Isso ocorre porque seria uma emenda constitucional tendente a abolir a federação. Porém, a única diferença substancial que a abolição do distrito federal faria seria que a capital teria uma organização especial e as cidades satélites fariam parte do estadode Goiás.
Territórios
Os territórios não têm autonomia. De acordo com o art. 18, §2º, os territórios integram a União e tem a natureza jurídica de descentralização administrativa da União. Se uma determinada região do país não tem condição de se auto-sustentar, caberia à União administrá-la. Até 1988, o Brasil tinha três territórios federais: o Amapá, Roraima e Fernando de Noronha. Por decisão da Assembleia Nacional Constituinte, nos arts. 14 e 15 da ADCT, os territórios de Roraima e Amapá ganharam autonomia e viraram estados. Fernando de Norornha se tornou um distrito estadual de Pernambuco. A administração cabe a Pernambuco, mas as normas de proteção ambiental fazem com que ainda haja muita intervenção federal.
Por mais que não haja mais territórios, é jurídica e politicamente possível que estes voltem a existir e, portanto, é necessário que eles sejam estudados. O art. 33 prevê como seria a organização desses territórios. O §3º prevê que territórios com mais de cem mil habitantes terão governadores nomeados. A nomeação dos governadores, ao invés da eleição, se dá porque é uma descentralização da organização da União.
Repartição de competências
É a repartição de tarefas da federação. Existem tarefas da União, dos Estados e dos Municípios. A ideia da federação é exatamente essa divisão de atribuições. Uma federação não divide as suas atribuições apenas horizontalmente, na forma dos três poderes, mas também verticalmente, entre os entes federativos.
A ideia que deve nortear o poder constituinte originário no momento da repartição de competências é de que as atribuições da União são gerais, as dos Estados são regionais, as dos Municípios são locais e as do Distrito Federal são locais e regionais. 
Há também a divisão entre competências legislativa (com relação à criação de leis) e administrativa (com relação à execução da lei, realizar de fato as atribuições). O art. 21 determina quais são as competências administrativas da União. As competências arroladas no art. 21 são exclusivas, ou seja, indelegáveis. Atenção ao inciso I: mesmo que seja competância da União a manutenção de relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais, não é a União que exerce a soberania e que se obriga internacionalmente, quem o faz é o Brasil. Um tratado de direito internacional vincula todos os entes da federação. A União é pessoa jurídica de direito interno que, por força do inciso I, representa o Brasil no plano internacional, mas quem se obriga é a federação como um todo.
O art. 22 dispõe dobre a competência legislativa da União que, diferentemente da primeira, é privativa. A delegação prevista pelo art. 22, parágrafo único, é feita por lei complementar. Além disso, deve ser uma delegação geral, ou seja, não pode ser uma delegação para um estado específico. A matéria deve ser específica, estando vedada a delegação da legislação sobre direito penal de forma ampla, mas é possível delegar aos estados a legislação sobre a fixação de penas para o tráfico ilícido de entorpecentes, sendo fixada uma pena mínima e uma pena máxima para isso. 
Apesar de ser juridicamente possível, a União raramente faz isso. Apenas uma vez foi delegada uma matéria de competência privativa da União. Foi um caso de matéria trabalhista em que a lei ordinária determinou que os Estados poderiam legislar sobre o salário mínimo, mas este não poderia ser inferior ao mínimo federal.
PENSAR: o vagão feminino do metrô e o rodízio de carros em São Paulo.

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