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©Shutterstock/patpitchaya Livro do Professor ©Editora Positivo Ltda., 2017 Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora. Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil) S676 Soares, Rosalina Mariana Rathlew. Língua portuguesa : livro de atividades : Rosalina Mariana Rathlew Soares. – Curitiba : Positivo, 2017. v. 11 : il. ISBN 978-85-467-1644-9 (Livro do aluno) ISBN 978-85-467-1611-1 (Livro do professor) 1. Ensino médio. 2. Língua portuguesa – Estudo e ensino. I. Título CDD 373.33 Rosalina Mariana Rathlew Soares Livro de atividades Volume 11 Língua Portuguesa Intertextualidade 21 Período composto: noções elementares Oração: enunciado constituído por apenas uma forma verbal. Coordenação no período composto No período composto por coordenação, as orações são sintaticamente independentes e classificam-se em: Período simples: período constituído por uma oração absoluta. Período composto: frase que contém mais de uma oração. Período = frase verbal. Pode conter um ou mais verbos. Oração coordenada: sintaticamente independente Orações assindéticas: não apresentam conjunção que as liguem à oração anterior. Levantou-se, / olhou ao redor, / não viu ninguém. Orações sindéticas: apresentam conjunção ligando-as à oração anterior. Conforme a relação que estabelecem, classificam-se em: aditivas (relação de adição) Procurei nas gavetas e achei umas fotos antigas. adversativas (relação de oposição) Cozinho bem, no entanto não sou uma profissional. alternativas (relação de alternância) Ora se altera, ora se acalma. conclusivas (relação de conclusão) Tenho 11 anos, portanto ainda sou criança. explicativas (relação de explicação) Apresse o passo, pois está atrasado para o encontro. 2 Volume 11 Subordinação no período composto No período composto por subordinação, as orações dependem sintaticamente de outras. O período apresenta uma oração subordinada que se liga a uma oração principal. As orações subordinadas podem ser: substantivas (função de substantivo) adjetivas (função de adjetivo) adverbiais (função de advérbio) Oração subordinada adjetiva As orações desse tipo exercem função sintática de adjunto adnominal de um núcleo nominal, iniciam-se por pronome relativo e classificam- se em: • restritivas – delimitam objetivamente o antecedente. Ex.: Profissionais que são competentes dificilmente ficam desempregados. • explicativas – acrescentam uma informação, uma explicação que pode ser omitida sem prejuízo significativo de sentido. Ex.: Marchinhas carnavalescas, que animavam os carnavais de antigamente, hoje pouco são ouvidas. As orações subordinadas adjetivas podem ser desenvolvidas ou reduzidas de: • infinitivo Escutei a voz do rapaz a pedir socorro. • particípio Recebemos duas cartas enviadas pelo Ministério da Justiça. • gerúndio A candidata, chorando incontrolavelmente, foi atendida pelos fiscais da sala. OP oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de infinitivo OP oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de particípio oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de gerúndio OP 3Língua Portuguesa Atividades 1. (UERJ) A namorada Havia um muro alto entre nossas casas. Difícil de mandar recado para ela. Não havia e-mail. O pai era uma onça. A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão E pinchava a pedra no quintal da casa dela. Se a namorada respondesse pela mesma pedra Era uma glória! Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira E então era agonia. No tempo do onça era assim. Manoel de Barros Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010. Difícil de mandar recado para ela. Não havia e-mail. O pai era uma onça. (v. 2-4) O primeiro verso estabelece mesma relação de sentido com cada um dos dois outros versos. Um conectivo que expressa essa relação é: a) porém X b) porque c) embora d) portanto 2. Considere ainda os três versos: Difícil de mandar reca- do para ela. /Não havia e-mail. /O pai era uma onça. a) Sabendo que a relação entre o verso 1 e os versos 2 e 3 é a mesma, indique um conectivo que relacione os versos 2 e 3. Poderia ser usada a conjunção e. Entre os versos 1 e 2 e entre 1 e 3, a relação é de explicação, logo, entre 2 e 3 a relação é de adição. b) Usando o(s) conectivo(s) adequado(s), reescreva os versos citados formando um só período composto. Difícil de mandar recado para ela, pois/porque não havia e-mail e [porque] o pai era uma onça. 3. Releia os versos a seguir. A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão E pinchava a pedra no quintal da casa dela. Se a namorada respondesse pela mesma pedra Era uma glória! Mas por vezes o bilhete enganchava nos ga- lhos da goiabeira Quais versos são constituídos por orações coordena- das sindéticas? Identifique-os e dê a classificação des- sas orações. “E pinchava a pedra no quintal da casa dela” (oração coordenada sindética aditiva). “Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira” (oração coordenada sindética adversativa). 4. (EsPCEx – SP) Assinale a alternativa em que está des- tacada uma oração coordenada explicativa. a) Peço que te cales. b) O homem é um animal que pensa. c) Ele não esperava que a mãe o perdoasse. X d) Leve-a até o táxi, que ela precisa ir agora. e) É necessário que estudes. 5. (FUVEST – SP) Confidência do Itabirano Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosida [de e comunicação. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem [mulheres e sem horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te [ofereço: esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil; este São Benedito do velho santeiro Alfredo [Duval; 4 Volume 11 este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa... Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público. Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói! Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. Na última estrofe, a expressão que justifica o uso da conjunção sublinhada no verso “Mas como dói!” é: a) “Hoje”. b) “funcionário público”. X c) “apenas”. d) “fotografia”. e) “parede”. 6. O terceiro verso do poema “Por isso sou triste, orgulho- so: de ferro.”, em relação aos dois versos anteriores, expressa a) uma contradição. b) uma explicação. X c) uma conclusão. d) uma adição. e) uma causa. 7. (FGV) A rádio CBN reapresentou uma reportagem na qual dois repórteres, um negro e outro branco, de idades próximas e vestindo roupas parecidas, testaram o atendimento que receberiam em esta- belecimentos comerciais cariocas. O tratamento dado ao negro foi sistematica- mente pior e em boa parte das vezes nem sequer foi atendido. Em uma loja de roupas masculinas, ao branco foi oferecido um terno de maior quali- dade, e, ao negro, o mais barato. O diabo é que os preconceitos se devem a uma poderosa capacidade humana, a de fazer genera- lizações a partir de experiências limitadas. Pode- rosa, mas falível. Preconceitos como o racismo ou o sexismo são frutos de generalizações inde- vidas e estigmatizadoras. Porém, sem conceitos prévios (preconceitos), que permitam tomar de- cisões rápidas, teríamos dificuldade para fazer coisas simples, como dirigir ou escolher um res- taurante sem ter uma indicação. Ainda assim, vale uma constatação etimológi- ca: preconceito é sinônimo de prejuízo. Nossos antepassados, ao criar suas línguas, perceberam que conceitos ou juízos prévios costumam levara perdas, a ideias equivocadas. M. Miterhof, Folha de S. Paulo. 31/01/2013. Adaptado. Sobre a conjunção “mas”, empregada no trecho “Pode- rosa, mas falível” (l. 14), só NÃO é correto afirmar: a) Poderia ser substituída pela locução “se bem que”. b) Estabelece uma relação de sentido semelhante à do conectivo “todavia”. X c) Subordina dois adjetivos, pressupondo uma relação de causa e consequência. d) Liga dois adjetivos, compondo com eles uma frase nominal. e) Está adequada ao contexto, tendo em vista a oposi- ção semântica que ele apresenta. 8. Releia o trecho a seguir e complete as lacunas da frase apresentada. [...] Preconceitos como o racismo ou o sexismo são frutos de generalizações indevi- das e estigmatizadoras. Porém, sem conceitos prévios (preconceitos), que permitam tomar decisões rápidas, teríamos dificuldade para fazer coisas simples, como dirigir ou escolher um restaurante sem ter uma indicação. O conectivo “porém” estabelece uma relação de oposição/contradição em relação à ora- ção anterior. Mantendo o sentido, esse conectivo po- deria ser substituído por mas, todavia, contudo, entretanto, no entanto. 9. Analise as orações subordinadas adjetivas a seguir e assinale a alternativa que traz a sequência correta. I. Os jornalistas que viajaram a Paris receberão dois dias de folga. II. A uva-do-japão, que perde as folhas no inverno, é bastante utilizada na arborização urbana. III. Mães que vacinam os filhos lhes garantem um cres- cimento saudável. Língua Portuguesa 5 a) Restritiva – Explicativa – Explicativa b) Restritiva – Restritiva – Explicativa c) Explicativa – Restritiva – Restritiva d) Explicativa – Explicativa – Restritiva X e) Restritiva – Explicativa – Restritiva 10. (FGV – RJ) Observe os períodos abaixo, diferentes quan- to à pontuação. • Adoeci logo; não me tratei. • Adoeci; logo não me tratei. A observação atenta desses períodos permite dizer que: a) No primeiro, logo é um advérbio de tempo; no se- gundo, uma conjunção causal. b) No primeiro, logo é uma palavra invariável; no se- gundo, uma palavra variável. X c) No primeiro, as orações estão coordenadas sem a presença de conjunção; no segundo, há a presença de uma conjunção conclusiva. d) No primeiro, as orações são coordenadas com a presença de conjunção; no segundo, sem conjun- ção alguma. e) No primeiro, a segunda oração indica alternância; no segundo, a segunda oração indica a consequência. 11. (UERJ) Autorretrato falado Venho de um Cuiabá garimpo e de ruelas [entortadas. Meu pai teve uma venda de bananas no Beco da Marinha, onde nasci. Me criei no Pantanal de Corumbá, entre bichos do chão, pessoas humildes, aves, árvores e rios. Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar entre pedras e lagartos. Fazer o desprezível ser prezado é coisa que me [apraz. Já publiquei 10 livros de poesia; ao publicá-los me sinto como que desonrado e fujo para o Pantanal onde sou abençoado a garças. Me procurei a vida inteira e não me achei – pelo que fui salvo. Descobri que todos os caminhos levam à [ignorância. Não fui para a sarjeta porque herdei uma fazen- [da de gado. Os bois me recriam. Agora eu sou tão ocaso! Estou na categoria de sofrer do moral, porque só faço coisas inúteis. No meu morrer tem uma dor de árvore. MANOEL DE BARROS. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010. Já publiquei 10 livros de poesia; ao publicá-los me sinto como que desonrado e fujo para o Pantanal onde sou abençoado a garças. (v. 9-11) A palavra “onde”, sublinhada acima, remete a um ter- mo anteriormente expresso. Transcreva esse termo. Nomeie também a classe gramatical de “onde”, subs- titua-a por uma expressão equivalente e indique seu valor semântico. O termo anterior ao qual a palavra “onde” remete é “Pantanal”. “Onde” é pronome relativo e poderia ser substituído, com o mesmo valor semântico (de lugar), por em que ou no qual: Pantanal em que sou abençoado a garças / Pantanal no qual sou abençoado a garças. 12. Releia estes versos do poema “Autorretrato falado” e classifique as orações destacadas. I. Meu pai teve uma venda de bananas no Beco da Marinha, onde nasci. II. Me procurei a vida inteira e não me achei I. Oração subordinada adjetiva explicativa. II. Oração coordenada sindética aditiva (com sentido adversativo: mas não achei.) 6 Volume 11 13. (EsPCEx – SP) Assinale a alternativa que analisa corre- tamente a oração sublinhada na frase a seguir. Os animais que se alimentam de carne chamam-se carnívoros. a) A oração adjetiva sublinhada serve para explicar como são chamados os animais que se alimentam de carne e, portanto, por ser explicativa, deveria es- tar separada por vírgulas. b) Como todos os animais carnívoros alimentam-se de carne, não há restrição. Nesse caso, a oração subli- nhada só poderá ser explicativa e, portanto, deveria estar separada por vírgulas. c) Trata-se de uma oração evidentemente explicativa, pois ensina como são chamados os animais que se alimentam de carne. Sendo assim, a oração adjetiva sublinhada deveria estar separada por vírgulas. d) A oração adjetiva sublinhada tanto pode ser expli- cativa, pois esclarece, em forma de aposto, o termo antecedente, quanto pode ser restritiva, por limitar o sentido do termo “animais”. X e) A oração adjetiva sublinhada só pode ser restritiva, pois reduz a categoria dos animais e é indispensável ao sentido da frase: somente os que comem carne é que são chamados de carnívoros. 14. Nos períodos a seguir, destaque a oração subordinada reduzida, desenvolva-a e, em seguida, classifique-a. a) Os filhotes de gato criados por ele são muito arteiros. Oração subordinada reduzida: “criados por ele”. Oração desenvolvida: que ele cria. Oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de particípio. b) Os bombeiros atenderam o rapaz, tremendo de frio e de susto. Oração subordinada reduzida: “tremendo de frio e de susto”. Oração desenvolvida: que estava tremendo de frio e de susto. Oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de gerúndio. c) Foi chocante ver a mãe a suplicar por atendimento médico para o filho. Oração subordinada reduzida: “a suplicar por atendimento médico para o filho”. Oração desenvolvida: que suplicava atendimento médico para o filho. Oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de infinitivo. d) Flagrei Joana escondendo um envelope na bolsa. Oração subordinada reduzida: “escondendo um envelope na bolsa”. Oração desenvolvida: que escondia um envelope na bolsa. Oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de gerúndio. e) Num canto do porão, fechado há anos, estava um antigo baú. Oração subordinada reduzida: “fechado há anos”. Oração desenvolvida: que estava fechado há anos. Oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio. 15. (FGV – RJ) Não tirei bilhete para a vida, Errei a porta do sentimento, Não houve vontade ou ocasião que eu não [perdesse. Hoje não me resta, em vésperas de viagem, Com a mala aberta esperando a arrumação [adiada, Sentado na cadeira em companhia com as [camisas que não cabem, Hoje não me resta (à parte o incômodo de [estar assim sentado) Senão saber isto: Grandes são os desertos, e tudo é deserto. Grande é a vida, e não vale a pena haver vida.” PESSOA, Fernando. Poesias de Álvaro de Campos. In:_____.Obra poética. Rio de Janeiro: Aguilar. p. 382. Na sequência de orações coordenadas sindéticas e assindéticas que predominam em todo o poema, destacam-se, como exceções, duas orações adjetivas restritivas de relevância semântica no contexto. Destaque as duas orações e relacione-as com a significação construída no poema. As duas orações adjetivas restritivas se encontram no terceiro e no sexto versos (que eu não perdesse / que não cabem). O conteúdo semântico dessas orações reafirma a frustraçãoem relação à vida, o deslocamento do eu poético em relação ao mundo, no qual não encontra seu lugar. Língua Portuguesa 7 16. (PUCPR) Indique a alternativa que apresenta o emprego inadequado da vírgula diante da conjunção aditiva e. a) Enquanto os EUA e a China anunciaram um acordo histórico que inclui novas metas para emissões de gás carbônico, e a Europa se comprometeu a reduzir 40% das emissões dos gases do efeito estufa, a Índia demonstrou indiferença em relação a esses pactos. X b) Distrito Federal e os estados de São Paulo, e Rio de Janeiro têm respectivamente taxas de 4,09, 2,64 e 3,62 médicos por mil habitantes. c) Perceber e fazer trocadilhos não é um talento uni- versal, e é curioso que aqueles que sabem fazê-los parecem ter uma obsessão por realizá-los a toda hora, sob qualquer pretexto. d) As línguas variam no tempo, no espaço geográfico, no espaço social (o português padrão, ou culto, e o vernacu- lar) e no próprio indivíduo (fala espontânea e a informal). e) A economia informal não paga impostos e não re- gistra empregados, e a formal, necessariamente, cumpre esses requisitos. 17. (UERJ) À televisão Teu boletim meteorológico me diz aqui e agora se chove ou se faz sol. Para que ir lá fora? A comida suculenta que pões à minha frente como-a toda com os olhos. Aposentei os dentes. Nos dramalhões que encenas há tamanho poder de vida que eu próprio nem me canso em viver. Guerra, sexo, esporte – me dás tudo, tudo. Vou pregar minha porta: já não preciso do mundo. José Paulo Paes. Prosas seguidas de odes mínimas. Companhia das Letras, 2002. Considere a estrofe a seguir. Nos dramalhões que encenas há tamanho poder de vida que eu próprio nem me canso de viver. (v. 9-12) Identifique a primeira oração da estrofe, classifique sin- taticamente a segunda oração e aponte a circunstância adverbial expressa pela terceira oração. A primeira oração da estrofe é “Nos dramalhões, há tamanho poder de vida”. O pronome relativo que marca o início da segunda oração, “que encenas”, que se classifica como subordinada adjetiva restritiva. A terceira oração, “que eu próprio nem me canso em viver,” expressa a circunstância adverbial de consequência. 18. Releia a última estrofe do poema “À televisão”. Guerra, sexo, esporte – me dás tudo, tudo. Vou pregar minha porta: já não preciso do mundo. Nessa estrofe, entre os dois primeiros versos e o ter- ceiro, embora não apareça explicitamente um termo conectivo, é possível perceber que se estabelece uma relação semântica. Identifique que conectivos pode- riam ser usados para unir essas orações e explique que relação de sentido existe entre os versos apontados. “Guerra, sexo, esporte / – me dás tudo, tudo.” (por isso, portanto, logo, então) “Vou pregar minha porta: / já não preciso do mundo.” A relação é de conclusão. 19. (UFRJ) O que sonhei ser e não fui Aos 7 anos, projetava que minha vida estaria resolvida aos 37. Administraria somente a felici- dade. Dei o prazo de três décadas para não me preocupar. Talvez o paraíso naquela época fosse cabular temas, não ir à escola, muito menos ser submetido às provas. Não mirabolava encargos, superações e dificuldades. Até porque a vida adulta é distante, uma velhice para criança. Recordo a atmosfera do que imaginava. A sen- sação de alívio do futuro. A felicidade seria está- vel e permanente. Era uma fórmula que deveria encontrar e adotá-la no restante dos dias. Algo como a receita de galinha recheada da avó. Uma vez feito o prato, ele se repetiria eternamente. 8 Volume 11 Não enxergava o estado provisório e fugaz do sentimento, um clarão que nos ajuda a suportar depois o escuro. Hoje entendo que a felicidade é rara, relampeia, olhamos onde estão nossas coi- sas e seguimos tateando com mais facilidade. Não sou sinônimo de sucesso. Moro provi- soriamente na residência materna, tenho duas separações, sequer possuo algum imóvel. Dei- xei duas vidas, duas casas, tudo que construí e acumulei ficou para trás. Caso não tivesse me divorciado, estaria confortável e poderia investir na Bolsa de Valores. Guardo a biblioteca em cen- tenas de caixas na garagem, não há como con- sultar os livros. Os rendimentos são subjetivos, provados pelos extratos bancários. Mas não pretendo ser diferente, não entrarei no apartamento de amigos ricos e fingirei igual- dade. Não peço emprestados outros mundos para aliviar o meu. Estou contaminado das ma- nias para mudar. Apesar da fragilidade, não me coloco como um coitado, uma vítima de decisões erradas. A cada mês, sou obrigado a inventar um salário. É assustador e delicioso. Eu perco meu empre- go todos os dias. Enviúvo compromissos e caso com expectativas. A rotina não é interrompida por finais de semana. Domingo e terça-feira são iguais. Não me formei em medicina para jus- tificar plantões, ocupo a família com minhas desocupações. Espumo águas paradas. Qualquer desastre não é trágico. Qualquer desmemória não é o fim. Sou rápido o suficiente para me digitar de novo. Desde o início. Não desmereço as frases porque já foram escritas. Os filhos não se acostumaram com a atmosfera instável, acham que sofro à toa e que me alegro ainda mais à toa. A namorada tenta esclarecer as extravagâncias. Na casa dela, não consigo rela- xar. Passo aspirador, lustro mesas, lavo a louça e dobro as roupas para brincar que é minha casa. Ela enlouquece, mas sua ternura atrapalha a raiva. Sinto saudade de varrer a rua. Saudade não é arrependimento. Há gente que se gaba em dizer que cumpriu o sonho dos sete anos. Seguiram à risca a ambição de pequenos. Eu fico com dó da coerência. Desse jogador de futebol que não admitiu a confusão voca- cional. Dessa bailarina que não desobedeceu ao contexto. Desse cantor que não reparou na encruzilhada. Nossa cultura valoriza demais o planejamento. Como se a linha reta fosse uma virtude. Eu não fui o que minha infância traçou. Aquilo era fantasia. O que sei fazer é recomeçar e frus- trar condicionamentos. Para um escritor, seria uma enorme falta de criatividade ser o que imaginei quando criança. (CARPINEJAR, Fabrício. Mulher perdigueira: crônicas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.) Na elaboração de um texto, é possível explorar os me- canismos da coordenação e da subordinação na es- truturação discursiva com o intuito de conferir vigor à expressão. Explique de que modo a estruturação do sétimo e do décimo parágrafos da crônica de Fabrício Carpinejar, transcritos a seguir, está em sintonia com o conteúdo. (7.º parágrafo) “Espumo águas paradas. Qualquer de- sastre não é trágico. Qualquer desmemória não é o fim. Sou rápido o suficiente para me digitar de novo. Desde o início. Não desmereço as frases porque já foram escritas.” (10.º parágrafo) “Eu fico com dó da coerência. Desse jogador de futebol que não admitiu a confusão vocacio- nal. Dessa bailarina que não desobedeceu ao contexto. Desse cantor que não reparou na encruzilhada.” No 7.º parágrafo, predomina a coordenação. Enfatiza-se a necessidade de mudança, movimento ou reinvenção da vida. No 10.º parágrafo, destacam-se a subordinação e a coordenação. Os três termos preposicionados (“Desse jogador... ocacional.”, “Dessa bailarina... ao contexto.” e “Desse cantor... na encruzilhada”) aparecem subordinados ao substantivo “coerência”, embora a pontuação seja diferente da que seria de se esperar. Essa estrutura destaca a necessidade do insesperado, de uma aparente incoerência. Já a coordenação, estabelece um paralelismo que garante o entendimento de várias situações coerentes capazes de causar dó. Língua Portuguesa 9 20. (EsPCEx – SP) Assinale a alternativa que apresenta ideia equivalente à da oração grifada a seguir: “O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.” a) As abelhas não apenas produzem mel e cera, mas ainda polinizam as flores. b) Os livros ensinam e divertem. c) Vestia-se bem, embora fosse pobre. d) Nãoaprovo nem permitirei essas coisas. X e) Quis dizer mais alguma coisa e não pôde. 21. (ENEM) Tarefa Morder o fruto amargo e não cuspir Mas avisar aos outros quanto é amargo Cumprir o trato injusto e não falhar Mas avisar aos outros quanto é injusto Sofrer o esquema falso e não ceder Mas avisar aos outros quanto é falso Dizer também que são coisas mutáveis... E quando em muitos a não pulsar — do amargo e injusto e falso por mudar — então confiar à gente exausta o plano de um mundo novo e muito mais humano. CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função sintática, a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes. b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis. X c) a introdução do argumento mais forte de uma se- quência. d) o reforço da causa apresentada no enunciado intro- dutório. e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo. 22. (ITA – SP) A vegetação do cerrado é influenciada pelas ca- racterísticas do solo e do clima, bem como pela frequência de incêndios. O excesso de alumínio provoca uma alta acidez no solo, o que diminui a disponibilidade de nutrientes e o torna tóxico para plantas não adaptadas. A hipótese do escle- romorfismo oligotrófico defende que a elevada toxicidade do solo e a baixa fertilidade das plan- tas levariam ao nanismo e à tortuosidade da vegetação. Além disso, a variação do clima nas diferentes es- tações (sazonalidade) tem efeito sobre a quantidade de nutrientes e o nível tóxico do solo. Com baixa umidade, a toxicidade se eleva e a disponibilidade de nutrientes diminui, influenciando o crescimento das plantas. Já outra hipótese propõe que o formato tortuo- so das árvores do cerrado se deve à ocorrência de incêndios. Após a passagem do fogo, as folhas e gemas (aglomerados de células que dão origem a novos galhos) sofrem necrose e morrem. As gemas que ficam nas extremidades dos galhos são substituídas por gemas internas, que nascem em outros locais, quebrando a linearidade do crescimento. Quando a frequência de incêndios é muito ele- vada, a parte aérea (galhos e folhas) do vegetal pode não se desenvolver e ele se torna uma plan- ta anã. Pode-se dizer, então, que a combinação entre sazonalidade, deficiência nutricional dos solos e ocorrência de incêndios determina as ca- racterísticas da vegetação do cerrado. (André Stella e Isabel Figueiredo. Ciência hoje, março/2008, adaptado.) “Após a passagem do fogo, as folhas e gemas (aglo- merados de células que dão origem a novos galhos) sofrem necrose e morrem. As gemas que ficam nas extremidades dos galhos são substituídas por gemas internas, que nascem em outros locais, quebrando a linearidade do crescimento.” (3°. parágrafo) Nesse trecho, as orações adjetivas permitem afirmar que I. nem todas as células produzem novos galhos. II. algumas gemas se localizam nas extremidades dos galhos. III. todas as gemas internas nascem em outros pontos do galho. Está(ão) correta(s) a) apenas a I. b) apenas I e II. c) apenas a II. d) apenas a III. X e) todas. 10 Volume 11 Ex.: O gato é um animal independente, dono de suas vontades. (denotação) Aquele rapaz é muito gato! (conotação) As figuras de linguagem correspondem a construções linguísticas que conferem maior expressividade ao que é enunciado e dividem-se em figuras de palavras, de som, de construção e de pensamento. Figuras de palavras A maior expressividade resulta do emprego de uma palavra por outra. 22 Figuras de linguage m Comparação: comparação de elementos em razão de traço comum a eles (com presença de termo comparativo). Ex.: “Envelheçamos rindo! envelheçamos / Como as árvores fortes envelhecem” (Olavo Bilac) Metáfora: comparação implícita (sem presença de termo comparativo). Ex.: Desde que o conheço, sua vida é um mar revolto. Catacrese: emprego habitual do sentido conotado de um termo ou expressão. Ex.: Refogue dois dentes de alho. Metonímia: estabelecimento de relação de proximidade entre dois elementos. Ex.: Você já leu Mia Couto? Sinédoque: tipo de metonímia em que ocorre substituição do todo pela parte (ou vice-versa). Ex.: Foi viver nas ruas, pois não tinha um teto onde se abrigar. Sinestesia: mescla, em uma mesma expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Ex.: As paredes de cores quentes criavam sensação de intimidade. Figuras de som A maior expressividade resulta do emprego de palavras ou expressões em virtude de sua sonoridade. Assonância: repetição de fonemas vocálicos. “Berro pelo aterro, pelo desterro Berro por seu berro, pelo seu erro Quero que você ganhe, que você me apanhe Sou o seu bezerro gritando mamãe” (Caetano Veloso) Aliteração: repetição de fonemas consonantais. Ex.: O sabiá não sabia que o sábio sabia que o sabiá não sabia assobiar. Denotação Conotação Na denotação, um termo é usado em seu sentido original. Na conotação, um termo assume um sen- tido derivado e apresenta sentido figurado. 11Língua Portuguesa Volume 11 Figuras de pensamento A maior expressividade resulta da quebra de expectativa. Antítese: oposição entre duas ou mais ideias. Ex.: “Tristeza não tem fim,/Felicidade, sim.” (Vinicius de Moraes) Paradoxo: aproximação de opostos que produz sentido absurdo. Ex.: “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) Hipérbole: intensificação exagerada de uma ideia. Ex.: Já lhe pedi um milhão de vezes para não jogar a roupa no chão! Eufemismo: atenuação do impacto de uma mensagem. Ex.: Sinto lhe dizer que hoje cedo, após alguns meses de doença, ele nos deixou. Gradação: sequência de palavras ou expressões que evidenciam uma intensificação ou suavização gradativa de uma ideia. Ex.: “Te converta essa flor, essa beleza, / Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.” (Gregório de Matos) Ironia: enunciado cujo significado é o oposto daquilo que se lê na superfície da frase. Ex.: – Que bonito! – Brigando novamente com sua irmã?! Prosopopeia ou personificação: atribuição de qualidades e ações humanas a seres inanimados ou irracionais. Ex.: A água da chuva cantava na vidraça do quarto. Figuras de construçãoceAndrea A maior expressividade resulta da estrutura do enunciado. Elipse: omissão de termo ou oração, que ficam subentendidos pelo contexto. Ex.: Sobre a cama, [há/havia] apenas algumas roupas. Zeugma: omissão de termo já mencionado no texto. Ex.: Recebi a encomenda pelo correio. Você já recebeu a sua [encomenda]? Silepse ou concordância ideológica: concordância com uma ideia e não com os termos expressos na frase. Há silepse de gênero, de pessoa e de número. Ex.: A gente não está surpreso com a notícia? (silepse de gênero) Ex.: Os corintianos somos torcedores fanáticos. (silepse de pessoa) Ex.: “Coisa curiosa é gente velha. Como comem!” (Aníbal Machado) (silepse de número) Pleonasmo: redundância com o objetivo de enfatizar uma ideia. Ex.: A morte, eu a senti muito próxima naquele momento. Orações subordinadas substantivas Exercem função sintática própria de substantivo em relação à oração principal. Conforme a função exercida, classificam-se em: oração subordinada substantiva exerce função de Exemplo subjetiva sujeito É necessário que se respeitem as normas da es- cola. objetiva direta objeto direto O pai quis saber se as aulas terminariam logo. objetiva indireta objeto indireto Rita lembrou a amiga de que já estavam atrasadas para a aula. completiva nominal complemento nominal de um nome da oração principal Estou certo de que nos encontraremos em breve. predicativa predicativo do sujeito da oração principal Meu desejo é que tenha sucesso nessa emprei- tada. apositiva aposto de um nome da oração principal Peço-lhe apenas isto: que nos mantenha informa- dos sobre o processo. 12 Orações subordinadas substantivas reduzidas As orações subordinadas substantivas, quando reduzidas, apresentam verbo noinfinitivo pessoal. Ex.: É recomendável as crianças serem vacinadas. Ex.: Imaginava não ser escolhido representante da turma. Orações subordinadas adverbiais Exercem função sintática de adjunto adverbial em relação ao verbo da oração principal. Conforme a circunstância expressa, classificam-se em: oração subordinada adverbial expressa circunstância de Exemplo causal causa do acontecimento da oração principal Faltei ao compromisso porque estava febril. comparativa comparação com o acontecimento da oração principal Estou feliz agora como jamais estive na vida. concessiva concessão ao acontecimento da oração principal Embora seja um pouco tarde, vou ler mais um capí- tulo deste livro. condicional condição para a realização, ou não, do acontecimento da oração principal Se ele assumir a gerência do setor, Anelise será sua principal auxiliar. conformativa concordância em relação ao acontecimento da oração principal Procuro agir com justiça, conforme meus pais me orientaram. consecutiva consequência do acontecimento da oração principal No jogo final, nossos amigos gritaram tanto que fi- caram roucos. final finalidade do acontecimento da oração principal Os participantes da equipe se esforçaram para que a meta de arrecadação de alimentos fosse alcançada. proporcional proporcionalidade em relação ao acontecimento da oração principal Foi ganhando músculos à medida que treinava com pesos. temporal tempo relativa ao acontecimento da oração principal Assim que tomei esta decisão, tranquilizei-me. Orações subordinadas adverbiais reduzidas As subordinadas adverbiais reduzidas podem apresentar o verbo no infinitivo pessoal, no gerúndio ou no particípio. Ex.: Por ser um bom músico, foi indicado ao prêmio. Ex.: Concluído o trabalho, pôde viajar. Ex.: Atrasando-se, mande uma mensagem. oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio oração subordinada adverbial condicional reduzida de gerúndio 13Língua Portuguesa Atividades 1. (IFCE) “Todo mundo ama um dia, todo mundo chora Um dia a gente chega, no outro vai embora.” Marque a opção quanto ao recurso de linguagem utilizado pelo autor: a) eufemismo b) metáfora c) onomatopeia d) pleonasmo X e) antítese 2. (UFMG) Analise esta imagem: A partir dessa imagem, pode-se inferir que ocorre nela um/uma a) exagero. X b) gradação. c) humanização. d) paradoxo. 3. (PUC Minas – MG) Viagem É o vento que me leva. O vento lusitano. É este sopro humano Universal Que enfuna a inquietação de Portugal. É esta fúria de loucura mansa Que tudo alcança Sem alcançar. Que vai de céu em céu, De mar em mar, Até nunca chegar. E esta tentação de me encontrar Mais rico de amargura Nas pausas da ventura De me procurar... TORGA, Miguel. Diário: vol. IX a XII. Alfragide: Leya, 2011. A figura de linguagem está CORRETAMENTE indicada em: a) “É o vento que me leva. / O vento lusitano. / É este sopro humano” (Catacrese) X b) “É esta fúria de loucura mansa / Que tudo alcança / Sem alcançar.” (Antítese) 14 Volume 11 c) “Que vai de céu em céu, / De mar em mar, / Até nunca chegar.” (Aliteração) d) “Mais rico de amargura / Nas pausas da ventura / De me procurar...” (Metonímia) 4. (ENEM) Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de linguagem para a) condenar a prática de exercícios físicos. b) valorizar aspectos da vida moderna. c) desestimular o uso das bicicletas. d) caracterizar o diálogo entre gerações. X e) criticar a falta de perspectiva do pai. 5. (UFRGS – RS) O que havia de tão revolucionário na Revolução Francesa? Soberania popular, liberdade civil, igualda- de perante a lei – as palavras hoje são ditas com tanta facilidade que somos incapazes de imaginar seu caráter explosivo em 1789. Para os franceses do Antigo Regime, os homens eram desiguais, e a desigual- dade era uma boa coisa, adequada à ordem hierárquica que fora posta na natureza pela própria obra de Deus. A liberdade significava privilégio – isto é, literalmente, “lei privada”, uma prerrogativa especial para fazer algo negado a outras pessoas. O rei, como fonte de toda a lei, distribuía privilégios, pois havia sido ungido como o agente de Deus na terra. Durante todo o século XVIII, os filósofos do Iluminismo questionaram esses pressupostos, e os panfle- tistas profissionais conseguiram empanar a aura sagrada da coroa. Contudo, a desmontagem do quadro mental do Antigo Regime demandou violência iconoclasta, destruidora do mundo, revolucionária. Seria ótimo se pudéssemos associar a Revolução exclusivamente à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, mas ela nasceu na violência e imprimiu seus princípios em um mundo violento. Os con- quistadores da Bastilha não se limitaram a destruir um símbolo do despotismo real. Entre eles, 150 foram mortos ou feridos no assalto à prisão e, quando os sobreviventes apanharam o diretor, cortaram sua cabeça e desfilaram-na por Paris na ponta de uma lança. Como podemos captar esses momentos de loucura, quando tudo parecia possível e o mundo se afigu- rava como uma tábula rasa, apagada por uma onda de comoção popular e pronta para ser redesenhada? Parece incrível que um povo inteiro fosse capaz de se levantar e transformar as condições da vida coti- diana. Duzentos anos de experiências com admiráveis mundos novos tornaram-nos céticos quanto ao planejamento social. Retrospectivamente, a Revolução pode parecer um prelúdio ao totalitarismo. Pode ser. Mas um excesso de visão histórica retrospectiva pode distorcer o panorama de 1789. Os revolucionários franceses não eram nossos contemporâneos. E eram um conjunto de pessoas não excep- cionais em circunstâncias excepcionais. Quando as coisas se desintegraram, eles reagiram a uma neces- sidade imperiosa de dar-lhes sentido, ordenando a sociedade segundo novos princípios. Esses princípios ainda permanecem como uma denúncia da tirania e da injustiça. Afinal, em que estava empenhada a Revolução Francesa? Liberdade, igualdade, fraternidade. Adaptado de: DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette. In: ____. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. p. 30-39. Língua Portuguesa 15 Considere a seguinte definição de metonímia. A metomínia é figura de linguagem em que se em- prega uma palavra que tem uma relação de contigui- dade com o referente expresso; por exemplo, pode-se expressar o sentido do todo pelo uso de uma palavra que refere uma parte. Assinale a alternativa em que a palavra sublinhada é um emprego de metonímia no respectivo trecho do texto. a) ungido como o agente de Deus (l. 7). X b) a aura sagrada da coroa (l. 9). c) um símbolo do despotismo real (l. 13). d) na ponta de uma lança (l. 15). e) prelúdio ao totalitarismo (l. 20). 6. (UNIFESP – SP) Leia o soneto de Cláudio Manuel da Costa para responder à questão. Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado; Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! (Obras, 1996.) São recursos expressivos e tema presentes no soneto, respectivamente, a) metáforas e a ideia da imutabilidade das pessoas e dos lugares. b) sinestesias e a superação pelo eu lírico de seus maiores problemas. c) paradoxos e a certeza de um presente melhor para o eu lírico que o passado. d) hipérboles e a força interior que faz o eu lírico supe- rar seus males. X e) antítesese o abalo emocional vivido pelo eu lírico. (UEPG – PR) Texto para as questões 7 e 8. Bisneto do fundador da Caloi retoma seu espaço O encantamento de uma criança diante de sua primeira bicicleta marca uma fase da vida. No caso de Bruno Antonio Caloi Jr., a relação emocional com as bikes está gravada em toda a sua existência. Bisneto do fundador da Caloi, o empresário ajudou o pai a transformar a empre- sa familiar em uma das 10 maiores fabricantes do produto no mundo em tempos áureos, mas tomou outro rumo após a venda da companhia, que ocorreu em 1999. Caloi voltou ao setor em 2009, quando fun- dou a Tito Bikes, uma fábrica de dimensões bem menores em comparação com a gigante que per- tenceu a sua família. “Vários fatores contribuíram para a venda da empresa. Naquela época, a bici- cleta tinha virado um produto banal, eram todas iguais. Em 2008 percebi que o mercado estava mudando e vi o potencial dele”, diz. Com respaldo de quem tem uma vida profis- sional inteira dedicada ao assunto, endossada por 20 anos de trabalho na Caloi e em outras empresas do setor na Europa e Estados Unidos, Tito adotou em seu retorno a estratégia que fez a empresa familiar obter destaque: inovação. “Nossa inspiração é o mercado de computa- dores. Todos eram iguais, independentemente da marca, até a chegada da Apple. É nisso que penso quando estamos desenvolvendo um novo produto”, explica. Bom estrategista, ele firmou parceria com gran- des clubes de futebol de São Paulo e Rio de Janei- ro para fabricar modelos licenciados. “Procuramos ter elementos que agreguem valor ao produto. O consumidor de hoje é mais exigente. O design, principalmente, tem que encantar”, explica. Da concepção à fabricação, tudo na empresa é feito no Brasil. “É mais fácil comprar componentes fora do País, mas se você quer entrar no mercado, tem que se diferenciar de alguma forma”, analisa. Na empresa de Tito, a preocupação com cada detalhe do processo fica evidente. “Quando a gente estava fazendo a My Bike, um modelo in- fantil, pensamos nas necessidades da criança não só com a segurança, mas também com a magia e a parte lúdica e por isso incluímos um porta- -boneca. O lançamento chegou a atrasar 6 meses por conta da dificuldade em encontrar pneus brancos”, conta o empresário. Adaptado de: Roberta Cardoso. Março de 2013. Disponível em: <http://pme.estadao.com.br/noticias/noticias,bisneto-do- fundador-da-caloi-retomaseu-espaco,2815,0.htm>. 16 Volume 11 7. Ainda com relação ao título do texto, é possível consta- tar o uso de uma figura de linguagem bastante presen- te em nosso dia a dia, se for considerado o emprego do termo “Caloi” como substituto da palavra “bicicleta”. Identifique onde se apresenta essa figura de linguagem e assinale o que for correto. X 01) Gosto de ler Machado de Assis. X 02) Comprei uma caixa de Gilette. 04) Na estante, livros e mais livros. X 08) Comi um prato de macarrão. 16) Minha boca é um túmulo. 11 (01 + 02 + 08) 8. Quanto à indicação de circunstância, em destaque, re- lacionada a cada oração, assinale o que for correto. X 01) Tempo – “Quando a gente estava fazendo a My Bike...” (6º. parágrafo). X 02) Adição – “...não só com a segurança mas também com a parte lúdica...” (6º. parágrafo). 04) Causa – “...por isso incluímos um porta-boneca.” (6º. parágrafo). 08) Explicação – “...mas tomou outro rumo...” (1º. pa- rágrafo). 16) Concessão – “...que o mercado estava mudan- do...” (2º. parágrafo). 03 (01 + 02) 9. Releia o último período do texto “Bisneto do fundador da Caloi retoma seu espaço” e analise a oração em destaque. O lançamento chegou a atrasar 6 meses por conta da dificuldade em encontrar pneus brancos”, conta o empresário. a) Essa oração é subordinada substantiva, pois exerce uma função sintática própria do substantivo. Expli- que que função é essa. A oração exerce a função de complemento nominal do substantivo “dificuldade”, presente na oração anterior. b) Essa é também uma oração reduzida. Reescreva-a, em sua forma desenvolvida. O lançamento chegou a atrasar 6 meses por conta da dificuldade em que encontrasse pneus brancos. É uma oração reduzida de infinitivo. 10. (FGV) Leia o texto abaixo. Céu de vidro azul fumaça Quatro Graus de latitude Rua estreita, praia e praça Minha arena e ataúde Não permita Deus que eu morra Sem sair desse lugar Sem que um dia eu vá embora Pra depois poder voltar Quero um dia ter saudade Desse canto que eu cantei E chorar se der vontade De voltar pra quem deixei De voltar pra quem deixei. <http://fagner.letras.terra.com.br/letras/253766/>, em 10 de maio de 2006 No primeiro verso da canção, um recurso de estilo se destaca. Trata-se da: X a) Metáfora. b) Metonímia. c) Sinédoque. d) Catacrese. e) Antonomásia. 11. (UEPG – PR) Chile fará novos exames em restos mortais de Neruda Depois de exames feitos em 2013 descartarem essa hipótese, o Chile decidiu reabrir as investiga- ções para determinar se o poeta Pablo Neruda foi morto por envenenamento, e não em decorrência de um câncer na próstata, como diz a versão ofi- cial. O poeta chileno morreu em 1973, apenas 12 dias após o golpe militar em seu país que culmi- nou na morte de Salvador Allende e na chegada de Augusto Pinochet ao poder. “Há evidências iniciais de que ele foi envene- nado. E os sinais apontam para a intervenção de agentes específicos, no que poderia ser um crime contra a humanidade”, afirmou Francisco Ugas, Língua Portuguesa 17 chefe do departamento de direitos humanos do governo chileno. O motorista e amigo do poeta Manuel Araya foi quem levantou as suspeitas, ao afirmar que agentes golpistas de Pinochet aproveitaram a in- ternação de Neruda na clínica Santa Maria, em Santiago, por conta da doença, para injetar vene- no em seu estômago. Adaptado de: Jornal O Globo, Rio de Janeiro, p. 3, 23 jan. 2015. No período “Há evidências iniciais de que ele foi enve- nenado”, a conjunção integrante “que” foi precedida da preposição “de”, pois é uma subordinada substantiva completiva nominal. Identifique onde o período é cons- tituído por esse mesmo tipo de subordinada e assinale o que for correto. X 01) Os chilenos estão certos de que a verdade será revelada. X 02) Manuel Araya sempre esteve desconfiado de que havia algum mistério em relação à morte de Neruda. 04) É fundamental para os chilenos que a justiça seja feita. 08) A polícia informou a população de que há vários agentes nas ruas. X 16) Todos foram favoráveis a que fossem reabertas as investigações sobre a morte do poeta. 19 (01 + 02 + 16) 12. (EsPCEx – SP) Assinale a alternativa correta quanto à classificação sintática das orações grifadas abaixo, respectivamente. – Acredita-se que a banana faz bem à saúde. – Ofereceram a viagem a quem venceu o concurso. – Impediram o fiscal de que recebesse a propina combinada. – Os patrocinadores tinham a convicção de que os lu- cros seriam compensadores. X a) subjetiva – objetiva indireta – objetiva indireta – completiva nominal b) subjetiva – objetiva indireta – completiva nominal – completiva nominal c) adjetiva – completiva nominal – objetiva indireta – objetiva indireta d) objetiva direta – objetiva indireta – objetiva indireta – completiva nominal e) subjetiva – completiva nominal – objetiva indireta – objetiva indireta 13. (UEMG) Como ler bem O bom repórter deve ser imparcial, diz a lição número 1 do jornalismo. Mas o bom leitor tam- bém tem sua regra de ouro. Ele deve sempre, sempre, manter a cabeça aberta. O bom leitor sabe se distanciar das paixões. Está sempre dis- posto a ouvir uma ideia nova – ainda que ela coloque abaixo suas ideias antigas. Posto assim, ler bem parece um desafio fácil. Não é, como também não é simples ser imparcial. SUPERINTERESSANTE, ed. n.º 269, ano 23, n.º 9 – Seção ESCUTA – texto adaptado Constatando a presença dos elementos de COESÃOcomo fatores da construção de sentido no texto acima, só não está correta a afirmação de que a) o articulador mas, na 2.ª linha, relaciona-se seman- ticamente com o articulador também, na mesma linha, introduzindo, respectivamente, ideias de con- traste e inclusão, no sentido do texto. b) o termo posto assim, na 7.ª linha, refere-se às ati- tudes recomendadas ao bom leitor, anteriormente indicadas. X c) a repetição do termo sempre, na 3.ª-4.ª linha, reforça a ideia de contradição entre a “lição número 1” do repórter e a “regra de ouro” do leitor. d) o articulador representado por ainda que, na 6.ª li- nha, introduz o sentido de concessão, conectando as expressões “ideia nova” e “ideias antigas”. (UEPG – PR) Texto para as questões 14 e 15. Reality show na TV reúne escritores Um romancista preza a solidão. Já os reality shows, a vida alheia. Então o que acontece quando o ato de escrever vira um espetáculo público? Essa pergunta está sendo respondida na te- levisão italiana, que no mês passado (novem- bro/2013) lançou “Masterpiece”, programa em que escritores aspirantes se enfrentam em desa- fios literários, até um deles ganhar um grande contrato de publicação, acompanhado de um nível de publicidade que poucos conquistam em toda uma vida de trabalho. Estão presentes todas as convenções dos pro- gramas de talentos na televisão: a possibilidade sedutora da fama, a exposição dolorosa e o júri 18 Volume 11 de especialistas. Há até uma sala em que os par- ticipantes podem expressar sua angústia (em um vídeo, é claro). Se “Masterpiece” fizer sucesso, os produtores poderão levar o conceito a outros países. É pro- vável que essa perspectiva assuste a indústria de livros, mas também desperte seu interesse. Mui- tos consideram o conceito crasso, mas com que frequência romances são mencionados no horá- rio nobre da televisão? Para o canal Rai 3 e a FremantleMedia, que produz franquias de reality shows em todo o mundo, o desafio foi criar um programa interes- sante e, ao mesmo tempo, evitar o tom de farsa. Durante as filmagens de um episódio, em ou- tubro, o júri – formado pelos romancistas Andrea De Carlo, Giancarlo De Cataldo e Taiye Selasi – ficou sentado diante de uma mesa, enquanto ma- quiadores corriam de um lado a outro. Diante dos jurados, quatro participantes es- creviam em um teclado. Cada palavra que di- gitavam era projetada em um telão, enquanto um cronômetro ao alto fazia contagem regres- siva e câmeras filmavam closes dos rostos dos concorrentes. [...] Em um primeiro momento, a escritora britâ- nica Taiye Selasi, radicada em Roma, teve reser- vas em relação a aparecer na televisão italiana, notória por dar destaque a homens mais velhos cercados por dançarinas jovens. Ela disse que “Masterpiece” não vai necessa- riamente identificar o melhor autor-revelação. O programa se propõe apenas a identificar o me- lhor entre os que ousam participar. E, disse ela, é preciso um pouco de ousadia para fazer sucesso como escritor. Adaptado de: Jornal The New York Times em colaboração com a Gazeta do Povo, de 16/12/2013, página 8, escrito por Tom Rachman. 14. O 4º. parágrafo inicia com uma oração subordinada adverbial condicional. Assinale o que for correto em que o conectivo destacado estabelece essa mesma circunstância. X 01) O escritor precisa se expor de alguma maneira, caso queira fazer sucesso perante os leitores. 02) Ainda que haja dúvidas quanto à repercussão, os telespectadores estão curiosos em conhecer os participantes. X 04) O romancista não venderá seu livro, a menos que a editora faça uma boa divulgação. 08) Os produtores não sabem se esse formato de pro- grama terá uma audiência satisfatória. X 16) O participante terá direito a prosseguir na próxima fase do programa desde que atenda às exigências do júri. 21 (01 + 04 + 16) 15. Com relação aos conectivos presentes no texto e a res- pectiva circunstância, assinale o que for correto. X 01) “Mas também desperte seu interesse.” (2.º perío- do do 4.º parágrafo) – adição. X 02) “Enquanto um cronômetro ao alto fazia contagem regressiva.” (2.º período do 7.º parágrafo) – tempo. 04) “...quando o ato de escrever vira um espetáculo pú- blico” (3º. período do 1º. o parágrafo) – adversidade. 08) “...mas com que frequência romances são men- cionados no horário...” (3º. período do 4.º parágrafo) – alternância. 16) “...e câmeras filmavam closes dos rostos concor- rentes” (último período do 7º. parágrafo) – conclusão. 03 (01 + 02) 16. (PUCPR) Leia o fragmento textual, analise a função dos conectivos destacados, depois indique a alternativa que apresenta o tipo de relação que cada conectivo estabelece entre os segmentos do texto. Em geral, pensa-se que argumentar é extrair conclusões lógicas de premissas colocadas ante- riormente, como no silogismo, forma de raciocí- nio em que de duas proposições iniciais se extrai uma conclusão necessária: Todo homem é mor- tal. Pedro é homem. Logo, Pedro é mortal. No entanto, podemos convencer uma pessoa de alguma coisa com raciocínios que não são lo- gicamente demonstráveis, mas que são plausíveis. Quando a publicidade do Banco do Brasil diz que ele serve o cliente há mais de cem anos, o raciocí- nio implícito é que, se ele é tão antigo, deve prestar bons serviços. Essa conclusão a que a publicidade encaminha não é necessariamente verdadeira, mas possivelmente correta. Por isso, argumenta-se não só com aquilo que é necessariamente certo, mas também com o que é possível, provável, plausível. (PLATÃO; FIORIN. Lições de texto. São Paulo: Ática, 2006, p. 284). Língua Portuguesa 19 a) Relação de comparação, de conclusão, de conclusão, de adição. X b) Relação de comparação, de oposição, de conclusão, de adição. c) Relação de comparação, de oposição, de causalidade, de oposição. d) Relação de comparação, de conclusão, de conclusão, de adição. e) Relação de condição, de oposição, de esclarecimento, de causalidade. 17. (UERJ) No trecho transcrito a seguir há quatro orações, cujos limites estão assinalados por uma barra: Floripes serviu-lhe o jantar, / deixou tudo arrumado, / e retirou-se / para dormir no barraco da filha. Reescreva esse trecho, passando a primeira oração para a voz passiva e convertendo a segunda em oração adjetiva introduzida por pronome. Em seguida, indique a classificação sintática e semântica da última oração. Ao passar a oração principal para a voz passiva e substituir a coordenada assindética por uma subordinada adjetiva, o trecho apresentaria a seguinte configuração: O jantar foi-lhe (lhe foi) servido por Floripes, que deixou tudo arrumado, e retirou-se para dormir no barraco da filha. O trecho “para dormir no barraco da filha” constitui uma oração subordinada adverbial final, reduzida de infinitivo. 18. (UFMG) Leia estes trechos, atentando para os conectivos neles destacados: TRECHO 1 Ouvimos o ferrolho da porta que dava para o corredor interno; era a mãe que abria. Eu, uma vez que digo tudo, digo aqui que não tive tempo de soltar as mãos da minha amiga... MACHADO DE ASSIS, J. M. Dom Casmurro. São Paulo: Globo. 1997. p. 67. TRECHO 2 Fomos jantar com a minha velha. Já lhe podia chamar assim, posto que os seus cabelos brancos não o fossem todos nem totalmente; e o rosto estivesse comparativamente fresco... MACHADO DE ASSIS. J. M. Dom Casmurro, São Paulo: Globo, 1997. p.165. a) Reescreva cada um desses trechos, substituindo o conectivo destacado por outro de igual valor e fazendo as adap- tações necessárias. Trecho 1: Eu, visto que (porque, como, já que) digo tudo, digo aqui que não tive tempo de soltar as mãos da minha amiga... Trecho 2: Já lhe podia chamar assim, apesar de que (ainda que, embora, mesmo que) os seus cabelos brancos não o fossem todos nem totalmente; e o rosto estivesse comparativamente fresco... b) Explicite o tipo de relação que cada um desses conectivos estabeleceentre as orações, nos trechos em que estão empregados. A locução conjuntiva “uma vez que” expressa circunstância de causa e poderia ser substituída por termos semelhantes: como, porque, visto que e já que. A locução “posto que” apresenta ideia de concessão do mesmo modo que os termos embora, ainda que, apesar de que e mesmo que. 20 Volume 11
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