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6 Fibrilação Atrial

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Ana Clara Milagres 
Fibrilação Atrial 
Introdução 
É uma arritmia de frequência cardíaca alta 
É uma taquiarritmia 
É a mais comum -> faz parte da rotina médica 
Lembrar dos graus de recomendação: 
➢ Classe I: é a conduta que está indicada, 
conduta é OBRIGATÓRIA, você precisa 
fazer 
➢ Classe II: 
 Classe IIa: algo que você deveria 
fazer, ainda vale a pena fazer a 
conduta 
 Classe IIb: pode ser considerada, 
análise mais individual 
➢ Classe III: tratamento não é útil ou 
inefetivo, não deve ser recomendado 
No coração normal átrio contrai e o ventrículo 
contrai 
Na FA o átrio perde essa capacidade de contração 
(microcontrações), podendo chegar a 380 
contrações por min 
ATENÇÃO! Caso clínico I: 
ID: Paciente AC, 55 anos, masculino, branco, 
casado, taxista, residente e procedente de Rio de 
Janeiro, espírita, SUS 
QP: “batedeira no peito há aproximadamente 1 
mês” 
HDA: Paciente HAS e DM II em tratamento e 
acompanhamento irregular, relata que, há 
aproximadamente 30 dias, iniciou quadro de 
palpitações taquicárdicas, irregulares, constantes 
desde então e de início súbito. Refere, como 
sintomas associados, fadiga e cansaço aos 
esforços físicos menores que os do cotidiano e 
episódios frequentes de vertigens. Nega fatores 
desencadeantes ou atenuantes. Nega 
precordialgia, dispnéia, síncope ou qualquer outro 
sintoma. Diz, também, que apresentou 
sintomatologia semelhante há 3 meses, porém 
com resolução espontânea após 24h. Devido à 
persistência dos sintomas, procurou atendimento 
médico na Unidade de Emergência 
HPP: HAS desde o 42 anos. DM II desde os 50 
anos Uso irregular de metformina 500 mg/dia e 
captopril 50 mg/dia 
HFisiol: nada significativo 
 
H. Fam.: pai vivo e HAS; mãe viva e saudável / 3 
filhos saudáveis 
H. Social e hábitos de vida: alimentação rica em 
gorduras saturadas e carboidratos de rápida 
absorção. Sedentário. Etilista social. Carga 
tabágica de 45 maços/ano. 
IS: relata sono irregular, entrecortado, não 
restaurador, com muitos episódios de roncos e 
apnéia 
Sinais vitais: PA: 170 x 107 mmHg em ambos 
MMSS / FC: 138 bpm / SO2 98% / TAX 36,8º C. 
Medidas Antropométricas: P: 85 kg / A: 165 cm / 
CA: 102 cm. IMC 31 (obesidade grau I) 
Ectoscopia: bom estado geral, fácies ansiosa, 
LOTE, posição e atitudes ativa e atípica, 
descorada +/4+, hidratada, perfusão periférica 
preservada, acianótica, normolínea 
AR: tórax atípico, expansibilidade simétrica 
preservada, FTV e percussão normais, MVUA 
sem ruídos acessórios 
ACV: ectoscopia normal, ictus invisível e 
impalpável, RCI 2T sem sopros 
ABD: plano, depressível, indolor à palpação 
superficial e profunda, sem sopros, massas ou 
visceromegalias 
MMII: sem edemas / pulsos femorais, poplíteos e 
distais são palpáveis no MIE 
Pontos importantes: 
✓ Palpitação de inicio súbito, irregular, 
constante e iniciou a cerca de 30 dias 
✓ Palpitação associada a cansaços aos 
esforços pequenos e lipotimia 
✓ HAS e DM 
✓ Uso irregular de remédios 
✓ Alimentação ruim, sedentário 
✓ Tabagista (45 maços/ano) 
✓ Questão do sono sugere apneia obstrutiva 
do sono (diagnóstico sindrômico) 
✓ PA elevada 
✓ FC elevada 
✓ Obesidade grau I 
✓ Ritmo cardíaco irregular 
✓ Pulsos poplíteos, tibial posterior, tibial 
anterior não são palpáveis no MIE 
Diagnóstico Sindrômico: 
✓ Apneia obstrutiva do sono 
✓ Síndrome Taquiarritmica: arritmia com FC 
alta 
✓ Síndrome Aterosclerótica 
✓ Síndrome Metabólica: maior risco de ter 
uma doença aterosclerótica no futuro 
Próximo passo consiste em pedir para realizar 
ECG: 
 
✓ Identificação 
✓ Padronização 
✓ Ritmo Sinusal: 
 Onda P positiva em D1, positiva em 
aVF e negativa em aVR 
 Onda P com mesma morfologia na 
derivação 
 Onda P precedendo complexo QRS 
 No ECG apresentado o ritmo não é 
sinusal 
 Não apresenta onda P (não tem 
contração atrial) 
 Intervalo entre os complexos QRS 
estão irregulares 
 Linha de base é irregular (várias 
microondas) 
 Isso é chamado de onda f minúscula: 
irregularidades na linha de base 
 Essas alterações indicam 
FIBRILAÇÃO ATRIAL 
✓ Calcular FC: 
 Se o QRS é irregular, a FC é diferente em 
cada ponto 
 Em um ECG irregular para calcular FC, 
deve pegar a derivação longa, observa 
quantos QRS há dentro de 10s e multiplica 
por 6 
 No caso clínico: 21 x 6: 126 
Ao fazer o diagnóstico de Fibrilação Atrial é 
necessário sistematizar 
Sistematização da Fibrilação Atrial 
Tudo que será feito deve seguir a seguinte regra 
mnemônica 
 
CC To ABC: 
 C: confirmar a fibrilação atrial 
 C: caracterizar a fibrilação atrial 
 To: tratamento 
✓ A: evitar AVC – Anticoagulação 
✓ B: Batedeira 
✓ C: controle do ritmo 
Para confirmar pode ser feito: 
✓ ECG de 12 derivações 
✓ ECG de uma derivação, desde que tenha 
uma duração superior que 30s de FA 
Para caracterizar (4S) 
✓ 1S: risco de AVC 
✓ 2S: gravidade dos sintomas 
✓ 3S: classificação da fibrilação atrial 
✓ 4S: substrato por trás da FA 
Etapa I: Confirmar a FA 
Para confirmar é necessário entender a definição 
É uma taquiarritmia supraventricular com atividade 
elétrica atrial incoordenada e, consequentemente, 
contração atrial ineficiente 
Na FA o nó sinusal está inativado, não funciona 
Há uma frequência muito maior do que a capaz de 
despolarizar o nó sinusal 
São vários focos de despolarização que 
acontecem de forma simultânea -> o estímulo não 
sai só do nó sinusal e sim de vários pontos do átrio 
Ritmo sinusal: o estímulo nasce em um ponto, 
despolariza o átrio de forma organizada e depois 
o repolariza de forma coordenada 
OBS: O nó AV tem função de proteger o ventrículo 
das arritmias atriais, logo, o ventrículo irá contrair 
normal! (há filtração das contrações) 
Características eletrocardiográficas incluem: 
➢ Intervalos R - R irregularmente irregulares 
➢ Ausência de onda P 
➢ Ativações atriais irregulares (ondas f na 
linha de base) 
Se preenche os três critérios, há fibrilação atrial 
Não há nenhum padrão específico 
 
 
✓ Seta maior: complexo QRS irregulares 
✓ Seta menor: ausência de onda P e 
irregularidade na linha de base 
Lembrar que para saber a FC de um ECG sem 
ritmo sinusal: 
 Pega a derivação mais longa (10s) 
 Contar quantos batimentos existe nesses 
10s 
 Multiplicar por 6 
No monitor a FC fica irregular, variando de forma 
rápida 
Tem- se então que se há suspeita de FA, deve 
realizar o ECG (classe I de conduta) 
ATENÇÃO! Caso clínico I: 
 
➢ Diagnóstico Eletrocardiográfico 
✓ ECG de 12 derivações ou ECG de uma 
derivação, desde que tenha uma duração 
superior que 30s de FA 
✓ Ausência de onda P 
✓ Irregularidades da linha de base 
✓ QRS irregulares 
➢ Tendo isso confirmou o diagnóstico de FA do 
paciente do caso clínico 
Etapa II: Caracterizar a FA 
Para caracterizar usa-se o esquema 4S 
As FA são diferentes, pode causar risco ou não 
Primeiro S: risco de AVC (stroke risk) 
A FA coloca em risco de AVC 
Ao fibrilar o átrio perdeu a capacidade de contrair 
Existe uma cavidade no AE chamado de apêndice 
atrial esquerdo (aurícula esquerda) 
Se não há contração atrial não há mobilidade do 
sangue 
O sangue fica em estase 
Essa estase em conjunto com a tríade de Virchow 
contribui para formação de coágulo/trombo 
Se forma um coágulo dentro do apêndice, ele 
pode cair para o átrio 
Assim, o fluxo sanguíneo leva esse coágulo para 
o ventrículo esquerdo, ele se contrai e esse 
trombo vai para o cérebro, provocando risco de 
AVC 
Esse trombo pode parar em qualquer lugar da 
circulação atrial, mas pela característica do arco 
aórtico, mais frequentemente ele vai para o 
cérebro 
Usa o SCORE de CHA2DS2-VASc (é 
muuuuuuuuito importante): 
 
✓ Maior número de pontos, maior o risco de 
AVC 
✓ C: cardiopatia 
✓ H: hipertensão 
✓ A: idade 
✓ D: diabetes 
✓ S: stroke – AVC prévio 
✓ V: doença vascular periférica 
✓ A: idade 
✓Sc: sexo feminino 
ATENÇÃO! Caso clínico I: 
➢ Paciente tem hipertensão, diabetes 
mellitus e doença vascular 
➢ Logo, tem 3 pontos nesse SCORE 
Segundo S: sintomas e qualidade de vida 
Há uma escala de sintoma de EHRA (associação 
europeia de ritmo cardíaco) 
Saber se a FA causa algum sintoma no paciente 
 
✓ EHRA 1: assintomático 
✓ EHRA 2a: possui sintomas da FA, mas 
atividades diárias não são afetadas 
✓ EHRA 2b: possui sintomas da FA, 
atividades diárias não são afetas, mas 
palpitação incomoda 
✓ EHRA 3: possui sintomas da FA, 
atividades diárias já estão afetadas 
✓ EHRA 4: possui sintomas da FA que 
incapacitam 
ATENÇÃO! Caso clínico I: 
➢ Paciente cansado, com lipotimia e cansaço 
para realizar atividades físicas menores 
que as habituais 
➢ Logo, é classificado como EHRA 3 
Terceiro S: classificação da FA (severity of AF 
burden) 
 
Primeiro diagnóstico: primeira vez que você 
descobre que o paciente possui FA, independente 
da gravidade dos sintomas 
Paroxística: FA que terminou em menos de 7 dias 
(espontânea ou com auxilio medicamentoso) 
Persistente: dura mais que 7 dias, incluindo 
episódios que já terminaram por cardioversão 
Persistente de longa duração: paciente em FA por 
mais de 12 meses, mas ainda pensa em voltar 
para ritmo sinusal 
Permanente: você médico em conjunto com o 
paciente decidiram que ele irá ficar para sempre 
com FA, não restaura o ritmo sinusal 
ATENÇÃO! Caso clínico I: 
➢ Paciente há 3 meses teve um episódio de 
palpitação, com duração de 24h e resolveu 
de forma espontânea -> FA paroxística 
➢ Supondo que ele já tinha sido 
diagnosticado com FA antes e no 
momento, está com FA que dura cerca de 
30 dias -> FA persistente 
Quarto S: substrato (substrate severity) 
Entender porque o paciente entrou em FA 
Existe múltiplas causas 
Idade: mais velho, mais chances 
Etnia: predominância em negros 
Fatores genéticos: sexo masculino > sexo 
feminino 
Varias doenças associadas que podem levar a FA, 
tais como: doença valvar, hipertensão, diabetes, 
lúpus, DPOC, Apneia obstrutiva do sono, 
tabagismo, ... 
 
ATENÇÃO! Caso clínico I: 
➢ O paciente é/tem: 
✓ Diabético 
✓ Hipertenso 
✓ Obeso 
✓ Tabagista 
✓ Presença de Apneia obstrutiva 
✓ Presença de doença vascular periférica 
ATENÇÃO! Caso clínico I: resumex 
➢ Etapa I: C - FA confirmada 
➢ Etapa II: C - caracterização: 
✓ 1º S: Stroke risk: 3 pontos 
✓ 2º S: Sintomas graves 
✓ 3º S: Severity: FA persistente 
✓ 4º S: Substrato: HAS, DM II, obesidade, 
sedentarismo, SAOS, tabagismo, DAOP 
subclínica 
Etapa III: Tratamento 
Usa a regra ABC 
 A: evitar AVC – Anticoagulação 
 B: Batedeira 
 C: controle do ritmo 
A: Anticoagulação (avoid stroke) 
Risco de AVC x Risco de sangramento do 
Anticoagulante 
Confronta o dois SCORE: CHA2DS2-VASc X 
HAS-BLED 
CHA2DS2-VASc – risco de AVC: 
 
HAS-BLED – risco de sangramento pelo 
anticoagulante: 
 
Quando o risco do AVC é grande e o do 
anticoagulante é pequeno: deve dar 
anticoagulante 
Quando o risco de AVC é pequeno e o risco de 
sangramento é grande: não da o anticoagulante 
OBS: INR – medir a coagulação do paciente no 
exame de sangue 
O HAS-BLED nunca irá contraindicar uma 
anticoagulação se o risco do AVC for grande -> 
porque várias das características são tratáveis 
É mais para orientar, saber qual é o risco do 
tratamento, do que contraindicar 
Terapias de prevenção de AVC: 
➢ Antagonistas da vitamina K: mais antigos, 
é o MAREVAN, dosar INR 
➢ Anticoagulantes orais não-dependentes da 
vitamina K (NOACs): são mais estáveis, 
seguros e eficientes, não precisa dosar o 
INR (dabigratana, charelto) 
➢ Oclusão do apêndice atrial esquerdo 
 
OBS: Paciente tem FA, a primeira coisa é que se 
ele possui prótese valvar ou tem estenose mitral 
PRECISA ser anticoagulado com o MAREVAN 
(antagonista da vitamina K) 
✓ Se o paciente não tem isso, analisa se ele 
é de BAIXO ou ALTO risco pra AVC pelo 
CHA2DS2-VASc 
✓ Baixo risco – homem sem nenhum fator de 
risco (CHA2DS2-VASc =0) 
✓ Baixo risco – mulher, sem nenhum fator de 
risco (CHA2DS2-VASc = 1) 
✓ Se homem 0 e mulher 1: risco de AVC 
baixo, não precisa dar anticoagulante 
✓ Se homem ≥ a 1 e mulher ≥ 2: risco de 
AVC alto, logo, precisa anticoagular para 
sempre (classe IIa – é o que você deveria 
fazer) 
✓ Se homem ≥ 2 e mulher ≥ 3: é 
OBRIGATÓRIO dar anticoagulante 
✓ Lembrar que está confrontando com o 
HAS-BLED 
✓ Ex: CHA2DS2-VASc pra um homem deu 
1 e o HAS-BLED deu 6, talvez não seja a 
hora de anticoagular – deve melhorar o 
HAS-BLED 
Para fechar o apêndice atrial esquerdo: 
cateterismo sem abrir o peito, entra pela veia 
femoral e sobe pela veia cava, faz uma perfuração 
no septo interatrial, localiza o apêndice e faz o 
cateterismo 
ATENÇÃO! Caso clínico I: 
➢ Risco de AVC alto ou baixo? Alto risco 
(CHA2DS2-VASc = 3) 
➢ Risco de sangramento alto ou baixo? Baixo 
(HAS-BLED = 1) 
➢ Inicia anticoagulação? SIM! 
➢ Qual preferência? Com os novos 
anticoagulantes orais não dependentes da 
vitamina K 
B: Batedeira (better symptom control) 
Controle de FC x Controle de ritmo (volta pra ritmo 
sinusal) 
1. Estratégia I: controle de FC 
 Uso de drogas que diminuem a FC de 
disparo do nó AV: 
✓ Beta-bloqueadores; 
✓ Bloqueadores de canal de cálcio não-
diidropiridínicos; 
✓ Digoxina; 
✓ Amiodarona 
 
 Temos as medicações que são de primeira 
linha: Beta bloqueador e bloqueadores de 
canal de cálcio não diidropiridínicos 
 Paciente asmático ou DPOC grave: 
começa com bloqueador de canal de 
cálcio, porque o beta-bloqueador pode 
causar broncoespasmo 
 Paciente tem insuficiência cardíaca: 
começa com beta bloqueador 
 Paciente só tem FA: beta bloqueador ou 
bloqueador do canal de cálcio 
 O objetivo é melhora dos sintomas ou FC 
em repouso <110 
 Se não atingir o objetivo, deve fazer alguns 
ajustes 
ATENÇÃO! Pré-excitação: 
➢ Sindrome 
➢ Via acessória que comunica os átrios com 
os ventrículos 
➢ Estimulo passa do átrio desce pela via 
acessória e pelo nó AV 
➢ Essa via transmite muito mais rápido e o 
período refratário é menor 
➢ Logo, quase todos estímulos que chegam 
são transmitidos 
➢ Nesses casos, o fármaco de escolha deve 
ser a Amidarona OU queima a via 
➢ Não pode dar fármaco que atue no nó AV 
➢ Queimar a via: faz a ablação 
➢ Fibrilação atrial + via acessória: 
 
✓ Se dar beta-bloqueador leva o 
individuo a óbito 
✓ Deve fazer cardioversão 
 
 Outra forma de controlar a FC é fazer 
abalação do NAV e implante de 
marcapasso 
 O paciente continua fibrilando, mas 
nenhum estímulo do átrio chega até o 
ventrículo 
 Assim coloca o marcapasso 
 O ventrículo então contrai pelo 
marcapasso 
ATENÇÃO! Caso clínico I: 
➢ Para controle de FC devo prescrever beta 
bloqueador ou bloqueador de canal de 
cálcio não diidropiridínicos 
 
2. Estratégia II: controle de ritmo B 
 Deseja voltar o ritmo do paciente para 
ritmo sinusal 
 Pode ser feito de 3 formas: 
✓ Cardioversão elétrica 
✓ Drogas antiarrítmicas 
✓ Ablação por cateter (abalação da FA) 
 
 Quem que irá voltar para o ritmo sinusal? 
Principalmente aqueles que tem sintomas 
relacionados a fibrilação atrial 
 Se o paciente tiver sintomas deve reverter 
(saudável, jovem, paciente deseja) 
 Para reverter pode usar alguma das três 
opções acima 
 Como pode reverter? 
✓ FA instável: paciente em choque -> 
deve ser feito cardioversão elétrica na 
hora 
✓ FA estável: 
▪ Precisa saber se o paciente toma ou 
não toma anticoagulante 
▪ Se o paciente já toma anticoagulante 
pode reverter para ritmo sinusal - faz 
cardioversão química 
▪ Se o paciente não toma 
anticoagulante, temos um problema: 
o Paciente com FA há 30 dias e 
você reverteu para ritmo sinusal 
-> poderia ter formado um 
coagulo, ao tirar o paciente da 
FA, o átrio volta a contrair, o 
coagulo pode se mover e 
provocar um AVC(AVC 
iatrogênico) 
o O tempo mágico é 48h 
o Se passou de 48h tem tempo 
suficiente para formar coágulo 
▪ Se o paciente NÃO toma 
anticoagulante e a FA dele tem menos 
de 48, pode reverter para ritmo sinusal 
▪ Porém, se o paciente NÃO toma 
anticoagulante e a FA dele tem mais de 
48h, há duas estratégias: 
o Tomar anticoagulante por 3 
semanas, paciente retorna e 
assim estabelece ritmo sinusal 
OU 
o Faz um ecocardiograma 
transesófagico e olha se há 
presença ou não de trombo (se 
tiver, faz anticoagulante por três 
semanas) 
▪ Paciente precisa tomar anticoagulante 
para sempre? Deve olhar o SCORE 
CHA2DS2-VASc 
▪ Se não souber quando começou a FA, 
trata como se tivesse mais de 48h 
 
ATENÇÃO! Resumex: 
 
 
 Ablação: 
✓ FA se origina normalmente na 
desembocadura das veias pulmonares 
no AE 
✓ Cateter consegue identificar quais são 
os focos da arritmia 
✓ Queima esses focos 
✓ Isola as veias pulmonares do restante 
do átrio 
✓ Assim, as concentrações atriais ficam 
presas dentro da área de cicatriz 
ATENÇÃO! Caso clínico I: 
➢ Vale controle de ritmo? Sim, ele é jovem, a 
FA é recente, coração é normal 
➢ É necessária cardioversão elétrica 
imediata? Não, o paciente está estável 
➢ Como fazer? Química ou elétrica? Qual 
droga antiarrítmica utilizar? Faz 
cardioversão química. Como já tem 30 dias 
de FA, deve fazer anticoagulante durante 3 
semanas ou fazer transesofágico 
➢ Após reversão, preciso manter 
anticoagulação? Por quanto tempo? Deve 
manter por tempo indeterminado, porque o 
CHA2DS2-VASc é 3 (alto risco) 
C: Controle dos fatores de risco e 
comorbidades 
Intervenções no estilo de vida 
Pare de fumar 
Obesidade e controle de peso 
Uso de álcool e cafeína 
Atividade física 
Fatores de risco cardiovascular / comorbidades C: 
✓ Hipertensão 
✓ Insuficiência cardíaca 
✓ DAC 
✓ Diabetes mellitus 
✓ Apnéia do sono 
 
ATENÇÃO! Caso clínico II: 
 ID: Paciente ANT, 26 anos, feminino, branca, 
casada, artista, natural e residente do Rio de 
Janeiro e procedente de Las Vegas, umbandista, 
Bradesco 
QP: “coração muito acelerado há 3 horas” 
HDA: Paciente previamente hígida e sem 
antecedentes pessoais patológicos relata que, há 
aproximadamente 3 horas, iniciou quadro de 
palpitações taquicárdicas, irregulares, de início 
súbito e constante desde então, associada a 
sensação de lipotímia e cansaço aos pequenos 
esforços. Refere libação alcoólica nas últimas 48h. 
Nega fatores agravantes ou atenuantes. Nega 
precordialgia, dispnéia, síncope ou qualquer outro 
sintoma. Nega eventos semelhantes prévios. 
Devido à persistências dos sintomas, procurou 
atendimento médico na Unidade de Emergência 
HPP: nada digno de nota. 
HFisiol: nada digno de nota 
 H. Fam.: pais vivos e saudáveis / 2 irmãos 
saudáveis / sem filhos • H. Social e hábitos de vida: 
alimentação nutricionalmente adequada. 
Atividade física regular, 5x/semana e forte 
intensidade. Etilista social. Tabagista eventual. 
Nega uso de drogas ilícitas 
IS: ausência de outros sintomas 
Sinais vitais: PA: 120 x 70 mmHg em ambos 
MMSS / FC: 165 bpm / SO2 98% / TAX 36,8ºC 
Medidas Antropométricas: P: 56 kg / A: 165 cm / 
CA: 80 cm. IMC 20,5 
Ectoscopia: regular estado geral, fácies ansiosa, 
LOTE, colaborativa, posição e atitudes ativa e 
atípica, corada, hidratada, perfusão periférica 
preservada, acianótica, normolínea 
AR: tórax atípico, expansibilidade simétrica 
preservada, FTV e percussão normais, MVUA 
sem ruídos acessórios 
ACV: ectoscopia normal, ictus invisível e 
impalpável, RCI 2T sem sopros 
ABD: plano, depressível, indolor à palpação 
superficial e profunda, sem sopros, massas ou 
visceromegalias 
MMII: sem edemas / pulsos femorais, poplíteos e 
distais são palpáveis e simétricos 
Pontos Importantes: 
✓ Palpitações taquicardicas que iniciaram 
nas ultimas 3h 
✓ Libação: abuso no consumo de álcool 
✓ FC: elevada e sintomática 
Pediu para fazer ECG e teve o seguinte resultado: 
 
✓ FC: 168 
✓ Ritmo irregular 
✓ Ausência de onda P 
✓ Irregularidades na linha de base 
✓ Complexo QRS irregular 
✓ Diagnóstico: fibrilação atrial 
Segue o protocolo: CC To ABC 
Depois de confirmar, deve categorizar 
Na categorização: 
✓ Primeiro S: CHA2DS2-VASc Score 
 Sexo feminino: 1 ponto 
 
✓ Segundo S: Sinais e sintomas 
 Cansaço aos menores esforços 
 Classificada como 3 
 
✓ Terceiro S: Classificação 
 Primeiro diagnóstico 
 
✓ Quarto S: Substrato 
 Consumo de álcool exagerado 
Próximo passo é o tratamento (ABC) 
✓ A: 
 Risco de AVC alto ou baixo? Baixo Risco – 
não precisa tomar anticoagulante 
 Risco de sangramento alto ou baixo? 
Indiferente 
 Inicia anticoagulação? Não 
 Qual preferência? Nenhum 
 
✓ B: 
 FC elevada, mas estável 
 Deve dar beta-bloequador ou bloqueador 
do canal de cálcio diidropiridínico 
 Deve restaurar o ritmo sinusal 
 Nesse caso deve fazer cardioversão 
química e pode começar já 
 Só toma anticoagulante por 4 semanas 
 
✓ C: 
 Deve orientar para diminuir a ingestão de 
álcool

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