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1 Projeto ACERTO Introdução: É um programa fundamentado na Medicina Baseada em Evidencias aplicada ao cuidado perioperatório, que visa acelerar a recuperação pós-operatória de pacientes cirúrgicos. ACERTO: ACEleração da REcuperação TOtal pós-operatória. OBS: 6 horas pós cirurgia se dá um tipo de alimentação e após 8 horas essa passa a ser mais liberal. Projeto do Colégio Brasileiro de Cirurgiões = IMPACT: arginina, vitamina C e outras substancias que são dadas para os pacientes no pós e peri operatório. O suporte nutricional peri-operatorio é extremamente importante e necessários para os pacientes. Dietas prontas que são dadas a partir de avaliação nutricional que estimam melhorar o resultado dos exames daquele paciente para que a recuperação pós-operatória seja melhor e para que a cirurgia decorra melhor. Informação pré-operatória: é importante não só para o paciente, mas para a família, isso gera tranquilidade, confiança e melhora a relação médico-paciente. Consentimento informado e consentido: diz para o paciente que cirurgia vai ser, quais os cuidados necessários, que rotina deve ser mantida antes da cirurgia, explicar o procedimento e todos cuidados necessários. Uso de dreno e sondas: está caindo por desuso cada vez mais. Drenos são usados em casos específicos: casos em que sabe que podem ocorrer fistulas (pâncreas) que são resolvidas com o dreno, por exemplo. Sondas também usadas dentro da necessidade, mas com mais frequência. Controle da dor e prevenção de náuseas e vômitos: o projeto preconiza a metrocropamida (ante emético) é um remédio barato, de fácil acesso e que pode ser associado com nausedrom quando necessário. 2 OBS: cirurgias de vídeo sempre deixa um ante emético fixo para o paciente. Diminuição da fluido terapia: atualmente se sabe que não se deve encher os pacientes de soros e fluidos no pré e pós- operatório. Cálculos trazem resultados específicos e com monitorização podem ser volumes específicos. Na medida que o paciente começa com alimentação via oral retirar o soro. Abolição do preparo de rotina do cólon: não se prepara mais de rotina. Expõe o paciente e traz alguns riscos que podem ser diminuídos. Mobilização ultra precoce: dar medicações e fazer procedimentos com o intuito de reduzir riscos. OBS: nas primeiras 12 horas não se usa anticoagulantes (heparina), mas tem determinados grupos (pacientes com câncer, fraturas de grandes ossos) de pacientes que precisam desses medicamentos desde o primeiro dia. Principais condutas ACERTO: → Terapia nutricional peri operatória; → Redução de fluidos endovenosos no perioperatório; → Analgesia pós-operatória; → Profilaxia e controle de vômitos pós-operatórios; → Abreviação do jejum pré-operatório; → Realimentação precoce no pós-operatório; → Informação pré-operatória; → Evidencia para o uso de drenos e sondas em cirurgia; → Deambulação ultra precoce no pós-operatório; → Abolição do preparo mecânico de rotina do cólon; → Uso racional de antibióticos em cirurgia; → Auditoria periódica de condutas e resultados em cirurgia. Abreviação de jejum: Conduta proposta pré-operatório: → Terapia nutricional pré-operatória por 7-10 dias em pacientes desnutridos; → Jejum para sólidos de 8 horas. Dieta liquida enriquecida com carboidratos 6 a 2 horas antes da operação; → Redução da terapia de hidratação venosa; → Não realizar o preparo de cólon pré-operatório; → Informar ao paciente antes da operação detalhes do procedimento a ser realizado, encorajando-o a deambular e realimentar precocemente no PO. A prevalência da desnutrição em pacientes cirúrgicos varia de 22 a 58%, no Brasil é de 35%. Desnutrição no Câncer: • Redução na ingestão total de nutrientes; • Alterações metabólicas provocadas pelo tumor; • Aumento da demanda calórica; • Tratamento oncológico. 3 Com o estado nutricional comprometido algumas complicações podem ocorrer: o Aumento de infecção; o Aumento de fistulas digestivas; o Aumento da permanência hospitalar; o Aumento da mortalidade. OBS: cânceres de estomago e esôfago são os que mais emagrecem, em contrapartida cânceres de cólon geralmente os pacientes são obesos. OBS: o fato de ser obeso não quer dizer que não seja desnutrido. Protocolo usado para pacientes desnutridos, cirurgias maiores, cirurgias oncológicas: 400 ml – Solução dextrinomaltose (12,5%) – 5 horas antes da cirurgia 200 ml – Solução de dextrinomaltose (12,5%) – 2 horas antes da cirurgia 6 horas antes da cirurgia – Glutamina (40mg) 2 horas antes da cirurgia – Glutamina (10 mg) Conduta proposta no pós-operatório: → Liberação precoce da dieta no pós-operatório; → Cirurgias da via biliar, herniorrafias, cirurgias ano-orificiais: a dieta oral liquida deve ser oferecida 6-12 horas após a cirurgia; → Cirurgias com anastomoses gastrointestinais, enterro-entero, enterro-colica ou reto-cólica: a dieta oral liquida deve ser oferecida no primeiro dia de pós-operatório (sem sonda nasoentérica e via oral); → Cirurgias com anastomoses esofágicas, gástricas: a dieta enteral deve ser oferecida 1 dia pós-operatório (via cesso nutricional no ato cirúrgico). Aumento do jejum: aumento de náuseas e vômitos, aumento da hidratação venosa, aumento do íleo. Discussão de casos: Masculino, 32 anos, submetido à herniorrafia inguinal, sem intercorrência, sem uso de medicações, tomou banho antes de ir. Paciente ASA 1. Jejum: 8 horas solido, 2 horas líquidos claros como água e chá. Orientações gerais: não se depilar, tomar banho antes da operação, paciente vem com consentimento informado, identificação, rápida anamnese, marcar a lateralidade. Prevenção de náuseas e vômitos: metroclopramida e nausedrom (transoperatório – anestesista e pós-operatório). Profilaxia para TEP: deambulação precoce, soro com heparina. Antibiótico: profilático 1g cefasolina (cefalosporina de 1ª geração) – 30-60 min antes da cirurgia. Nutrição perioperatória: arginina, vitamina C e outras substancias – IMPACT. Preparo cólon: não é necessário. Manter o curativo fechado 48 horas. 4 Cuidados na sala de recuperação: monitorização. Pós-operatório: dieta liberada depois de 6 horas com paciente acordado e sem náuseas e vômitos. Assim que começar a se alimentar tirar o soro, acesso venoso heparinizado (para medicações para dor, náuseas, antibióticos, entre outros). Complicações: retenção urinaria é comum (por causa da anestesia peridural), se deixa sondagem vesical de alivio. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Feminina, 38 anos, diabética, hipertensa, colecistectomia por vídeo por colecistite aguda litiásica. Paciente ASA 3. Jejum: 8 horas de jejum absoluto. Prevenção de náuseas e vômitos: nausedrom e clopramida. Profilaxia TEP: heparina (5.000 u de 8/8 ou 12/12 horas) diluída em soro (início no primeiro dia ou 12 horas após a cirurgia), bombas de retorno venoso, meias de retorno venoso, deambulação. Antibiótico: terapêutico: Ampicilina/Sulbactam 2 ampolas (3g) (dose anaerobicida) de 6/6h. Uso durante 4 dias, desde que interna fazer uso. Nutrição perioperatória: protocolo de dextrinomaltose e glutamina. Soro: glicofisico com esquema de insula devido à diabetes. Preparo cólon: não é necessário. OBS: até 72 horas é aceitável esperar para operar uma colecistite aguda. OBS: melhor antibiótico para Clostrydium é metronidazol. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Masculino, 72 anos, diabético, revascularizado, câncer de cólon em preparo pré-operatório para cirurgia. Pedir exames de sangue, avaliações gerais. Prevenção de náuseas e vômitos: nausedrom e clopramida. Profilaxia TEP: Antibiótico: profilático: 1 hora antes edepois continua, cefloxetina 2g com metronidazol, ceftriaxone com metronidazol, sulbactam, cefepin com metronidazol, entre outros. Nutrição Peri operatória: 7-10 dias antes, terapia nutricional; Preparo cólon: não é necessário. 5 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2
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