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STF - COLETÂNEA DE JUSRISPRUDÊNCIA STF - PROF.RODRIGO MENEZES

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DIREITO CONSTITUCIONAL – PROF. RODRIGO MENEZES 
COLETÂNEA DE JURISPRUDÊNCIA DO STF – PARTE 01 – Art. 5º, caput ao inc. XII 
http://br.groups.yahoo.com/group/professorrodrigomenezes/ 
 
ART. 5º, caput 
 
 
 
DIREITO À VIDA – DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
 
“O Tribunal, por maioria, deu provimento a agravo regimental interposto em suspensão de tutela 
antecipada para manter decisão interlocutória proferida por desembargador do Tribunal de Justiça do 
Estado de Pernambuco, que concedera parcialmente pedido formulado em ação de indenização por 
perdas e danos morais e materiais para determinar que o mencionado Estado-membro pagasse todas as 
despesas necessárias à realização de cirurgia de implante de Marcapasso Diafragmático Muscular - MDM 
no agravante, com o profissional por este requerido. Na espécie, o agravante, que teria ficado tetraplégico 
em decorrência de assalto ocorrido em via pública, ajuizara a ação indenizatória, em que objetiva a 
responsabilização do Estado de Pernambuco pelo custo decorrente da referida cirurgia, ‘que devolverá ao 
autor a condição de respirar sem a dependência do respirador mecânico’. (...) Além disso, aduziu-se que 
entre reconhecer o interesse secundário do Estado, em matéria de finanças públicas, e o interesse 
fundamental da pessoa, que é o direito à vida, não haveria opção possível para o Judiciário, senão de dar 
primazia ao último. Concluiu-se que a realidade da vida tão pulsante na espécie imporia o provimento do 
recurso, a fim de reconhecer ao agravante, que inclusive poderia correr risco de morte, o direito de buscar 
autonomia existencial, desvinculando-se de um respirador artificial que o mantém ligado a um leito 
hospitalar depois de meses em estado de coma, implementando-se, com isso, o direito à busca da 
felicidade, que é um consectário do princípio da dignidade da pessoa humana.” (STA 223-AgR, Rel. p/ o 
ac. Min. Celso de Mello, julgamento em 14-4-08, Plenário, Informativo 502) 
 
DIREITO À VIDA E FERTILIZAÇÃO IN VITRO 
 
“Em conclusão, o Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta de 
inconstitucionalidade proposta pelo Procurador-Geral da República contra o art. 5º da Lei federal 
11.105/2005 (Lei da Biossegurança), que permite, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-
tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não usados no 
respectivo procedimento, e estabelece condições para essa utilização (...). Prevaleceu o voto do Min. 
Carlos Britto, relator. (...) Considerou, também, que, se à lei ordinária seria permitido fazer coincidir a 
morte encefálica com a cessação da vida de uma certa pessoa humana, a justificar a remoção de órgãos, 
tecidos e partes do corpo ainda fisicamente pulsante para fins de transplante, pesquisa e tratamento (Lei 
9.434/97), e se o embrião humano de que trata o art. 5º da Lei da Biossegurança é um ente 
absolutamente incapaz de qualquer resquício de vida encefálica, a afirmação de incompatibilidade do 
último diploma legal com a Constituição haveria de ser afastada. Por fim, acrescentou a esses 
fundamentos, a rechaçar a inconstitucionalidade do dispositivo em questão, o direito à saúde e à livre 
expressão da atividade científica. Frisou, no ponto, que o § 4º do art. 199 da CF(...) faria parte, não por 
acaso, da seção normativa dedicada à saúde, direito de todos e dever do Estado (CF, art. 196), que seria 
garantida por meio de ações e serviços qualificados como de relevância pública, com o que se teria o 
mais venturoso dos encontros entre esse direito à saúde e a própria Ciência (CF, art. 5º, IX). (ADI 3.510, 
Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, Informativo 508) 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS E RELAÇÕES PRIVADAS 
 
"Eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas. As violações a direitos fundamentais não 
ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações 
travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados 
pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos, estando direcionados também à 
proteção dos particulares em face dos poderes privados. Os princípios constitucionais como limites à 
autonomia privada das associações. A ordem jurídico-constitucional brasileira não conferiu a qualquer 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROF. RODRIGO MENEZES 
COLETÂNEA DE JURISPRUDÊNCIA DO STF – PARTE 01 – Art. 5º, caput ao inc. XII 
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associação civil a possibilidade de agir à revelia dos princípios inscritos nas leis e, em especial, dos 
postulados que têm por fundamento direto o próprio texto da Constituição da República, notadamente em 
tema de proteção às liberdades e garantias fundamentais. O espaço de autonomia privada garantido pela 
Constituição às associações não está imune à incidência dos princípios constitucionais que asseguram o 
respeito aos direitos fundamentais de seus associados. A autonomia privada, que encontra claras 
limitações de ordem jurídica, não pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos direitos e 
garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a autonomia da 
vontade não confere aos particulares, no domínio de sua incidência e atuação, o poder de transgredir ou 
de ignorar as restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja eficácia e força normativa 
também se impõem, aos particulares, no âmbito de suas relações privadas, em tema de liberdades 
fundamentais." (RE 201.819, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 11-10-05, 2ª Turma, DJ de 
27-10-06) 
 
RELATIVIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
"Os direitos e garantias individuais não têm caráter absoluto. Não há, no sistema constitucional brasileiro, 
direitos ou garantias que se revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse 
público ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que 
excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas 
individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O 
estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas — 
e considerado o substrato ético que as informa — permite que sobre elas incidam limitações de ordem 
jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a 
coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento 
da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros." (MS 23.452, Rel. Min. Celso 
de Mello, julgamento em 16-9-99, DJ de 12- 5-00) 
 
GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
“Enquanto os direitos de primeira geração (direitos civis e políticos) — que compreendem as liberdades 
clássicas, negativas ou formais — realçam o princípio da liberdade e os direitos de segunda geração 
(direitos econômicos, sociais e culturais) — que se identifica com as liberdades positivas, reais ou 
concretas — acentuam o princípio da igualdade, os direitos de terceira geração, que materializam poderes 
de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais, consagram o princípio da 
solidariedade e constituem um momento importante no processo de desenvolvimento, expansão e 
reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados, enquanto valores fundamentais indisponíveis, nota 
de uma essencial inexauribilidade.” (MS 22.164, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 30-10-95, 
Plenário, DJ de 17-11-95) 
 
IGUALDADE NA LEI E PERANTE A LEI 
 
“O princípio da isonomia, que se reveste de auto-aplicabilidade, não é — enquanto postulado fundamental de 
nossa ordem político-jurídica — suscetível de regulamentaçãoou de complementação normativa. Esse 
princípio — cuja observância vincula, incondicionalmente, todas as manifestações do Poder Público — deve 
ser considerado, em sua precípua função de obstar discriminações e de extinguir privilégios (RDA 55/114), sob 
duplo aspecto: (a) o da igualdade na lei e (b) o da igualdade perante a lei. A igualdade na lei — que opera 
numa fase de generalidade puramente abstrata — constitui exigência destinada ao legislador que, no processo 
de sua formação, nela não poderá incluir fatores de discriminação, responsáveis pela ruptura da ordem 
isonômica. A igualdade perante a lei, contudo, pressupondo lei já elaborada, traduz imposição destinada aos 
demais poderes estatais, que, na aplicação da norma legal, não poderão subordiná-la a critérios que ensejem 
tratamento seletivo ou discriminatório. A eventual inobservância desse postulado pelo legislador imporá ao ato 
estatal por ele elaborado e produzido a eiva de inconstitucionalidade.” (MI 58, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, 
julgamento em 14-12-90, Plenário, DJ de 19-4-91) 
 
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IGUALDADE E A SITUAÇÃO DO ESTRANGEIRO 
 
“A teor do disposto na cabeça do artigo 5º da Constituição Federal, os estrangeiros residentes no País 
têm jus aos direitos e garantias fundamentais.” (HC 74.051, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 18-6-
96, 2ª Turma, DJ de 20-9-96) 
 
“O súdito estrangeiro, mesmo aquele sem domicílio no Brasil, tem direito a todas as prerrogativas básicas 
que lhe assegurem a preservação do status libertatis e a observância, pelo Poder Público, da cláusula 
constitucional do due process. O súdito estrangeiro, mesmo o não domiciliado no Brasil, tem plena 
legitimidade para impetrar o remédio constitucional do habeas corpus, em ordem a tornar efetivo, nas 
hipóteses de persecução penal, o direito subjetivo, de que também é titular, à observância e ao integral 
respeito, por parte do Estado, das prerrogativas que compõem e dão significado à cláusula do devido 
processo legal. A condição jurídica de não-nacional do Brasil e a circunstância de o réu estrangeiro não 
possuir domicílio em nosso país não legitimam a adoção, contra tal acusado, de qualquer tratamento 
arbitrário ou discriminatório. Precedentes. Impõe-se, ao Judiciário, o dever de assegurar, mesmo ao réu 
estrangeiro sem domicílio no Brasil, os direitos básicos que resultam do postulado do devido processo 
legal, notadamente as prerrogativas inerentes à garantia da ampla defesa, à garantia do contraditório, à 
igualdade entre as partes perante o juiz natural e à garantia de imparcialidade do magistrado 
processante.” (HC 94.016, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-9-08, 2ª Turma, DJE de 27-2-09) 
 
"Tratamento igualitário de brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil. O alcance do disposto na cabeça 
do artigo 5º da Constituição Federal há de ser estabelecido levando-se em conta a remessa aos diversos 
incisos. A cláusula de tratamento igualitário não obstaculiza o deferimento de extradição de estrangeiro." 
(Ext 1.028, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 10-8-06, Plenário, DJ de 8-9-06) 
 
"Ao estrangeiro, residente no exterior, também é assegurado o direito de impetrar mandado de segurança" 
(RE 215.267, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 24-4-01, 1ª Turma, DJ de 25-5- 01) 
 
"Ao recorrente, por não ser francês, não obstante trabalhar para a empresa francesa, no Brasil, não foi 
aplicado o Estatuto do Pessoal da Empresa, que concede vantagens aos empregados, cuja aplicabilidade 
seria restrita ao empregado de nacionalidade francesa. Ofensa ao princípio da igualdade: CF, 1967, art. 
153, § 1º; CF, 1988, art. 5º, caput). A discriminação que se baseia em atributo, qualidade, nota intrínseca 
ou extrínseca do indivíduo, como o sexo, a raça, a nacionalidade, o credo religioso, etc., é inconstitucional. 
Precedente do STF: Ag 110.846(AgRg)-PR, Célio Borja, RTJ 119/465. Fatores que autorizariam a 
desigualização não ocorrentes no caso." (RE 161.243, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 29-10-96, 
2ª Turma, DJ de 19-12-97) 
 
IGUALDADE E O PAPEL DO JUDICIÁRIO 
 
Gratificação de encargos especiais concedida aos coronéis da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. 
Extensão a Militares de patentes diversas. Isonomia. Impossibilidade. Súmula 339 do STF. A 
jurisprudência do STF fixou entendimento no sentido de que ‘não cabe ao Poder Judiciário, que não tem 
função legislativa aumentar vencimentos de servidores públicos, sob fundamento de isonomia’. Incidência 
do óbice da Súmula 339 do STF. Precedentes.” (RE 563.100-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 
24-6-08, DJE de 15-8-08). No mesmo sentido: RE 547.066-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 
7-10-08, DJE de 21-11-08. 
 
IGUALDADE E PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS 
 
"Ação direta de inconstitucionalidade: Associação Brasileira das Empresas de Transporte Rodoviário 
Intermunicipal, Interestadual e Internacional de Passageiros - ABRATI. Constitucionalidade da Lei n. 
8.899, de 29 de junho de 1994, que concede passe livre às pessoas portadoras de deficiência. Alegação 
de afronta aos princípios da ordem econômica, da isonomia, da livre iniciativa e do direito de propriedade, 
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além de ausência de indicação de fonte de custeio (arts. 1º, inc. IV, 5º, inc. XXII, e 170 da Constituição da 
República): improcedência. (...) A Lei n. 8.899/94 é parte das políticas públicas para inserir os portadores 
de necessidades especiais na sociedade e objetiva a igualdade de oportunidades e a humanização das 
relações sociais, em cumprimento aos fundamentos da República de cidadania e dignidade da pessoa 
humana, o que se concretiza pela definição de meios para que eles sejam alcançados." (ADI 2.649, Rel. 
Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-5-08, Plenário, DJE de 17-10-08) 
 
IGUALDADE EM CONCURSO PÚBLICO 
 
"Concurso público: princípio de igualdade: ofensa inexistente. Não ofende o princípio da igualdade o 
regulamento de concurso público que, destinado a preencher cargos de vários órgãos da Justiça Federal, 
sediados em locais diversos, determina que a classificação se faça por unidade da Federação, ainda que 
daí resulte que um candidato se possa classificar, em uma delas, com nota inferior ao que, em outra, não 
alcance a classificação respectiva." (RE 146.585, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 18-4-95, 
1ª Turma, DJ de 15-9-95) 
 
"Concurso público. (...) Prova de títulos: exercício de funções públicas. Viola o princípio constitucional da 
isonomia norma que estabelece como título o mero exercício de função pública." (ADI 3.443, Rel. Min. 
Carlos Velloso, julgamento em 8-9-05, Plenário, DJ de 23-9-05). No mesmo sentido: ADI 3.522, Rel. Min. 
Marco Aurélio, julgamento em 24-11-05, Plenário, DJ de 12-5-06. 
 
"Razoabilidade da exigência de altura mínima para ingresso na carreira de delegado de polícia, dada a 
natureza do cargo a ser exercido. Violação ao princípio da isonomia. Inexistência." (RE 140.889, Rel. p/ o 
ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 30-5-00, 2ª Turma, DJ de 15-12-00) 
 
"Concurso público — Fator altura. Caso a caso, há de perquirir-se a sintonia da exigência, no que implica 
fator de tratamento diferenciado com a função a ser exercida. No âmbito da polícia, ao contrário do que 
ocorre com o agente em si, não se tem como constitucional a exigência de altura mínima, considerados 
homens e mulheres, de um metro e sessenta para a habilitação ao cargo de escrivão, cuja natureza é 
estritamente escriturária, muito embora de nível elevado." (RE 150.455, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgamentoem 15-12-98, 2ª Turma, DJ de 7-5-99). No mesmo sentido: AI 384.050-AgR, Rel. Min. Carlos 
Velloso, julgamento em 9-9-03, 2ª Turma, DJ de 10-10-03; RE 194.952, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento 
em 11-9-01, 1ª Turma, DJ de 11-10-01. 
 
"O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da 
Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido." 
(SÚM. 683) 
 
"Os pronunciamentos do Supremo são reiterados no sentido de não se poder erigir como critério de 
admissão não haver o candidato ultrapassado determinada idade, correndo à conta de exceção situações 
concretas em que o cargo a ser exercido engloba atividade a exigir a observância de certo limite — 
precedentes: Recursos Ordinários nos Mandados de Segurança n. 21.033-8/DF, Plenário, relator ministro 
Carlos Velloso, Diário da Justiça de 11 de outubro de 1991, e 21.046-0/ RJ, Plenário, relator ministro 
Sepúlveda Pertence, Diário da Justiça de 14 de novembro de 1991, e Recursos Extraordinários n. 
209.714-4/RS, Plenário, relator ministro Ilmar Galvão, Diário da Justiça de 20 de março de 1998, e 
217.226-1/RS, Segunda Turma, por mim relatado, Diário da Justiça de 27 de novembro de 1998. Mostra-
se pouco razoável a fixação, contida em edital, de idade máxima — 28 anos —, a alcançar ambos os 
sexos, para ingresso como soldado policial militar." (RE 345.598-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento 
em 29-6-05, 1ª Turma, DJ de 19-8-05). No mesmo sentido: AI 488.727-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
julgamento em 5-8-08, 2ª Turma, DJE de 28-11-08. 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROF. RODRIGO MENEZES 
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“Concurso público — Critério de admissão — Sexo. A regra direciona no sentido da inconstitucionalidade 
da diferença de critério de admissão considerado o sexo — artigo 5º, inciso I, e § 2º do artigo 39 da Carta 
Federal. A exceção corre à conta das hipóteses aceitáveis, tendo em vista a ordem sócio-constitucional.” 
(RE 120.305, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 8-9-94, 2ª Turma, DJ de 9-6-95) 
 
“A igualdade, desde Platão e Aristóteles, consiste em tratar-se de modo desigual os desiguais. Prestigia-
se a igualdade, no sentido mencionado quando, no exame de prévia atividade jurídica em concurso 
público para ingresso no Ministério Público Federal, dá-se tratamento distinto àqueles que já integram o 
Ministério Público. Segurança concedida.” (MS 26.690, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 3-9-08, DJE 
de 19-12-08) 
 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NÃO OFENDE A IGUALDADE 
 
“Execução fiscal — Insignificância da dívida ativa em cobrança — Ausência do interesse de agir — 
Extinção do processo (...). O Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido de que as decisões, 
que, em sede de execução fiscal, julgam extinto o respectivo processo, por ausência do interesse de agir, 
revelada pela insignificância ou pela pequena expressão econômica do valor da dívida ativa em cobrança, 
não transgridem os postulados da igualdade (...) e da inafastabilidade do controle jurisdicional (...). 
Precedentes.” (AI 679.874-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 4-12-07, 2ª Turma, DJE de 1º-2-
08) 
 
IGUALDADE EM PRAZOS PROCESSUAIS 
 
"Processual penal. Intimação para sessão de julgamento. Anterioridade de três dias. Ilegalidade. Violação 
aos princípios da isonomia, razoabilidade e do ‘defensor natural’. Inocorrência. A existência de prazos 
distintos para a defesa e o Procurador- Geral, nos regimentos internos dos distintos Tribunais Superiores, 
justifica-se em razão dos vários papéis exercidos pelo Parquet, não tendo sido, ademais, demonstrado, no 
caso, que este foi favorecido com prazo superior ao da defesa." (HC 90.828, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgamento em 23-10-07, 1ª Turma, DJ de 30-11-07) 
 
“O atentado à isonomia consiste em se tratar desigualmente situações iguais, ou em se tratar igualmente 
situações diferenciadas, de forma arbitrária e não fundamentada. É na busca da isonomia que se faz 
necessário tratamento diferenciado, em decorrência de situações que exigem tratamento distinto, como 
forma de realização da igualdade. É o caso do art. 188 do Código de Processo Civil, que dispõe: 
‘computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a 
Fazenda Pública ou o Ministério Público’. Razões de ordem jurídica podem impor o tratamento 
diferenciado. O Supremo Tribunal Federal admite esse tratamento, em favor da Fazenda Pública, 
enquanto prerrogativa excepcional”. (AI-AgR 349.477/PR — rel. Min. Celso de Mello, DJ- 28-2-2003.) 
 
IGUALDADE E A FAZENDA PÚBLICA 
 
“Discute-se a constitucionalidade do art. 1º-F da Lei n. 9.494, de 10 de setembro de 1997, o qual decorre 
da Medida Provisória n. 2.180-35, de 24 de agosto de 2001. A Lei n. 9.494, de 1997, em linhas gerais, 
disciplina a aplicação da tutela antecipada contra a Fazenda Pública. O núcleo da discussão deste 
Recurso Extraordinário centra-se no aludido art. 1º-F da Lei n. 9.494, de 1997, que dispõe: ‘os juros de 
mora, nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas a 
servidores e empregados públicos, não poderão ultrapassar o percentual de seis por cento ao ano’. (...)A 
análise da situação existente indica não haver qualquer tratamento discriminatório, no caso, entre os 
credores da Fazenda Pública, que acarretem prejuízo para servidores e empregados públicos.” (RE 
453.740, voto do Min. Gilmar Mendes, julgamento em 28-2-07, Plenário, DJ de 24-8-07) 
 
 
 
 
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IGUALDADE EM LICITAÇÕES 
 
"Licitação. Análise de proposta mais vantajosa. Consideração dos valores relativos aos impostos pagos à 
Fazenda Pública daquele Estado. Discriminação arbitrária. Licitação. Isonomia, princípio da igualdade. 
Distinção entre brasileiros. Afronta ao disposto nos artigos 5º, caput; 19, inciso III; 37, inciso XXI, e 175, da 
Constituição do Brasil. É inconstitucional o preceito, segundo o qual, na análise de licitações, serão 
considerados, para averiguação da proposta mais vantajosa, entre outros itens os valores relativos aos 
impostos pagos à Fazenda Pública daquele Estado-membro. Afronta ao princípio da isonomia, igualdade 
entre todos quantos pretendam acesso às contratações da Administração. (...) A lei pode, sem violação do 
princípio da igualdade, distinguir situações, a fim de conferir a uma tratamento diverso do que atribui a 
outra. Para que possa fazê-lo, contudo, sem que tal violação se manifeste, é necessário que a 
discriminação guarde compatibilidade com o conteúdo do princípio. A Constituição do Brasil exclui 
quaisquer exigências de qualificação técnica e econômica que não sejam indispensáveis à garantia do 
cumprimento das obrigações. A discriminação, no julgamento da concorrência, que exceda essa limitação 
é inadmissível. Ação direta julgada procedente para declarar inconstitucional o § 4º do artigo 111 da 
Constituição do Estado do Rio Grande do Norte." (ADI 2.716, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 29- 11-
07, Plenário, DJE de 7-3-08) 
 
IGUALDADE E TRATAMENTO JURISDICIONAL DIFERENCIADO 
 
"A concessão de habeas corpus a determinados co-réus, em situações processuais diversas, não implica 
violação ao princípio da isonomia". (HC 90.138, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 11-9-07, 
1ª Turma, DJ de 28-9-07) 
 
IGUALDADE E ELETIVIDADE 
 
"Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 77 da Lei federal n. 9.504/97. Proibição imposta aos candidatos 
a cargos do Poder Executivo referente à participação em inauguração de obras públicas nos três meses que 
precedemo pleito eletivo. Sujeição do infrator à cassação do registro da candidatura. Princípio da igualdade. 
Artigo 5º, caput e inciso I, da Constituição do Brasil. Violação do disposto no artigo 14, § 9º, da Constituição 
do Brasil. Inocorrência. A proibição veiculada pelo preceito atacado não consubstancia nova condição de 
elegibilidade. Precedentes. O preceito inscrito no artigo 77 da Lei federal n. 9.504 visa a coibir abusos, 
conferindo igualdade de tratamento aos candidatos, sem afronta ao disposto no artigo 14, § 9º, da 
Constituição do Brasil. A alegação de que o artigo impugnado violaria o princípio da isonomia improcede. A 
concreção do princípio da igualdade reclama a prévia determinação de quais sejam os iguais e quais os 
desiguais. O direito deve distinguir pessoas e situações distintas entre si, a fim de conferir tratamentos 
normativos diversos a pessoas e a situações que não sejam iguais. Os atos normativos podem, sem 
violação do princípio da igualdade, distinguir situações a fim de conferir a uma tratamento diverso do que 
atribui a outra. É necessário que a discriminação guarde compatibilidade com o conteúdo do princípio." (ADI 
3.305, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 13-9-06, Plenário, DJ de 24-11-06) 
 
IGUALDADE E MILITARES 
 
"(...) é consentânea com a Carta da República previsão normativa asseguradora, ao militar e ao 
dependente estudante, do acesso a instituição de ensino na localidade para onde é removido. Todavia, a 
transferência do local do serviço não pode se mostrar verdadeiro mecanismo para lograr-se a 
transposição da seara particular para a pública, sob pena de se colocar em plano secundário a isonomia 
— artigo 5º, cabeça e inciso I —, a impessoalidade, a moralidade na Administração Pública, a igualdade 
de condições para o acesso e permanência na escola superior, prevista no inciso I do artigo 206, bem 
como a viabilidade de chegar-se a níveis mais elevados do ensino, no que o inciso V do artigo 208 vincula 
o fenômeno à capacidade de cada qual." (ADI 3.324, voto do Min. Marco Aurélio, julgamento em 16-12-04, 
Plenário, DJ de 5-8-05) 
 
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"A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou entendimento no sentido de que não afronta o princípio 
da isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino 
da Aeronáutica." (RE 498.900- AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 23-10-07, 1ª Turma, DJ de 7-
12-07). No mesmo sentido: RE 549.369- AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 3-2-09, 2ª Turma, 
DJE de 13-3-09. 
 
IGUALDADE E DIREITO À RECEBIMENTO DE PENSÃO 
 
"Pensão: extensão ao viúvo. Princípio da igualdade. Necessidade de lei específica. CF, art. 5º, I; art. 195 e 
seu § 5º; art. 201, V. A extensão automática da pensão ao viúvo, em obséquio ao princípio da igualdade, 
em decorrência do falecimento da esposa-segurada, assim considerado aquele como dependente desta, 
exige lei específica, tendo em vista as disposições constitucionais inscritas no art. 195, caput, e seu § 5º, e 
art. 201, V, da Constituição Federal." (RE 204.193, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 30-5-01, 
Plenário, DJ de 31-10-02) 
 
"Pensão por morte de servidora pública estadual, ocorrida antes da EC 20/98: cônjuge varão: exigência de 
requisito de invalidez que afronta o princípio da isonomia. (...) No texto anterior à EC 20/98, a Constituição 
se preocupou apenas em definir a correspondência entre o valor da pensão e a totalidade dos 
vencimentos ou proventos do servidor falecido, sem qualquer referência a outras questões, como, por 
exemplo os possíveis beneficiários da pensão por morte (Precedente: MS 21.540, Gallotti, RTJ 159/787). 
No entanto, a lei estadual mineira, violando o princípio da igualdade do artigo 5º, I, da Constituição, exige 
do marido, para que perceba a pensão por morte da mulher, um requisito – o da invalidez – que, não se 
presume em relação à viúva, e que não foi objeto do acórdão do RE 204.193, 30-5-2001, Carlos Velloso, 
DJ 31-10-2002. Nesse precedente, ficou evidenciado que o dado sociológico que se presume em favor da 
mulher é o da dependência econômica e não, a de invalidez, razão pela qual também não pode ela ser 
exigida do marido. Se a condição de invalidez revela, de modo inequívoco, a dependência econômica, a 
recíproca não é verdadeira; a condição de dependência econômica não implica declaração de invalidez." 
(RE 385.397-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 29-6-07, Plenário, DJ de 6-9-07). No 
mesmo sentido: RE 414.263-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 10-2-09, 1ª Turma, DJE de 13-3-
09; AI 708.772-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 10-2-09, 2ª Turma, DJE de 13-3-09; RE 449.490-
AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 12-8-08, 1ª Turma, DJE de 26-9-08; 
 
 
ART. 5º, II - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
 
"Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público." (SÚM. 686) 
 
"O princípio constitucional da reserva de lei formal traduz limitação ao exercício das atividades 
administrativas e jurisdicionais do Estado. A reserva de lei — analisada sob tal perspectiva — constitui 
postulado revestido de função excludente, de caráter negativo, pois veda, nas matérias a ela sujeitas, 
quaisquer intervenções normativas, a título primário, de órgãos estatais não-legislativos. Essa cláusula 
constitucional, por sua vez, projeta-se em uma dimensão positiva, eis que a sua incidência reforça o 
princípio, que, fundado na autoridade da Constituição, impõe, à administração e à jurisdição, a necessária 
submissão aos comandos estatais emanados, exclusivamente, do legislador. Não cabe, ao Poder 
Executivo, em tema regido pelo postulado da reserva de lei, atuar na anômala (e inconstitucional) 
condição de legislador, para, em assim agindo, proceder à imposição de seus próprios critérios, 
afastando, desse modo, os fatores que, no âmbito de nosso sistema constitucional, só podem ser 
legitimamente definidos pelo Parlamento. É que, se tal fosse possível, o Poder Executivo passaria a 
desempenhar atribuição que lhe é institucionalmente estranha (a de legislador), usurpando, desse modo, 
no contexto de um sistema de poderes essencialmente limitados, competência que não lhe pertence, com 
evidente transgressão ao princípio constitucional da separação de poderes." (ADI 2.075-MC, Rel. Min. 
Celso de Mello, julgamento em 7-2-01, Plenário, DJ de 27-6-03) 
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ART. 5º, III - VEDAÇÃO À TORTURA E AOS TRATAMENTOS 
DESUMANOS E DEGRADANTES 
 
 
“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade 
da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.” 
(Súmula Vinculante 11) 
 
 
ART. 5º, IV, V, IX, XIV – LIBERDADE DE EXPRESSÃO 
 
 
ABRANGÊNCIA DA LIBERDADE E LIMITAÇÕES 
 
“A liberdade de expressão constitui-se em direito fundamental do cidadão, envolvendo o pensamento, a 
exposição de fatos atuais ou históricos e a crítica.” (HC 83.125, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 
16-9-03, 1ª Turma, DJ de 7-11-03) 
 
"Liberdade de expressão. Garantia constitucional que não se tem como absoluta. Limites morais e 
jurídicos. O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abrangência, manifestações de conteúdo 
imoral que implicam ilicitude penal. As liberdadespúblicas não são incondicionais, por isso devem ser 
exercidas de maneira harmônica, observados os limites definidos na própria Constituição Federal (CF, 
artigo 5º, § 2º, primeira parte). O preceito fundamental de liberdade de expressão não consagra o ‘direito à 
incitação ao racismo’, dado que um direito individual não pode constituir-se em salvaguarda de condutas 
ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra. Prevalência dos princípios da dignidade da pessoa 
humana e da igualdade jurídica." (HC 82.424, Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 17-9-03, 
Plenário, DJ de 19-3-04) 
 
“Limitações à liberdade de manifestação do pensamento, pelas suas variadas formas. Restrição que há de 
estar explícita ou implicitamente prevista na própria Constituição.” (ADI 869, Rel. p/ o ac. Min. Maurício 
Corrêa, julgamento em 4-8-99, Plenário, DJ de 4-6-04) 
 
VEDAÇÃO AO ANONIMATO 
 
"Anonimato — Notícia de prática criminosa — Persecução criminal — Impropriedade. Não serve à 
persecução criminal notícia de prática criminosa sem identificação da autoria, consideradas a vedação 
constitucional do anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos 
campos cível e penal, de quem a implemente." (HC 84.827, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 7-8-
07, 1ª Turma, DJ de 23-11-07) 
 
"(...) entendo que um dos fundamentos que afastam a possibilidade de utilização da denúncia anônima 
como ato formal de instauração do procedimento investigatório reside, precisamente, como demonstrado 
em meu voto, no inciso IV do art. 5º da Constituição da República. Impende reafirmar, bem por isso, na 
linha do voto que venho de proferir, a asserção de que os escritos anônimos não podem justificar, só por 
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si, desde que isoladamente considerados, a imediata instauração da persecutio criminis, eis que peças 
apócrifas não podem ser incorporadas, formalmente, ao processo, salvo quando tais documentos forem 
produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituírem, eles próprios, o corpo de delito (como sucede 
com bilhetes de resgate no delito de extorsão mediante seqüestro, ou como ocorre com cartas que 
evidenciem a prática de crimes contra a honra, ou que corporifiquem o delito de ameaça ou que 
materializem o crimen falsi, p. ex.). Nada impede, contudo, que o Poder Público (...) provocado por 
delação anônima — tal como ressaltado por Nelson Hungria, na lição cuja passagem reproduzi em meu 
voto — adote medidas informais destinadas a apurar, previamente, em averiguação sumária, com 
prudência e discrição, a possível ocorrência de eventual situação de ilicitude penal, desde que o faça com 
o objetivo de conferir a verossimilhança dos fatos nela denunciados, em ordem a promover, então, em 
caso positivo, a formal instauração da persecutio criminis, mantendo-se, assim, completa desvinculação 
desse procedimento estatal em relação às peças apócrifas." (Inq 1.957, Rel. Min. Carlos Velloso, voto do 
Min. Celso de Mello, julgamento em 11-5-05, Plenário, DJ de 11- 11-05) 
 
“A Lei 8.443, de 1992, estabelece que qualquer cidadão, partido político ou sindicato é parte legítima para 
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU. A apuração será em caráter sigiloso, até decisão 
definitiva sobre a matéria. Decidindo, o Tribunal manterá ou não o sigilo quanto ao objeto e à autoria da 
denúncia (§ 1º do art. 55). Estabeleceu o TCU, então, no seu Regimento Interno, que, quanto à autoria da 
denúncia, será mantido o sigilo: inconstitucionalidade diante do disposto no art. 5º, incisos V, X, XXXIII e 
XXXV, da Constituição Federal.” (MS 24.405, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 3-12-03, Plenário, 
DJ de 23-4-04) 
 
DIREITO DE RESPOSTA 
 
“O pedido judicial de direito de resposta previsto na lei de impressa deve ter no pólo passivo a empresa de 
informação ou divulgação, a quem compete cumprir a decisão judicial no sentido de satisfazer o referido 
direito,(...), sendo parte ilegítima o jornalista ou o radialista envolvido no fato.”. (Pet. 3.645, Rel. Min. 
Menezes Direito, julgamento em 20-2-08, Plenário, DJE de 2-5-08.) 
 
SIGILO DA FONTE 
 
"A proteção constitucional que confere ao jornalista o direito de não proceder à disclosure da fonte de 
informação ou de não revelar a pessoa de seu informante desautoriza qualquer medida tendente a 
pressionar ou a constranger o profissional da Imprensa a indicar a origem das informações a que teve 
acesso, eis que - não custa insistir - os jornalistas, em tema de sigilo da fonte, não se expõem ao poder de 
indagação do Estado ou de seus agentes e não podem sofrer, por isso mesmo, em função do exercício 
dessa legítima prerrogativa constitucional, a imposição de qualquer sanção penal, civil ou administrativa". 
 
 
ART. 5º, VI, VII e VIII – CRENÇA E CONSCIÊNCIA 
 
 
“Recurso extraordinário. Constitucional. Imunidade Tributária. IPTU. Artigo 150, VI, b, CF/88. Cemitério. 
Extensão de entidade de cunho religioso. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de 
cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. 
Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam os 
templos de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, 
sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, “b”. As áreas da incidência e da imunidade 
tributária são antípodas.” (RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-5-08, Plenário, DJE de 12-
9- 08) 
 
 
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ART. 5º, X – INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, VIDA 
PRIVADA, HONRA E IMAGEM 
 
 
GRAVAÇÃO AMBIENTAL 
 
“É lícita a gravação ambiental de diálogo realizada por um de seus interlocutores. Esse foi o entendimento 
firmado pela maioria do Plenário em ação penal movida contra ex-Prefeito, atual Deputado Federal, e 
outra, pela suposta prática do delito de prevaricação (CP, art. 319) e de crime de responsabilidade 
(Decreto-Lei 201/67, art. 1º, XIV) (...)” (AP 447, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 18-2-09, Plenário, 
Informativo 536) 
 
GRAVAÇÃO CLANDESTINA 
 
“Alegação de ofensa ao artigo 5°, XII, LIV e LVI, da Constituição Federal. Recurso extraordinário que 
afirma a existência de interceptação telefônica ilícita porque efetivada por terceiros. Conversa gravada por 
um dos interlocutores. Precedentes do STF. Agravo regimental improvido. Alegação de existência de 
prova ilícita, porquanto a interceptação telefônica teria sido realizada sem autorização judicial. Não há 
interceptação telefônica quando a conversa é gravada por um dos interlocutores, ainda que com a ajuda 
de um repórter.” (RE 453.562-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-9-08, 2ª Turma, DJE de 
28-11-08) 
 
"Habeas corpus. Prova. Licitude. Gravação de telefonema por interlocutor. É lícita a gravação de conversa 
telefônica feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro, quando há 
investida criminosa deste último. É inconsistente e fere o senso comum falar-se em violação do direito à 
privacidade quando interlocutor grava diálogo com seqüestradores, estelionatários ou qualquer tipo de 
chantagista. Ordem indeferida." (HC 75.338, Rel. Min. Nelson Jobim, julgamento em 11-3-98, Plenário, DJ 
de 25-9-98) 
 
QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO FISCAL E TELEFÔNICO 
 
"Sigilo de dados – Quebra – Indícios. Embora a regra seja a privacidade, mostra-se possível o acesso a 
dados sigilosos, para o efeito de inquérito ou persecução criminais e por ordem judicial, anteindícios de 
prática criminosa.” (HC 89.083, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 19-8-08, 1ª Turma, DJE de 6-2-09) 
 
“A quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico de qualquer pessoa sujeita a investigação legislativa pode 
ser legitimamente decretada pela Comissão Parlamentar de Inquérito, desde que esse órgão estatal o 
faça mediante deliberação adequadamente fundamentada e na qual indique a necessidade objetiva da 
adoção dessa medida extraordinária. Precedente: MS 23.452-RJ, Rel. Min. Celso de Mello (Pleno).” (MS 
23.639, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-11- 00, DJ de 16-2-01) 
 
"O princípio constitucional da reserva de jurisdição — que incide sobre as hipóteses de busca domiciliar 
(CF, art. 5º, XI), de interceptação telefônica (CF, art. 5º, XII) e de decretação da prisão, ressalvada a 
situação de flagrância penal (CF, art. 5º, LXI) — não se estende ao tema da quebra de sigilo, pois, em tal 
matéria, e por efeito de expressa autorização dada pela própria Constituição da República (CF, art. 58, § 
3º), assiste competência à Comissão Parlamentar de Inquérito, para decretar, sempre em ato 
necessariamente motivado, a excepcional ruptura dessa esfera de privacidade das pessoas." (MS 23.652, 
Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 22-11-00, Plenário, DJ de 16-2-01). No mesmo sentido: MS 
23.639, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-11-00, Plenário, DJ de 16-2-01. 
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O sigilo bancário, espécie de direito à privacidade protegido pela Constituição de 1988, não é absoluto, 
pois deve ceder diante dos interesses público, social e da Justiça. Assim, deve ceder também na forma e 
com observância de procedimento legal e com respeito ao princípio da razoabilidade. Precedentes." (AI 
655.298-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 4-9- 07, 2ª Turma, DJ de 28-9-07) 
 
"A quebra de sigilo não pode ser manipulada, de modo arbitrário, pelo Poder Público ou por seus agentes. 
É que, se assim não fosse, a quebra de sigilo converter-se-ia, ilegitimamente, em instrumento de busca 
generalizada e de devassa indiscriminada da esfera de intimidade das pessoas, o que daria, ao Estado, 
em desconformidade com os postulados que informam o regime democrático, o poder absoluto de 
vasculhar, sem quaisquer limitações, registros sigilosos alheios. Doutrina. Precedentes. Para que a 
medida excepcional da quebra de sigilo bancário não se descaracterize em sua finalidade legítima, torna-
se imprescindível que o ato estatal que a decrete, além de adequadamente fundamentado, também 
indique, de modo preciso, dentre outros dados essenciais, os elementos de identificação do correntista 
(notadamente o número de sua inscrição no CPF) e o lapso temporal abrangido pela ordem de ruptura 
dos registros sigilosos mantidos por instituição financeira. Precedentes." (HC 84.758, Rel. Min. Celso de 
Mello, julgamento em 25-5- 06, Plenário, DJ de 16-6-06). 
 
"O chamado sigilo fiscal nada mais é que um desdobramento do direito à intimidade e à vida privada. Aqui 
se cuida de pessoa jurídica que exerce atividade tributável. Contribuinte, portanto. Os documentos foram 
apreendidos no interior da sede da empresa e não no domicílio do seu responsável legal. A atividade da 
pessoa jurídica está prevista como crime contra a ordem econômica. Legítima, assim, a atuação do Fisco, 
com respaldo na legislação pertinente. Legítima, também, a atuação do Ministério Público instando a 
autoridade policial à instauração do inquérito policial, com vista a apurar a ocorrência de um fato típico 
(...).” (HC 87.654, voto da Min. Ellen Gracie, julgamento em 7-3-06, 2ª Turma, DJ de 20-4-06) 
 
"Proteção constitucional ao sigilo das comunicações de dados — art. 5º, XII, da CF: ausência de violação, 
no caso. (...) Na espécie, (...) não se questiona que a apreensão dos computadores da empresa do 
recorrente se fez regularmente, na conformidade e em cumprimento de mandado judicial. Não há violação 
do art. 5º, XII, da Constituição que, conforme se acentuou na sentença, não se aplica ao caso, pois não 
houve ‘quebra de sigilo das comunicações de dados (interceptação das comunicações), mas sim 
apreensão de base física na qual se encontravam os dados, mediante prévia e fundamentada decisão 
judicial’." (RE 418.416, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 10-5-06, DJ de 19-12-06) 
 
“(...) Comprovante de consulta a órgão de proteção ao crédito. Utilização em processo judicial. Alegação 
de ofensa ao direito constitucional ao sigilo bancário (...) Não viola o direito constitucional ao sigilo 
bancário o uso, em processo judicial, de comprovante de consulta a órgão de proteção ao crédito, com o 
propósito de impedir, modificar e extinguir direito da parte adversa.” (RE 568.498, Rel. Min. Cezar Peluso, 
julgamento em 13-5-08, 2ª Turma, DJE de 6-6-08). 
 
LIMITAÇÕES ÀS INVIOLABILIDADES 
 
"Paciente denunciado por falsidade ideológica, consubstanciada em exigir quantia em dinheiro para inserir 
falsa informação de excesso de contingente em certificado de dispensa de incorporação. Gravação 
clandestina realizada pelo alistando, a pedido de emissora de televisão, que levou as imagens ao ar em 
todo o território nacional por meio de conhecido programa jornalístico. (...) A questão posta não é de 
inviolabilidade das comunicações e sim da proteção da privacidade e da própria honra, que não constitui 
direito absoluto, devendo ceder em prol do interesse público." (HC 87.341, Rel. Min. Eros Grau, 
julgamento em 7-2-06, 1ª Turma, DJ de 3-3-06) 
 
“A simples reprodução, pela imprensa, de acusação de mau uso de verbas públicas, prática de nepotismo 
e tráfico de influência, objeto de representação devidamente formulada perante o TST por federação de 
sindicatos, não constitui abuso de direito. Dano moral indevido.” (RE 208.685, Rel. Min. Ellen Gracie, 
julgamento em 24-6-03, 2ª Turma, DJ de 22-8-03) 
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INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MORAL, MATERIAL E À IMAGEM 
 
"Indenização. Responsabilidade civil. Lei de Imprensa. Dano moral. Publicação de notícia inverídica, 
ofensiva à honra e à boa fama da vítima. Ato ilícito absoluto. Responsabilidade civil da empresa 
jornalística. Limitação da verba devida, nos termos do art. 52 da lei 5.250/67. Inadmissibilidade. Norma 
não recebida pelo ordenamento jurídico vigente. Interpretação do art. 5º, IV, V, IX, X, XIII e XIV, e art. 220, 
caput e § 1º, da CF de 1988. Recurso extraordinário improvido. Toda limitação, prévia e abstrata, ao valor 
de indenização por dano moral, objeto de juízo de equidade, é incompatível com o alcance da 
indenizabilidade irrestrita assegurada pela atual Constituição da República. Por isso, já não vige o 
disposto no art. 52 da Lei de Imprensa, o qual não foi recebido pelo ordenamento jurídico vigente." (RE 
447.584, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 28-11-06, 2ª Turma, DJ de 16-3-07) 
 
"Dano moral: fotografia: publicação não consentida: indenização: cumulação com o dano material: 
possibilidade. Constituição Federal, art. 5º, X. Para a reparação do dano moral não se exige a ocorrência 
de ofensa à reputação do indivíduo. O que acontece é que, de regra, a publicação da fotografia de 
alguém, com intuito comercial ou não, causa desconforto, aborrecimento ou constrangimento, não 
importando o tamanho desse desconforto, desse aborrecimento ou desse constrangimento. Desde que ele 
exista, há o dano moral, que deve ser reparado, manda a Constituição, art. 5º, X." (RE 215.984, Rel. Min. 
Carlos Velloso, julgamento em 4-6-02, 2ª Turma, DJ de 28-6-02) 
 
“O dano moral indenizável é o que atinge a esfera legítimade afeição da vítima, que agride seus valores, 
que humilha, que causa dor. A perda de uma frasqueira contendo objetos pessoais, geralmente objetos de 
maquiagem da mulher, não obstante desagradável, não produz dano moral indenizável.” (RE 387.014-
AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 8-6- 04, 2ª Turma, DJ de 25-6-04) 
 
“O fato de a Convenção de Varsóvia revelar, como regra, a indenização tarifada por danos materiais não 
exclui a relativa aos danos morais. Configurados esses pelo sentimento de desconforto, de 
constrangimento, aborrecimento e humilhação decorrentes do extravio de mala, cumpre observar a Carta 
Política da República — incisos V e X do artigo 5º, no que se sobrepõe a tratados e convenções 
ratificados pelo Brasil.” (RE 172.720, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 6-2-96, 2ª Turma, DJ de 21-
2-97). No mesmo sentido: AI 196.379-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 23-8-98, 2ª Turma, DJ 
de 24-4-98. 
 
“Não afronta o princípio da legalidade a reparação de lesões deformantes, a título de dano moral (art. 
1.538, § 1º, do Código Civil).” (RE 116.447, Rel. Min. Célio Borja, julgamento em 30-3-92, 2ª Turma, DJ de 
7-8-92) 
 
EXAME DE DNA 
 
“Coleta de material biológico da placenta, com propósito de se fazer exame de DNA, para averigüação de 
paternidade do nascituro, embora a oposição da extraditanda. (...) Bens jurídicos constitucionais como 
'moralidade administrativa', 'persecução penal pública' e 'segurança pública' que se acrescem, — como 
bens da comunidade, na expressão de Canotilho, — ao direito fundamental à honra (CF, art. 5°, X), bem 
assim direito à honra e à imagem de policiais federais acusados de estupro da extraditanda, nas 
dependências da Polícia Federal, e direito à imagem da própria instituição, em confronto com o alegado 
direito da reclamante à intimidade e a preservar a identidade do pai de seu filho.” (Rcl 2.040-QO, Rel. Min. 
Néri da Silveira, julgamento em 21-2-02, Plenário, Plenário, DJ de 27-6-03) 
 
"Discrepa, a mais não poder, de garantias constitucionais implícitas e explícitas — preservação da 
dignidade humana, da intimidade, da intangibilidade do corpo humano, do império da lei e da inexecução 
específica e direta de obrigação de fazer — provimento judicial que, em ação civil de investigação de 
paternidade, implique determinação no sentido de o réu ser conduzido ao laboratório, 'debaixo de vara', 
para coleta do material indispensável à feitura do exame DNA. A recusa resolve-se no plano jurídico-
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instrumental, consideradas a dogmática, a doutrina e a jurisprudência, no que voltadas ao deslinde das 
questões ligadas à prova dos fatos." (HC 71.373, Rel. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgamento em 10-11-
94, Plenário, DJ de 22-11-96). No mesmo sentido: HC 76.060, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento 
em 31-3-98, 1ª Turma, DJ de 15-5-98. 
 
 
ART. 5º, XI – INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO 
 
 
“O Tribunal iniciou julgamento de inquérito em que se imputa a magistrados (Ministro do STJ, dois 
membros do TRF da 2ª Região e um juiz do TRT da 15ª Região) e outros (um procurador regional da 
República e um advogado, este irmão do aludido Ministro do STJ) a suposta prática dos crimes de 
quadrilha, corrupção passiva e prevaricação (...). Alega o Ministério Público Federal que os denunciados 
compõem, em níveis diversos, uma organização criminosa voltada à exploração ilegal das atividades de 
bingos e máquinas caça-níqueis no Estado do Rio de Janeiro (...). Afastou-se (...), a preliminar de ilicitude 
das provas obtidas mediante instalação de equipamento de captação acústica e acesso a documentos no 
ambiente de trabalho do último acusado, porque, para tanto, a autoridade, adentrara o local três vezes 
durante o recesso e de madrugada. Esclareceu-se que o relator, de fato, teria autorizado, com base no 
art. 2º, IV, da Lei n. 9.034/95, o ingresso sigiloso da autoridade policial no escritório do acusado, para 
instalação dos referidos equipamentos de captação de sinais acústicos, e, posteriormente, determinara a 
realização de exploração do local, para registro e análise de sinais ópticos. Observou-se, de início, que 
tais medidas não poderiam jamais ser realizadas com publicidade alguma, sob pena de intuitiva 
frustração, o que ocorreria caso fossem praticadas durante o dia, mediante apresentação de mandado 
judicial. Afirmou-se que a Constituição, no seu art. 5º, X e XI, garante a inviolabilidade da intimidade e do 
domicílio dos cidadãos, sendo equiparados a domicílio, para fins dessa inviolabilidade, os escritórios de 
advocacia, locais não abertos ao público, e onde se exerce profissão (...), e que o art. 7º, II, da Lei n. 
8.906/94 expressamente assegura ao advogado a inviolabilidade do seu escritório, ou local de trabalho, 
de seus arquivos e dados, de sua correspondência, e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou 
afins, salvo caso de busca ou apreensão determinada por magistrado e acompanhada de representante 
da OAB. Considerou-se, entretanto, que tal inviolabilidade cederia lugar à tutela constitucional de raiz, 
instância e alcance superiores quando o próprio advogado seja suspeito da prática de crime concebido e 
consumado, sobretudo no âmbito do seu escritório, sob pretexto de exercício da profissão. Aduziu-se que 
o sigilo do advogado não existe para protegê-lo quando cometa crime, mas proteger seu cliente, que tem 
direito à ampla defesa, não sendo admissível que a inviolabilidade transforme o escritório no único reduto 
inexpugnável de criminalidade. Enfatizou-se que os interesses e valores jurídicos, que não têm caráter 
absoluto, representados pela inviolabilidade do domicílio e pelo poder-dever de punir do Estado, devem 
ser ponderados e conciliados à luz da proporcionalidade quando em conflito prático segundo os princípios 
da concordância. Não obstante a equiparação legal da oficina de trabalho com o domicílio, julgou-se ser 
preciso recompor a ratio constitucional e indagar, para efeito de colisão e aplicação do princípio da 
concordância prática, qual o direito, interesse ou valor jurídico tutelado por essa previsão. Tendo em vista 
ser tal previsão tendente à tutela da intimidade, da privatividade e da dignidade da pessoa humana, 
considerou-se ser, no mínimo, duvidosa, a equiparação entre escritório vazio com domicílio stricto sensu, 
que pressupõe a presença de pessoas que o habitem. De toda forma, concluiu-se que as medidas 
determinadas foram de todo lícitas por encontrarem suporte normativo explícito e guardarem precisa 
justificação lógico-jurídico constitucional, já que a restrição conseqüente não aniquilou o núcleo do direito 
fundamental e está, segundo os enunciados em que desdobra o princípio da proporcionalidade, amparada 
na necessidade da promoção de fins legítimos de ordem pública.” (Inq 2.424-QO-QO, Rel. Min. Cezar 
Peluso, julgamento em 19 e 20-11-08, Plenário, Informativo 529) 
 
"Fiscalização tributária. Apreensão de livros contábeis e documentos fiscais realizada, em escritório de 
contabilidade, por agentes fazendários e policiais federais, sem mandado judicial. Inadmissibilidade. 
Espaço privado, Não aberto ao público, Sujeito à proteção constitucional da Inviolabilidade domiciliar (CF, 
art. 5º, XI). Subsunção ao conceito normativo de ‘casa’. Necessidade de ordem judicial. Administração 
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pública e fiscalização tributária. Dever de observância, por parte de seus órgãos e agentes, dos limites 
jurídicos impostos pela constituição e pelas leis da República. Impossibilidade de utilização, pelo 
Ministério Público, deprova obtida com transgressão à garantia de inviolabilidade domiciliar. Prova ilícita. 
Inidoneidade jurídica (...)(HC 93.050, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-6-08, 2ª Turma, DJE de 
1º-8-08.) 
 
"Para os fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5º, XI, da Constituição da República, o conceito 
normativo de ‘casa’ revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer compartimento privado não aberto 
ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade (CP, art. 150, § 4º, III), compreende, observada 
essa específica limitação espacial (área interna não acessível ao público), os escritórios profissionais, 
inclusive os de contabilidade, ‘embora sem conexão com a casa de moradia propriamente dita’ (Nelson 
Hungria). Doutrina. Precedentes. Sem que ocorra qualquer das situações excepcionais taxativamente 
previstas no texto constitucional (art. 5º, XI), nenhum agente público, ainda que vinculado à administração 
tributária do Estado, poderá, contra a vontade de quem de direito (invito domino), ingressar, durante o dia, 
sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade 
profissional, sob pena de a prova resultante da diligência de busca e apreensão assim executada sobre a 
garantia constitucional da inviolabilidade domiciliar, ainda que se cuide de atividade exercida pelo Poder 
Público em sede de reputar-se inadmissível, porque impregnada de ilicitude material. Doutrina. 
Precedentes específicos, em tema de fiscalização tributária, a propósito de escritórios de contabilidade 
(STF). O atributo da auto-executoriedade dos atos administrativos, que traduz expressão concretizadora 
do privilège du preálable, não prevalece fiscalização tributária. Doutrina. Precedentes." (HC 82.788, Rel. 
Min. Celso de Mello, julgamento em 12-4-05, 2ª Turma, DJ de 2-6-06) 
 
"Para os fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5º, XI, da Constituição da República, o conceito 
normativo de ‘casa’ revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer aposento de habitação coletiva, 
desde que ocupado (CP, art. 150, § 4º, II), compreende, observada essa específica limitação espacial, os 
quartos de hotel. Doutrina. Precedentes. Sem que ocorra qualquer das situações excepcionais 
taxativamente previstas no texto constitucional (art. 5º, XI), nenhum agente público poderá, contra a 
vontade de quem de direito (invito domino), ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em aposento 
ocupado de habitação coletiva, sob pena de a prova resultante dessa diligência de busca e apreensão 
reputar-se inadmissível, porque impregnada de ilicitude originária. Doutrina. Precedentes (STF)." (RHC 
90.376, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 3-4-07, 2ª Turma, DJ de 18-5-07) 
 
 “Cuidando-se de crime de natureza permanente, a prisão do traficante, em sua residência, durante o 
período noturno, não constitui prova ilícita.” (HC 84.772, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 19-10-04, 
2ª Turma, DJ de 12-11-04). No mesmo sentido: HC 70.909, Rel. Min. Paulo Brossard, julgamento em 11-
10-94, Plenário, DJ de 25-11-94. 
 
 
ART. 5º, XII – INVIOLABILIDADE DA CORRESPONDÊNCIA E 
DAS COMUNICAÇÕES 
 
 
INTERECEPTAÇÃO TELEFÔNICA 
 
“Interceptação telefônica. Prova ilícita. Autorização judicial deferida anteriormente à Lei n. 9.296/96, que 
regulamentou o inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal. Nulidade da ação penal, por fundar-se 
exclusivamente em conversas obtidas mediante quebra dos sigilos telefônicos dos pacientes.” (HC 
81.154, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 2-10-01, 2ª Turma, DJ de 19-12-01). No mesmo 
sentido: HC 74.116, Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 5-11-96, 2ª Turma, DJ de 14-3-97. 
 
 
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“Escuta gravada da comunicação telefônica com terceiro, que conteria evidência de quadrilha que 
integrariam: ilicitude, nas circunstâncias, com relação a ambos os interlocutores. A hipótese não configura 
a gravação da conversa telefônica própria por um dos interlocutores — cujo uso como prova o STF, em 
dadas circunstâncias, tem julgado lícito — mas, sim, escuta e gravação por terceiro de comunicação 
telefônica alheia, ainda que com a ciência ou mesmo a cooperação de um dos interlocutores: essa última, 
dada a intervenção de terceiro, se compreende no âmbito da garantia constitucional do sigilo das 
comunicações telefônicas e o seu registro só se admitirá como prova, se realizada mediante prévia e 
regular autorização judicial. A prova obtida mediante a escuta gravada por terceiro de conversa telefônica 
alheia é patentemente ilícita em relação ao interlocutor insciente da intromissão indevida, não importando 
o conteúdo do diálogo assim captado. A ilicitude da escuta e gravação não autorizadas de conversa alheia 
não aproveita, em princípio, ao interlocutor que, ciente, haja aquiescido na operação; aproveita-lhe, no 
entanto, se, ilegalmente preso na ocasião, o seu aparente assentimento na empreitada policial, ainda que 
existente, não seria válido. A extensão ao interlocutor ciente da exclusão processual do registro da escuta 
telefônica clandestina — ainda quando livre o seu assentimento nela — em princípio, parece inevitável, se 
a participação de ambos os interlocutores no fato probando for incindível ou mesmo necessária à 
composição do tipo criminal cogitado, qual, na espécie, o de quadrilha.” (HC 80.949, Rel. Min. Sepúlveda 
Pertence, julgamento em 30-10-01, 1ª Turma, DJ de 14-12-01) 
 
“Alegação de ofensa ao artigo 5°, XII, LIV e LVI, da Constituição Federal. Recurso extraordinário que 
afirma a existência de interceptação telefônica ilícita porque efetivada por terceiros. Conversa gravada por 
um dos interlocutores. Precedentes do STF. Agravo regimental improvido. Alegação de existência de 
prova ilícita, porquanto a interceptação telefônica teria sido realizada sem autorização judicial. Não há 
interceptação telefônica quando a conversa é gravada por um dos interlocutores, ainda que com a ajuda 
de um repórter.” (RE 453.562-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-9-08, 2ª Turma, DJE de 
28-11-08) 
 
"Habeas corpus. Prova. Licitude. Gravação de telefonema por interlocutor. É lícita a gravação de conversa 
telefônica feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro, quando há 
investida criminosa deste último. É inconsistente e fere o senso comum falar-se em violação do direito à 
privacidade quando interlocutor grava diálogo com seqüestradores, estelionatários ou qualquer tipo de 
chantagista. Ordem indeferida." (HC 75.338, Rel. Min. Nelson Jobim, julgamento em 11-3-98, Plenário, DJ 
de 25-9-98) 
 
INTERECEPTAÇÃO DE CORREPONDÊNCIAS 
 
“A administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional 
ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a norma 
inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84, proceder à interceptação da correspondência 
remetida pelos sentenciados, eis que a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode 
constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.” (HC 70.814, Rel. Min. Celso de Mello, 
julgamento em 1º-3-94, 1ª Turma, DJ de 24-6-94) 
 
PROVA EMPRESTADA 
 
"Prova emprestada. Penal. Interceptação telefônica. Escuta ambiental. Autorização judicial e produção 
para fim de investigação criminal. Suspeita de delitos cometidos por autoridades e agentes públicos. 
Dados obtidos em inquérito policial. Uso em procedimento administrativo disciplinar, contra outros 
servidores, cujos eventuais ilícitos administrativos teriam despontado à colheira dessa prova. 
Admissibilidade. Resposta afirmativa a questão de ordem. Inteligência do art. 5º, inc. XII,da CF, e do art. 
1º da Lei federal n. 9.296/96. Precedente. Voto vencido. Dados obtidos em interceptação de 
comunicações telefônicas e em escutas ambientais, judicialmente autorizadas para produção de prova em 
investigação criminal ou em instrução processual penal, podem ser usados em procedimento 
administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou 
contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova ." (Inq 2.424-
QO-QO, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 20-6-07, Plenário, DJ de 24-8-07). No mesmo sentido: Inq 
2.424-QO, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 25-4-07, Plenário, DJ de 24-8-07.

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