Buscar

MTP 02 - abordagem a pessoas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 131 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 131 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 131 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL Nº 3.04.02/2020-CG 
MTP 02 
 
ABORDAGEM A PESSOAS 
 
 
 
BELO HORIZONTE - MG 
2020 
 
 
 
MANUAL TÉCNICO PROFISSIONAL 
 Nº 3.04.02/2020-CG 
 
 
 
 
 
 
Abordagem a Pessoas 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE – MG 
2020
 
 
 
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG). 
Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG. 
Circulação restrita. 
 
M663m 
 
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Manual Técnico-
Profissional Nº 3.04.02/2020: Abordagem a pessoas / Comando-Geral. 
Belo Horizonte: Assessoria Estratégica de Emprego Operacional (PM3). -
- 2020. 
 
128 p. 
 
1. Apresentação. 2. Técnica e Tática Policial Básica. 3. Abordagem a 
pessoas. 4. Busca Pessoal e Uso de Algemas. 5. Procedimentos Policiais 
Específicos. 6. Abordagem às vítimas. 7. Local de Crime. 
 
 CDD - 353.3 
 CDU - 351.75(815.1) 
 
Bibliotecária responsável: Tatiane Krempser Gandra – CRB 6/2963 
 
ADMINISTRAÇÃO 
Comando-Geral da Polícia Militar 
Quartel do Comando-Geral da PMMG 
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas, 
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde 
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900 
 
SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO 
Assessoria Estratégica de Emprego Operacional – PM3 
Quartel do Comando-Geral da PMMG 
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas, 
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde 
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900 
e-mail: pm3@pmmg.mg.gov.br. 
 
 
 
GOVERNADOR DO ESTADO 
ROMEU ZEMA NETO 
 
COMANDANTE-GERAL DA PMMG 
CEL PM RODRIGO SOUSA RODRIGUES 
 
CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA PMMG 
CEL PM EDUARDO FELISBERTO ALVES 
 
CHEFE DO GABINETE MILITAR DO GOVERNADOR 
CEL PM OSVALDO DE SOUZA MARQUES 
 
CHEFE DA ASSESSORIA ESTRATÉGICA DE EMPREGO OPERACIONAL 
 TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS 
 
COLABORADORES 1ª EDIÇÃO (2010) 
CEL PM FÁBIO MANHÃES XAVIER 
CEL PM ANTÔNIO LEANDRO BETTONI DA SILVA 
TEN CEL PM MARCELO VLADIMIR CORRÊA 
MAJ PM ALFREDO JOSÉ ALVES VELOSO 
MAJ PM WÁGNER EUSTÁQUIO DA SILVA ALMEIDA 
MAJ PM EDUARDO DOMINGUES BARBOSA 
MAJ PM EDUARDO FELISBERTO ALVES 
MAJ PM ÉDSON GONÇALVES 
CAP PM ARNALDO AFFONSO 
CAP PM MARCO AURÉLIO ZANCANELA DO CARMO 
CAP QOS FABRÍZIA LOPES BRANDÃO PEREIRA 
CAP PM RODOLFO CÉSAR MOROTTI FERNANDES 
CAP PM RENATO SALGADO CINTRA GIL 
CAP PM WANDERSON GARCIA COSTA NEVES 
1º TEN PM ÉDSON H. RABELLO DE S. MENDES 
1º TEN PM RODRIGO SALDANHA 
1º TEN PM MOLISE Z. FONSECA DE SOUZA 
1º TEN PM LUCIANA DO CARMO S. NOMINATO 
2º TEN PM ANDERSON PEREIRA DE SOUSA 
2º TEN PM RICARDO PEREIRA DE ARAUJO GOMES 
 
 
 
1º SGT PM ANTÔNIO GERALDO ALVES SIQUEIRA 
2º SGT PM RINALDO ARAÚJO MARÇAL 
3º SGT PM RICARDO MARTINS LOPES 
3º SGT PM MÁRCIA DANIELA BANDEIRA SILVA 
3º SGT PM NADJA ALVES DE SOUSA 
3º SGT PM EDNA MÁRCIA COSTA MENDONÇA 
CB PM ELIAS SABINO SOARES 
SD PM LEONARDO GIORI DE OLIVEIRA 
SD PM ALINE VANESSA ALVES 
PROFº. HUGO DE MOURA 
PROFª. MARIA SÍLVIA SANTOS FIÚZA 
PEDAGª. ISABEL CRISTINA DE P. MOREIRA NAZARETH 
ASS. JURÍDICA MARIA AMÉLIA PEREIRA 
 
COLABORADORES 2ª EDIÇÃO (2013) 
TEN-CEL PM SÍLVIO JOSÉ DE SOUSA FILHO 
MAJ PM EUGÊNIO PASCOAL DA CUNHA VALADARES 
MAJ PM CLEVERSON NATAL DE OLIVEIRA 
CAP PM RICARDO LUIZ AMORIM GONTIJO FOUREAUX 
1º TEN PM HELIVELTON SALVADOR SANTANA 
SUBTEN PM ANTÔNIO GERALDO ALVES SIQUEIRA 
2º SGT PM DANILO TEIXEIRA ALCÂNTARA 
2º SGT PM LUIZ HENRIQUE DE MORAES FIRMINO 
CB PM ELIAS SABINO SOARES 
 
COLABORADORES 3ª EDIÇÃO (2020) 
REDAÇÃO 
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS 
TEN CEL PM RODRIGO SALDANHA 
TEN CEL PM SANDRO ALEX CANUTO GONÇALVES 
MAJ PM WELVISSON GOMES BRANDÃO 
CAP PM IRAN MARTINS DE OLIVEIRA 
1º TEN PM PABLO SÉRGIO DE SOUZA CORREA 
1º TEN PM CLÁUDIO JOSÉ VIRGÍLIO 
1º TEN PM BRUNO DINIZ CAMPOS 
1º SGT PM DANILO TEIXEIRA ALCÂNTARA 
 
 
 
1º SGT PM SANDRO GONÇALVES MAIA 
1º SGT PM CÉSAR AUGUSTO VILAÇA JÚNIOR 
2º SGT PM DANIEL CORDEIRO RODRIGUES 
 
FOTOGRAFIAS 
CAP PM IRAN MARTINS DE OLIVEIRA 
1º TEN PM CLÁUDIO JOSÉ VIRGÍLIO 
1º SGT PM DANILO TEIXEIRA ALCÂNTARA 
 
REVISÃO DOUTRINÁRIA 
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS 
1º TEN PM BRUNO DINIZ CAMPOS 
3º SGT PM DANIELLE SUELI VENTURA 
 
REVISÃO FINAL 
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
APH - Atendimento Pré-Hospitalar 
BO - Boletim de Ocorrência 
CEMG - Constituição do Estado de Minas Gerais 
CF/88 - Constituição Federal de 1988 
CG - Comando-Geral/ Comandante-Geral 
COPOM - Centro de Operações Policiais Militares 
CP - Código Penal 
CPP - Código de Processo Penal 
CPPM - Código de Processo Penal Militar 
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente 
FBI - Federal Bureau of Investigation 
HT - Hand -Talk 
IMPO - Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo 
LC - Lei Complementar 
LGBTI - Lésbica, Gay, Bissexual, Travesti, Transexual e Intersexual 
MG - Minas Gerais 
MTP - Manual Técnico-Profissional 
NAVCV - Núcleo de Atendimento às Vítimas de Crimes Violentos 
ONU - Organização das Nações Unidas 
PM - Polícia/Policial Militar 
PM3 - Assessoria Estratégica de Emprego Operacional 
PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais 
PNPR - Política Nacional para a População em Situação de Rua 
REDS - Registro de Eventos de Defesa Social 
ROCCA - Rondas Ostensivas com Cães 
SAMU - Serviço de Atendimento Médico de Urgência 
SOF - Sala de Operações da Fração 
SOU - Sala de Operações da Unidade 
STJ - Superior Tribunal de Justiça 
TAT - Tática de Aproximação Triangular 
TRF - Tribunal Regional Federal 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS E QUADROS 
 
Figura 1 - Coberta (na perspectiva do policial militar e do abordado) .................................. 17 
Figura 2 - Abrigo (na perspectiva do policial militar e do abordado) ................................... 17 
Figura 3 - Primeiro processo de rastejo (arma de porte) e (arma portátil). .......................... 19 
Figura 4 - Segundo processo de Rastejo (arma de porte) e (arma portátil) ........................ 20 
Figura 5 - Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima) .................................................... 21 
Figura 6 - Uso de Escudo Balístico na posição de Segurança Máxima ............................... 22 
Figura 7 - Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima com arma à frente do visor) ......... 22 
Figura 8 - Uso de Escudo Balístico (Segurança Máxima com arma à frente do visor) ......... 23 
Figura 9 - Comunicação por gestos .................................................................................... 25 
Figura 10 - Posição 1 de uso da lanterna ............................................................................ 27 
Figura 11 - Posição 2 de uso da lanterna e suas variações ................................................ 28 
Figura 12 - Posição 3 de uso da lanterna e suas variações ................................................ 29 
Figura 13 – Tomada de ângulo ou “fatiamento” ................................................................... 31 
Figura 14 - Olhada rápida ................................................................................................... 31 
Figura 15 - Uso da técnica de reflexão da imagem ............................................................. 32 
Figura 16 - Ângulos de aproximação ................................................................................... 35 
Figura 17 - Postura Aberta .................................................................................................. 36 
Figura 18 - Postura de Prontidão ........................................................................................ 37 
Figura 19 - Postura Defensiva com mãos abertas e fechadas (postura de guarda) ............ 38 
Figura 20 - Tática de Aproximação Triangular (Posicionamento inicial) .............................. 41Figura 21 - Delimitação de áreas para o teatro operacional ................................................ 42 
Figura 22 - Esquema tático com 3 (três) policiais militares e 3 (três) abordados ................. 44 
Figura 23 - Composição da patrulha com seis policiais militares ......................................... 47 
Figura 24 - Postura Combate .............................................................................................. 50 
Figura 25 - Postura Torre .................................................................................................... 50 
Figura 26 - Postura Tática Siamesa Sequencia L, T e Y ..................................................... 51 
Figura 27 - Postura Hi-Low ................................................................................................. 51 
Figura 28- Avaliação em X .................................................................................................. 54 
Figura 29 - Técnicas para Extricação (Arrasto) ................................................................... 55 
Figura 30 - Técnicas para transporte de ferido .................................................................... 55 
Figura 31 - Posicionamento 1: Dispositivo autoguardado com 2 (dois) policiais sem anteparo
 ............................................................................................................................................ 57 
Figura 32 - Posicionamento 2: Dispositivo autoguardado com 2 (dois) policiais militares sem 
anteparo .............................................................................................................................. 57 
Figura 33 - Posicionamento do dispositivo autoguardado com 2 (dois) policiais militares com 
anteparo .............................................................................................................................. 58 
Figura 34 - Posicionamento do dispositivo autoguardado com 3 (três) policiais militares sem 
anteparo .............................................................................................................................. 58 
Figura 35 - Posicionamento do dispositivo autoguardado com 3 (três) policias militares com 
anteparo .............................................................................................................................. 59 
Figura 36 - Posicionamento do dispositivo autoguardado com 4 (quatro) policiais militares 
sem anteparo (em círculo) ................................................................................................... 60 
Figura 37 - Posicionamento do dispositivo autoguardado com 4 (quatro) policiais militares 
sem anteparo (em linha) ..................................................................................................... 60 
Figura 38 - Posicionamento do dispositivo autoguardado com 4 (quatro) policiais militares 
com anteparo ....................................................................................................................... 61 
Figura 39 - Posicionamento do dispositivo autoguardado com 5 (cinco) policias militares sem 
anteparo (em círculo) ........................................................................................................... 61 
Figura 40 - Posicionamento do dispositivo autoguardado com 5 (cinco) policiais militares sem 
anteparo (em linha) .............................................................................................................. 62 
Figura 41 - Posicionamento do dispositivo autoguardado com 6 (seis) policiais militares sem 
anteparo .............................................................................................................................. 62 
 
 
 
Figura 42 - Posicionamento do dispositivo para reunião da patrulha ................................... 63 
Figura 43 - Formação para deslocamento da Patrulha de eventos ..................................... 64 
Figura 44 - Posicionamento do dispositivo para abordagem sem anteparo com 
envelopamento .................................................................................................................... 65 
Figura 45 - Posicionamento do dispositivo para condução .................................................. 66 
Figura 46 - Busca minuciosa na posição de contenção em pé, sem apoio. ......................... 78 
Figura 47 - Busca minuciosa na posição de contenção em pé, com apoio. ......................... 79 
Figura 48 - Busca minuciosa na posição de contenção ajoelhado ...................................... 81 
Figura 49 - Busca minuciosa na posição de contenção 4 .................................................... 82 
Figura 50 - Sequência de ações de localização de arma durante busca pessoal ................ 85 
Figura 51 - Sistema de trava das algemas. ......................................................................... 88 
Figura 52 - Delimitação dos perímetros do local. .............................................................. 124 
Figura 53 - Relacionamento com a imprensa .................................................................... 126 
 
 
 
Quadro 1 - Formação Básica de uma Patrulha com 6 (seis) Policiais Militares ................... 46 
Quadro 2 - Situação de patrulha composta por 6 (seis) policiais militares – Ponta 1 ferido . 56 
Quadro 3 - Sugestões de justificativas e informações complementares quanto ao uso de 
algemas ............................................................................................................................... 87 
Quadro 4 - Procedimentos policiais em ocorrências envolvendo autoridades ..................... 95 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 12 
2 TÉCNICA E TÁTICA POLICIAL BÁSICA .................................................................................. 15 
2.1 Deslocamentos táticos ............................................................................................................. 16 
2.1.1 Uso de cobertas e abrigos ...................................................................................................... 16 
2.1.2 Tipos de deslocamentos a pé ................................................................................................. 18 
2.1.3 Deslocamentos por rastejo ..................................................................................................... 19 
2.1.4 Técnicas de uso do escudo balístico .................................................................................... 20 
2.2 Disciplina de luz e som ............................................................................................................ 23 
2.3 Comunicação por gestos ........................................................................................................ 24 
2.4 Técnicas de uso de lanterna ................................................................................................... 26 
2.6 Transposição de obstáculos .................................................................................................. 33 
2.7 Ângulos de aproximação ......................................................................................................... 35 
2.8 Posturas de abordagem com as mãos livres ..................................................................... 35 
2.9 Posições de emprego de arma de fogo ............................................................................... 39 
2.10 Tática de Aproximação Triangular (TAT) .......................................................................... 40 
2.11 Patrulha Policial-Militar .......................................................................................................... 45 
2.11.1 Tipos de Patrulha Policial-Militar .......................................................................................... 45 
2.11.2 Funções básicas dos integrantes da patrulha ...................................................................45 
2.11.3 Tipos deslocamentos da patrulha ........................................................................................ 48 
2.11.4 Posturas Táticas ..................................................................................................................... 49 
Fonte: Elaborado pelo autor. ............................................................................................................ 56 
2.11.6 Patrulha de eventos ............................................................................................................... 56 
2.11.7 Patrulha em área de matas .................................................................................................. 66 
3 ABORDAGEM A PESSOAS ........................................................................................................ 69 
3.1 Níveis da abordagem a pessoas ............................................................................................ 70 
3.1.1 Abordagem a pessoas aparentemente desarmadas .......................................................... 70 
3.1.3 Abordagem a pessoas portando arma de fogo ................................................................... 71 
3.2 Supremacia de força na abordagem a pessoas ................................................................ 71 
4 BUSCA PESSOAL E USO DE ALGEMAS ................................................................................ 73 
4.1 Busca pessoal ............................................................................................................................ 73 
4.1.1 Aspectos legais da busca pessoal ......................................................................................... 74 
4.1.2 Tipos de busca pessoal ........................................................................................................... 76 
4.1.3 Arma de fogo localizada durante a busca ............................................................................ 83 
Fonte: Elaborado pelo autor. ............................................................................................................ 85 
4.2 Uso de algemas .......................................................................................................................... 85 
4.2.1 Aspectos legais do uso de algemas ...................................................................................... 85 
 
 
 
4.2.2 Recomendações gerais sobre o uso de algemas ............................................................... 88 
5 PROCEDIMENTOS POLICIAIS ESPECÍFICOS ....................................................................... 90 
5.1 Procedimentos policiais em ocorrências envolvendo autoridades ............................. 90 
5.1.1 Membros do Poder Executivo ................................................................................................ 90 
5.1.2 Membros do Poder Legislativo ............................................................................................... 92 
5.1.3 Membros do Poder Judiciário ................................................................................................. 92 
5.1.4 Membros do Ministério Público .............................................................................................. 93 
5.1.5 Membros de Órgãos Policiais ................................................................................................. 93 
5.1.6 Membros das Forças Armadas .............................................................................................. 94 
5.1.7 Membros da Advocacia ........................................................................................................... 94 
5.1.8 Outras Instituições .................................................................................................................... 94 
5.2 Abordagens policiais a grupos vulneráveis ....................................................................... 96 
5.2.1 Atuação policial na abordagem a mulher ............................................................................. 96 
5.2.2 Atuação policial na abordagem a crianças e adolescentes ............................................... 98 
5.2.3 Atuação policial na abordagem a diversidade sexual ......................................................... 99 
5.2.4 Atuação policial na abordagem a pessoas com deficiência ............................................ 101 
5.2.5 Atuação policial na abordagem à pessoa idosa ................................................................ 105 
5.2.6 Atuação policial na abordagem a população em situação de rua .................................. 106 
5.3 Atuação policial frente às minorias .................................................................................... 108 
5.4 Atuação policial na abordagem a pessoas em surto de drogas ................................. 110 
6 ABORDAGEM A VÍTIMAS.......................................................................................................... 113 
6.1 Procedimentos com vítimas em locais de ocorrência ................................................... 114 
7 LOCAL DE CRIME ....................................................................................................................... 119 
7.1 Classificação do local de crime e conceitos correlatos ............................................... 119 
7.1.1 Consoante à natureza: .......................................................................................................... 119 
7.1.2 Consoante ao lugar do fato:.................................................................................................. 119 
7.1.3 Consoante ao exame ............................................................................................................. 120 
7.2 Prova ........................................................................................................................................... 120 
7.3 Procedimentos no local de crime ........................................................................................ 122 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 127 
 
 
12 
 
MANUAL TÉCNICO PROFISSIONAL Nº 3.04.02/2020 - CG 
 
Abordagem a pessoas. 
 
1 APRESENTAÇÃO 
 
O Manual Técnico-Profissional Nº 3.04.02 (MTP 02) – Abordagem a Pessoas está em 
conformidade com a legislação brasileira e com as normas internacionais de Direitos 
Humanos, oriundas das Organização das Nações Unidas (ONU), as quais são aplicadas à 
função policial. 
 
Este documento tem como referência os fundamentos da abordagem policial do Manual 
Técnico-Profissional Nº 3.04.01 (MTP 01) – Intervenção Policial, Processo de 
Comunicação e Uso da Força e trata da aplicação da técnica e tática policial à atividade-fim. 
 
A construção das técnicas e táticas descritas neste Manual é fruto de experiências positivas 
vivenciadas no cotidiano operacional, de pesquisa e da análise de simulações de ações 
policiais em âmbito acadêmico. 
 
Este volume enfatizará a abordagem a pessoas, bem como as ações que devem ser 
realizadas de forma preparatória e posteriores a esta intervenção. Logo, a leitura do MTP 02 
deve, obrigatoriamente, ser precedida da leitura do MTP 01. 
 
A Seção 2 deste Manual é dedicada à apresentação de Técnicas e Táticas Policiais que 
antecederão a abordagem policial, como deslocamentos táticos, uso de equipamentos como 
escudos balísticos e lanternas, técnicas de varredura e de aproximação, bem como posturas 
de abordagem com as mãos livres e posições de emprego de arma de fogo. 
 
A Abordagem Policial é tratada na Seção 3, onde é feita uma exposição transversal com os 
princípios de uso de força e a classificação de risco, estudados no MTP 01. São descritas 
técnicas e táticas de abordagem a pessoas, e traçado um modelo policial de referência para 
as abordagens nos diversos níveisde intervenção. 
 
A abordagem a pessoas envolve um conjunto ordenado de ações policiais para se aproximar 
de um ou mais indivíduos, com o intuito de resolver demandas do policiamento ostensivo. 
Este conceito possui um sentido amplo, ou seja, abrange a todos os cidadãos, não se 
restringindo às pessoas em situação de suspeição. 
 
13 
 
Na Seção 4 são descritos os procedimentos relacionados à Busca Pessoal e Uso de 
Algemas, bem como seu embasamento legal. Essa etapa da intervenção policial será 
realizada desde que haja fundada suspeita em relação à pessoa. 
 
Procedimentos Policiais para o tratamento de públicos específicos (minorias, grupos 
vulneráveis, entre outros) são temas presentes na Seção 5, demonstrando o compromisso 
institucional no alinhamento desta doutrina às normas internacionais de direitos humanos. 
 
No cumprimento da visão institucional da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), de atingir 
excelência na promoção das liberdades e dos direitos fundamentais, este Manual traz na 
Seção 6 um enfoque de atenção do policial militar à Vítima de Crime, tema pouco explorado 
nos documentos normativos das polícias brasileiras e no ordenamento jurídico nacional. 
 
A Seção 7 é dedicada ao procedimento operacional em Locais de Crime, por meio da 
classificação e conceitos dos locais de crime, bem como na descrição de procedimentos 
específicos a serem adotados no local onde ocorreu um delito e a cadeia de custódia de 
vestígios. 
 
Diante desses conhecimentos, o policial militar deve refletir sobre seu papel na sociedade e a 
melhor maneira de executar o seu trabalho. Ele deve se reconhecer como integrante da 
comunidade que exerce um papel diferenciado por sua qualificação profissionalização e 
atributos policiais militares continuamente desenvolvidos a pautar sua conduta operacional. 
 
Assim, o vigor operacional da Corporação, sua força e eficiência devem se mostrar no esforço 
e energia diária desprendidos por todos militares na garantia da lei e da ordem no Estado de 
Minas Gerais. Este exercício profissional deve traduzir-se individualmente em disciplina, 
lealdade, honestidade, espírito de corpo, iniciativa, dedicação, equilíbrio emocional, coragem, 
abnegação, vigor físico, civismo e patriotismo. 
 
Este documento faz parte de um conjunto de Manuais Técnicos-Profissionais denominados 
Prática Policial-Militar Básica, a saber: 
 
a) Manual Técnico-Profissional nº 3.04.01 – Intervenção Policial, Processo de Comunicação 
e Uso da Força (MTP - 01); 
 
b) Manual Técnico-Profissional nº 3.04.02 – Abordagem a Pessoas (MTP - 02); 
 
 
14 
 
c) Manual Técnico-Profissional nº 3.04.03 – Blitz Policial (MTP - 03); 
 
d) Manual Técnico-Profissional nº 3.04.04 – Abordagem a Veículos (MTP - 04); 
 
e) Manual Técnico-Profissional nº 3.04.05 – Escoltas Policiais e Conduções Diversas (MTP - 
05). 
 
 
15 
 
2 TÉCNICA E TÁTICA POLICIAL BÁSICA 
 
Entende-se por técnica policial o conjunto dos métodos e procedimentos utilizados na 
execução da atividade policial. O estabelecimento de técnicas visa alcançar a eficiência, 
segurança e legalidade da atuação policial. 
 
Para cada recurso utilizado no serviço policial, seja humano ou material, existem técnicas pré-
estabelecidas. O emprego correto da técnica exige treinamento permanente, e cabe ao policial 
militar conhecer e empregar as técnicas apresentadas neste caderno. O treinamento policial 
deve estar alinhado com a identidade organizacional e ser realizado de forma contínua, sendo 
o policial militar protagonista neste processo de auto-aprimoramento profissional. 
 
Essas técnicas foram selecionadas e aperfeiçoadas a partir de diversas experiências 
vivenciadas no cotidiano operacional e acadêmico, levando- se em conta a segurança nas 
abordagens, a coerência com os fundamentos legais e éticos presentes nas normas 
internacionais e nacionais de direitos humanos. 
 
Além do domínio das técnicas (como fazer?), outro fator importante para o sucesso das 
intervenções é a disciplina tática. 
 
Entende-se por tática policial a forma de se aplicar com eficácia os recursos técnicos que se 
dispõe, ou de se explorar as condições favoráveis para se atingir os objetivos desejados. 
 
A disciplina tática consiste na obediência de todos os policiais militares, quando atuando em 
grupo, ao exercer suas ações (o que e quando fazer?), no exato local (onde fazer?) definido 
no planejamento de cada atividade. Isso propicia uma melhor coordenação das ações e dos 
procedimentos de cada policial militar na sua respectiva responsabilidade de atuação e, 
consequentemente, aumenta a segurança dos envolvidos. 
 
Para garantir a disciplina tática, todos os policiais militares devem conhecer sua função no 
ambiente de intervenção e conscientizar-se que cada atribuição, por mais simples que pareça, 
é imprescindível para que o caso tenha uma solução satisfatória (por que fazer?) 
 
 
16 
 
2.1 Deslocamentos táticos 
 
Correspondem às movimentações, realizadas por policiais militares, com o objetivo de 
progredir, aproximar e abordar pessoas, adotando técnicas específicas que permitam agir 
com rapidez, surpresa e segurança. A observância desses fundamentos da abordagem 
policial potencializa ações e asseguram que o objetivo proposto seja alcançado com mais 
eficácia. 
 
A seguir, estudaremos as técnicas a serem empregadas nos deslocamentos: 
 
2.1.1 Uso de cobertas e abrigos 
 
Nos deslocamentos táticos, os policiais militares deverão identificar locais no ambiente que 
permitam proteção e ocultação. 
 
A ocultação visa possibilitar que os policiais militares desloquem até o local determinado, 
sem serem vistos pelos suspeitos até o momento da abordagem, ou seja, conseguindo assim 
o fundamento da surpresa. 
 
A proteção visa diminuir o risco do policial militar ser agredido ou alvejado pelo suspeito. 
Portanto, nos deslocamentos, os policiais militares deverão buscar cobertas e abrigos para 
proteção e ocultação. 
 
As cobertas e os abrigos são anteparos existentes na natureza ou produzidos pelo homem, 
encontrados ao longo do deslocamento ou no cenário onde ocorre a intervenção policial, 
sabendo que: 
 
a) as cobertas são usadas como ocultação. Não têm a capacidade de deter projéteis 
disparados contra o militar. Exemplos: portas em madeira, arbustos, fumaça, neblina, um local 
escuro ou outro fator que dificulte a visualização e os movimentos do policial; 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Figura 1 - Coberta (na perspectiva do policial militar e do abordado) 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
b) os abrigos são usados como proteções, e são anteparos que, por suas características 
e dimensões, são capazes de proteger o policial militar contra disparos de arma de fogo e 
arremesso de objetos. Exemplos: postes, muros, paredes, parte frontal de veículos 
(compartimento do motor), caçambas metálicas, tronco de árvores, dentre outros. 
 
Figura 2 - Abrigo (na perspectiva do policial militar e do abordado) 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
18 
 
Para maximizar a proteção nos deslocamentos e nas abordagens, deve-se, sempre que 
possível, conjugar a coberta com o abrigo. 
 
O deslocamento tático em áreas amplas, abertas e sem proteção, podem comprometer a 
segurança do policial militar. Todavia, sendo necessária a movimentação nessas áreas, 
deverá ser realizada de forma rápida com silhueta reduzida ou lenta através dos 
procedimentos de rastejo, se as circunstâncias exigirem, e sempre com a cobertura da equipe. 
 
2.1.2 Tipos de deslocamentos a pé 
 
Existem três tipos principais de deslocamento tático de policiais no processo a pé, variando 
de acordo com o objetivo a ser alcançado: 
 
a) Deslocamento Lento: é o passo com velocidade moderada, que permita ao policial militar 
observar todos os pontos de foco e pontos quentes antes de progredir. O policial militar deverá 
estar de silhuetareduzida, com a arma nas posições de guarda baixa ou guarda alta. Deverá 
ser empregado, preferencialmente, nas intervenções de risco nível II e III, em que há 
necessidade de aproximação mais segura do objetivo a pé, mantendo a ocultação dos 
policiais militares até o momento da abordagem. Exige disciplina de luz e som, que será 
apresentada no item 2.2; 
 
b) Deslocamento Normal: é o passo natural, com compostura, em que o policial militar 
deverá estar no estado de atenção ou de alerta, com a arma localizada no coldre, observando 
o que acontece à sua volta. Este deslocamento, devido ao pouco desgaste físico, permite 
percorrer grandes distâncias e empenho em jornadas prolongadas. Deverá ser empregado 
em rastreamentos e deslocamentos longos até a aproximação mediata do alvo principal da 
intervenção ou durante o policiamento; 
 
c) Deslocamento Rápido: é o passo com velocidade acelerada que permite ao policial militar 
alcançar o objetivo com rapidez. Este tipo de deslocamento deverá ser empregado mediante 
prévia avaliação dos riscos, nos seguintes casos, entre outros: 
 
I - Perseguição de suspeito enquanto estiver à vista. O policial militar deve alterar o tipo de 
deslocamento conforme a avaliação das áreas de risco ou segurança; 
 
19 
 
II - Progressão em áreas amplas, carentes de cobertas e abrigos. Nesses casos, o policial 
militar poderá empregar técnica de deslocamento com mudança brusca de direção 
“ziguezague”; 
III - Intervenções com objetivo de salvar vidas. 
 
2.1.3 Deslocamentos por rastejo 
 
Os deslocamentos de policiais militares por rastejo variam de acordo com o objetivo a ser 
alcançado e a necessidade. Mostraremos a seguir os dois processos que são mais aplicáveis 
à atividade policial militar: 
 
a) Primeiro Processo: o policial militar apoiará seu corpo ao solo em decúbito ventral, 
mantendo seu corpo o mais próximo possível do chão. O PM se locomoverá por meio da 
tração alternada de cotovelos e joelhos, ou seja, o joelho esquerdo move-se junto com o 
cotovelo direito, e vice-versa, de forma sucessiva. Durante o deslocamento, os joelhos 
flexionarão até o limite do quadril. Caso o policial militar esteja portando arma longa, ela 
deverá ser transportada nos braços, perpendicularmente ao corpo, para que não entre 
sujeiras em seu cano. Caso esteja empunhando arma de porte, esta ficará na mão forte, com 
dedo fora do gatilho. 
 
Figura 3 - Primeiro processo de rastejo (arma de porte) e (arma portátil). 
 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
20 
 
b) Segundo Processo: o policial militar apoiará seu corpo ao solo em decúbito ventral. 
Manterá seus cotovelos e antebraços no chão. Flexionará apenas uma perna, e a utilizará 
para impulsionar o corpo para frente, juntamente com a ajuda das mãos e antebraços. Caso 
o policial militar esteja portando arma longa, ela poderá ser conduzida por uma das mãos à 
frente do corpo segura pela bandoleira, cano da arma voltado para frente, elevando o 
armamento o mínimo necessário a cada impulsão. Caso esteja empunhando arma de porte, 
esta ficará na mão forte, com dedo fora do gatilho. Este processo faz com que a movimentação 
seja mais lenta e cansativa em relação ao primeiro, mas melhora as condições de ocultação 
e proteção. 
 
Figura 4 - Segundo processo de Rastejo (arma de porte) e (arma portátil) 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
2.1.4 Técnicas de uso do escudo balístico 
 
Para maior segurança nos deslocamentos, o policial militar poderá, ainda, recorrer ao escudo 
balístico. 
 
O escudo balístico é um equipamento que visa proteger a pessoa que o conduz. Contudo, 
com a técnica adequada, sua capacidade de proteção poderá se estender aos demais 
policiais militares da equipe durante o processo de deslocamento. As progressões utilizando 
 
21 
 
escudos balísticos podem ser feitas de duas formas principais, variando de acordo com o nível 
de segurança: 
 
a) Segurança Mínima: 
O escudo será conduzido pelo primeiro policial militar, na posição de pé. 
Figura 5 - Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima) 
 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
b) Segurança Máxima: 
O escudo será utilizado pelo primeiro policial militar, que deslocará com a silhueta reduzida, 
com o escudo bem próximo ao solo. Em casos de disparo contra a guarnição, ou para 
conceder mais segurança em uma abordagem, o primeiro policial militar interromperá o 
deslocamento e ficará na posição de joelhos (escudo no chão). 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Figura 6 - Uso de Escudo Balístico na posição de Segurança Máxima 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
Em ambos os casos, o armamento será conduzido lateralmente ao escudo, de modo que a 
armação encoste no equipamento e apenas o cano fique exposto. Havendo necessidade 
extrema de disparo, o policial militar levará o armamento para frente do visor do escudo, para 
melhor controle da visada, fazendo a empunhadura lateral. Todavia, o mais recomendado é 
que outro policial militar com melhor posicionamento tático realize os disparos para neutralizar 
o agressor. 
 
Figura 7 - Uso de Escudo Balístico (Segurança Mínima com arma à frente do visor) 
 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
23 
 
 
Figura 8 - Uso de Escudo Balístico (Segurança Máxima com arma à frente do visor) 
 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
2.2 Disciplina de luz e som 
 
A disciplina de luz e som é o conjunto de recomendações que pode ser empregado para 
reduzir ou eliminar a emissão de ruídos e de luminosidade que possam denunciar o 
posicionamento do policial militar. 
 
Para manutenção da disciplina de luz, os policiais militares deverão ocultar o visor do celular, 
caso seja necessário seu uso como instrumento de comunicação. Além disso, jamais acender 
cigarro e evitar expor objetos cromados com capacidade de reflexão de luz direta. Os policiais 
militares deverão fazer o uso da lanterna de acordo com as técnicas de emprego deste 
equipamento, conforme item 2.4. 
 
Simples medidas podem preservar a vantagem tática durante a abordagem. Para manutenção 
da disciplina de som: 
 
a) realizar a auto inspeção (apalpar os bolsos, efetuar pequenos saltos, etc.) antes de iniciar 
o deslocamento, retirando materiais que façam barulho; 
 
 
24 
 
b) manter no modo silencioso ou desligado os telefones celulares, alarmes de relógio e 
similares; 
c) certificar-se de que os metais do cinturão ou de qualquer objeto conduzido estejam 
realmente presos, como as algemas, apitos, tonfa, outros; 
 
d) ajustar o volume do rádio HT ou, quando possível, usar fones de ouvido para comunicação. 
Iniciada a progressão, deve-se observar a presença de objetos espalhados pelo solo (copos 
plásticos, garrafas, folhas secas, outros) que possam provocar ruídos. 
 
2.3 Comunicação por gestos 
 
A comunicação por gestos é uma técnica utilizada nos deslocamentos. Trata-se de 
comunicação não verbal, executada por intermédio de sinais convencionados, que objetivam 
intermediar mensagens entre os policiais militares de forma silenciosa. Propicia a 
aproximação cautelosa e discreta. 
 
Os gestos mais utilizados nas intervenções são os demonstrados na Figura 8. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Figura 9 - Comunicação por gestos 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
26 
 
Além dos gestos apresentados, a equipe poderá convencionar outros, de acordo com a 
necessidade. Para maior efetividade da comunicação, antes da entrada em operação, as 
equipes deverão checar a compreensão dos gestos a serem utilizados. 
 
2.4 Técnicas de uso de lanterna 
 
O olho humano não tem capacidade para se adaptar de forma rápida e efetiva às variações 
da luminosidade dos ambientes. 
 
Ao passar de um ambiente iluminado para um de baixa luminosidade, ou vice-versa,é preciso 
que o policial militar aguarde alguns segundos, para que sua visão se adapte às novas 
condições do ambiente, antes de iniciar o deslocamento. 
 
No cotidiano operacional, o policial militar se depara com ambientes de baixa luminosidade, 
mesmo durante o dia. Nessas circunstâncias, a visão em profundidade e a percepção de 
detalhes ficam prejudicadas e os objetos, em geral, adquirem uma tonalidade cinza ou parda. 
 
A lanterna é um recurso eficaz para ambientes de baixa luminosidade. Suas principais 
utilidades são: 
 
a) iluminação do ambiente; 
b) identificação de pessoas ou objetos; 
c) auxílio na realização da pontaria; 
d) ofuscamento da visão do abordado; 
e) sinalização. 
 
A lanterna deve ser utilizada com acionamentos intermitentes, para que a posição do policial 
militar e dos demais integrantes da equipe não seja denunciada. Além disso, o acionamento 
de lanterna, atrás de outro policial militar deve ser evitado. 
 
Se, durante o deslocamento, o policial militar deparar com um suspeito, poderá focalizar o 
feixe de luz nos olhos do abordado, com o objetivo de ofuscar-lhe a visão, procurando abrigo 
para realização de uma verbalização segura. 
 
A lanterna será conduzida pela mão que não estiver empunhando a arma de fogo e sempre 
acompanhará a direção do cano. Desta forma, o foco de visão do policial militar, o cano da 
sua arma e o feixe de luz deverão estar voltados para a mesma direção. 
 
27 
 
Para a utilização eficiente da lanterna necessário que haja treinamento contínuo, baseado nas 
técnicas previstas neste manual. 
 
Diversas técnicas podem ser empregadas na utilização da lanterna. As técnicas comumente 
utilizadas serão apresentadas a seguir: 
 
a) Posição 1 (Técnica “Harries”): o policial militar coloca a mão que está com a lanterna 
abaixo da mão que segura a arma. As costas das mãos se apoiam para dar estabilidade ao 
conjunto, conforme ilustra a Figura 10. 
 
É importante frisar que, nesta posição, o armamento está em empunhadura simples com 
apoio, o que poderia dificultar uma boa sustentação e estabilidade após o recuo da arma entre 
um disparo e outro. 
 
Figura 10 - Posição 1 de uso da lanterna 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
b) Posição 2 (Técnica “Bolivar”): o policial militar apoiará a lanterna lateralmente na 
armação da arma, segurando-a com o dedo polegar e o indicador. Nessa posição é possível 
a varição “Ayoob”, apropriada para lanternas com botão de acionamento lateral (Figura 11). 
 
Figura 11 - Posição 2 de uso da lanterna e suas variações 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
29 
 
c) Posição 3 (Técnica “FBI”) - Consiste em segurar a arma com uma das mãos 
(empunhadura simples), enquanto a outra mão segura a lanterna, com o braço estendido, 
paralelo ao solo. Em caso de utilização da arma de fogo, a posição não é muito firme e a 
qualidade de tiro deve ser observada, devido a empunhadura ser simples. 
 
Uma variação possível e recomendável para utilização dessa posição é a conjugação com a 
técnica de varredura “Olhada Rápida”, ou seja, o policial militar que estiver segurando a 
lanterna permanece abrigado, enquanto um outro policial, também abrigado, visualiza o 
ambiente numa posição diversa da que se encontra o feixe de luz (abaixo ou acima). 
 
Figura 12 - Posição 3 de uso da lanterna e suas variações 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
 
30 
 
2.5 Técnicas de varredura 
 
A varredura consiste na verificação visual feita pelo policial militar, de um determinado espaço 
físico localizado em uma área de risco. Para realizá-la, os policiais militares poderão utilizar 
três técnicas básicas denominadas: Tomada de Ângulo (“Fatiamento”), Olhada Rápida e 
Reflexão de Imagem. 
 
a) Tomada de ângulo 
 
Conhecida também como fatiamento permite checar o ambiente por segmentos. Seu objetivo 
é propiciar a visualização total ou parcial de uma pessoa ou de um objeto (pés, mãos, roupas, 
armamento, dentre outros), antes que o policial militar seja visto pelo abordado. 
 
A varredura será feita de maneira lenta e gradual, frente a locais com ângulos desconhecidos 
(esquina de becos, portas, corredores, escadas, dentre outros). O policial militar se moverá 
lateralmente, sem a exposição do corpo e sem cruzar as pernas, tendo como referência o 
obstáculo (parede, muro, por exemplo), que lhe servirá de abrigo. 
 
A tomada de ângulo será feita até que se tenha o controle visual total do ambiente ou visualize 
partes do corpo do abordado, momento em que recorrerá à verbalização e às técnicas de 
abordagem. 
 
A técnica deverá ser executada com a arma na Posição 3 ou 4 (guarda-alta ou pronta 
resposta), O policial militar manterá os cotovelos não projetados, para evitar a visualização 
de sua sombra e de peças do fardamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Figura 13 – Tomada de ângulo ou “fatiamento” 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
A verbalização deverá iniciar-se tão logo o policial militar localize um suspeito, procurando 
manter o controle visual. 
 
b) Olhada rápida 
 
Esta técnica tem por objetivo propiciar a visualização instantânea de um suspeito, sem ser 
visto por ele. Para realizá-la, o policial militar deve expor a cabeça lateralmente, observar a 
área de risco, e retornar à posição abrigada, o mais rápido possível. Se a repetição do 
movimento for necessária, o policial militar deverá alternar o ponto de observação. 
 
Figura 14 - Olhada rápida 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
32 
 
Durante sua execução, a arma deverá estar no coldre ou em uma das mãos, devendo o 
policial militar atentar para o controle da direção do cano. 
 
Antes de empregar a técnica, o policial militar deverá ter próximo à sua retaguarda, em 
cobertura, outro policial militar, que deverá estar em pé, com a arma na Posição 2 (guarda-
baixa), sem apontá-la em direção ao executor e expô-lo ao perigo. 
 
Ao avistar a área de risco e identificar o(s) suspeito(s) com a técnica de olhada rápida, o 
policial militar executor sinalizará para os outros policiais militares o número e localização dos 
suspeitos, bem como se estão armados. 
 
Caso tenham supremacia de força, deverão usar, após a olhada rápida, a técnica de tomada 
de ângulo, com o objetivo de se posicionarem seguramente para emprego da verbalização e 
abordagem. 
 
c) Reflexão de imagem 
 
A técnica contribui para aumentar a segurança do policial militar. A varredura será realizada 
com qualquer instrumento que reproduza imagem. Ao conhecer a posição do suspeito, o 
policial militar deverá recorrer à tomada de ângulo a fim de manter o controle sobre os pontos 
de foco e pontos quentes e empregar a verbalização. 
 
Figura 15 - Uso da técnica de reflexão da imagem 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
 
33 
 
Embora apresentadas isoladamente, o policial militar deve dominar as três técnicas descritas, 
para que as utilize segundo a conveniência e a necessidade. Simultaneamente, poderá 
realizar o fatiamento, com olhadas rápidas ou com o recurso reflexão de imagem, aumentando 
ainda mais o seu campo visual. 
 
Posições/posturas adotadas pelo policial na abordagem a pessoas posições/posturas de 
abordagem são técnicas que definem o posicionamento do corpo e da arma do policial militar, 
que o possibilitam aproximar-se e verbalizar com o abordado de maneira segura, 
potencializando sua capacidade de autodefesa e viabilizando o uso diferenciado da força. 
 
As posturas referem-se ao posicionamento corporal do policial militar com as mãos livres, 
enquanto posições referem-se a empunhadura de armas ou equipamentos. 
 
A posição/postura do policial militar durante uma abordagem influencia diretamente noprocesso mental de agressão do abordado retardando a etapa de decisão. Uma atitude 
relapsa transmite despreparo profissional e expõe a segurança do policial militar, enquanto 
outra, demasiadamente rígida ou desrespeitosa, poderia causar indignação. 
 
A posição/postura do policial militar durante a abordagem deve estar diretamente vinculada 
ao risco com o qual ele pode se deparar. Por isso, em toda abordagem, este deve empregar 
a metodologia de avaliação de risco para decidir a melhor técnica a ser utilizada. 
 
Antes de estabelecer as posições/posturas, é necessário definir os ângulos de aproximação 
entre o policial militar e o abordado. A aplicação do conhecimento sobre estes ângulos 
proporcionará maior segurança na abordagem. 
 
2.6 Transposição de obstáculos 
 
Durante a perseguição a uma pessoa que salta um muro, o policial militar nunca deve saltar 
imediatamente atrás, pois a pessoa em fuga pode estar aguardando que ele pule ou se 
exponha para alvejá-lo. Para transpor obstáculos como muros, por exemplo, o policial militar 
necessitará adotar alguns procedimentos, como sugerido a seguir: 
 
 
 
 
 
 
34 
 
a) Transposição individual: 
 
 Antes da transposição, a observação será feita, pelas técnicas de “Olhada Rápida” ou 
“Reflexão de imagem”, se possível, em três pontos distintos, aumentando desta forma a 
segurança daquele que transporá o obstáculo; 
 
 Considerando a altura do obstáculo, o policial militar estenderá o braço até alcançar a parte 
superior do muro, saltando se necessário e, em seguida, puxará o corpo até a altura do 
antebraço, onde completará a última etapa da observação do ambiente; 
 
 Não localizando o suspeito em profundidade (lembre-se de que ele pode ter se escondido 
atrás de objetos ao longo do terreno), a atenção agora deve ser na base do muro. Logo após, 
o policial militar lançará uma das pernas sobre o muro, utilizando-a para tracionar seu corpo 
com a ajuda das mãos, mantendo a sua silhueta mais próxima possível da superfície superior 
do obstáculo e com uma pequena elevação do quadril, projetará a perna de baixo sob a perna 
que se encontra apoiada no muro, projetando-a para o ambiente a ser controlado, e, com isso, 
desprenderá o corpo tocando ao solo com a arma na Posição 3 ou 4; 
 
 Em tais transposições, a arma permanecerá empunhada, exposta o mínimo possível, o 
mesmo acontecendo com a silhueta do policial; 
 
 Localizando a pessoa em fuga, o policial militar manterá o controle visual sobre ele e 
monitorará os pontos quentes, evitando mudanças de posição. Estando em uma posição 
segura (abrigado), sem se expor, deverá ser feita a verbalização. 
 
b) Transposição em dupla, trio ou Patrulha Policial-Militar 
 
 Um dos policiais militares deverá progredir com a arma na Posição 3 ou 4 até a base do 
obstáculo a ser vencido. Em seguida, posicionar-se-á com as costas apoiadas no obstáculo 
e pernas semiflexionadas. 
 
 Após a tomada deste dispositivo referenciado, o próximo componente da equipe progredirá 
até seu companheiro, colocando os pés sobre as coxas ou ombros do primeiro policial 
militar (conforme a altura do obstáculo), adotando a partir desse momento os 
procedimentos descritos para a técnica de transposição individual. 
 
 
35 
 
2.7 Ângulos de aproximação 
 
Nas abordagens e buscas pessoais, os policiais militares deverão atentar pela segurança. 
Para tanto, foram estabelecidos ângulos de aproximação ao abordado, conforme a seguir: 
 
Figura 16 - Ângulos de aproximação 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
O policial militar procurará não se aproximar do espaço compreendido entre os braços do 
abordado, porque poderá ser atingido com maior facilidade em caso de uma possível 
agressão física. 
 
Os demais ângulos descritos acima permitem uma aproximação segura, sendo que o ângulo 
3 oferece maior segurança e o ângulo 1, menor. 
 
Uma aproximação, observando-se os ângulos de segurança, aumenta o tempo do processo 
mental da agressão do abordado. Assim, ele terá que se virar para atingir o policial militar que, 
por sua vez, terá melhor condição de se esquivar. 
 
2.8 Posturas de abordagem com as mãos livres 
 
São técnicas em que o policial militar faz a intervenção sem recorrer a quaisquer armamentos, 
instrumentos ou equipamentos. São estabelecidas para cada nível de risco, orientando a 
distância e a angulação de aproximação, bem como a posição de mãos e braços do policial 
militar. 
 
36 
 
Estando preliminarmente com as mãos livres e visíveis, o policial militar transmitirá ao 
abordado a mensagem de que deseja dialogar ou resolver pacificamente o conflito. 
 
Para todas as posturas a mãos livres, o policial militar deverá adotar a posição de “base”, 
utilizada nas artes marciais, variando-se apenas a posição das mãos e braços. Esta posição 
permite ao policial militar equilíbrio e melhores possibilidades de defesa e contra-ataque. 
Também permite maior proteção da arma de fogo do policial militar, haja vista que os braços 
e pernas mais fortes e, consequentemente, o coldre (geralmente colocado do lado da mão 
mais forte) ficam ligeiramente projetados para a retaguarda. Logo, mais distantes do raio de 
ação do abordado. 
 
a) Postura Aberta 
 
Deverá ser empregada nas intervenções em que o abordado não estiver aparentemente 
portando armas e apresentar comportamento cooperativo. 
 
Figura 17 - Postura Aberta 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
37 
 
Nesta postura, o policial militar se aproximará do abordado, preferencialmente, pela 
angulação 1 e permanecerá a uma distância de aproximadamente 3 (três) metros, o que 
permitirá ao policial militar agir em autodefesa e monitorar os pontos quentes (cabeça, mãos 
e pernas). 
 
Na postura aberta, os braços do policial militar permanecerão naturalmente abaixados, com 
as palmas das mãos voltadas para frente, manifestando gestualmente uma mensagem de 
receptividade. 
 
a) Postura de Prontidão 
 
Deverá ser utilizada nas intervenções em que o abordado não estiver aparentemente portando 
armas e apresentar comportamento de resistência passiva. 
 
Esta postura com um dos braços elevados e mãos abertas permite ao policial militar o 
emprego mais eficiente das técnicas de controle de contato, além de transmitir uma 
mensagem gestual de contenção do conflito, não agressividade e intenção de resolução 
pacífica. 
 
Figura 18 - Postura de Prontidão 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
38 
 
Sempre que o abordado tentar reduzir a distância de segurança, o policial militar deverá 
ordenar que ele pare imediatamente e, concomitantemente, dele se afastará. Esse 
procedimento retardará o tempo decorrente do processo mental da agressão. 
 
b) Postura Defensiva 
 
O policial militar manterá a cabeça ereta na posição natural, com as mãos abertas próximas 
ao rosto, e os cotovelos projetados na linha das costelas, a fim de protegê-las, permanecendo 
assim em melhores condições de emprego das técnicas de controle físico e com maiores 
chances de defesa golpes (resistência ativa com agressão não letal). As mãos permanecerão 
abertas por assim representarem um gesto universal de defesa, as pernas deverão estar 
formando uma base equilibrada, os joelhos semiflexionados e o corpo projetado à frente. 
Todavia, como uma variável da postura defensiva, o policial militar poderá evoluir para a 
postura de guarda com os punhos cerrados, a fim de efetuar um contra-golpe contra o 
infrator. 
 
Figura 19 - Postura Defensiva com mãos abertas e fechadas (postura de guarda) 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
39 
 
Se o policial militar entender que não será possível dominar um abordado com o emprego de 
técnicas de defesa pessoal policial com as mãos livres (controle físico), desde que não exista 
riscoiminente de morte, deverá acionar reforço e avaliar a oportunidade e conveniência para 
empregar Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo (controle com IMPO) ou até mesmo uso 
dissuasivo de arma de fogo. 
 
A adoção de uma postura correta, somada a uma verbalização adequada, poderão levar o 
abordado a cooperar com a abordagem policial, prevenindo uma provável resistência, ainda 
na fase embrionária. 
 
 
 
 
2.9 Posições de emprego de arma de fogo 
 
São técnicas que objetivam garantir a segurança do policial militar e causar impacto 
psicológico no abordado, proporcional ao nível de risco oferecido, de forma dissuasiva. 
 
Existem quatro posições básicas para se utilizar o armamento de porte durante as 
intervenções policiais. 
 
a) Posição 1 - arma localizada 
 
Esta posição pode ser empregada para o policial militar realizar intervenção nível I ou II e em 
deslocamentos longos. 
 
b) Posição 2 - guarda-baixa 
 
Esta posição pode ser empregada para o policial militar realizar intervenção nível II e em 
deslocamentos, pois minimiza o cansaço físico causado pelo peso da arma, proporcionando 
ao policial militar condição para se defender de uma possível agressão, diminuindo o tempo 
de reação. 
 
Ao se deslocar em grupo, o policial militar deverá manter o controle do cano da arma e, em 
hipótese alguma, a apontará na direção dos integrantes do grupamento. 
 
 
ATENÇÃO! Os procedimentos para o emprego de Instrumentos de 
Menor Potencial Ofensivo serão tratados em manual específico. 
 
40 
 
c) Posição 3 - guarda-alta 
 
Esta posição pode ser empregada para o policial militar realizar em regra intervenções níveis 
II e III e em deslocamentos curtos, já que o peso da arma pode gerar um cansaço excessivo. 
 
d) Posição 4 - pronta-resposta 
 
Será empregada nas situações em que exista potencialidade real e imediata de agressão letal 
ou ferimentos graves ao policial militar ou a terceiros. 
 
Ao visualizar um agressor armado, o policial militar apontará rapidamente a arma para a sua 
massa central (tronco) e manterá, ao mesmo tempo, o controle dos pontos quentes. 
 
O policial militar somente deverá acionar a tecla do gatilho após identificar, certificar e decidir 
para agir, ou seja, disparar a arma de fogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.10 Tática de Aproximação Triangular (TAT) 
 
Nesta tática, dois policiais militares e o abordado dispostos de maneira que formem um 
triângulo. É considerada a forma mais segura e eficiente de aproximação policial-militar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEMBRE-SE: Recomenda-se evitar iniciar as abordagens na posição de pronta-
resposta, pois isso limita a alternância dos níveis de força, e ainda acarreta o risco de 
disparo acidental. O policial militar, ao verbalizar com um abordado cooperativo, por 
exemplo, estando ainda com a arma no coldre, disporá de outros níveis de força, sem 
que recorra, necessariamente, ao disparo. 
 
41 
 
Figura 20 - Tática de Aproximação Triangular (Posicionamento inicial) 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
A distância recomendada entre os policiais militares será de aproximadamente 4 (quatro) 
metros, o que dificulta o controle visual simultâneo da ação dos dois policiais militares por 
parte do abordado. A distância dos policiais militares em relação ao suspeito será de 
aproximadamente 3 (três) metros, para proporcionar segurança à guarnição em caso de 
repentina agressão. 
 
A postura ou posição de emprego de arma a ser utilizada pelos policiais militares na realização 
da TAT deverá ser definida pelo policial militar de acordo com o nível de risco e a evolução 
dos fatos durante a intervenção. 
 
A TAT poderá ser empregada em esquemas táticos variados, em função da quantidade e 
comportamento dos abordados e do número de policiais militares, observadas as áreas para 
organização do teatro operacional como se vê na figura a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
Figura 21 - Delimitação de áreas para o teatro operacional 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
A área de contenção corresponde ao espaço de abrangência territorial em que os policiais 
militares manterão monitoramento mais constante, com objetivo de conter os abordados e 
isolar o local de interferência de terceiros. 
 
A área de busca corresponde ao local onde se realizará a busca pessoal e será definida pelos 
policiais militares após análise da área e da avaliação de risco. Se possível, possuirá 
características que privilegiem a segurança tanto dos policiais militares quanto dos abordados. 
 
Assim, uma área de busca ideal deve ter o relevo adequado, se situar fora da área de tráfego 
de veículos e de locais onde os policiais militares não tenham pleno controle no que se refere 
à segurança. 
 
A área de custódia corresponde a um local dentro da área de contenção, com as mesmas 
características da área de busca, definido pela guarnição, onde os demais suspeitos 
aguardam a busca pessoal e outros procedimentos necessários (consulta de dados, 
checagem de objetos, outros). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PM Comandante 
PM Segurança 
PM Verbalizador 
PM Revistador 
 
43 
 
Recomenda-se que estes locais não possuam pontos de escape que permitam uma possível 
evasão dos abordados. 
 
Numa abordagem a pessoas, os policiais militares exercerão as seguintes funções: 
 
 PM Comandante: aquele quem coordena a abordagem; 
 PM Verbalizador: responsável pela comunicação verbal com o abordado; 
 PM Segurança: responsável pela segurança da equipe; 
 PM Revistador: encarregado de revistar o abordado e seus pertences (busca). 
 
Um único policial militar poderá exercer mais de uma função. É importante lembrar que estas 
funções deverão ser previamente definidas pelo comandante da abordagem, a fim de garantir 
a disciplina tática entre os integrantes. O PM Comandante pode exercer as funções de PM 
Verbalizador e PM Segurança. 
 
Para a realização da abordagem de uma ou duas pessoas, a equipe de policiais militares 
adotará as seguintes providências: 
 
 O PM Verbalizador determinará ao abordado todos os procedimentos para a adoção de 
uma das posições de contenção que o policial militar julgar mais adequada. Para tal, o PM 
Verbalizador deverá dar ordens claras e precisas para o abordado até que este adote a 
posição determinada; 
 Havendo mais de um abordado, a equipe fará a busca pessoal em um de cada vez; 
 A equipe cuidará para que não se perca a triangulação necessária. 
 
Para a realização da abordagem a três ou mais pessoas, a equipe de policiais militares 
adotará as seguintes providências: 
 
 Dentre os suspeitos abordados posicionados na área de custódia, o PM Verbalizador 
determinará a um deles que se posicione em local distinto dos demais (área de busca), 
tomando a posição de contenção mais adequada, conforme sua avaliação, para que seja 
procedida a busca pessoal; 
 A pessoa a ser abordada ficará afastada do restante do grupo; 
 
44 
 
 O detalhamento das ações de abordagem a pessoa e busca pessoal será feito nas Seções 
3 e 4, respectivamente; 
 Após a busca pessoal, o abordado terá seus dados anotados para que seja averiguado 
seu prontuário criminal e/ou para registro e pesquisas de qualidade do serviço operacional 
pós-atendimento. Posteriormente, o policial militar informará ao abordado o motivo do 
procedimento e agradecerá a colaboração, caso seja adequado. 
 
Figura 22 - Esquema tático com 3 (três) policiais militares e 3 (três) abordados 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 Caso o cidadão, após terminado o procedimento policial, deseje esperar por outro 
abordado, o PM Verbalizador determinará que ele aguarde fora da área de contenção. 
Entretanto, atenção ainda deverá ser dada a ele, através do monitoramento pelo PM 
Segurança. 
 
As funções policiais poderão variar no decorrer da abordagem, de acordocom o local, número 
de abordados, grau de risco, e de informações obtidas sobre os suspeitos. 
 
 
 
 
ATENÇÃO! Em abordagens com buscas pessoais a grandes 
grupos, mesmo não havendo um número superior de policiais 
militares em relação aos abordados, desde que se mantenha a 
segurança requerida para os militares, poderá ser designado mais 
de um militar para realizar a busca pessoal de forma concomitante. 
 
45 
 
Na Seção 3, serão discutidas técnicas e táticas de abordagem a pessoas e será traçado um 
modelo policial de referência para as ações nos diversos níveis de intervenção. 
 
2.11 Patrulha Policial-Militar 
 
É um grupamento de policiais militares de composição variada que atuará temporariamente, 
sendo empregado no serviço operacional em ambiente urbano ou rural com o objetivo de 
reconhecer, incursionar e resgatar. 
 
No cumprimento de uma missão de patrulha deve-se levar em consideração a necessidade 
de um ponto de reunião próximo ao objetivo, local em que se fará a checagem final de 
equipamentos, armamentos e se fará o último briefing antes da execução da missão. 
 
2.11.1 Tipos de Patrulha Policial-Militar 
 
a) Patrulha de reconhecimento - Tem por finalidade confirmar ou buscar informações, 
denúncias, reconhecimento de áreas ou edificações. 
 
b) Patrulha de incursão - tem por finalidade realizar deslocamentos no interior de aglomerados 
urbanos e em policiamentos diversos. Utiliza das técnicas policiais com objetivo de realizar 
operações, efetuar prisões, cumprir mandados, ocupar determinadas áreas e restaurar a 
ordem ou garantir a lei. 
 
c) Patrulha de resgate - É a Patrulha que utiliza das técnicas policiais a fim de prestar apoio e 
socorro a outras patrulhas PM ou realizar o resgate de policiais feridos. 
 
d) Patrulha de eventos - É, empregada em locais com aglomeração de pessoas. Em razão de 
sua especificidade, será tratada separadamente no subitem 2.11.6. 
 
2.11.2 Funções básicas dos integrantes da patrulha 
 
As patrulhas policiais tem composição variável de acordo com o efetivo e os integrantes 
podem acumular funções. 
 
 
 
 
 
46 
 
O Quadro 1 retrata a composição de uma patrulha com seis policiais militares: 
 
Quadro 1 - Formação Básica de uma Patrulha com 6 (seis) Policiais Militares 
ÁREA DE 
OBSERVAÇÃO 
NOMENCLATURA DA FUNÇÃO ATRIBUIÇÃO 
 
 
Ponta de Vanguarda 1 
ou Ponta 1 
- Primeiro homem a incursionar; 
- Verbalizar. 
 
 
Ponta de Vanguarda 2 
ou Ponta 2 
- Segundo homem a incursionar; 
- Verbalizar; 
- Dar segurança do Ponta 1. 
 
Comandante - Coordenar a equipe. 
 
 
 
Ala 
- Monitorar as partes altas como 
janelas, lajes, etc.; 
- Proteger as laterais da patrulha; 
- Efetuar buscas pessoais; 
- Transportar rádio, bornais, 
escudos, kit de primeiros socorros, 
etc. 
 
 
Ponta de Retaguarda 2 
ou Retaguarda 2 
- Verbalizar; 
- Dar cobertura ao Retaguarda 1. 
 
 
Ponta de Retaguarda 1 
ou Retaguarda 1 
- Verbalizar; 
- Dar segurança à retaguarda da 
equipe. 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
Figura 23 - Composição da patrulha com seis policiais militares 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
Das funções acumuladas, o Ala é quem transporta o que for necessário à execução da 
operação (escudo, rádio HT, bornais, kit emergência ou outro equipamento/armamento que a 
missão demandar), além de realizar buscas pessoais, bem como transporte de feridos. 
 
O Comandante da Patrulha observará os fatores que influenciam na organização e atuação 
da patrulha e juntamente com seu grupo decidirá qual será o deslocamento mais seguro e 
efetivo para a equipe. São os fatores que podem interferir na organização e atuação de 
patrulha: 
 
 Segurança; 
 Objetivo da ação; 
 Formações; 
 
48 
 
 Disciplina de luz e som; 
 Possibilidades de contato; 
 Velocidade de deslocamento; 
 Manutenção da integridade tática; 
 Condições do terreno; 
 Sigilo das operações; 
 Controle da equipe. 
 
2.11.3 Tipos deslocamentos da patrulha 
 
Utiliza-se 3 (três) tipos de deslocamento quando em patrulha, de forma a otimizar, agilizar, 
prevenir e assegurar a integridade física do policial militar: 
 
a) Deslocamento por coluna (“Serpente”): Deslocamento realizado com os policiais com 
formação em coluna a fim de realizar checagem de denúncias e operações em ambiente 
urbano e rural com possibilidade de confronto. A posição ideal para arma é a Posição 2 ou 3 
(risco nível II). 
 
Durante a movimentação da patrulha os policiais militares deverão definir áreas de 
responsabilidade visando a proteção da patrulha contra ameaças que possam surgir dos 
pontos de foco à frente, nas laterais, por cima e à retaguarda. 
 
O objetivo desse tipo de deslocamento é proporcionar maior fluidez da patrulha, diminuindo o 
desgaste físico, possibilitando a manutenção do descolamento por maior tempo e/ou 
distância. 
 
b) Deslocamento em linha: Realizado com os policiais militares com formação em linha a fim 
de dispersar o foco do provável agressor, aumentar a capacidade de resposta à frente 
(disparos de arma de fogo) e ampliar os ângulos de visão da patrulha durante cerco em 
edificações com possibilidade de existirem infratores homiziados e áreas abertas. A posição 
da arma em pronta resposta é a ideal tendo em vista o risco iminente detectado. 
 
c) Tomada ponto a ponto: Deslocamento curto e rápido realizado entre duas posições 
abrigadas ou cobertas em situações onde já está ocorrendo o enfrentamento (risco III). 
 
 
49 
 
Será realizado em um movimento decidido. Antes de iniciar um lanço o policial militar avaliará 
o risco para evitar uma indecisão no decorrer do deslocamento. Para uma decisão firme e 
acertada o PM, ao preparar um lanço, responderá a si as perguntas que se seguem: Para 
onde vou? Como? Por onde? Quando? 
 
O deslocamento é feito sempre com, no máximo, 3 (três) policiais militares por abrigo, de 
acordo com a necessidade de cobertura maior. A posição da arma em guarda alta é a ideal 
para quem provém a cobertura e posição em guarda baixa para o policial militar que efetua o 
lanço. 
 
O deslocamento ponto a ponto é caracterizado pela cobertura ininterrupta do policial militar 
que vai à frente e pelo policial militar que vem logo em seguida assumir o ponto. 
 
Sempre que chegar a cobertura, após ser observado o ambiente pelos dois policiais militares, 
o primeiro efetua o lanço para o próximo ponto ou abrigo e aguarda o deslocamento de sua 
cobertura para poder progredir, sendo todo o tempo coberto pelos companheiros que estão 
abrigados, inclusive após sua chegada no abrigo. 
 
Somente o Retaguarda 2, nos casos em que o efetivo da patrulha permita essa função, que 
antes de deslocar até o Ala, voltará sua frente para a retaguarda da patrulha, abrigará e 
apontará sua arma para o ponto de foco que o Retaguarda 1 guarnece. Feito isto, chamará 
o Retaguarda 1. Este por sua vez, olhará para o Retaguarda 2 preocupando-se 
primeiramente com a direção do cano da arma do Retaguarda 2 e após confirmar esta 
posição, deslocará de frente até o local de abrigo do Retaguarda 2, assumindo este ponto 
voltando sua frente novamente para a retaguarda. Assim que recolher o Retaguarda 1 até 
seu abrigo, o Retaguarda 2 desloca para o próximo ponto. Este recuo do Retaguarda 1 até 
o local onde o Retaguarda 2 está é chamado de Recuo Curto ou Recuo Lento. 
 
Caso o Retaguarda 1 tenha espaço suficiente e seguro para deslocamento, poderá deslocar 
até o Ala e procederá da mesma forma para recolher o Retaguarda 2. Este recuo do 
Retaguarda 1 até o Ala é chamando de recuo longo ou rápido. 
 
2.11.4 Posturas Táticas 
 
São posturas que reforçam o domínio sobre determinados pontos de forma que os policiais 
militares se adaptem para cobrir todas as áreas: 
 
 
50 
 
a) Combate: policial militar de pé, com os pés paralelos, empunhando sua arma na posição 
de guarda alta ou prontaresposta, corpo ligeiramente flexionado para frente, a fim de absorver 
melhor o recuo da arma. 
 
Figura 24 - Postura Combate 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
b) Torre: postura em que um policial militar guarnece um ponto do deslocamento. Consiste na 
colocação do joelho da perna forte apoiado no chão e a perna fraca realiza um apoio em 
90º. Deve-se observar que a perna forte permanece com o pé ereto, apoiando o bico do 
coturno ao solo. Arma estará em guarda alta ou pronta resposta, conforme o caso. 
 
Figura 25 - Postura Torre 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
c) Siamesa: policial militar de pé, estaciona ou desloca ombro a ombro com outro policial 
militar de forma que cada um cubra determinado ponto formando um ângulo que pode ser em 
L, T ou Y de acordo com a direção do cano da arma dos primeiros policiais militares da equipe. 
 
 
51 
 
Figura 26 - Postura Tática Siamesa Sequencia L, T e Y 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
d) Hi-Low: é a soma da Postura de Combate (“Hi”) e da Postura Torre (“Low”). É utilizada 
para cobertura, onde o emprego de um homem naquela postura é insuficiente para responder 
a disparos realizados contra a equipe. O policial militar que realizar a Postura “Hi” deverá 
permanecer nas costas do policial militar que fizer a Postura “Low” e posicionar-se 
paralelamente, oferecendo o apoio das pernas e do tronco para apoio do “Low”, do mesmo 
modo que sua posição deve impossibilitar qualquer ação do “Low” que possa levá-lo a cruzar 
a linha de tiro. 
 
Figura 27 - Postura Hi-Low 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
52 
 
2.11.5 Resgate de feridos 
 
Trata-se de um tópico que merece atenção por se tratar de uma situação que foge à 
normalidade, quando um ou mais policiais militares forem feridos ou incapacitados durante a 
situação de confrontação. 
 
Nessa situação, os procedimentos de Atendimento Pré-Hospitalar Tático (APH Tático)1 ou 
Resgate Tático são medidas que possibilitarão ao policial vitimado manter-se vivo, enquanto 
aguarda o socorro e a extração urgente e com isso aumentam as chances de sucesso da 
equipe médica que receberá o policial. 
 
O Atendimento Pré Hospitalar Tático ou Resgate Tático é conceituado como o 
fornecimento do primeiro atendimento ao policial militar vitimado em ambiente hostil, utilizando 
um conjunto de manobras e procedimentos emergenciais, tendo por objetivos salvar vidas 
que possam ser salvas, prevenir outras perdas de vidas e completar a missão de salvamento. 
Poderá ser realizado na modalidade autossocorro (procedimento realizado pelo próprio 
Policial Militar), ou contar com a presença de outro policial militar, sendo este de sua 
guarnição/patrulha, visando estabilizar a vítima para evacuação até o suporte médico 
avançado. 
Agir com rapidez nessas condições é necessário para evitar que sangramentos conduzam o 
policial a perda da consciência, que pode ocorrer em questão de minutos e, por conseguinte, 
resultar em óbito. 
 
O socorro imediato durante uma confrontação não substitui as ações de outros profissionais 
de saúde. Sua razão de ser se apoia no fato de que não é humanamente possível, tampouco, 
logisticamente viável ter presente uma equipe de profissionais de saúde em todos os locais e 
momentos onde possa ocorrer uma situação crítica, sendo essencial que o primeiro 
atendimento seja o mais precoce possível e de qualidade, melhorando o prognóstico do 
policial militar vitimado. 
 
A aplicação de instrumentos e técnicas de contenção de hemorragias tais como compressão 
direta, bandagem elástica e, se necessário, torniquete previnem a ocorrência de óbitos de 
policiais, se bem realizados. 
 
 
1 Portaria normativa 16, Ministério da Defesa, 12 de Abril de 2018. Aprova a Diretriz de Atendimento Pré-Hospitalar 
Tático do Ministério da Defesa para regular a atuação das classes profissionais, a capacitação, os procedimentos 
envolvidos e as situações previstas para a atividade. 
 
53 
 
Procedimentos básicos: 
 
Se o policial ferido ainda estiver em condições de confronto (consciente e com capacidade de 
locomoção), deve NEUTRALIZAR AMEAÇAS E PROCURAR ABRIGO. Isso significa que ele 
deve efetuar disparo contra o agressor e movimentar-se em segurança, buscando cobertas e 
abrigos, não permanecendo estacionado no local onde foi ferido, pois nessa condição o 
policial caracteriza um alvo para a ameaça ativa. Essa ação pode fazer os policiais militares 
da patrulha deixarem de serem alvos quando tiverem que deslocar até o policial vitimado. 
 
Se possível, o policial militar ferido, estando abrigado, deve realizar o seu autossocorro, por 
meio das seguintes medidas: 
 
 Responder a injusta agressão sofrida pela guarnição policial militar, controlando a situação 
e garantindo a segurança dos militares de sua patrulha, possibilitando a neutralização das 
ameaças imediatas; 
 Estancar sangramentos diversos utilizando o procedimento adequado, como a utilização 
de torniquete, compressão de ferimentos utilizando bandagens, gaze de metro, dentre outros. 
 Fazer a cobertura do companheiro de equipe enquanto é socorrido para controlar possíveis 
ameaças secundárias até sua chegada num local seguro. 
 
Ainda que a equipe tenha neutralizado a ameaça imediata que vitimou o policial militar, é 
extremamente necessário manter a cobertura contra possíveis ameaças secundárias até a 
retirada da patrulha do local. 
 
Relatos de policiais militares que atuaram em intervenções policiais nas quais houve confronto 
indicam que em alguns casos, é possível que em virtude do alto nível de estresse, a liberação 
de adrenalina faça com que não percebam que foram feridos. 
 
Desse modo, ao passar por intervenções com confronto envolvendo arma de fogo, arma 
branca ou impróprias, imediatamente após a neutralização da ameaça, de forma concomitante 
ao acionamento de ajuda, deve ser iniciada uma autoavaliação (em nível visual e tátil) em 
busca de possíveis pontos de sangramento. Proceda a sua “autochecagem” seguindo o 
sentido da cabeça aos pés. 
 
Toque com as mãos e as visualize ao proceder à checagem sequencial de cada parte do 
corpo (cabeça, pescoço, axila, tórax, abdômen, coxas e pernas). O ideal é que seja realizada 
 
54 
 
de uma diagonal corporal à outra, conforme se vê na Figura 28. Esse método é chamado 
“Avaliação em X”. 
 
Se a ação for em suporte a outro policial militar, a verificação também deve seguir a “Avaliação 
em X”. 
 
Figura 28- Avaliação em X 
 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
Com essa ação você terá percorrido obrigatoriamente a região abdominal e torácica no 
mínimo duas vezes em busca de sangramentos ou alterações significativas (como grandes 
deformações ou objetos encravados, por exemplo). Ao localizar pontos de sangramento, 
proceda imediatamente à contenção da hemorragia. 
 
Caso o policial militar ferido, esteja inconsciente, a patrulha, após controlar 
momentaneamente o ambiente hostil, com a devida cobertura de seus integrantes, deverá 
realizar o deslocamento até o ferido, com agilidade e segurança, utilizando de cobertas e 
abrigos fornecidos pelo terreno, realizar sua extricação2 para um local que forneça o mínimo 
de segurança para que seja possível realizar a checagem do nível de consciência do policial 
militar vitimado, se existe algum sangramento massivo e fornecê-lo os primeiros socorros 
ainda no local, visando salvaguardar sua vida e preservar a integridade física dos demais 
integrantes da patrulha. 
 
2 Extricação é um termo muito utilizado em resgate, salvamento e medicina pré-hospitalar em geral. Extricar 
significa: “retirar uma vítima de um local do qual ela não pode, ou não

Continue navegando