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Teorias Comércio Internacional

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Introdução à Economia
Resumo “Teorias do Comércio Internacional” 
[Unidade 6A. Apostila 3. Livio Carvalho]
1. Teorias do Comércio Internacional
Por que 2 países comercializam? Que produtos devem comercializar?
1.1 Vantagem Comparativa (Ricardo, 1817)
Hipótese: uso de apenas um fator de produção (trabalho).
Quando um agente econômico produz algo com maior produtividade que outro, 
dizemos que ele tem VA na produção. Por exemplo, se Pedro tem VA na produção 
de carne e José, na de cereais, seria melhor Pedro se especializar na produção de 
carne e José na produção de cereais e cada um, com a venda de seus produtos, 
compraria outros bens. 
Mas, e se Pedro tivesse VA na produção de ambos os bens? Teria alguma vantagem 
para Pedro especializar-se em algum produto e propor uma parceria com José? Ou, 
já que ele é mais eficiente, não seria melhor para ele continuar produzindo os dois 
bens?
[Quadros pág. 2 e 3]
Para Pedro, o CO de 1 unidade de carne em termos de cereais é 2, ou, o CO de 1 
unidade de cereais em termos de carne é ½.
Para José, o CO de 1 unidade de carne em termos de cereais é 4, ou o CO de 1 
unidade de cereais em termos de carne é ¼.
Pedro tem CO menor que José em carne, mas José tem menor CO que Pedro em 
cereais. Logo, Pedro tem VC na produção de carne e José tem VC na produção de 
cereais.
Ambos terão ganhos no comércio se a relação de troca entre eles se situar entre os 
COs de Pedro e José. Por exemplo, Se José der 3kg de cereais para Pedro em troca 
de 1kg de carne, os dois melhoram de situação: para Pedro produzir 2kg de cereais 
(ganho de 3kg é maior), tem que abrir mão de 1 kg de carne; para João produzir 
1kg de carne, tem que abrir mão de 4kg de cereais (custo de 3kg é menor).
CPC = CPP (sem comércio) ; CPC > CPP (com comércio); [Figura pág. 4]
Possui VC na produção de um bem aquele país que tiver menor custo de 
oportunidade (CO), que é medido pela quantidade de um bem que se deve 
abrir mão para produzir outro bem (custo medido pela alternativa não adotada) . 
O comércio internacional pode ser benéfico para dois países, mesmo quando 
um deles é mais eficiente na produção de todos os bens. Para isso, basta que cada 
país se especialize e exporte os bens para os quais possua VC, aumentando a 
eficiência na alocação de recursos e o número de bens e serviços produzidos 
na economia. [Lista 6A (26, 27, 28a)]
Por que existem VC? Porque diferentes países têm custos diferentes de produção, 
para um mesmo produto. E por que há diferenças de custo? Porque os países 
apresentam diferentes dotações de fatores.
1.2 Dotação de Fatores (Heckscher-Ohlin-Samuelson) 
Hipóteses: existem dois fatores de produção – K e L; os países possuem diferentes 
dotações de fatores; existem produtos que usam intensivamente L (grande qtd de L 
em relação ao K investido) e produtos que usam intensivamente o fator K; há 
concorrência perfeita em todos os setores e o conhec. tecnológico disponível é a 
mesmo entre os países envolvidos no comércio internacional. [Lista 6A (30)]
[Figura pág. 6] Por possuir uma dotação maior de L, o país A tem condições mais 
favoráveis de produzir alimentos, um bem cuja produção em geral usa L 
intensivamente O CO de máquinas em termos de alimentos é elevado. Por outro→ 
lado, B possui maior dotação do fator K e, por isso, tem melhores condições de 
produzir máquinas, um bem cuja produção em geral exige a utilização intensiva do 
fator K o CO de alimentos em termos de máquinas é elevado. Nesse caso, A→ 
tenderá a exportar alimentos e B exportar máquinas. comércio inter-indústrias.→
De acordo com a teoria da dotação de fatores, a explicação para o 
comércio internacional é que os países com abundância relativa de mão de obra 
tenderiam a exportar produtos que usam intensivamente este fator na sua produção, 
enquanto os países com relativa abundância de capital tenderiam a exportar 
produtos que na sua fabricação utilizam intensivamente o fator capital. [Lista 
6A (31)]
Limitações da Teoria de VC
Por que um país produziria um bem para o qual não possui VC na sua produção? 
Razões para um país não se especializar apenas na produção de bens em que tenha 
VC e importar os demais:
Simplificação dos modelos: o conhecimento de técnicas de produção em geral não é 
uniforme entre os países [O conhecimento tecnológico (A) ou a capacidade de gerá-
lo pode ser considerado um fator de produção, cuja dotação difere entre os países, 
assim como ocorre com K e L]. Além disso, recursos naturais (N) não são 
distribuídos igualmente entre os países, influenciando produção e trocas.
Livre comércio x Protecionismo: Países costumam proteger sua produção interna 
(na agricultura, indústria ou serviços) para proteger o nível de emprego nessas 
atividades, mesmo que sejam ineficiente (ou seja, produzam a custos maiores). Para 
uma economia com tarifas protecionistas, ainda que o restante do mundo possa 
oferecer os mesmos produtos (ou substitutos) a preços mais baixos, as tarifas 
alfandegárias elevam os preços dos referidos produtos importados no mercado 
interno, garantindo a proteção às empresas nacionais (cujos produtos não sofrem 
concorrência real) No livre comércio, os produtos importados adentram o país→ 
livres de tarifas. Como as empresas nacionais, em nossa hipótese, são mais 
ineficientes, os preços que praticam são mais altos, o que torna os importados (a 
preço mais baixo porque são mais eficientemente produzidos) mais competitivos. 
Isso força os produtores nacionais a reduzirem seus preços, diminuindo sua 
margem de lucros. As empresas ineficientes, que não forem capazes de competir em 
nível internacional porque apresentam altos custos de produção, podem ir à 
falência, provocando redução do emprego e da renda do trabalho. [Lista 6A (29)]
Custo de transporte e não-comercializáveis. Em alguns casos, devido a distância 
entre os países, o custo de transporte (fretes) pode ser substancial, de modo a tornar 
o preço final dos produtos importados maior que os nacionais, mesmo que sejam 
produzidos sem VC. Isso inviabilizaria a comercialização entre os países. Além 
disso, apesar de grande parcela da renda dos países ser gasta no setor de serviços, a 
maioria deles é não comercializável (conserto de automóvel, serviço de babá ou de 
manicure), de modo que o consumo será feito a partir da produção interna, mesmo 
que esta não apresente VC.
Países têm tamanhos diferentes. Dependendo das preferências de consumo no país 
grande (ex.: China), pode não ser possível ao país menor, mesmo especializando-se 
inteiramente no produto em que tenha VC, fornecer toda a qtd necessária à 
satisfação da demanda por este produto ao país maior.
Ainda assim, a teoria de VC é útil. Empiricamente, foi demostrado que a prevalência 
de VC explica o comércio.
1.3 Ciclo de Vida do Produto (Vernon)
Hipóteses: Concorrência imperfeita e conhecimento tecnológico não está livremente 
disponível.
Países mais desenvolvidos possuem L altamente qualificada e empresas que 
regularmente desenvolvem pesquisas e, por isso, podem lançar continuamente novos 
produtos com alto conhecimento tecnológico incorporado no mercado. poder de→ 
monopólio transitório (na fase inicial) para empresas inovadoras. Com o passar do 
tempo, ocorre processo de imitação desses produtos por outras empresas, diluindo 
o poder de monopólio, de modo que sua produção e/ou exportação pode passar a 
ser feita por países em desenvolvimento (com menor custo de L), Exemplo: China.→
[Figura pág 10] Relação entre X no país A inovador e M do país B em 
desenvolvimento nas fases de introdução do produto no mercado e de maturação. 
 Durante a maturação, o país B inicia a produção, mas ainda não suficiente para→ 
atender totalmente o mercado interno. Na fase pós-maturação, o país B produz o→ 
suficientepara atender o mercado interno e para exportar para outros países, 
inclusive o próprio país inovador. (processo de SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES 
e/ou INVESTIMENTOS EXTERNOS).
Em suma, surgem novos produtos, estes se desenvolvem, atingem a 
maturidade, entram em declínio e, eventualmente, desaparecem. As 
características do comércio internacional seriam explicadas pelas diversas fases da 
vida de um produto: na fase inicial (de introdução do produto) as VC 
seriam dos países inovadores (os desenvolvidos) e nas fases finais (de maturação e 
pós-maturação) do produto, com os países em desenvolvimento (a tecnologia já 
difundida, imitada, copiada etc.) → VC com caráter dinâmico. Dessa maneira, as 
empresas multinacionais se voltam para países intensivos em recursos naturais e/ou 
mão-de-obra barata justamente porque, nas fases finais do produto, são esses países 
que detêm VC na produção. [Lista 6A (32)]
1.4 Teorias com presença de Economias de Escala
Concorrência Monopolística e Comércio Intra-indústria (Linder)
Hipóteses: existência de economias de escala internas a cada empresa; produtos são 
ligeiramente diferenciados; ausência de disseminação tecnológica; a entrada no setor 
é livre.
Com diferenciação dos produtos, apesar da presença de economias de escala 
[reduções do custo unitário, devido aumento da produção], nenhuma empresa tem 
condições de produzir sozinha toda a gama de produtos diferenciados do setor. 
Nessas condições, há um forte incentivo para o comércio intra-indústria, ou seja, 
um país exportando um produto X, digamos automóveis, e importanto outra 
variedade do mesmo bem. Principalmente no comércio Norte-Norte (entre países→ 
ricos) pois apresentam estrutura produtiva e níveis de renda per capita (padrões de 
demanda) parecidos.
Ganhos do comércio: empresas passam a dispor de um mercado mais amplo; 
consumidores dispõem de maior variedade do mesmo produto e podem se 
beneficiar de reduções de preços devido a maior concorrência entre as empresas.
[Figura pág 12] Queda do preço com o aumento da escala. Antes do comércio → 
ponto 1 (p1, Q1). Com a abertura das economias e a entrada de novos produtos no 
mercado, a empresa pode aumentar a sua escala e vender mais a preços menores → 
ponto 2 (p2, Q2): elimina lucros extraordinários (quando p> cmg), devido à livre 
entrada de concorrentes.
Com processo de globalização, houve expansão das empresas multinacionais para 
os países em desenvolvimento, aumentando o comércio intra-indústria. (Ex: 
montadoras de carro no Brasil).
Economia de Aglomeração (Marshall)
As empresas obtém vantagens por estarem juntas (próximas) devido às economias 
externas oriundas da aglomeração geográfica. A economia de aglomeração é→ 
o ganho de eficiência de atividades produtivas em situação de proximidade 
geográfica, e decorre de economias de localização e de urbanização. A 
existência de outras atividades/empresas próximas à firma proporciona economias 
externas (externalidades positivas) que ela não obteria em outro lugar ou que 
obteria a um custo maior. 
Razões para um conglomerado de empresas (cluster) ser mais eficiente que uma 
empresa isolada:
Acesso ao mercado de insumos: Um conglomerado, ao reunir várias empresas, tem 
mais força/ facilidade para ter acesso à fornecedores especializados. Uma pequena 
empresa não teria essa capacidade sozinha, mas num conglomerado, ela pode contar 
com o fornecimento de insumos sem precisar produzi-los internamente. Ex: região 
rural.
Existência de mão de obra treinada e qualificada: O conjunto das empresas de 
um conglomerado tem condições de criar um amplo mercado para mão-de-obrar 
com elevada especialização, diminuindo seus custos de recrutamento de 
trabalhadores especializados, e aumento as facilidades para estes encontrarem 
emprego. Ex: Engenheiros e polos industriais.
Troca de conhecimento técnico/ Know-how : O conhecimento técnico pode ser 
adquirido através de pesquisas nas indústrias mais inovadoras e, ainda, de maneira 
informal, pela troca de informações entre técnicos especializados, através do 
convívio. Isso pode acontecer com maior facilidade em um conglomerado 
(concentração de empresas numa mesma área).
Exemplos: Brasil: indústria automobilística em São Paulo; indústria de calçados em 
Franca (SP) E Novo Hamburgo (RS) [migraram para Nordeste]; Brasília: lojas de 
produtos para noivas na 304/305N; material elétrico na 309/310S, rua das farmácias 
na 102S. O Vale do Silício, na Califórnia, nos EUA, é uma região onde está 
situado um conjunto de empresas com o objetivo de gerar inovações científicas e 
tecnológicas, destacando-se na produção de chips, na eletrônica e informática. A 
região é o maior centro de inovação e desenvolvimento de alta tecnologia do 
planeta, e abriga muitas das maiores companhias de tecnologia do mundo, 
incluindo: Apple, Google, Facebook, HP, Intel, Cisco, eBay, Adobe, Agilent, Oracle, 
Yahoo, Netflix e EA. [Lista 6A (33)]
Consequência para o comércio internacional: Se um país se torna grande produtor 
de algum bem, em razão de economias externas de aglomeração, ele certamente terá 
custos relativamente baixos e maior produtividade, e tenderá a permanecer como 
grande produtor e exportador, ainda que apareçam novos produtores em outros 
países [terão de enfrentar custos associados à ausência de escala nas fases iniciais da 
produção e isso impede que produzam a preços competitivos]. Uma vez firmada a 
tradição de certo conjunto de produtores, estes às vezes podem cobrar um 
sobrepreço pela fama de seus produtos, seja esta justificada ou não. Isso dificulta a 
entrada de novos produtores. Relógio suíco, chocolate belga, conhaque francês, 
casimiras inglesas, cachaças de salinas passam a ser sinônimo de qualidade, que se 
justifica pela presença de economias de aglomeração.
Conclusão
As políticas industrias brasileiras e da América Latina, pós Segunda Guerra, foram 
influenciadas por Raúl Prebisch (CEPAL). Argumentava-se que os ganhos do 
comércio internacional eram assimétricos, pois os países centrais exportavam 
produtos industriais e os países periféricos, produtos primários, com menor valor 
adicionado (alimentos, matérias-primas).
Os produtos primários apresentavam menor elasticidade-renda da demanda e 
menor elasticidade preço da demanda do que os produtos industrializados. 
Redução da demanda por várias matérias-primas exportadas por países periféricos 
com o desenvolvimento de substitutos industrializados (metal plástico; borracha→ 
natural borracha sintética; algodão tecidos sintéticos).→ →
Efeito: deterioração dos termos/das relações de troca dos países periféricos (queda 
no preço de suas exportações em relação ao preço das importações) → 
distanciamento cada vez maior entre o nível de renda dos países centrais e dos 
países periféricos.
Solução: países periféricos deveriam incentivar a SUBSTITUIÇÃO DE 
IMPORTAÇÕES pelo desenvolvimento de seus setores industriais, a partir de 
políticas governamentais de incentivo. Brasil: GV, JK, Ditadura crescimento muito→ 
expressivo, especialmente entre 1950 e 1980. Desenvolvimento da indústria 
nacional sob proteção e estímulo do governo permitiu que alcançasse 
competitividade internacional. Industrialização com estímulo de políticas 
governamentais foi capaz de modificar as vantagens comparativas do país. Ex: 
EMBRAER (criada pelo governo e posteriormente privatizada) é hoje um dos 
principais produtores mundiais de aviões de médio porte.
Críticas: as tendências de preços preditas por Prebisch são pouco aplicáveis. Ex: 
grande aumento dos preços do petróleo, desde 1970; evolução recente nos preços de 
produtos agrícolas e dominério de ferro devido forte expansão da demanda 
internacional por esses produtos Desendustrialização/ Doença Holandesa.→

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