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O Estado Moderno

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CONCEITO 
⤑ o Estado significa em latim, status denotando literalmente, 
estar firme. 
Na definição de Fernando de Azevedo, o termo pode ser definido 
como fixo, imóvel, decidido, regular e constante. 
O conceito de Estado mais difundido, conforme Manuel Gonçalves 
Ferreira Filho é o que estabelece ser ele “uma associação 
humana (povo), radicada em base espacial (território), que vive 
sob o comando de uma autoridade (poder) não sujeita a qualquer 
outra (soberania)”. 
SURGIMENTO 
⤑ surge a partir da crise do feudalismo a partir da união de 
diversos feudos no continente europeu. 
No século XVI com o desenvolvimento do capitalismo mercantil 
registrado em Portugal, França, Inglaterra e na Espanha. Na 
segunda metade do século surge a Itália. 
NOÇÃO DE ESTADO 
⤑ É uma sociedade natural, no sentido que decorre 
naturalmente do fato de os homens viverem necessariamente 
em sociedade e aspirarem realizar o bem geral que lhes é 
próprio, isto é, o bem comum. Por isso é para isso a sociedade se 
organiza em Estado. 
O Estado, atualmente concebido, significa uma situação durável de 
convivência de uma sociedade politicamente organizada, ou ainda, 
citando o conceito da doutrina tradicional, o “Estado é a Nação 
politicamente organizada”. 
ELEMENTOS DO ESTADO 
• Povo 
• Território 
• Poder 
• Soberania 
⤑ Salienta Giorgio Del Vecchio que o Estado é “a unidade de um 
sistema jurídico que tem em si mesmo o próprio centro 
autônomo e que é possuidor da suprema qualidade de pessoa”. 
O Estado hoje é entendido como a formação política recente, que 
sofre evoluções constantes, tendo em vista seu caráter 
dinâmico, “ele porém não se move em uma órbita própria e 
autônoma, mas faz parte de todo aquele complicado sistema de 
forças que agita e solicita a sociedade em sua evolução” 
(GROPPALI, Alexandre. Doutrina do Estado,1962, p. 95). 
 
 
O ESTADO 
⤑ Por Pinto Ferreira, ele é sintetizado em cinco fases de 
evolução socioculturais do Estado: 
a) o Estado latente, em potencial, na organização tribal; 
b) o Estado primitivo de conquistadores; 
c) o Estado feudal; 
d) o Estado absoluto; 
e) e o Estado democrático e constitucional” 
O Estado Moderno implica “centralização do poder”, fundado no 
“princípio da territorialidade, da obrigação política” e da 
“progressiva aquisição da impessoalidade do comando político”, 
pode ser conceituado como “forma de poder historicamente 
determinada e, enquanto tal, caracterizada por conotações que a 
tornam peculiar e diversa de outras formas, historicamente 
também determinadas e interiormente homogêneas, de 
organização de poder”. 
TERRITÓRIO 
⤑ A noção de território, como componente necessário do 
Estado, só apareceu com o Estado Moderno, embora, à 
semelhança do que ocorreu com a soberania, isso não queira 
dizer que os Estados anteriores não tivessem território. 
Na cidade-Estado, limitada a um centro urbano e a uma zona 
rural circunvizinha, não havendo ensejo para conflitos de 
fronteiras, não chegou a surgir a necessidade de uma clara 
delimitação territorial. Porque o tipo de relacionamento entre a 
autoridade pública e os particulares não tornava imperativa a 
definição da ordem mais eficaz num determinado local. 
Temos a existência de quatro concepções fundamentais, que são 
as seguintes: 
Território-patrimônio, característica do Estado Medieval e com 
alguns reflexos em teorias modernas. Essa teoria não faz 
diferenciação entre imperium e dominium, concebendo o poder do 
Estado sobre o território exatamente como o direito de qualquer 
proprietário sobre um imóvel. 
Território-objeto, que é a que concebe o território como objeto 
de um direito real de caráter público. Embora com certas 
peculiaridades, a relação do Estado com seu território é sempre 
e tão-só uma relação de domínio. 
Território-espaço, teoria segundo a qual o território é a extensão 
espacial da soberania do Estado. A base dessa concepção é a 
ideia de que o Estado tem um direito de caráter pessoal, implícito 
na ideia de imperium. Alguns adeptos dessa orientação chegam a 
considerar o território como parte da personalidade jurídica do 
Estado, propondo mesmo a expressão território-sujeito. 
 
Território-competência, teoria defendida sobretudo por KELSEN, 
que considera o território o âmbito de validade da ordem jurídica 
do Estado. 
SOBERANIA 
⤑ No século XVI, no Estado da Antiguidade, desde a época mais 
remota até o fim do Império Romano, não se encontra qualquer 
noção que se assemelhe à soberania. Em ARISTÓTELES, no Livro I 
de "A Política", apontam-se as peculiaridades da Cidade, sobretudo 
aquelas que a diferenciam da sociedade familiar, afirmando-se 
então a ideia de superioridade da cidade-Estado, por ser dotada 
de autarquia. 
 O conceito de soberania é uma das bases da ideia de Estado 
Moderno. 
Uma concepção puramente jurídica leva ao conceito de soberania 
como o poder de decidir em última instância sobre a atributividade 
das normas, vale dizer, sobre a eficácia do direito. 
POVO 
⤑ O termo povo está entre aqueles que, pelo uso indiscriminado 
e excessivo, acabaram por tornar-se equívocos, sendo 
necessário um grande esforço para, antes de tudo, depurá-lo 
das deformações e, depois disso, estabelecer sua noção jurídica. 
Na Grécia antiga a expressão cidadão indicava apenas o membro 
ativo da sociedade política, isto é, aquele que podia participar das 
decisões políticas. Juntamente com os cidadãos compunham a 
polis ou cidade-Estado os homens livres não-dotados de direitos 
políticos e os escravos. Já existe aí um vislumbre de noção 
jurídica, pois quando se fala no povo de Atenas só se incluem 
nessa expressão os indivíduos que têm certos direitos. 
Durante o primeiro período do Estado Moderno, enquanto 
prevaleceu a monarquia absoluta, foi-se generalizando, sobretudo 
na França, a designação de cidadão, o que iria influir para que o 
conceito de povo também se ampliasse. Com a ascensão política 
da burguesia, através das revoluções do século XVIII, apareceria, 
inclusive nos textos constitucionais, a ideia de povo, livre de 
qualquer noção de classe, pretendendo-se mesmo impedir 
qualquer discriminação entre os componentes do Estado, como 
bem se percebe pela consagração do princípio do sufrágio 
universal. 
A noção jurídica de povo é uma conquista bastante recente, a 
que se chegou num momento em que foi sentida a necessidade 
de disciplinar juridicamente a presença e a atuação dessa 
entidade mítica e nebulosa e, paradoxalmente, tão concreta e 
influente.

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