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1 Não é uma doença, é uma síndrome clínica de múltiplas causas. Sendo assim, ela é um sintoma e precisamos tratar a doença base que está causando. Conceito: redução da hemoglobina (Hb) contidas nos glóbulos vermelhos, respeitando as variações segundo idade, sexo, gestação, altitude em relação ao nível do mar. Essa diminuição resulta na redução de O2 e ATP, consequentemente fraqueza. Pelo menos três tipos de classificações e uma não exclui a outra. Ex. Uma anemia ferropriva é pela deficiência devido a falta de ferro e também é microcítica e micro crômica. Elemento básicos necessário na formação da Hb: ferro, ácido fólico, vitamina B12, B6 e C, proteínas... Relembrando a síntese: Anemia carencial - Problema na absorção devido fatores genéticos ou farmacológicos = Anemia Peniciosa - Problemas na nutrição = Anemia megaloblástica ou ferropriva em alguns casos. Anemias não carencial - Hemoglobinopatias = Anemia falciforme, anemias alfa e beta talassêmicas - Quadros hemorrágicos - Parasitismo por Plasmodium sp. (malária evoluindo para quadro anêmico) ou ancilostomideos (injuriando o intestino causando sangramento) - Membrana = esferocitose hereditária (Único caso em que CHCM > 36 g/dL) Diagnóstico Anamnese: queixas, antecedentes, tempo de instalação dos sintomas, fluxo menstrual, relato de sangramento, infecção, manifestações de doenças sistêmicas, etnia, hábitos (alimentar, medicamentos, contato com subst. químicas...) Exame físico Palidez da mucosa conjuntival ou leito ungueal Coiloniquea, unha em colher sinal relacionado a tipo particular de anemia. Manifestações clínicas: Sinais e sintomas refletem hipóxia tecidual. Exemplos de sintomas são cefaléia, tonturas, lipotimia, zumbidos, fadiga, fraqueza muscular, cansaço, taquicardia. Condições adicionais: febre, diarreia, hemorragia, dores ósseas, ictericea. Primeiros anos de vida causa retardo no desenvolvimento somático, neuromotor e sexual. O grau de anemia vai depender da Hb, quanto menor maior a intensidade dos sintomas. Idade do paciente pois os mais idosos são mais sensíveis e quanto mais rápida a intalação da anemia maior intensidade. Atividade fica, quanto mais atividade, maior a intensidade dos sintomas. Mecanismos compensatório: Aumentar 2,3- DFG influência diminuindo a afinidade entre o oxigênio e a hemoglobina; Redistribuição do fluxo anguineo para miocárdio, cerebro e músculos causando a palidez; Aumento da frequência cardíaca especialmente durante esforços; Aumen da EPO; Mudança de conduta, diminuir atividade física por exemplo. Exame laboratoriais Hemograma (eritograma) • Contagem de hemácias • Dosagem de hemoglobina • Determinação do hematócrito • VCM, HCM, CHCM, RDW • Microscopia (morfologia das hemácias) Obs. Importante avaliar hemogramas anteriores. Além disso: • Contagem de reticulócito- usada para determinar se a medula óssea está respondendo de modo adequado as 2 necessidades do corpo na produção de hemácias e para esclarecer o mecanismo de anemias. • Ferro sérico – para saber se tem ferro adequado para produção da hemoglobina • Capacidade de ligação do ferro • Índice de saturação da transferritina • Ferritina • Bilirrubinas • Coombs direto e indireto • LDH • Vitmanina B12 • Ácido fólico • TSH • Exame da medula óssea Valores de referência para Hb: Classificação Anemia relativa Pseudoanemia ou anemia por diluição Aumento do volume plasmático, diminuição do He, Hb e Htc devido hemodiluição. Fisiológica na gravidez ou atletas em treinamento intensivo. Infusão de plasma, soluções intravenosas oncoticamente ativas, retenção de líquidos, insuficiência renal. Hiperesplenismo – esplenomegalia. Falsa anemia por hemodiluição, resultados “normais” por hemoconcentração/ poliglobulia. Classificação morfológica Tamanho e hemoglobinização dos eritrócitos. Anemia microcítica e hipocrômica Anemia normocítica e normocrômica Anemia macrocitíca É a classificação mais utilizada, grande correlação com causas da anemia, utilizada pelos clínicos para iniciar a busca da causa. Causas de anemias normocítica e normocrômicas são: • Anemias por perda aguda de sangue • Anemias hemolíticas Hereditárias: deficiência de membrana, eritroenzimopatias, hemoglobinopatias. Adquiridas: drogas, CIVD (coagulação intravascular disseminada), púrpura trombocitopênica trombótica, neoplasias. Causas de anemias microcítica hipocrômica: • Anemias ferroprivas • Anemias de doença crônica • Talassemias Causas de anemias macrociticas: • Anemias megaloblásticas • Outras causas de macrocitose Anemia regenerativa, hepatopatias, mielodisplasias. Classificação pelo VCM +RDW 3 Os símbolos de + mostram quais são mais frequentes. Classificação quanto a capacidade regenerativa da medula óssea Os reticulócitos são a expressão diária da eficácia da eritropoese em sintetizar e liberar hemácias em resposta a estímulos fisiológicos ou patológicos. V. R = 0,5 a 2,0% (50.000-100.000/ul) É necessária a contagem de reticulócitos em anemias hiporegenerativas e regenerativas. Contagem de reticulócito corrigida (CRC) → deve considerar o grau de anema. Em um paciente anêmico, a % de reticulócito pode parecer aumentada pois estes são liberados mais precocemente da medula óssea. Ao serem liberados mais precocemente, o tempo de maturação dos reticulócitos em circulação aumenta de um dia para dois a três dias. Esse cálculo compara o hematócrito do paciente com um valor normal de hematócrito. Índice de reticulócitos (RI) em caso de anemia. Anemias regenerativas Presença de reticulocitose e policromatofilia Causa periférica com resposta medular adequada. Aumento da destruição das hemácias (anemias hemolíticas) e perda de sangue, também malária. Também chamada de anemia hiperregenerativa. Reticulócitos >2,0 % Anemias hiporregenerativas Ausência de reticulocitose ou contagem de reticulócitos normal ou diminuída. Deficiência da proliferação eritroide ou da síntese de Hb. • Estados carenciais: ferro, vit. B12, ácido fólico... • Defeitos das células precursoras: anemia aplásica, SMD (Mielodisplasia), Aplasia pura da série vermelha. • Mielofibrose • Neoplasias hematológicas, tumores sólidos • Anemia de Doença Crônica • Falência renal (EPO) Reticulócitos < 0,5% Fração de reticulócitos imaturos Laboratório com equipamentos que conta o índice fração de reticulócitos imaturos – IRF Pode ser observado se há reticulócitos imaturos no sangue periférico, mesmo se a contagem total não estiver elevada. Por exemplo, O IRF é utilizado coo uma evidencia hematológica inicial de resposta ao tratamento de deficiência de ferro. Anemias classificação fisiopatológica Perdas sanguíneas Primeiro identificar causa do sangramento. Por hemorragias agudas Em uma doação de sangue por exemplo a perda é <10% da volemia, pode haver uma reação vasovagal de pouca duração, palidez, braquicardia, pulso filiforme, náuseas. Por hemorragias agudas e crônicas, anemia microcítica e hipocrômica. Deficiência na produção de eritrócitos Insuficiência medular, medula aplástica (lipidica) por exemplo. Assim a medula não produz células hematopoeticas normalmente. Deficiencia de elementos essenciais, endocrinopatias... Diminuição da sobrevida dos eritrócitos Defeito na membrana, enzimopatias hereditárias, hemglobinopatias, anemias hemolíticas por causas diversas. Hemólise levando uma diminuição na sobrevida dos eritrócitos menor que 120 dias. Hemólise compensada por hiper regeneração reacional. Anemias hemolíticas Na hemólise a sobrevida eritroide < 110-120 dias Sinais e sintomas: • Icterícea devido aumento da Bilirrubina indireta• Esplenomegalia • Hemolise intravascular – bilirrubinuria • Se for congênita/crônica leva a hiperplasia eritroide/ expansão óssea • Medula hiperplástica • Aumenta BI e LDH e diminui haptoglobina (produzida pelo fígado, pode ser dosada confirmando uma anemia hemolítica. Essa proteína retira a hemoglobina livre do plasma e o complexo formado é destruído no figado) • Pode ser que haja deficiência de folato gerando anemia megaloblástica. Hemograma- anemia com sinais de hiper regeneração (policromatocitose e reticulocitose). Importante fazer um diagostico diferencial entre as dvrsas anemias hemolíticas, microscopia cuidadosa pesquisando esferocitos, drepanocitos, eritrócitos fragmentados e outros pecilócitos. Geralmente há necessidade de exames complementares. 4 Crises aplásticas (parvovirose e dengue) causam anemia grave. Deficiência de folato (consumo excessivo), anemia megaloblástica. Anemia hemolítica intracorpuscular Defeitos na membrana Defeitos genéticos das proteínas da membrana que causam esferocitose, ovalocitose, estomatócito. Esferocitose: autossômica dominante. Perda de área de superfície, eles têm sobrevida reduzida, são retidos e destruídos no baço. Severidade variável. O diagnóstico é hematológico e deve-se procurar em todos os casos de policromatocitose/reticulocitose. Teste de fragilidade osmótica positivo, VCM geralmente normal. Falta halo claro (perda da biconcavidade e menor diâmetro). Eliptocitose ou ovalocitose: perda da capacidade dos eritrócitos de se alongarem e voltarem a forma original (discóide), quando passam por microcapilares. Sobrevida próxima ao normal, maioria dos portadores é assintomático. Piropecilocitose familiar: Presença no hemograma de extrema pecilocitose, com eliptócitos, esferócitos, eritrócitos fragmentados e numerosos macrócitos policromáticos. Os eritrócitos desses pacientes são particularmente frágeis ao calor. Pode ocorrer em casos de combinações genéticas que incluem defeitos da alfa- espectrina. Hemoglobinuria paroxística noturna- HPN: anemia hemolítica crônica adquirida, rara, de origem clonal no defeito de células primitivas da hematopoese. O gene responsável pela síntese das moléculas de fosfatidil- inositol-glican (gene PIG-A) sofre mutação. Esse glicolipídio serve de âncora para várias proteínas da membrana do eritrócito, necessárias à regulação das moléculas do complemento. Destruição intravascular de eritrócitos que é acentuada durante o sono provocando hemoglobinúria ao despertar. Tendência que dificulta o diagnóstico dessa rara doença é a dos laboratoristas não se darem conta, no exame de urina, de que a positividade do teste para hemoglobina não se acompanha de eritrócitos no sedimento; dão a hemoglobinúria como hematúria. Anemia geralmente normocítica e normocromica, podendo ser macrocitica (reticulocitose) ou microcítica (esgotamento estoque ferro) Neutropenia e plaquetopenia. Geralmente não ocorre aumento de reticulócitos como nas demais anemia hemolíticas. • Teste de Ham – pesquisa de hemólise de eritrócitos do paciente em soro fresco (para conter complemento) acidificado com HCl. Pode ser negativo logo após crises hemolíticas. • Teste de gel-centrifugaçao para HPN – simples, de media sensibilidade. • Citometria de fluxo – pesquisa de CD59, CD55 com anticorpos monoclonais anti-CD59 ou anti-CD55. A HPN não tem tratamento curativo, mas a evolução costuma ser lenta e geralmente benigna. O tratamento com anticorpo anticomplemento C5, eculizumab, reduz significativamente a hemólise. Hemoglobinopatias Síndromes Falcêmicas Eventualidades em que há teste de afoiçamento positivo, pela presença de hemoglobina S, pura ou associada a outras hemoglobinas anormais. HbS → subatituição do aminoácido acido glutâmico por valina na posição 6 da cadeia beta de globina. Diagnostico por eletroforese, cromatografia liquida de alta resolução. As mais comuns são: Drepanocitose: Os portadores heterozigóticos de Hgb S (com Hgb A e S), embora tenham teste de afoiçamento positivo, são sadios. A Hgb S, em concentrações inferiores a 50% nos eritrócitos, não cristaliza nas tensões de oxigênio existentes in vivo, salvo em raras eventualidades de extrema anoxemia. Já os portadores homozigotos para HbS, grave anemia hemolítica. Esses pacientes com drepanocitose, além da anemia, têm outras complicações: crises de sequestração esplênica (nos primeiros meses de vida), crises dolorosas por microinfartos múltiplos, decorrentes do afoiçamento in vivo, suscetibilidade aumentada a infecções e significativa diminuição da sobrevida. Só há tratamento paliativo. 5 Hemograma apresenta drepanocios geralmente presentes, eritroblastemia, neutrofilia acentuada, trombocitose. Reticulose inferior a esperada. Microdrepanocitose: a herança de um gene S com um gene ß-talassêmico causando anemia hemolítica semelhante à drepanocitose, porém menos severa. Um gene faz sintetizar Hgb S, o outro causa déficit na síntese de Hgb A, a predominância de Hgb S causa afoiçamento, com suas consequências. O hemograma difere do da drepanocitose por haver anemia menos intensa, microcitose e número chamativo de leptócitos. Hemoglobinopatia SC: Herança de um gene S e de um gene C. Há troca de ácido glutâmico por lisina na posição 6 da cadeia ß dá origem à Hgb C. A anemia hemolítica é moderada, o hemograma mostra numerosos leptócitos, raros drepanócitos e alguns eritrócitos com uma forma peculiar, ditos pecilócitos SC, decorrentes da dupla cristalização das hemoglobinas anormais, CHCM costuma estar diminuída (hipocromia sem microcitose). Crises dolorosas são raras, os pacientes têm suscetibilidade aumentada a fenômenos tromboembólicos. Talassemias Cadeias livres precipitam na membrana dos eritrócitos causando maior rigidez e perda da flexibilidade. Hemólise. Redução das cadeias de globina levam a redução da síntese de Hb, anemia microcítica hipocrômica. Deficiencias enzimáticas Deficiência de gicose-6-fosfato desidrogenase ou piruvatocinas ou pirimidina-5-nucleotidase (rara). Defeitos genéticos alteram enzimas do ciclo metabólico dos eritrócitos. Deficiência de piruvatoquinase (PK) É uma anemia hemolítica de severidade dependente da combinação de mutantes herdadas, sem características clínicas e hematológicas próprias, deve-se pensar em deficiência de PK diante de qualquer caso de anemia hemolítica congênita não-esferocítica. Essa enzima é responsável pelo ganho energético de das moléculas de ATP. Diagnostico pela determinação quantitativa da baixa atividade enzimática da PK no eritrócito, ATP diminuído, 2,3 DPG aumentado. Não há tratamento curativo. A esplenectomia é indicada nos casos severos; causa melhora marginal, elevando a hemoglobina em 1 ou 2 g/dL. Após a esplenectomia, há presença no sangue de numerosos acantócitos, e a contagem eletrônica mostra absurda reticulocitose. Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6FD) Enzima indispensável para manter proteínas eritrocitárias, principalmente Hb em estado reduzido. Há mais de 250 variantes conhecidas de G6FD, algumas instáveis, outras de atividade deficiente, acometendo, em conjunto, mais de 400 milhões de pessoas. Duas têm relevância clínica e alta prevalência: africana com portadores assintomáticos se agentes oxidantes não agredirem os eritrócitos e a variante mediterrânea, atividade da enzima é quase zero. Agentes oxidantes provocam crises hemolíticas, inclusive a fava. Anemias súbitas, icterícea em 24h. Formação de derivados de oxidação da HB (meta Hb oxidada) → corpos de Heinz após 1 ou 2 dias após a ingestão da droga oxidante. Destruição precoce dos eritrócitos pelos macrófagos no baço. No eritrograma, durante as crises nota-se anemia normocítica normocrômica com policromasiae reticulocitose em graus variados. Podem ocorrer esferócitos e esquizócitos. Testes bioquímicos detectam a falta da enzima, o aumento de reticulócitos com maior atividade enzimática pode mascara os resultados durante as crises hemolíticas e também favorece se houver nova exposição ao oxidante. Anemia hemolítica extracorpuscular Infecciosas e parasitarias Malaria Comum no norte do Brasil e em regiões tropicais. Em mais de 50% dos casos, há sinais precoces de hemólise. Na infecção por P. falciparum, pode haver até hemoglobinúria. Eritrogramas, repetidamente normais, sem anemização nem policromatocitose/reticulocitose, e bilirrubina indireta normal são contrários à suposição de malária como causa de febre obscura. A reticulocitose na malária é inferior à das demais crises hemolíticas, pela ativação imunológica e resposta anemizante às citoquinas. A pesquisa de hematozoários deve ser feita várias vezes, porque o número no sangue varia com o estágio do ciclo: é máximo nas horas que precedem as crises. Exige experiencia e paciência. A parasitemia interfere na contagem automatizada, pode, também, identificar os eritrócitos parasitados como eritroblastos. O leucograma geralmente mostra desvio à esquerda com neutro citopenia ou número normal de neutrófilos, neutrofilia é incomum. Há eosinofilia na convalescença dos casos tratados. A contagem eletrônica de eosinófilos pode ser afetada pela polarização da luz do pigmento malárico. 6 Babesiose Doença febril grave, transmitida por carrapatos. Parasita e destrói os eritrócitos, pode ser confundida com dormas em anel de plasmódio. Outras são raras Imunológicas São causadas por anticorpos antieritrocitários. Anemias hemolíticas isoimunes (ou aloimunes): Os anticorpos formam-se em outra pessoa e têm acesso à circulação do(a) paciente por via transplacentária ou transfusional. Nas transfusões imcompatives do sistema ABO, pode haver acentuada microesferocitose. A hemolise seria dos eritrócitos transfundidos, não do receptor. Doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) – incompatibilidade materno-fetal Coombs indireto para pesquisa de AC livres no soro. Eritrograma: anemia grave, com característica de hemólise, policromasia, macrófagos policromáicos sobrepostos a esferócitos, eritroblastos. VCM normal a elevado, reticulócitos ( macrócitos que são eritrócitos aumentados estão policromáticos) e esferocitose. CHCM geralmente normal. Anemias hemolíticas autoimunes: Os anticorpos são formados no organismo do paciente. Classificadas pela natureza do autoanticorpo: Crioaglutininas São anticorpos IgM, fixadores de complemento, com ótima temperatura entre 5 e 25ºC. As crioaglutininas são notadas no laboratório ao manipular-se o sangue conservado à temperatura ambiente em dias frios ou em refrigerador. A aglutinação pode ser vista a olho nu ou ao microscópio: há conglomerados de eritrócitos, distintos do rouleau. Interferem no eritrograma na contagem de eritrócitos e na medida do VCM. O aquecimento do sangue a 37°C, com passagem imediata no contador, costuma gerar resultados corretos. A presença de crioaglutininas deve ser anotada no resultado do hemograma, porque: 1. Pode ocorrer em pessoas idosas sadias e são muito mais comuns e em títulos mais altos em pessoas com doenças do colágeno, neoplasias e infecções crônicas. 2. Aparecem transitoriamente no decurso da pneumonia por Mycoplasma. Crioaglutinação em paciente jovem, com febre e tosse, deve sugerir esse diagnóstico. 3. Há uma doença de crioaglutininas, rara. Anemia autoimune Combs-positiva Autoanticorpos IgG ligam-se aos eritrócitos do próprio organismo promovendo sua remoção precoce pelos macrófagos. A autoimunidade causal pode ser iatrogênica, parte do quadro de doenças imunológicas mais amplas, como o lúpus eritematoso sistêmico (LES), a leucemia linfocítica crônica, os linfomas e a aids, mas, na maioria das vezes, é idiopática. Eritrograma: grande número de macrócitos policromáticos, pela elevada atividade eritropoetínica, aumenta o VCM ou pode estar normal. Reticulocitose ( macrocitos policromáticos) e esferocitose. RDW elevado, CHCM normal a pouco elevado. Presena de eritroblastos é comum. Na microscopia, policromasia, esferocitos e eritroblastos. Teste de Coombs direto positivo ( presença de AC ligados aos eritrócitos). Por fragmentações eritrocitárias Esquizocitos e queratócitos - Fragmentação traumática - Dependente de fármacos oxidantes - Síndromes microangiopaticas: alterações nos microcapilares ou obstrução parcia dos pequenos vasos. Exemplo de doenças associadas são PTT, Sindrome urêmico-hemolitica SUH, VIVD em raros casos. Anemia por deficiência na produção Interferência na síntese de hemoglobina Ferro heme -> liberado pela pepsina Ferro inorgânico -> legumes, reduzido pelo PH acido fo estomago. Diminuição na síntese de hemoglobina por falta de ferro no organismo (dieta pobre, absorção, perda de sangue) Anemias ferroprivas Ultimo estagio de carência de ferro, 75% das anemias têm como causa a deficiência de ferro. Nós perdemos pouco 7 ferro, tem um limite de absorção diária, quando já estamos no valor de referência normal não absorvemos mais. Primeiro diagnóstico a ser considerado em anemia crônica se ausentes outros sinais de doença. O padrão ouro é ferro baixo na medula. Adulto saudável: 3-4 g de ferro -Hemoglobina (Homem ~2,0 g; Mulher ~1,7 g) -Mioglobina (~300 mg) -Citocromos e enzimas Absorção: intestinal (duodeno ou jejuno proximal). Após absorção transferrina transportará. Depósito de Ferro principalmente no fígado, mas também na medula óssea, no baço e nos músculos esqueléticos: Ferritina – proteína apoferritina + ferro. Hemossiderina – grumos de ferro que são insolúveis. Ferritina < 20 ng/mL – carência de ferro Hepcidina é importante pois ela atrapalha absorção do ferro, impede que se ligue a transferrina para ser transportado. Exemplos de causas de deficiência de ferro: Anemia ferropriva devido também: • Má absorção ferro de origem vegetal • Menstruação • Verminoses Grupos mais sensíveis a escassez de ferro: RN e crianças, mulheres em idade fértil, mulheres adolescentes, nutrizes, gestantes. Anemia microcitica e hipocrômica. Aspectos clínicos da sintomática: Coiloniquia e fagofagia são sintomas dessa Em criança afeta desenvolvimento cognitivo e motor. Adultos reduz produtividade, problemas comportamentais, cognitivos e de aprendizado. Gestantes aumenta risco de prematuridade, baixo peso, complicações no parto e morbidade materna. Diagnóstico: Hemograma; Ferro sérico ; Capacidade total de ligação do ferro (TIBC) ; Ferritina sérica ; Exame parasitológico; Pesquisa de sangue oculto; Pesquisa de hematúria; Endoscopia, colonoscopia; Pesquisa de depósito de ferro na medula óssea. Hemograma: Alterações progressivas mesmo antes da anemia (completa depleção dos estoques de ferro). Nessa anemia, VCM e CHCM diminuídos. Hb, Htc, He (queda Htc e He desproporcional a da Hb devido microcitose e hipocromia) • VCM – queda inicial insignificante (estabiliza até 11 g/dL) • HCM – queda semelhante ao do VCM • CHCM – queda lenta, quase linear à queda da Hb • RDW – aumento lento • Diminui ferritina (15-250 ug/L) • Diminui ferro sérico ( 50-177 ug/dL) • Diminui saturação transferrina (15-50%) • Aumenta TIBC (250-370ug/dL) Microscopia: hipocromia, microcitose, anisocitose, poiquilocitose. Leucograma: Frequentemente neutropenia. Eosinofilia presente sugere verminose. Plaquetas – quando anemia já presente → trombocitose (discreta no adulto e acentuada na infância) Reticulócitos – N ou pouco em %, mas a contagem absoluta indica resposta insuficiente à anemia. Diagnóstico diferencial –anemia de doença crônica (ADC), talassemia O índice de transferrina é importante pois ela é a proteína mais importante para o transporte de ferro. Laboratorialmente é de interesse: • Ferritina (estoque de ferro) vai dar baixo. • Índice de saturação de transferritina • Capacidade de ligação do ferro (costuma vir alta nessa anemia) 8 • Ferro sérico (papel menor, mas contribui) Tratamento: Consiste em orientação nutricional; Administração por via oral ou parenteral (injetável) de compostos com ferro (Sulfato ferroso); Eventualmente: transfusão de hemácias. Acréscimos de cisteína e vitamina C presentes no arroz e no tomate, respectivamente, resultaram em aumento significativo na disponibilidade de ferro. Profilaxia: Suplementação na farinha de trigo e suplementação para gestantes e lactantes Falta de oferta de ferro para eritropoese (retenção → ADC) Anemia das doenças crônicas Interleucinas atigem o fígado e a hepcidina bloqueia a ferritina que é uma proteína inflamatória e também armazenadroa de ferro. Resulta em uma anemia ferropriva, apesar de ter deposito no fígado, pois a transferrina não consegue acessar a ferritina. Ferro baixo, mas ferritina vai estar alto. ADC - segundo lugar em prevalência. Anemia geralmente leve a moderada. também chamada de anemia das doenças inflamatórias - Decorrente das citocinas produzidas nos locais de inflamação, que também influenciam a síntese de proteínas de fase aguda. Efeito colateral, de qualquer ativação imunológica de magnitude sistêmica. Citocinas inflamatórias: • IL-1 - Estimula a proliferação de LT. Estimula a produção de G-CSF e GM-CSF e a produção da ferritina. • IL-6 - Estimula a proliferação de LB e de LTc. - Induz a síntese de hepcidina que inativa ferroportina ( esta faz absorção para dentro do plasma). • IL-10 - Inibe a síntese de citocinas (ação anti- inflamatória). Porém, estimula a expressão de receptores de transferrina e a síntese de ferritina. • Interferon - Estimula a atividade de LTc. - Modula síntese de Ig - Inibe a síntese de proteínas associadas a proliferação celular, principalmente mieloide. • Fator de necrose tumoral - Aumenta a atividade dos macrófagos (eritrocaterese). - Assim como os interferons, interfere na produção e diferenciação do tecido eritroide: inibe a produção de EPO e aumenta o limiar e sensibilidade à sua ação. Proteínas de fase aguda: • Proteína C-reativa - Principal e mais precoce marcador de inflamação. • Fibrinogênio - Principal causa de aceleração da eritrossedimentação (VHS). • Transferrina (siderofilina) uma glicoproteína formada no fígado - transporta ferro circulante para a medula óssea para uso na síntese da hemoglobina ou para o fígado, baço, medula óssea, para estoque- Diminui nos estados inflamatórios. - Dosada como capacidade ferropéxica (capacidade de saturação). • Albumina – Diminui em estados inflamatórios de longa duração • Apoferritina - Invólucro da ferritina. Sua síntese aumenta devido ação de IL-1, IL-6 e IL-10. • Haptoglobina - Aumenta com inflamação e diminui com hemólise. • Hepcidina – Hormônio sintetizado no fígado participa do metabolismo do ferro. Produção iniba por hipoxia e estimulada por ferro, citocinas inflamatórias e interleucinas: inibe a ação da ferroportina, proteína transportadora do ferro celular. - O ferro absorvido do duodeno fica retido nos enterócitos (ferritina), ao invés de passar para o plasma. - Nos macrófagos, a inativação da ferroportina provoca retenção do ferro que não é liberado para a transferrina plasmática. Difícil dosagem. 9 Patogenese da ADC Diminui o ferro oferecido a eritropoese -> hipossideremia co reserva de ferro no organismo. Causas: Infecções, traumas severos, infarto do miocárdio, entre outras situações agudas. Hemograma: Na maioria das vezes Hb entre 9 e 12 g/dL. Anemia normocítica e normocromica mas pode ser micro e hipo. VCM raramente inferior a 70 fL. RDW normal ou pouco aumentado. Reticulócitos: Normal ou pouco elevada em relação ao grau da anemia. Não há resposta apropriada à ADC. Suspeita de ADC (hemograma não característico): Sintomas e sinais da doença básica como febre, emagrecimento, dores, artrite, etc Perfil do ferro: • Ferro sérico baixo • TIBC baixa • Ferritina normal ou elevada (não consegue usar) • Proteina fase aguda • Saturação transferrina normal ou leve diminuída • Ferro medular normal ou aumentado • Marcadores inflamatório elevados – VHS, fibrinogênio, proteína C reativa. Tratamento: Tratamento do distúrbio subjacente e em alguns casos uso de eritropoetina estiulando a medula ossea a fazer hematopoese. Reposição do ferro e transfusão de hemácia. Defeitos na síntese do heme Anemia sideroblástica Ocasionada devido a incapacidade dos eritroblastos incorporarem o ferro ao grupo heme, assim, acumula dentro das mitocôndrias comprometendo a formação de hemoglobina. É um grupo heterogêneo de anemias hipoproliferativas. O heme e formado pela incorporação do ferro a protoporfirina IX o processo ocorre na mitocôndria dos eritroblastos. É uma anemia refratária que apresenta muitos sideroblastos considerados patológicos na medula óssea = sideroblastos em anel – as mitocôndrias ficam cheia de ferro. A disposição perinuclear corresponde a deposição de ferro nas mitocôndrias. O heme inibe a captação de ferro pelo eritroblasto. Produção insuficiente do grupamento heme: - Incorporação inadequada do ferro a protoporfirina - Diminuição da protoporfirina - Eritropoese ineficaz com acúmulo de ferro medular (eritroblastos) Acúmulo excessivo de ferro nas mitocôndrias dos eritroblastos (tóxico): Classificação Hereditárias: Acentuada hipocromia e microcitose. Distúrbios no cromossomo X 1- Mutação em ALA-S ( deficiência de ácido aminolevulínco) (menos rara) 2- Síndrome de Pearson associada a degeneração espinocerebral e ataxia (falta de coordenação motora e de equilíbrio). Prejudica a cascata de formar o grupo heme. Raramente ocorre em mulheres Adquiridas- Mais comum, é um tipo de mielodisplasia = “anemia refratária com sideroblastos em anel” 10 Primária: Mielodisplasia. Anemia refratária com sideroblastos em anel Secundária: Em outras doenças malignas da medula óssea (outras mielodisplasias, mielofibrose, LM, mieloma, etc.) Fármacos e agentes químicos (tuberculostáticos, álcool, chumbo, etc.). Outras condições benignas (anemia hemolítica, anemia megaloblástica, síndromes de má-absorção, artrite reumatoide, etc.) Suspeitar quando tem anemia microcítica com ferro, ferritina e saturação aumentado. Diagnóstico- Sangue periférico • Dimorfismo ou hipocromia • Microcitose (formas herdadas e chumbo) ou macrocitose (álcool) / anisocitose é característica marcante. Alguns tipos se apresentam normocíticas-normocrômicas. • Células em alvo e ponteado basófilo • Corpúsculos de Pappenheimer • Hipocromia com ferro sérico elevado • Saturação da transferrina e ferritina elevadas • TIBC normal Diagnóstico: Mielograma - Medula óssea (confirmação); Hiperplasia eritróide; Depósitos de ferro aumentados; Visualização de sideroblastos em anel (coloração de Perls) – 15% ou mais dos eritroblastos. Tratamento (variável): Piridoxina (vitamina B6- funciona como coenzima na formação do heme); Ácido fólico; Eritropoetina; Transfusão sangue. Distúrbio do metabolismo do ferro Não há mecanismo fisiológico para eliminação do ferro em excesso no organismo: absorção normalmente é regulada para evitar sobrecarga. Sua excreção ocorre pelas secreções corpóreas, descamação das células intestinais e epidermais ou sangramento menstrual. Classificação: Primária (hemocromatose hereditária) Mutação do gene HFE (forma clássica), causaabsorção excessiva de ferro da dieta levando a deposição nos tecidos, principalmente no fígado e no pâncreas, surgindo cirrose hepática e diabetes melito, além da pigmentação cutânea bronzeada, alterações ósseas e articulares. A proteína HFE está envolvida na síntese da hepcidina. A mutação do gene HFE reduz os níveis de hepcidina sérica causando níveis elevados de ferroportina, aumentando absorção do ferro pelos enterócitos duodenais e, os macrófagos, aumentam a liberação de ferro. HFE interage com o receptor da transferrina detectando seu grau de saturação. Sinaliza para enterócito absorver mais ou menos ferro. Ela afeta principalmente os homens, entre 30 e 50 anos. Formas que afetam adultos jovens e bebês dependem de outros genes. Adquirida (hemocromatose adquirida ou secundária - hemossiderose) Causas: hepatopatias crônicas, transfusões de sangue repetidas, em algumas anemias onde ocorre excessiva eritropoese ineficaz (talassemia, anemia sideroblástica), aporte iatrogênico de ferro. Sinais e sintomas: Variam entre os pacientes e se evidenciam com o avanço da doença. • Fadiga, fraqueza • Dor abdominal • Dor articular • Aumento da glicemia e diabetes • Disfunção hepática e provas de função hepática anormais • Diminuição da libido, impotência sexual • Amenorreia • Hipotireoidismo • Escurecimento da pele, ficando cinza ou bronzeada Diagnóstico: • Ferro sérico • Ferritina • Saturação da transferrina • Provas de função hepática • Biópsia hepática Profilaxia/tratamento: Biópsia hepática, RM e exames laboratoriais auxiliam a definição dos procedimentos; Sangrias, em serviços de hemoterapia – cerca de 400 mL. Frequência e duração dependem da causa e da intensidade da sobrecarga; Quelantes de ferro – em pacientes que não toleram sangrias ou com acesso venoso difícil. Na hemocromatose secundária: tratar a causa. Acúmulo de ferro no organismo por resposta fisiológica 11 Necessidades da eritropoese superam oferta de ferro: Sensores da falta de ferro aumentam receptores de transferrina nos eritroblastos e diminuem a expressão de hepcidina no fígado Reposta é apropriada: Real deficiência de ferro, com falta de reservas (ferritina sérica baixa) baixa saturação da transferrina e falta de ferro corável na medula. Se aumento da absorção for insuficiente = anemia ferropênica Reposta é inapropriada: Carência de ferro devido hiperatividade eritroide continuada com insuficiência de ferro apenas no pool funcional: há reserva de ferro. Anemias hemolíticas crônicas, com hiper-regeneração extrema e permanente. Anemias diseritropoéticas, com eritropoese ineficaz, como a talassemia e as mielodisplasias. Absorção e liberação excessiva de ferro para a transferrina acúmulo lento e progressivo de ferro nas células parenquimatosas = hemossiderose Consequências da sobrecarga de ferro: Lesa células parenquimatosas do fígado = sinais de hepatopatia. Fibrose evolui para cirrose, com risco de carcinoma hepático. O ferro também se acumula no pâncreas e tecido cardíaco, acompanhando-se de diabete e cardiomiopatia; hipogonadismo, hipotireoidismo, impotência, artropatias e pigmentação melânica Interferência na síntese de nucleoproteínas deficiência de vitamina B12 e de ácido fólico Anemia megaloblástica Relacionada a carência de ácido fólico e vitamina B12, essa deficiência interfere diretamente na síntese de DNA e maturação dos eritroblastos gerando o quadro clínico anêmico e megaloblástico. A vitamina B12 está relacionada com a timina que é fundamental na replicação, mas não interfere na tradução, por isso continua produzindo muita hemoglobina. A vit. B12 e o ácido fólico são importantes para a síntese de ácidos nucleicos (timidina) DNA Hematopoese na deficiência de vit. B12 e/ou o ácido fólico: Crescimento e maturação assincrônicos entre núcleo e citoplasma; Retardo mitótico; Possível inviabilidade celular. Megaloblastos (proeritroblastos e eritroblastos agigantados). Proliferam de modo desordenado e morrem na medula eritropoese ineficaz (principal mecanismo desta anemia) As drogas antineoplásicas também podem causar esta anemia. Hemograma: Desenvolvem VCM aumentado e CHCM diminuído ou normal. Anemias macrocitica e normocrômica (ou hipocromica a depender do caso). capacidade de divisão dos eritroblastos sem comprometimento da síntese de Hb. Originam poucos eritrócitos de grande volume e bem hemoglobinizados – macrócitos ovalados Sintomas específicos • Icterícia leve • Glossite • Estomatite angular • Defeito no tubo neural (gestação) • Neuropatia (somente na deficiência de vitamina B12 - síntese de mielina nas células nervosas sensitivas) Deficiência de vitamina B12 (cobalamina): Difícil de distinguir morfologicamente das síndromes mielodisplásicas e da eritroleucemia. Dosagem de vit. B12 (< 200 pg/mL = deficiência; V.R. = 240-900 pg/mL); Exames citogenéticos e de biologia molecular; Resposta imediata ao tratamento com vitamina B12. 12 Sinais e sintomas Anemia Perniciosa Clássica É semelhante, mas é um problema de absorção que inicia. É uma doença auto-imune que ocorre por ausência do fator intrínseco secretado pelas células da mucosa gástrica que também secretam o ácido clorídrico. Anticorpos contra as células parietais do estômago levam a atrofia - acloridria e diminuição de secreção do FI (essencial para absorção da vitamina B12) V.R. = 3 a 13 ng/mL A deficiência no início da gestação predispõe a defeitos no tubo neural fetal. A deficiência é uma doença grave – extrema perda de apetite, emagrecimento rápido e anemização. Antes de tratar é necessário excluir a falta de vitamina B12. A deficiência pode ser ou não de ambos. Diagnóstico laboratorial Anemia de moderada a grave (macrocitose é notada antes de anemia significativa) Características morfológicas: macrocitose e normocromia Contagem de He sempre baixa • Grandes variações da Hb (minoria dos casos discretamente diminuída; maioria muito diminuídos) VCM elevado (fases clássicas > 110 fL) • HCM elevado, • CHCM normal (he pesadas, mas não, supercoradas) • RDW elevado • Reticulócitos – normais ou diminuídos Neutropenia discreta é comum. Presença frequente de neutrófilos hipersegmentados ( 5 lóbulos) • Plaquetas tardiamente diminuídas Importante • Vitamina B12 diminuída e/ou Ácido fólico diminuído • Bilirrubinemia indireta aumentada • DHL elevado (reflete hemólise intramedular – alterações dos eritroblastos) • Ácido metilmalônico aumentado - (vit. B12 atua na conversão da metilmalonilcoenzima A em succinil- coenzima A. Metilmalonil-coenzima A é convertida em ácido metilmalônico, se não houver vit. B12 suficiente para a conversão) • Homocisteína aumentada (vit. B12 e ác. Fólico são necessários para seu metabolisimo) Outras causas de macrocitose além da anemia megaloblástica: • Alcoolismo • Hepatopatia • Hipotireoidismo • Síndromes mielodisplásicas • Anemia aplástica • Tabagismo • Reticulocitose • Fármacos citotóxicos • Esplenectomia • Gravidez • Neonatal (fisiológica) Falta ou defeito proliferativo do tecido hematopoético Recordadno que os critérios que auxiliam a esclarecer a patogênese e a etiologia da anemia: Hipoproliferativa hiporregenerativa Falta de reticulocitose/policromatofilia– insuficiência na produção (resposta) Hiperproliferativa hiper-regenerativa Reticulocitose/policromatofilia – causa periférica com resposta medular adequada. Insuficiência medular • Aplasia → atrofia do parênquima medular com substituição total ou parcial do tecido hematopoiético por gordura. • Mielofibrose → substituição do tecido hematopoiético por tecido fibroso produzido por fibroblastos.• Neoplasia → autóctone ou metastática • Necrose da medula óssea → falta de aporte sanguíneo (drepanocitose, septicemias, quimioterapia, doenças mieloproliferativas) • Defeitos genéticos • Outros – granulomatose, carências alimentares, defeitos metabólicos. Biópsia MO 13 Aplasia Grupo heterogêneo de doenças apresentando: Pancitopenia e medula óssea com variado grau de hipocelularidade, sem evidência de infiltração neoplásica e de síndrome mieloproliferativas. Anemias aplásticas Se caracteriza pela diminuição das células produzidas na medula óssea. Começa cair a contagem d cel. Sanguíneas. Pode ser adquirida ou genética. Sintomas: Podem surgir de modo rápido ou lento. • Fadiga, fraqueza e outros comuns às anemias - diminuição dos eritrócitos. • Sangramentos – diminuição das plaquetas. • Maior frequência e gravidade de infecções – diminuição dos leucócitos. Anemia Aplástica Adquirida Rara e heterogênea com pancitopenia no sangue periférico e hipocelularidade medular. Causa: Lesão bioquímica ou imunológica das células primitivas da hematopoese → ocupação progressiva por gordura. 60-70% casos são idiopática e 30-40% pelo uso de fármacos, exposição a tóxicos industriais, radiação ionizante e viroses. Anemia Aplástica Genética - Anemia de Fanconi Falência medular progressiva com grande predisposição ao desenvolvimento de mielodisplasia, leucemias e tumores sólidos de cabeça e pescoço. Manifestações hematológicas – geralmente a partir dos 8 anos de idade. Malformações congênitas variadas estão presentes ao nascimento. Tratamento – TMO Obs.: há outros defeitos genéticos também raros que evoluem para anemia aplástica. Hemograma anemia aplástica severa: Aplasia eritroide pura (eritroblastopenia pura) É uma aplasia medular seletiva que geralmente não é duradoura. Anemia normocítica extrema e reticulócitos praticamente ausentes. Pode ocorrer de forma passageira em algumas viroses, por exemplo, parvoviros. Diagnostico por biopsia medula óssea, citogenética e o genético e histórico familiar e teste de DEB. Outras causas: Demais anemias importantes Anemia por: Anemia por insuficiência renal crônica: o rim produz eritropoetina, se não for produzida haverá uma perda enorme de hemácias sem reposição pela eritropoese. Por isso tem que injetar eritropoetina. Ferro, ferritina, índice de saturação transferina aumentado e capacidade total de ligação de ferro diminuída. Tratamento eritropoetina recombinante. Curiosidades: • Soluções com baixa concentração de sal provocam hemólise, por isso não se coloca água na veia com intensão de hidratar, pois poderá destruir hemácias e gerar uma anemia grave. • É possível saber se a anemia foi instalada apartir do RDW, pois se estiver alterado é sinal que ainda existem hemácias normocíticas junto com a alterada pois a vida é de 120 dias. • Hemolítica e hemorrágica não afeta volume celular e sim carência. • Toda hemácia hemolisada, o organismo pega a hemoglobina e transforma em bilirrubina. • Toda doença hemolítica apresenta esquizócitos (fragmento de hemácia) e codócito (hemácia em alvo). • Todo quadro hemolítico gera reticulocitose e bilirrubina aumentada (principalmente indireta que esta relacionada com hemólise), LDH aumentado.
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