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DJi - Imputabilidade Penal - Imputabilidade

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- Índice Fundamental do Direito
Legislação - Jurisprudência - Modelos - Questionários - Grades
Imputabilidade - Imputabilidade Penal - Art. 26 a Art. 28, Imputabilidade Penal - Código Penal - CP -
DL-002.848-1940 - Art. 48 a Art. 52, Imputabilidade Penal - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-
1969 - Culpabilidade - Direito Penal
Constitucional
- não-exclusão pela emoção, paixão e embriaguez, voluntária ou culposa:
Art. 28, caput, CP
Imputabilidade
"É a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se
de acordo com esse entendimento. O agente deve ter condições físicas,
psicológicas, morais e mentais de saber que está realizando um ilícito
penal. Mas não é só. Além dessa capacidade plena de entendimento,
deve ter totais condições de controle sobre sua vontade. Em outras
palavras, imputável é não apenas aquele que tem capacidade de
intelecção sobre o significado de sua conduta, mas também de comando
da própria vontade, de acordo com esse entendimento. Exemplo: um
dependente de drogas tem plena capacidade para entender o caráter
ilícito do furto que pratica, mas não consegue controlar o invencível
impulso de continuar a consumir a substância psicotrópica, razão pela
qual é impelido a obter recursos financeiros para adquirir o entorpecente,
tomando-se um escravo de sua vontade, sem liberdade de
autodeterminação e comando sobre a própria vontade, não podendo, por
essa razão, submeter-se ao juízo de censurabilidade.
A imputabilidade apresenta, assim, um aspecto intelectivo, consistente na
capacidade de entendimento, e outro volitivo, que é a faculdade de
controlar e comandar a própria vontade. Faltando um desses elementos,
o agente não será considerado responsável pelos seus atos.
Na precisa síntese de Welzel, a capacidade de culpabilidade apresenta
dois momentos específicos: um "cognoscivo ou intelectual" e outro "de
vontade ou volitivo", isto é, a capacidade de compreensão do injusto e a
determinação da vontade conforme ao sentido, agregando que somente
ambos os momentos conjuntamente constituem, pois, a capacidade de
culpabilidade (Apud Cezar Roberto Bitencourt, Reflexões acerca da
culpabilidade finalista na doutrina alemã, RT, 654/259.).
Distinção entre imputabilidade e capacidade: a capacidade é gênero do
qual a imputabilidade é espécie. Com efeito, capacidade é uma expressão
muito mais ampla, que compreende não apenas a possibilidade de
entendimento e vontade (imputabilidade ou capacidade penal), mas
também a aptidão para praticar atos na órbita processual, tais como
oferecer queixa e representação, ser interrogado sem assistência de
curador etc. (capacidade processual). A imputabilidade é, portanto, a
capacidade na órbita penal. Tanto a capacidade penal (CF, art. 228, e
Referências
e/ou
Doutrinas
Relacionadas:
Abandono de Cargo
Público
Abandono de
Incapaz
Abandono Intelectual
Abandono Material
Ação Penal
Acusação
Actio Libera In
Causa
Analogia
Antijuridicidade
Antijurídico
Aplicação da Pena
Apropriação Indébita
Arrependimento
Posterior
Atipicidade
Capacidade
Capacidade Penal
Causas de Extinção
da Punibilidade
Circunstâncias
Classificação dos
Crimes
Comunicabilidade e
Incomunicabilidade
de Elementares e
Circunstâncias
Concepção do
Direito Penal
Concurso de Crimes
Concurso de Pessoas
Conduta
CP, art. 27) quanto a capacidade processual plena são adquiridas aos 18
anos.
Distinção entre dolo e imputabilidade: dolo é a vontade, imputabilidade, a
capacidade de compreender essa vontade. Um louco que pega uma faca
e dilacera a vítima age com dolo, pois desfere os golpes com consciência
e vontade. O que lhe falta é discemimento sobre essa vontade. Ele sabe
que está esfaqueando a ofendida, mas não tem condições de avaliar a
gravidade do que está fazendo, nem seu caráter criminoso. Um drogado
sabe que está portando cocaína para uso próprio, mas não tem comando
sobre essa vontade. Tem dolo, mas não tem imputabilidade.
Distinção entre imputabilidade e responsabilidade: esta é mais ampla e
compreende a primeira. Com efeito, responsabilidade é a aptidão do
agente para ser punido por seus atos e exige três requisitos:
imputabilidade, consciência potencial da ilicitude e exigibilidade de
conduta diversa. Deste modo, o sujeito pode ser imputável, mas não
responsável pela infração praticada, quando não tiver a possibilidade de
conhecimento do injusto ou quando dele for inexigível conduta diversa.
Regra: todo agente é imputável, a não ser que ocorra causa excludente da
imputabilidade (chamada de causa dirimente). A capacidade penal é,
portanto, obtida por exclusão, ou seja, sempre que não se verificar a
existência de alguma causa que a afaste. Dessa constatação ressalta a
importância das causas dirimentes.
Causas que excluem a imputabilidade: são quatro:
1ª) doença mental;
2ª) desenvolvimento mental incompleto;
3ª) desenvolvimento mental retardado;
4ª) embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior.
1ª) Doença mental: é a perturbação mental ou psíquica de qualquer
Doença Mental
ordem, capaz de eliminar ou afetar a capacidade de entender o caráter
criminoso do fato ou a de comandar a vontade de acordo com esse
entendimento. Compreende a infindável gama de moléstias mentais, tais
como epilepsia condutopática, psicose, neurose, esquizofrenia, paranóias,
psicopatia, epilepsias em geral etc.
A dependência patológica de substância psicotrópica (álcool,
entorpecentes, estimulantes e alucinógenos) configura doença mental,
segundo dispõe a Lei n. 6.368/76, em seu art. 19 e parágrafo único -
Revogada pela L-011.343-2006, sempre que retirar a capacidade de
entender ou de querer. Bettiol ressalva que a imputabilidade cessa,
também, na hipótese de enfermidade de natureza não mental que atinja "a
capacidade de entender e querer". É o que se verifica nas enfermidades
físicas com incidências sobre o psiquismo, tal como ocorre nos delírios
febris produzidos pelo tifo, na pneumonia ou em outra doença qualquer
que atue sobre a normalidade psíquica (Apud José Frederico Marques,
Tratado, cit., v. 2, p. 233.).
2ª) Desenvolvimento mental incompleto: é o desenvolvimento que ainda
não se concluiu, devido à recente idade cronológica do agente ou à sua
falta de convivência em sociedade, ocasionando imaturidade mental e
emocional. No entanto, com a evolução da idade ou o incremento das
Contagem do Prazo
Crime Consumado
Crime Continuado
Crime Impossível
Crime Preterdoloso
Crimes Contra a
Incolumidade Pública
Crimes Contra a
Inviolabilidade do
Domicílio
Crimes Contra a
Liberdade Individual
Crimes Contra a
Liberdade Pessoal
Crimes Contra o
Patrimônio
Crimes de
Responsabilidade do
Presidente da
República
Crimes Militares
Criminalização
Culpabilidade
Dano (s)
Descriminantes
Putativas
Desenvolvimento
Mental
Deserção
Desistência
Voluntária e
Arrependimento
Eficaz
Direito Penal
Direito Penal no
Estado Democrático
de Direito
Dolo Penal
Efeitos da
Condenação
Eficácia da Lei no
Tempo
Eficácia de Sentença
Estrangeira
Elementares
Embriaguez
Emoção e Paixão
Erro de Tipo
Estado de
relações sociais, a tendência é a de ser atingida a plena potencialidade. É
o caso dos menores de 18 anos (CP, art. 27) e dos silvícolas
inadaptados à sociedade, os quais têm condições de chegar ao pleno
desenvolvimento com o acúmulo das experiências hauridas no cotidiano.
No caso dos silvícolas (também chamados de "homens da floresta"), o
laudo pericial é imprescindível para aferir a inimputabilidade. Quanto aos
menores de 18 anos, apesar de não sofrerem sanção penal pela prática
de ilícito penal, em decorrência da ausência de culpabilidade, estão
sujeitos ao procedimento e às medidas socioeducativas previstas no
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90), em virtude de a
conduta descrita como crime ou contravenção penal ser considerada ato
infracional (cf. art. 103 do ECA). As medidas a serem aplicadas estão
previstas nos arts. 101 e 112 do ECA.
3ª) Desenvolvimento mental retardado: é o incompatívelcom o estágio de
vida em que se encontra a pessoa, estando, portanto, abaixo do
desenvolvimento normal para aquela idade cronológica. Ao contrário do
desenvolvimento incompleto, no qual não há maturidade psíquica em
razão da ainda precoce fase de vida do agente ou da falta de
conhecimento empírico, no desenvolvimento retardado a capacidade não
corresponde às expectativas para aquele momento da vida, o que
significa que a plena potencialidade jamais será atingida.
É o caso dos oligofrênicos, que são pessoas de reduzidíssimo coeficiente
intelectual. Classificam-se numa escala de inteligência decrescente em
débeis mentais, imbecis e idiotas. Dada a sua quase insignificante
capacidade mental, ficam impossibilitados de efetuar uma correta
avaliação da situação de fato que se lhes apresenta, não tendo, por
conseguinte, condições de entender o crime que cometerem.
Além dos oligofrênicos, compreendem-se na categoria do
desenvolvimento retardado os surdos-mudos, que, em conseqüência da
anomalia, não têm qualquer capacidade de entendimento e de
autodeterminação. Nesse caso, por força do deficit de suas faculdades
sensoriais, o seu poder de compreensão também é afetado.
Critérios de aferição da inimputabilidade
a) Sistema biológico: a este sistema somente interessa saber se o agente é
portador de alguma doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado. Em caso positivo, será considerado
inimputável, independentemente de qualquer verificação concreta de essa
anomalia ter retirado ou não a capacidade de entendimento e
autodeterminação. Há uma presunção legal de que a deficiência ou
doença mental impede o sujeito de compreender o crime ou comandar a
sua vontade, sendo irrelevante indagar acerca de suas reais e efetivas
conseqüências no momento da ação ou omissão.
Foi adotado, como exceção, no caso dos menores de 18 anos, nos quais
o desenvolvimento incompleto presume a incapacidade de entendimento
e vontade (CP, art. 27). Pode até ser que o menor entenda perfeitamente
o caráter criminoso do homicídio, roubo ou estupro, por exemplo, que
pratica, mas a lei presume, ante a menoridade, que ele não sabe o que
faz, adotando claramente o sistema biológico nessa hipótese.
b) Sistema psicológico: ao contrário do biológico, este sistema não se
Necessidade
Estrito Cumprimento
de Dever Legal
Estupro
Exame de Sanidade
Mental
Exercício Regular do
Direito
Exigibilidade de
Conduta Diversa
Extinção da
Punibilidade
Extraterritorialidade
da Lei Penal
Brasileira
Fato Antijurídico
Fato Típico
Fontes do Direito
Penal
Função Ético-Social
do Direito Penal
Homicídio
Ilicitude
Imposição da
Medidas de
Segurança para
Inimputável
Impunibilidade
Imputação
Incapacidade
Incapazes
Inimputáveis
Insanidade Mental do
Acusado
Interpretação da Lei
Penal
Irretroatividade da
Lei Penal
Isenção de Pena
Legítima Defesa
Leis de Vigência
Temporária
Limites de Penas
Livramento
Condicional
Lugar do Crime
Medida de Segurança
Menores de Dezoito
Anos
preocupa com a existência de perturbação mental no agente, mas apenas
se, no momento da ação ou omissão delituosa, ele tinha ou não condições
de avaliar o caráter criminoso do fato e de orientar-se de acordo com
esse entendimento. Pode-se dizer que, enquanto o sistema biológico só
se preocupa com a existência da causa geradora da inimputabilidade, não
se importando se ela efetivamente afeta ou não o poder de compreensão
do agente, o sistema psicológico volta suas atenções apenas para o
momento da prática do crime.
A título de ilustração, se fosse adotado o critério psicológico entre nós, a
supressão total dos sentidos pela emoção, que não está prevista em lei
como causa dirimente, poderia levar à exclusão da imputabilidade do
agente, quando retirasse totalmente a capacidade de entender ou a de
querer. Exemplo: a mulher que flagrasse o marido em adultério e,
completamente transtornada, com integral alteração de seu estado físico-
psíquico, o matasse poderia ter excluída a sua culpabilidade, se ficasse
demonstrada a ausência da capacidade intelectiva ou volitiva no momento
da ação. Não é o que ocorre. O sistema psicológico não é contemplado
pelo nosso Código Penal. A emoção não exclui a imputabilidade jamais,
porque não está arrolada entre as causas exculpantes.
c) Sistema biopsicológico: combina os dois sistemas anteriores, exigindo
que a causa geradora esteja prevista em lei e que, além disso, atue
efetivamente no momento da ação delituosa, retirando do agente a
capacidade de entendimento e vontade. Dessa forma, será inimputáve1
aquele que, em razão de uma causa prevista em lei (doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado), atue no momento da
prática da infração penal sem capacidade de entender o caráter criminoso
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Foi
adotado como regra, conforme se verifica pela leitura do art. 26, caput,
do Código Penal.
Requisitos da inimputabilidade segundo o sistema biopsicológico
a) Causal: existência de doença mental ou de desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, que são as causas previstas em lei.
b) Cronológico: atuação ao tempo da ação ou omissão delituosa.
c) Conseqüencial: perda total da capacidade de entender ou da
capacidade de querer.
Somente haverá inimputabilidade se os três requisitos estiverem
presentes, à exceção dos menores de 18 anos, regidos pelo sistema
biológico.
Questões processuais
Prova: a prova da inimputabilidade do acusado é fomecida pelo exame
pericial. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do réu, o juiz
ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor,
do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado,
seja este submetido a um exame médico-legal, chamado incidente de
insanidade mental, suspendendo-se o processo até o resultado final
(CPP, art. 149).
Sentença absolutória e medida de segurança: o juiz, na sentença, deve
analisar antes de tudo se existe prova da autoria e da materialidade do
crime. Deve ainda verificar se houve fato típico doloso ou culposo e se
Motim
Nexo Causal
Objeto do Direito
Penal
Pena de Multa
Penas Privativas de
Liberdade
Penas Restritivas de
Direitos
Potencial Consciência
da Ilicitude
Prescrição
Presunção
Princípio da
Legalidade
Privilégios Funcionais
Punibilidade
Qualificação Legal do
Crime
Rapto
Reabilitação
Redução de Pena
(imputabilidade)
Reincidência
Reserva Mental
Responsabilidade (s)
Restrição Mental
Resultado
Revolta
Roubo e Extorsão
Sanção Penal
Semi-Imputável
Substituição da Pena
por Medida de
Segurança para o
Semi-Imputável
Superveniência de
Doença Mental
Suspensão
Condicional da Pena
Tempo do Crime e
Conflito Aparente de
Normas
Tentativa
Teoria do Crime
Teoria Geral do
Crime
Territorialidade da
Lei Penal Brasileira
estão presentes causas de exclusão da ilicitude. Se não se comprovar a
autoria, a materialidade, o fato típico ou a ilicitude, a hipótese será de
absolvição sem a imposição de qualquer sanção penal (pena ou medida
de segurança). É a chamada absolvição própria. Somente se constatar
que o réu foi autor de um fato típico e ilícito é que o juiz passará ao
exame da culpabilidade. Provada por exame de insanidade mental
ainimputabilidade, o agente será absolvido, mas receberá medida de
segurança, ao que se denomina absolvição imprópria.
4ª) Embriaguez
Conceito: causa capaz de levar à exclusão da capacidade de
entendimento e vontade do agente, em virtude de uma intoxicação aguda
e transitória causada por álcool ou qualquer substância de efeitos
psicotrópicos, sejam eles entorpecentes (morfina, ópio etc.), estimulantes
(cocaína) ou alucinógenos (ácido lisérgico).
Quadro das substâncias psicotrópicas: as substâncias que provocam
alterações psíquicas denominam-se drogas psicotrópicas e encontramse
subdivididas em três espécies: a) psicolépticos, que são os tranquilizantes,
os narcóticos, os entorpecentes, como, por exemplo, a morfina, o ópio,
os barbitúricos e os calmantes;b) psicoanalépticos, os estimulantes,
como as anfetaminas (as chamadas "bolinhas"), a cocaína etc.; c)
psicodislépticos, ou seja, os alucinógenos, substâncias que causam
alucinação, como é o caso do ácido lisérgico, a heroína e o álcool. Como
se nota, o Código Penal não aborda apenas a embriaguez alcoólica, mas
a decorrente do uso de qualquer outra droga.
Fases
a) Excitação: estado eufórico inicial provocado pela inibição dos
mecanismos de autocensura. O agente torna-se inconveniente, perde a
acuidade visual e tem seu equilíbrio afetado. Em virtude de sua maior
extroversão, esta fase denomina-se "fase do macaco".
b) Depressão: passada a excitação inicial, estabelece-se uma confusão
mental e há irritabilidade, que deixam o sujeito mais agressivo. Por isso,
denomina-se "fase do leão".
c) Sono: na sua última fase, e somente quando grandes doses são
ingeridas, o agente fica em um estado de dormência profunda, com perda
do controle sobre as funções fisiológicas. Nesta fase, conhecida como
"fase do porco", evidentemente, o ébrio só pode cometer delitos
omissivos.
Espécies
a) Embriaguez não acidental: subdivide-se em voluntária (dolosa ou
intencional) e culposa.
Voluntária, dolosa ou intencional: o agente ingere a substância alcoólica
ou de efeitos análogos com a intenção de embriagar-se. Há, portanto, um
desejo de ingressar em um estado de alteração psíquica, daí falar-se em
embriaguez dolosa. No jargão dos drogados, diz-se "vou tomar um
porre" ou "vou fazer uma viagem".
Culposa: o agente quer ingerir a substância, mas sem a intenção de
embriagar-se, contudo, isso vem a acontecer em virtude da imprudência
de consumir doses excessivas. A alteração psíquica não decorre de um
comportamento doloso, intencional, de quem quer "tomar um porre" ou
Tipicidade
Tipo Penal nos
Crimes Culposos
Tipo Penal nos
Crimes Dolosos
Traição
Transgressão Militar
Ultraje Público ao
Pudor
"fazer uma viagem", mas de um descuido, de uma conduta culposa,
imprudente, excessiva.
Completa: a embriaguez voluntária e a culposa podem ter como
conseqüência a retirada total da capacidade de entendimento e vontade
do agente, que perde integralmente a noção sobre o que está
acontecendo.
Incompleta: ocorre quando a embriaguez voluntária ou a culposaretiram
apenas parcialmente a capacidade de entendimento e autodeterminação
do agente, que ainda consegue manter um resíduo de compreensão e
vontade.
Conseqüência: actio libera in causa. A embriaguez não acidentaljamais
exclui a imputabilidade do agente, seja voluntária, culposa, completa ou
incompleta. Isso porque ele, no momento em que ingeria a substância, era
livre para decidir se devia ou não o fazer. A conduta, mesmo quando
praticada em estado de embriaguez completa, originou-se de um ato de
livre-arbítrio do sujeito, que optou por ingerir a substância quando tinha
possibilidade de não o fazer. A ação foi livre na sua causa, devendo o
agente, por essa razão, ser responsabilizado.
É a teoria da actio libera in causa (ações livres na causa). Considerase,
portanto, o momento da ingestão da substância e não o da prática
delituosa. Essa teOlia ainda configura resquício da responsabilidade
objetiva em nosso sistema penal, sendo admitida excepcionalmente
quando for de todo necessário para não deixar o bem jurídico sem
proteção. Exemplo: um estudante, após ingerir grande quantidade de
álcool, vai participar de uma festividade, na qual, completamente
embriagado, desfere um disparo de arma de fogo na cabeça de seu
colega, matando-o. Passada a bebedeira, desesperado, chora a morte do
amigo, sem se lembrar de nada. Neste caso, responde pelo crime, pois,
embora tivesse perdido a capacidade de compreensão, no momento da
conduta delituosa, não pode invocar tal incapacidade momentânea a seu
favor, pois, no momento em que ingeria a substância psicotrópica, era
plenamente livre para decidir se devia ou não fazê-Io. Pela teoria da actio
libera in causa, responderá por homicídio doloso, presumindo-se, sem
admissão de prova em contrário, que estava sóbrio no momento em que
praticou a conduta.
Responsabilidade objetiva na embriaguez não acidental: em sentido
contrário, Damásio E. de Jesus, afastando completamente a
responsabilidade objetiva do sistema penal moderno, lembra que, no
caso da embriaguez completa, o agente não pode ser responsabilizado se
não tinha, no momento em que se embriagava, condições de prever o
surgimento da situação que o levou à prática do crime. A
responsabilidade objetiva não mais se justifica diante do princípio
constitucional do estado de inocência: "A moderna doutrina penal não
aceita a aplicação da teoria da actio libera in causa à embriaguez
completa, voluntária ou culposa e não preordenada, em que o sujeito não
possui previsão, no momento em que se embriaga, da prática do crime.
Se o sujeito se embriaga, prevendo a possibilidade de praticar o crime e
aceitando a produção do resultado, responde pelo delito a título de dolo.
Se ele se embriaga prevendo a produção do resultado e esperando que
não se produza, ou não prevendo, mas devendo prevê-Io, responde pelo
delito a título de culpa. Nos dois últimos casos, é aceita a aplicação da
teoria da actio libera in causa. Diferente é o primeiro caso, em que o
sujeito não desejou, não previu, nem havia elementos de previsão da
ocorrência do resultado. Quando ainda imputável o sujeito, não agiu com
dolo ou culpa em relação ao resultado do crime determinado. A
embriaguez não pode ser considerada ato de execução do crime que o
agente não previu ... Para que haja responsabilidade penal no caso da
actio libera in causa, é necessário que, no instante da imputabilidade, o
sujeito tenha querido o resultado ou assumido o risco de produzi-Io, ou o
tenha previsto sem aceitar o risco de causá-Io ou que, no mínimo, tenha
sido previsível. Na hipótese de imprevisibilidade, que estamos cuidando,
não há falar em responsabilidade penal ou em aplicação da actio libera in
causa. Assim, afirmando que não há exclusão da imputabilidade, o
Código admite responsabilidade objetiva" (Direito penal, cit., 25, ed., v.
1, p. 513.).
Com o advento da Constituição de 1988, "o art. 28, II, do Código Penal,
na parte em que ainda consagrava a responsabilidade objetiva, uma vez
que permitia a condenação por crime doloso ou culposo sem que o ébrio
tivesse agido com dolo ou culpa, foi revogado pelo princípio
constitucional do estado de inocência (CF, art. 5º, LVlI)" (Damásio E. de
Jesus, Direito penal, cit., 25. ed., p. 512-513.). Pode-se citar, como
exemplo, a namorada que, frustrada com o fim do romance, aluga um
helicóptero e vai embriagar-se ("afogar as mágoas") em uma choupana,
no alto de uma montanha. Após sugar quinze doses de uísque, recebe a
inesperada visita do seu amado, o qual logrou, sabe-se lá como, chegar
ao local. Após passional discussão, o rapaz coloca uma arma de fogo na
mão da moça e dramaticamente lhe diz: "não quero mais você, mas se
você não suportar isso, que me mate", e a donzela, completamente
embriagada, dispara e mata a imprudente vítima. De acordo com essa
posição, como o evento foi absolutamente imprevisível no momento em
que a autora se embriagava, não teria incidência a actio libera in causa.
Tal posição, a ser aplicada somente em casos excepcionais, nos quais, no
momento em que o agente ingere a substância, for absolutamente
imprevisível o desfecho trágico, está de acordo com a moderna
concepção constitucionalista do Direito Penal.
b) Embriaguez acidental: pode decorrer de caso fortuito ou força maior.
Caso fortuito: é toda ocorrência episódica, ocasional, rara, de difícil
verificação, como o clássico exemplo fornecido pela doutrina, de alguém
que tropeça e cai de cabeça em um tonel de vinho, embriagando-se. É
também o caso de alguém que ingere bebida na ignorância de que tem
conteúdo alcoólico ou dos efeitos psicotrópicos que provoca. É ainda o
caso do agente que, após tomar antibiótico para tratamento de uma gripe,
consome álcool semsaber que isso o fará perder completamente o poder
de compreensão. Nessas hipóteses, o sujeito não se embriagou porque
quis, nem porque agiu com culpa.
Força maior: deriva de uma força externa ao agente, que o obriga a
consumir a droga. É o caso do sujeito obrigado a ingerir álcool por
coação física ou moral irresistíve1, perdendo, em seguida, o controle
sobre suas ações.
Frederico Marques também adota tal distinção, afirmando que, "na
embriaguez fortuita, a alcoolização decorre de fatores imprevistos,
enquanto na derivada de força maior a intoxicação provém de força
externa que opera contra a vontade de uma pessoa, compelindo-a a
ingerir a bebida" (Tratado, cit., p. 246.).
Completa ou incompleta: tanto uma quanto outra podem retirar total ou
parcialmente a capacidade de entender e querer.
Conseqüência da embriaguez acidental: quando completa, exclui a
imputabilidade, e o agente fica isento de pena; quando incompleta, não
exclui, mas permite a diminuição da pena de 1/3 a 2/3, conforme o grau
de perturbação. Não há que se falar da actio libera in causa, uma vez que
durante a embriaguez o agente não teve livre-arbítrio para decidir se
consumia ou não a substância. A ação em sua origem não foi nem
voluntária, nem culposa. Obs.: na hipótese de embriaguez completa
proveniente de caso fortuito ou força maior, fica totalmente excluída a
imputabilidade, porque o agente perdeu a capacidade de compreensão e
vontade, devendo ser absolvido. Entretanto, ao contrário do que ocorre
na doença mental e no desenvolvimento incompleto ou retardado, não
haverá imposição de medida de segurança (absolvição imprópria): a
absolvição será própria, pois não há necessidade de submeter o sujeito a
tratamento médico.
c) Patológica: é o caso dos alcoólatras e dos dependentes, que se
colocam em estado de embriaguez em virtude de uma vontade invencível
de continuar a consumir a droga. Trata-se de verdadeira doença mental,
recebendo, por conseguinte, o mesmo tratamento desta. Basileu
Garcianão considerajusta essa solução, pois, "no mecanismo do Código,
o indivíduo que cometa um crime por estar completamente embriagado,
embora tenha bebido pela primeira vez na vida, será responsabilizado
penalmente, desde que a embriaguez não seja fortuita, mas voluntária ou
culposa. Esse mesmo indivíduo, porém, vem a delinqüir em conseqüência
de perturbações mentais ocasionadas por contínuas libações alcoólicas ...
e será considerado irresponsável"270.
d) Preordenada: o agente embriaga-se já com a finalidade de vir a
delinqüir nesse estado. Não se confunde com a embriaguez voluntária, em
que o agente quer embriagar-se, mas não tem a intenção de cometer
crimes nesse estado. Na preordenada, a conduta de ingerir a bebida
alcoólica já constitui ato inicial do comportamento típico, já se
vislumbrando desenhado o objetivo delituoso que almeja atingir, ou que
assume o risco de conseguir. É o caso de pessoas que ingerem álcool
para liberar instintos baixos e cometer crimes de violência sexual ou de
assaltantes que consomem substâncias estimulantes para operações
ousadas.
Conseqüência: além de não excluir a imputabilidade, constitui causa
agravante genérica (art. 61, II, "l", do CP).
Emoção e paixão: emoção é um sentimento abrupto, súbito, repentino,
arrebatador, que toma de assalto a pessoa, tal e qual um vendaval. Ao
mesmo tempo, é fugaz, efêmero, passageiro, esvaindo-se com a mesma
rapidez. A paixão, ao contrário, é um sentimento lento, que, se vai
cristalizando paulatinamente na alma humana até alojar-se de forma
definitiva. A primeira é rápida e passageira, ao passo que esta última,
insidiosa, lenta e duradoura. A emoção é o vulcão que entra em erupção;
a paixão, o sulco que vai sendo pouco a pouco cavado na terra, por
força das águas pluviais. A emoção é o gol marcado pelo seu time; a
paixão, o amor que se sente pelo clube, ainda que ele já não lhe traga
nenhuma emoção. A ira momentânea é a emoção; o ódio recalcado, a
paixão. O ciúme excessivo, deformado pelo egoístico sentimento de
posse, é a paixão em sua forma mais perversa. A irritação despertada
pela cruzada de olhos da parceira com um terceiro é pura emoção.
Conseqüência: nem uma, nem outra excluem a imputabilidade, uma vez
que o nosso Código Penal adotou o sistema biopsicológico, sendo
necessário que a causa dirimente (excludente da culpabilidade) esteja
prevista em lei, o que não é o caso nem da emoção, nem da paixão (cf.
CP, art. 28, I).
A emoção como causa minorante: pode funcionar como causa específica
de diminuição de pena (privilégio) no homicídio doloso e nas lesões
corporais dolosas, mas, para isso, exige quatro requisitos: a) deve ser
violenta; b) o agente deve estar sob o domínio dessa emoção, e não mera
influência; c) a emoção deve ter sido provocada por um ato injusto da
vítima; d) a reação do agente deve ser logo em seguida a essa
provocação (CP, arts. 121, § 1º, e 129, § 4º). Nesse caso, a pena será
reduzida de 1/6 a 1/3. Se o agente estiver sob mera influência, a emoção
atuará apenas como circunstância atenuante genérica, com efeitos bem
mais acanhados na redução da pena, já que esta não poderá ser
diminuída aquém do mínimo legal (art. 65, III, c). A paixão não funciona
sequer como causa de diminuição de pena.
A paixão equiparada à doença mental: José Frederico Marques lembra,
com inteira razão, que, se a emoção ou paixão tiverem caráter
patológico, a hipótese enquadrar-se-á no art. 26, caput (doença mental)
(Tratado, cit., p. 236.).
Galdino Siqueira, invocando as lições de Krafft-Ebing, acentua que "as
paixões, pertencendo ao domínio da vida fisiológica, apresentam, quando
profundas, perturbações físicas e psíquicas notáveis, das mesmas se
ressentindo a consciência; isto, porém, não pode implicar na
irresponsabilidade, porquanto o direito penal não deve deixar impunes os
atos cometidos em um estado passional, pois esses atos constituem
freqüentemente delitos graves. O efeito perturbador da paixão no
mecanismo psíquico pode reduzir a capacidade de resistência psíquica,
constituída por representações éticas e jurídicas, a grau inferior ao estado
normal ... os atos passionais que devem ser recomendados à indulgência
do juiz são os devidos a um amor desgraçado (assassínio da pessoa
amada, com tentativa de suicídio), ao ciúme (assassínio por amor
desprezado ou enganado), à necessidade e ao desespero (assassínio de
mulher e filhos, no extremo de uma luta improfícua pela vida)" (Tratado
de direito penal, Rio de Janeiro, Konfino, 1947, p. 467.).
Entendemos que somente a paixão que transforme agente em um doente
mental, retirando-lhe a capacidade de compreensão, pode influir na
culpabilidade. Mesmo nas hipóteses de ciúme doentio e desespero, se
não há doença mental, não se pode criar uma nova causa excludente da
imputabilidade.
Transtorno mental transitório e estados de inconsciência como causas
excludentes da imputabilidade: Nélson Hungria sustenta ser possível
equipararem-se à doença mental o delírio febril, o sonambulismo e as
perturbações de atividade mental que se ligam a certos estados somáticos
ou fisiológicos mórbidos de caráter transitório (Apud José Frederico
Marques, Tratado, cit., p. 237.).
Para Frederico Marques, "a inconsciência ou transtorno transitório, se
enquadráveis no art. 26, caput, como doença mental, excluem a
imputabilidade. Caso contrário, em nada alteram. Se a inconsciência for
absoluta, como no sono, por exemplo, inexistirá fato típico porque não
houve ação ou conduta tipificável. É de se observar, porém, que se culpa
houver ligando o fato praticado em estado de absoluta inconsciência a ato
anterior, a aplicação da actio libera in causa toma punível o agente. É o
que sucederia com a pessoa que imprudentemente fosse deitar-se ao lado
de um recém-nascido, sem cautelas para evitar a ocorrência de algum
evento lesivo proveniente da proximidade dos dois corpos e dos
movimentos realizados durante o sono. Se viesse a afogá-lo ou feri-lo,
seria responsável,a título de culpa, pela imprudência anterior ao sono"
(Tratado, cit., p. 237.).
Semi-imputabilidade ou responsabilidade diminuída
Conceito: é a perda de parte da capacidade de entendimento e
autodeterminação, em razão de doença mental ou de desenvolvimento
incompleto ou retardado. Alcança os indivíduos em que as perturbações
psíquicas tornam menor o poder de autodeterminação e mais fraca a
resistência interior em relação à prática do crime. Na verdade, o agente é
imputável e responsável por ter alguma noção do que faz, mas sua
responsabilidade é reduzida em virtude de ter agido com culpabilidade
diminuída em conseqüência das suas condições pessoais.
Requisitos: são os mesmos da inimputabilidade, salvo quanto à
intensidade no requisito cronológico.
a) Causal: é provocada por perturbação de saúde mental ou de
desenvolvimento mental incompleto ou retardado (o art. 26, parágrafo
único, do CP emprega a expressão "perturbação de saúde mental", no
lugar de doença mental, o que constitui um minus, significando uma mera
turbação na capacidade intelectiva).
b) Cronológico: deve estar presente ao tempo da ação ou omissão.
c) Conseqüencial: aqui reside a diferença, já que na semi-imputabilidade
há apenas perda de parte da capacidade de entender e querer.
Conseqüência: não exclui a imputabilidade, de modo que o agente será
condenado pelo fato típico e ilícito que cometeu. Constatada a redução
na capacidade de compreensão ou vontade, o juiz terá duas opções:
reduzir a pena de 1/3 a 2/3 ou impor medida de segurança (mesmo aí a
sentença continuará sendo condenatória).
A escolha por medida de segurança somente poderá ser feita se o laudo
de insanidade mental indicá-Ia como recomendável, não sendo arbitrária
essa opção. Se for aplicada pena, o juiz estará obrigado a diminuí-la de
1/3 a 2/3, conforme o grau de perturbação, tratando-se de direito público
subjetivo do agente, o qual não pode ser subtraído pelo julgador. Em
sentido contrário, entendendo ser faculdade do juiz: José Frederico
Marques27S•
Embriaguez fortuita e a imputabilidade diminuída: a imputabilidade
diminuída também existe no caso de embriaguez fortuita (derivada de
caso fortuito ou força maior), conforme o art. 28, § 2º, do Código Penal.
Assim, quando a intoxicação por álcool ou substância de efeitos análogos
proveniente de caso fortuito ou força maior é completa e anula o poder
de autodeterminação, considera-se o agente inimputável; se a embriaguez
fortuita diminui a autodeterminação do agente, então existe a
imputabilidade diminuída.
A questão da dependência: tratada como espécie de doença mental, a
dependência em drogas recebe tratamento jurídico diverso das outras
formas de perturbação mental (como a psicose, a neurose, a epilepsia
etc.). Na hipótese de provocar inimputabilidade, será aplicada medida de
segurança, seguindo-se a regra do art. 10 da Lei de Tóxicos (que
prevalece sobre a do art. 97 do CP), de modo que a intemação em casa
de custódia e tratamento psiquiátrico somente será imposta quando
necessária."
Siqueira, Galdino, Tratado de direito penal, Rio de Janeiro, Konfino,
1947.
Damásio E. de Jesus, Direito penal, cit., 25. ed.
Cezar Roberto Bitencourt, Reflexões acerca da culpabilidade
finalista na doutrina alemã, RT, 654/259.
Capez, Fernando, Curso de Direto Penal, parte geral, vol. 1,
Saraiva, 10ª ed., 2006
(Revista Realizada por Suelen Anderson - Acadêmica em Ciências
Jurídicas - 26 de novembro de 2009)
Embriaguez - Emoção e paixão - Inimputáveis - Menores de dezoito
anos - Redução de pena (imputabilidade)
Ação Penal - Aplicação da Lei Penal - Concurso de Pessoas - Crimes
contra a administração pública - Crimes contra a existência, a segurança
e a integridade do Estado - Crimes Contra a Família - Crimes contra a fé
pública - Crimes Contra a Incolumidade Pública - Crimes Contra a
Organização do Trabalho - Crimes Contra a Paz Pública - Crimes
Contra a Pessoa - Crimes Contra a Propriedade Imaterial - Crimes
Contra o Patrimônio - Crimes contra o sentimento religioso e contra o
respeito aos mortos - Crimes Contra os Costumes - Extinção da
Punibilidade - Imputabilidade Penal - Medidas de Segurança - Penas
[Direito Criminal] [Direito Penal]
Jurisprudência Relacionada:
- Efeitos Penais - Reconhecimento da Menoridade - Prova Documental -
Súmula nº 74 - STJ
- Imunidade Parlamentar - Extensão ao Co-Réu Sem essa Prerrogativa -
Súmula nº 245 - STF
- Prescrição Penal - Medidas Sócio-Educativas - Súmula nº 338 - STJ
Normas Relacionadas:
Art. 156, Dúvida a Respeito de Imputabilidade e Art. 160,
Inimputabilidade. Nomeação de Curador. Medida de Segurança -
Incidente de Insanidade Mental do Acusado - Incidentes - Código
de Processo Penal Militar - CPPM - DL-001.002-1969
Art. 306, § 3º, Negativa da Imputação - Qualificação e
Interrogatório do Acusado - Atos Probatórios - Código de
Processo Penal Militar - CPPM - DL-001.002-1969
Art. 660, Imposição da Medida ao Agente Isento de Pena, ou
Perigoso - Execução das Medidas de Segurança - Execução -
Código de Processo Penal Militar - CPPM - DL-001.002-1969
Aspectos Penais - Convenção Interamericana Sobre Tráfico
Internacional de Menores - D-002.740-1998
Imputabilidade Penal - Código Penal - CP - DL-002.848-1940
Imputabilidade Penal - Código Penal Militar - CPM - DL-
001.001-1969
Actio libera in causa
 Ação de se deixar ficar num estado de inconsciência, com o fito de praticar um delito. A teoria da actio
libera in causa foi adotada na Exposição de Motivos original do CP de 1940, de modo que considera-se
imputável quem se põe em estado de inconsciência ou de incapacidade de autocontrole, seja dolosa ou
culposamente, e nessa situação comete o crime. Percebe-se que, ao adotar tal orientação, o CP adotou a
doutrina da responsabilidade objetiva, pela qual deve o agente responder pelo crime. Como se vê, tal teoria
leva em conta, por definição, os aspectos meramente objetivos do delito, sem considerar o lado subjetivo
deste.
 Com a reforma da Parte Geral do CP, introduzida pela L. 7.209, de 11.7.1984, apregoou-se a abolição
de quaisquer resíduos de responsabilidade objetiva, mas o fato é que alguns destes ainda remanescem na
legislação penal, como ocorre nos casos de embriaguez culposa ou voluntária completa, e da rixa qualificada
pelo resultado morte ou lesão corporal, em decorrência de participacão na rixa (CP, Art. 137, Parágrafo
único). Mirabete, Júlio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo, Atlas, 1º v., 4ª ed., 1989, pp. 222-3).
obs.dji: Imputabilidade penal
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