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Série Concursos 
Legislação Penal Especial para Concurso 
Polícia Federal 
Emerson Castelo Branco 
1.ª para 2.ª edição, 2011 
 
 
p. 26 – No item QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA, substituir a 2ª questão [“A 
retirada de um determinado tipo de substância (...)] pelo seguinte: 
 
2.ª Se o cloreto de etila (“lança-perfume”) for retirado do rol das drogas ilícitas, por um curto 
espaço de tempo, por erro da administração pública, haverá abolitio criminis (abolição do 
crime), considerando que logo em seguida foi publicada nova resolução, corrigindo o erro 
anterior? Duas são as orientações sobre o tema: 1.ª Corrente: Configura abolitio criminis, 
mesmo se for constatado erro da administração pública, corrigido imediatamente. É a última 
orientação do Supremo Tribunal Federa1; 2.ª Corrente: Não configura abolitio criminis. É a 
última orientação do Superior Tribunal de Justiça.5 Em síntese, o assunto é polêmico, porque, 
enquanto o Supremo Tribunal Federal se orienta a favor da tese da abolitio criminis; de forma 
diametralmente oposta, o Superior Tribunal de Justiça se posiciona contra essa tese. 
 
p. 31 – Após o parágrafo “A minorante deve ser aplicada (...)”, acrescentar o seguinte: 
 
Como se observa, essa figura do “pequeno traficante” possui o claro intuito de diferenciá-lo dos 
chefes e líderes do tráfico, destacadamente em relação à pena. Na antiga Lei de tóxicos, não 
havia distinção, cabendo ao juiz levar em conta a relevância da participação na dosimetria da 
pena. 
 
p. 32 – Após o quadrinho cinza, antes do item 1.6, acrescentar o seguinte: 
 
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! A causa de diminuição de pena aplicada à pessoa na 
condição de “pequeno traficante” poderia retroagir para beneficiar o réu, atingindo aqueles 
agentes condenados por tráfico com base no art. 12 da antiga Lei de Drogas? 
Duas são as correntes sobre o tema: 
 
1 STF, HC 94.397/BA, j. 09.03.2010. 
1.ª Corrente (adotada em decisões recentes da 2.ª Turma do STF): Sim. Deve a nova Lei 
retroagir para beneficiar o réu. Vejamos: “A Constituição do Brasil determina, em seu art. 5º, 
inciso XL, que ‘[a] lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu’. O Código Penal prevê, 
no art. 2º, parágrafo único, que ‘[a] lei posterior que de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em 
julgado’. O § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, consubstanciando novatio in mellius, deve ser 
aplicado em relação a crime de tráfico de entorpecentes descrito em lei anterior. A nova Lei 
pune menos severamente o pequeno traficante, à luz de critérios de proporcionalidade e 
razoabilidade, ao mesmo tempo em que reserva ao grande traficante punição mais rigorosa do 
que a prevista na Lei anterior. Precedentes. Ordem concedida a fim de determinar ao Juiz de 
Direito da Comarca de Poços de Caldas/MG que proceda à redução da pena do paciente na 
proporção devida, nos termos do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, bem assim para fixar o 
regime de cumprimento compatível com a quantidade de pena apurada após a redução”.2 
 2.ª Corrente (adotada em decisões recentes da 1.ª Turma do STF): Não. A nova lei não pode 
retroagir, porque não se admite combinação de leis. Vejamos: “É inadmissível a aplicação da 
causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006 à pena relativa à condenação 
por crime cometido na vigência da Lei 6.368/1976. Precedentes. II – Não é possível a 
conjugação de partes mais benéficas das referidas normas, para criar-se uma terceira lei, sob 
pena de violação aos princípios da reserva legal e da separação de poderes. Precedentes”.16 
Em síntese, apesar de existir uma inclinação pela 2.ª corrente, a questão da retroatividade da 
nova causa de diminuição de pena do “pequeno traficante” ainda não se encontra pacificada no 
Supremo Tribunal Federal. 
 
p. 39 – Após o parágrafo “Essa causa de aumento de pena deve ter a sua aplicação (...)” 
acresentar o seguinte quadro: 
 
NOTE! O concurso de agentes não configura mais causa de aumento de pena. O inciso III, do 
art. 18, da antiga Lei de Drogas (Lei 6.368/1976), estabelecia como causa de aumento de pena o 
concurso de agentes. Na nova Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), o concurso de agentes não 
configura mais causa de aumento de pena. Dessa forma, deve a nova Lei, nesse aspecto em 
particular, retroagir para beneficiar acusados condenados sob a égide da lei anterior, nas 
situações em que a causa de aumento de pena foi aplicada. Trata-se de recente julgado do 
Supremo Tribunal Federal: “Tráfico de drogas. Causa de aumento de pena pelo concurso de 
pessoas. Art. 18, III, da Lei 6.368/1976. Abolitio criminis. Ocorrência. Retroatividade da lei 
penal mais benéfica ao réu. Exclusão da majorante. Ordem concedida de ofício para esse fim. A 
 
2 STF, HC 101.511/MG, 2.ª Turma, j. 09.02.2010. 
 
Lei 11.343/2006 revogou a majorante da associação eventual para a prática do crime de tráfico 
de entorpecentes, prevista na Lei 6.368/1976”.3 
 
p. 41 – Substituir o quadro cinza pelo seguinte: 
 
 
NOTE! A atual redação da Lei dos Crimes Hediondos não veda mais a liberdade provisória 
para o crime de tráfico; contudo, a Nova Lei de Drogas proíbe a sua concessão. Como resolver o 
aparente conflito? Atualmente, a questão encontra-se dividida no Supremo Tribunal Federal, 
aguardando manifestação do Pleno. São duas as orientações sobre o tema: 
1.ª. Entende que a vedação de liberdade provisória persiste, em face do caráter específico da 
Nova Lei de Drogas, passando a regular a matéria. É a orientação firme das mais recentes 
decisões da 1.ª Turma do Supremo Tribunal Federal.4 
2.ª. Não se aplica mais a vedação de liberdade provisória estabelecida na atual Lei de Drogas. 
Desapareceu a proibição de liberdade provisória do art. 44, porque a Lei 11.464/2007 derrogou 
explicitamente a antiga.5 É a orientação firme da 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal, 
entendendo inconstitucional a vedação do art. 44, por afronta aos princípios da presunção de 
inocência, do devido processo legal e da dignidade da pessoa humana. 
 
 QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! É cabível a aplicação de penas alternativas ao 
crime de tráfico ilícito de drogas? 
 No Superior Tribunal de Justiça, a questão continua controvertida, havendo decisões 
distintas: 
 Posição favorável à aplicação de penas alternativas: 
 “A Turma reafirmou ser possível a substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos nas condenações referentes ao crime de tráfico de drogas praticado sob a 
égide da Lei 11.343/2006, conforme apregoam precedentes do STF e do STJ. Na hipótese, o 
paciente foi condenado pela prática do delito descrito no art. 33, caput, daquela Lei e lhe foi 
aplicada a pena de um ano e oito meses de reclusão, reduzida em razão do § 4º do citado artigo. 
Então, reconhecida sua primariedade e determinada a pena-base no mínimo legal em razão das 
favoráveis circunstâncias judiciais, há que fixar o regime aberto para o cumprimento da pena 
(princípio da individualização da pena) e substituí-la por duas restritivas de direitos a serem 
definidas pelo juízo da execução. Precedentes citados do STF: HC 102.678-MG, DJe 
23.04.2010; do STJ: HC 149.807-SP, DJe 03.11.2009; HC 118.776-RS; HC 154.570-RS, Dje 
 
3 STF, RHC 83.708/SP, j. 02.02.2010. 
4 STF, HC 103.599/RS, j. 31.08.2010; STF, HC 97.820/MG, 1.ª Turma, j. 02.06.2009. 
5 GOMES, Luiz Flávio, CUNHA, Rogério Sanches e outros. Legislação Criminal Especial – Coleção Ciências Criminais 
v. 6, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 204. 
10.05.2010; e HC 128.889-DF, DJe 05.10.2009. HC 151.199-MG, Rel. Min. Haroldo Rodrigues 
(Desembargador convocado do TJ-CE), julgado em 10.06.2010”.6 
 Posição contrária à aplicação de penas alternativas: 
 “Oart. 44 da Lei 11.343/2006 veda, expressamente, o sursis e a conversão da pena 
privativa de liberdade em pena restritiva de direitos aos condenados pelos crimes previstos nos 
arts. 33, caput e § 1.º, e 34 a 37, da nova Lei de Drogas”.7 
 No Supremo Tribunal Federal, as últimas orientações são favoráveis à aplicação das 
penas alternativas ao crime de tráfico ilícito de drogas: 
 “Tráfico de entorpecentes. Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos. Possibilidade”.8 
 Como se observa, no Superior Tribunal de Justiça, a questão ainda não se pacificou; 
enquanto no Supremo Tribunal Federal todas as últimas decisões são favoráveis à aplicação de 
penas alternativas ao crime de tráfico ilícito de drogas. 
 Em síntese, atualmente, a posição majoritária orienta-se pela admissão de penas 
alternativas em relação ao crime de tráfico ilícito de drogas. 
 
p. 65 – No item 2.14, substituir o parágrafo “Somente pode ser concedida (...)” pelo 
seguinte: 
 
 Somente pode ser concedida nos seguintes casos: quando imprescindível para a 
investigação do inquérito policial; ou quando o indiciado não tiver residência fixa ou não 
fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade. Nas duas hipóteses, exige-
se ainda fundadas razões de autoria ou participação do indiciado nos seguintes delitos: a) 
homicídio doloso; b) sequestro ou cárcere privado; c) roubo; d) extorsão; e) extorsão mediante 
sequestro; f) estupro; g) epidemia com resultado morte; h) envenenamento de água potável ou 
substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte; i) quadrilha ou bando; j) genocídio; 
k) tráfico de drogas; l) crimes contra o sistema financeiro nacional.25 
 
p. 68 – Após o parágrafo “A nova Lei 12.015/2009 encerra (...)” acrescentar o seguinte: 
 
 QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! O Superior Tribunal de Justiça firmou 
recentemente orientação no sentido de que a majorante inserta no art. 9º da Lei 8.072/1990, nos 
casos de presunção de violência, consistiria em afronta ao princípio ne bis in idem. Entretanto, 
tratando-se de hipótese de violência real ou grave ameaça perpetrada contra criança, seria 
 
6 Informativo 438 do STJ. 
7 STJ, HC 144.915/MG, DJe 28.06.2010. 
8 28.06.2010. STF, HC 103.093/RS, j. 14.09.2010. 
aplicável a referida causa de aumento. Em outras palavras, se for hipótese de estupro de 
vulnerável, não incidirá a causa de aumento de pena do art. 9.º da Lei 8.072/1990. Contudo, se o 
crime de estupro contra menor de 14 anos for praticado com violência ou grave ameaça, incidirá 
a referida causa especial de aumento de pena.9 
 
 QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! Como a majorante do art. 9.º da Lei 
8.072/1990 foi revogada parcialmente na hipótese da nova figura penal do estupro de vulnerável 
(art. 217-A do CP), deve retroagir, por ser mais benéfica.10 
 
p. 69 – No item 2.19 QUESTÕES COMENTADAS, substituir a resposta da questão nº 1 
pelo seguinte: 
 
Resposta: Errado. De acordo com o disposto na Lei 8.072/1990, são crimes hediondos a 
extorsão mediante sequestro e o estupro. O roubo somente figura como crime hediondo quando 
for qualificado pelo resultado morte (latrocínio). Por fim, em face da Lei 12.015/2009 (crimes 
contra a dignidade sexual), o atentado violento ao pudor foi revogado, passando sua hipótese de 
incidência a configurar crime de estupro. 
 
p. 71 – Substituir a resposta da questão nº 10 pelo seguinte: 
 
Resposta: Correto (gabarito atualizado: Errado). Atualmente, a resposta seria essa, porque não 
existe mais crime de estupro com violência presumida, tendo sido revogado o art. 224 do 
Código Penal, pela nova Lei 12.015/2009. 
 
p. 101 (1) – Na 3.ª QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA, após “exclusivamente por culpa 
da vítima”, acrescentar o seguinte: 
 
Trata-se, inclusive, da orientação do Superior Tribunal de Justiça: “Se o acidente se deu por 
culpa exclusiva da vítima, conforme bem delineado no v. acórdão vergastado, não há como se 
imputar ao condutor do automóvel o delito de homicídio culposo na direção de veículo 
automotor (art. 302 do CTB), sendo de rigor, portanto, sua absolvição”. 
 
 
p. 101 (2) – No item QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA, acrescentar o seguinte: 
 
 
9 STJ, HC 122.381/SC, j. 01.06.2010. 
10 STJ, REsp 1.102.005/SC, DJe 19.10.2009. 
 5.ª Como a antiga majorante do homicídio culposo na direção de veículo automotor pela 
influência de álcool ou substância tóxica ou entorpecente de efeitos análogos foi revogada pelo 
art. 9.º da Lei 11.705/2008, deve ser suprimida da condenação, aplicado-se o princípio da 
retroatividade da lei penal mais benéfica. 
 6.ª Conforme orientação do Superior Tribunal de Justiça, “a pena de suspensão ou 
proibição de se obter habilitação ou permissão para dirigir veículo automotor deve guardar 
proporção com a gravidade do fato típico, dentre os crimes de trânsito que preveem essa 
penalidade, observadas as circunstâncias judiciais, atenuantes e agravantes, nos limites fixados 
no art. 293 do CTB, além de eventuais causas de diminuição ou aumento de pena”. No mesmo 
sentido: “Em respeito ao princípio da proporcionalidade, reconhecidas como favoráveis as 
circunstâncias do art. 59 do Código Penal, tanto que a pena pelo crime de homicídio culposo na 
direção de veículo automotor foi fixada no piso legal, a pena de suspensão de habilitação para 
dirigir veículo automotor deve, também, ser fixada em seu mínimo”. 
 7.ª O crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor pode ser praticado 
em propriedade particular? Sim. Obviamente, a propriedade particular precisa ser via de 
trânsito. Pode ser cometido em via pública ou particular. É a orientação fi rmada pelo Superior 
Tribunal de Justiça: “Para a caracterização do delito previsto no art. 302 do Código de Trânsito 
Brasileiro, basta que alguém, na direção de veículo automotor, mate outrem culposamente, ou 
seja, agindo por imprudência, negligência ou imperícia, seja em via pública, seja em 
propriedade particular”. 
 
p. 102 – Acrescentar ao final do parágrafo “No caso de transporte de passageiro, a 
conduta criminosa é ...”, o texto que segue: 
“O disposto no inciso IV do parágrafo único do art. 302 impõe a majoração da pena quando o 
crime é cometido por agente no exercício de sua profissão de motorista, uma vez que, segundo 
Damásio Evangelista de Jesus, ‘nessa hipótese é maior o cuidado objetivo necessário, 
mostrando-se mais grave o seu descumprimento’ (Crimes de Trânsito, 5.ª ed., 2002, p. 91)”.7 
 
p. 103 – Acrescentar após o parágrafo “Inclusive, a interdição constitui ainda...”, o texto 
que segue: 
 
 
NOTE! Cabe à Justiça Comum Estadual julgar homicídio decorrente de acidente 
automobilístico em que o acusado e a vítima, embora agentes militares, não se encontravam em 
exercício militar. Ademais, diante de atividade de natureza individual e particular, não se há 
por correto cogitar-se de atividade militar ratione materiae.11 
 
 
 
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! Conforme recente orientação do Superior Tribunal de 
Justiça, o crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor absorve o crime de 
embriaguez ao volante: 
“Tendo este Sodalício concedido anterior habeas corpus para determinar a exclusão da 
circunstância judicial negativa relativa à embriaguez do réu ao volante, haja vista o princípio da 
consunção, por meio do qual o crime previsto no art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro 
restou absorvido pelo homicídio culposo (art. 302 do mesmo Codex), não poderia o Tribunal a 
quo ter fixado a pena-base acima do mínimo legal pela incidência da aludida circunstância”.12 E 
ainda: “Em se tratando de crime de perigo, em que se busca tutelar o chamado ‘dano potencial’, 
não se concebe venha a conduta a ser punida de forma isolada e cumulativa, quando houver sido 
verificada a ocorrência do crime mais grave, no mesmocontexto fático, com dano efetivo para a 
vítima, operando-se, em relação ao delito de embriaguez ao volante (art. 306 do CTB), o 
fenômeno da consunção”. Dessa forma, o crime de homicídio culposo na direção de veículo 
automotor, previsto no art. 302 da Lei 9.503/1997, absorve o crime de embriaguez ao volante 
previsto no art. 306 do CTB, tendo em vista o princípio da consunção. “O referido princípio, 
segundo o doutrinador Damásio de Jesus (in Direito Penal, 1º volume, Saraiva, 19ª ed., p. 99), é 
definido da seguinte forma: ‘Ocorre a relação consuntiva, ou de absorção, quando um fato 
definido por uma norma incriminadora é meio necessário ou normal fase de preparação ou 
execução de outro crime, bem como quando constitui conduta anterior ou posterior do agente, 
cometida com a mesma finalidade prática atinente àquele crime. Nestes casos, a norma 
incriminadora que descreve o meio necessário, a normal fase de preparação ou execução de 
outro crime, ou a conduta anterior ou posterior, é excluída pela norma a este relativa’”.13 
 
p. 104 – Acrescentar após o parágrafo “Deve-se observar que o crime de lesão corporal...”, 
o texto que segue: 
 
 
NOTE! De acordo com recente entendimento do Superior Tribunal de Jusriça, cabe ao Juizado 
Especial Criminal o processamento e julgamento de delito cometido por policial militar, em 
serviço, contra civil. O delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, 
 
11 STJ, CC 26.986/SP, j. 14.03.2007. 
12 EDcl no REsp 780.496/DF, DJe 30.11.2009. 
13 STJ, HC 32.764/DF, j. 11.10.2004. 
previsto no art. 303 do Código Trânsito Brasileiro, corporifica hipótese não tipificada pela 
legislação castrense.14
 
 
NOTE! A apresentação do ofendido, condição de procedibilidade no caso do delito tipificado 
no art. 303 da Lei 9.503/1997, pode ser ofertada perante a autoridade policial. 15 
 
 
QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA! 
 
1.ª O crime de lesão corporal culposa no trânsito absorve o crime de embriaguez ao volante? 
Não. Trata-se da orientação do Superior Tribunal de Justiça: “A extinção da punibilidade do 
crime de lesão corporal culposa no trânsito, pela renúncia ao direito de representação, não afeta 
o crime de embriaguez ao volante, eis que, no princípio da consunção, o crime mais grave 
absorve o de menor lesividade”.16 
 
2.ª O crime de lesão corporal culposa (art. 303 do CTB) absorve o delito de dirigir sem 
habilitação (art. 309 do CTB)? Sim. É a orientação do Superior Tribunal de Justiça: “A lesão 
corporal culposa no trânsito (art. 303 do CTB) absorve o delito de dirigir sem habilitação (art. 
309 do CTB), em face da menor lesividade do último. Assim, havendo a renúncia expressa ao 
direito de representação pelo crime de lesão corporal culposa, não pode a majorante, decorrente 
da ausência de habilitação, persistir como delito autônomo, devendo ser declarada extinta a 
punibilidade também do crime de dirigir sem habilitação”.17 
 
p. 106 – Acrescentar após o parágrafo “O suprimento da omissão de socorro...”, o texto 
que segue: 
 
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! O crime de omissão de socorro no trânsito (art. 304, 
do CTB) pode existir em concurso com o crime de lesão corporal culposa no trânsito (art. 303, 
do CTB)? Não. Nos termos do parágrafo único do art. 303 do CTB, a omissão de socorro será 
considerada como causa de aumento de pena do crime de lesão corporal culposa no trânsito. Em 
outras palavras, aplicando-se o princípio da consunção, a omissão de socorro é absorvida pelo 
crime de lesão corporal culposa. Nesse sentido, encontra-se a orientação do Superior Tribunal 
de Justiça: “Extinta a punibilidade do crime de lesão corporal culposa na direção de veículo, por 
ausência de representação por parte da vítima, confi gura constrangimento ilegal o 
 
14 STJ, CC 104.620/MG, DJe 21.08.2009. 
15 STJ, RHC 16.461/SP, DJ 05.02.2007. 
16 STJ, HC 24.136/SP, DJ 23.05.2005. 
17 STJ, HC 25.084/SP, j. 18.05.2004. 
prosseguimento da ação com relação ao crime de omissão de socorro, uma vez que, pelo 
princípio da consunção, encontra-se absorvido pela conduta delitiva de maior gravidade”.18 
p. 107 – Acresntar após o parágrafo “Discute-se ainda que a norma penal do art. 305...”, o 
texto que segue: 
 
 
NOTE! O Superior Tribunal de Justiça entende que o crime de fuga do local do acidente (art. 
305 do CTB) não admite coautoria: “Conquanto não seja possível a coautoria no delito de 
afastamento do local do acidente (CTB, art. 305), posto tratar-se de crime próprio do condutor 
de veículo, é perfeitamente admissível a participação, nostermos do Código Penal, art. 29.19 
 
 
p. 108 – Acrescentar após o parágrafo “O sujeito passivo é o Estado...”, o texto que segue: 
 
O crime de embriaguez ao volante, defi nido no art. 306 do CTB, é de ação penal pública 
incondicionada, dado o caráter coletivo do bem jurídico tutelado (segurança viária), bem como a 
inexistência de vítima determinada.20 
 
p. 110 – Acrescentar antes do tópico 5.7 CRIME DE VIOLAÇÃO DA SUSPENSÃO OU 
PROIBIÇÃO DO DIREITO DE DIRIGIR (ART. 307), o texto que segue: 
 
QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA! 
 
1.ª O crime de embriaguez ao volante somente se aperfeiçoa se for realizado o exame de 
bafômetro? Atualmente, o assunto é extremamente polêmico, havendo duas orientações sobre o 
tema: 
A primeira posição defende que a demonstração da embriaguez ao volante pode ser realizada 
por outros meios de prova. É a posição da 5.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça: “Deve ser 
feita, preferencialmente, por meio de perícia (teste de alcoolemia ou de sangue), mas esta pode 
ser suprida (se impossível de ser realizada no momento ou em vista da recusa do cidadão), pelo 
exame clínico e, mesmo, pela prova testemunhal, esta, em casos excepcionais, por exemplo, 
quando o estado etílico é evidente e a própria conduta na direção do veículo demonstra o perigo 
potencial a incolumidade pública, como ocorreu no caso concreto”. 
 
18 STJ, HC 13.561/MG, j. 21.11.2000. 
19 STJ, HC 14.021/SP, j. 28.11.2000. 
20 STJ, RHC 19.044/SC, j. 18.05.2006. 
 
Nesse mesmo sentido: “Esta Corte possui precedentes no sentido de que a ausência do exame de 
alcoolemia não induz à atipicidade do crime ser aferido por outros elementos de prova em 
direito admitidos, como na hipótese, em que, diante da recusa em fornecer a amostra de sangue 
para o exame pericial, o paciente foi submetido a exames clínicos que concluíram pelo seu 
estado de embriaguez”.21 
A segunda posição entende que é indispensável a prova técnica consubstanciada no teste de 
bafômetro ou no exame de sangue, devendo ser comprovada objetivamente a embriaguez. Trata-
se da orientação firmada pela 6.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça: “Antes da edição da 
Lei 11.705/2008 bastava, para a configuração do delito de embriaguez ao volante, que o agente, 
sob a influência de álcool, expusesse a dano potencial a incolumidade de outrem. Entretanto, 
com o advento da referida Lei, inseriu-se a quantidade mínima exigível e excluiu-se a 
necessidade de exposição de dano potencial, delimitando-se o meio de prova admissível, ou 
seja, a figura típica só se perfaz com a quantificação objetiva da concentração de álcool no 
sangue o que não se pode presumir. A dosagem etílica, portanto, passou a integrar o tipo penal 
que exige seja comprovadamente superior a 6 (seis) decigramas. Essa comprovação, conforme o 
Decreto 6.488, de 19.06.2008, pode ser feita por duas maneiras: exame de sangue ou teste em 
aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro), este último também conhecido como bafômetro. 
Cometeu-se um equívoco na edição da Lei. Isso não pode, por certo, ensejar do magistrado a 
correção das falhas estruturais com o objetivo de conferir-lhe efetividade. O Direito Penal rege-
se, antes de tudo, pela estrita legalidade e tipicidade”.222.ª A mera alegação de imprecisão do teste do bafômetro pode excluir o crime de embriaguez ao 
volante? Não. Conforme orientação do Superior Tribunal de Justiça, “realizado o teste do 
‘bafômetro’ e verificada concentração alcoólica no ar dos pulmões que corresponde a 
concentração sanguínea superior ao que a lei proíbe, não se pode falar em ausência de justa 
causa para a persecução penal. A mera alegação de imprecisão no teste do bafômetro não pode 
sustentar a tese defensiva, mormente no caso, em que a quantidade de álcool no ar dos pulmões 
(1,02 mg/l) corresponde a aproximadamente 20 dg por litro de sangue, mais de três vezes a 
quantidade permitida, não se mostrando crível que o Paciente dirigia sóbrio”.23 
 
3.ª O crime de embriaguez ao volante deve ser classifi cado como crime de perigo abstrato ou 
crime de perigo concreto? Perigo abstrato. Antes da nova redação determinada pela Lei 
11.705/2008 (Lei Seca), o crime era de perigo concreto. Contudo, como não há mais 
necessidade de comprovar o efetivo perigo de dano, trata-se atualmente de crime de perigo 
abstrato. É a recente orientação do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que basta a 
 
21 STJ, 5.ª Turma, HC 155.069/RS, DJe 26.04.2010, e HC 151.087/SP, DJe 26.04.2010. 
22 STJ, HC 166.377/SP, DJe 01.07.2010. 
23 STJ, 5.ª Turma, HC 140.074/DF, DJe 14.12.2009. 
constatação de que a concentração de álcool no sangue era maior do que a admitida pelo tipo 
penal. Em outras palavras, não haverá mais necessidade de demonstrar a potencialidade 
lesiva da ação. 
 
p. 123 – Substituir texto da “QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! pelo exposto abaixo: 
 
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! Em face do surgimento da antiga Lei 10.054/2000 
(Lei de Identificação Criminal), o Superior Tribunal de Justiça passou a decidir pela revogação 
do art. 5.º da Lei 9.034/1995: “O art. 3.º, caput e incisos, da Lei n.º 10.054/2000, enumerou, de 
forma incisiva, os casos nos quais o civilmente identificado deve, necessariamente, sujeitar-se à 
identificação criminal, não constando, entre eles, a hipótese em que o acusado se envolve com a 
ação praticada por organizações criminosas. Com efeito, restou revogado o preceito contido no 
art. 5.º da Lei 9.034/1995, o qual exige que a identificação criminal de pessoas envolvidas com 
o crime organizado seja realizada independentemente da existência de identificação civil” (STJ, 
RHC 12.968/DF, 5.ª Turma, j. 05.08.2004). Importante destacar que, com a edição da Lei 
12.037/2009 (atual Lei de Identificação Criminal), que revogou a Lei 10.054/2000 e passou a 
dispor integralmente sobre a identificação criminal, não ocorreu o restabelecimento da eficácia 
do art. 5.º da Lei 
9.034/1995, permanecendo este revogado. 
Atualmente, a Súmula 568 do STF (“a identificação criminal não constitui constrangimento 
ilegal, ainda que o indiciado já tenha sido identificado civilmente”) somente se aplica em 
relação às exceções legais. 
 
p. 133 – Acrescentar antes da transcrição do art. 7º, o texto que segue: 
 
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! Apesar de o assunto ser bastante polêmico nos 
tribunais, o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça entendem 
majoritariamente ser dispensável a degravação integral dos áudios captados em interceptação 
telefônica. É necessário apenas que se sejam degravadas as partes necessárias ao embasamento 
da denúncia oferecida.24 
 
p. 141 – Acrescentar antes do item 8.5 QUESTÕES CESPE/UNB, o texto que segue: 
 
 
NOTE! A jurisdição penal não está vinculada a eventual resultado do processo administrativo 
 
24 STJ, HC 152.092/RJ, DJe 28.06.2010 e STF, HC 91.207 MC/RJ, j. 11.06.2007. 
fiscal, o que somente se dá no âmbito dos crimes contra a ordem tributária, mas não na 
lavagem de dinheiro.25
 
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! Nos crimes de evasão de divisas, sonegação de 
impostos e lavagem de dinheiro, competente para processar e julgar o feito é o Juízo Federal do 
local onde se realizaram as operações irregulares (regra). Entretanto, excepcionalmente 
(exceção), a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, “diante das peculiaridades – 
número elevado de contas de depositantes domiciliados em diversos Estados da Federação –, 
vem decidindo, em homenagem ao princípio da duração razoável do processo, pela competência 
do Juízo Federal do domicílio do investigado”.26 
 
p. 146 – Acrescentar após o parágrafo “É admissível o concurso de crimes, ...”, o texto que 
segue: 
 
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! O crime de sonegação fiscal pode existir em 
concurso com o crime de uso de documento falso? Conforme recente orientação do Superior 
Tribunal de Justiça, “o delito constante do art. 304 do CP somente é absorvido pelo crime de 
sonegação fiscal se teve como finalidade a sonegação, constituindo, em regra, meio necessário 
para a sua consumação. Na hipótese, o crime de uso de documento falso pode ser tido como 
crime autônomo, posto que praticado não para que fosse consumada a sonegação fiscal, mas sim 
para assegurar a isenção de eventual responsabilidade penal”.27 Os delitos constantes dos arts. 
299 e 304, do Código Penal, somente são absorvidos pelo crime de sonegação fi scal, se o falso 
constituiu meio necessário para a sua consumação. 
 
p. 147 – Acrescentar após o parágrafo “O crime é de conteúdo variado...”, o texto que 
segue: 
 
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! Qual a exata diferença entre os crimes de descaminho 
e de sonegação fiscal? O agente comete o crime de descaminho quando ilude o Estado (Fisco), 
no todo ou em parte, ou seja, quando, por conduta omissiva ou comissiva, deixa de recolher 
imposto devido pela entrada, saída ou pelo consumo de mercadoria. Por sua vez, “o crime de 
sonegação fiscal, apesar de também implicar supressão ou redução de tributo devido, não tem 
 
25 STJ, APn 458/SP, DJe 18.12.2009. 
26 STJ, CC 93.991/SP, DJe 17.06.2010. 
27 STJ, REsp 116.2691/MG, DJe 27.09.2010. 
por elementar objetiva a internalização ou externalização de mercadorias, tal qual o crime de 
descaminho”.28 
 
p. 169 – Acrescentar após o parágrafo “E se o agente delitivo incorrer numa...”, o texto 
que segue: 
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! A diferença entre os crimes de posse e porte ilegal de 
arma de fogo está no fato de que a tipificação do delito de posse irregular importa que a arma de 
fogo seja encontrada no interior da residência (ou em dependência desta) ou no local de trabalho 
do agente. Já o porte pressupõe que a arma de fogo esteja fora da residência ou do local de 
trabalho. O Superior Tribunal de Justiça apreciou, recentemente, se o fato de o agente ter sido 
flagrado, em sua moradia, com a arma de fogo no “bolso de sua calça” configuraria crime de 
posse ou de porte ilegal de arma de fogo, porque os núcleos do tipo penal do art. 12 (posse 
irregular de arma de fogo) seriam apenas “possuir” ou “manter” sob sua guarda, não se 
referindo ao verbo “portar”. 
 Por sinal, parcela da doutrina (posição minoritária) entende que o agente não pode estar 
portando a arma no interior da residência ou do local de trabalho, devendo estritamente possuí-
la ou mantê-la guardada. 
 Conforme recente decisão (posição majoritária), mostra-se irrelevante o fato de estar 
com a arma de fogo no “bolso de sua calça”, razão porque deve ser reconhecida que sua conduta 
se amolda perfeitamente à tipificação contida no art. 12 da Lei 10.826/2003.29 
 Em síntese, encontrada no interior da residência (ou em dependência desta) ou no local 
de trabalho do agente, não importa onde a arma de fogo se encontra, haverá crime de posse 
irregular de arma de fogo (art. 12 da Lei 10.826/2003). 
 
p. 173 – Substituir texto do parágrafo “Recentemente no informativo 539, ...”, pelo que 
segue: 
 
Recentemente, no Informativo 539, em decisão de 17.03.2009, no julgamento do HC 
96.922/RS,o Supremo Tribunal Federal reviu o grave equívoco das decisões anteriores, 
passando a adotar nova orientação, no sentido da existência do crime de porte ilegal de arma de 
fogo, mesmo estando a arma de fogo desmuniciada. Em síntese, o tema continua bastante 
controvertido, não havendo, ainda, orientação pacífica. As últimas decisões vêm se orientando 
no sentido de a conduta constituir crime mesmo que a arma de fogo esteja desmuniciada: “A 
decisão do Superior Tribunal de Justiça está em consonância com a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal. O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é de mera conduta e 
 
28 STJ, HC 112.981/SC, DJe 02.08.2010. 
29 STJ, HC 129.082/RS, DJe 03.08.2009. 
de perigo abstrato, ou seja, consuma-se independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo 
para a sociedade, e a probabilidade de vir a ocorrer algum dano é presumida pelo tipo penal. 
Além disso, o objeto jurídico tutelado não é a incolumidade física, mas a segurança pública e a 
paz social, sendo irrelevante o fato de estar a arma de fogo municiada ou não”.30 
 
p. 173 – Substituir texto da QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA, pelo que segue: 
 
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! De acordo com a mais recente orientação do 
Supremo Tribunal Federal, o exame pericial é necessário para comprovar a materialidade do 
crime de porte ilegal de arma de fogo: “A teor do disposto no art. 25 da Lei 10.826/2003, 
apreendida arma de fogo, acessório ou munição, cumpre proceder-se a perícia elaborando-se 
laudo para juntada ao processo. O abandono da formalidade legal implica a impossibilidade de 
ter-se como configurado o tipo”.7 No mesmo sentido, o Superior Tribunal de Justiça vem 
entendendo que, no crime de porte ilegal de arma de fogo, é necessária a comprovação da 
potencialidade lesiva da arma, não bastando a simples indicação de perigo abstrato, justamente 
“por se afigurar mais consentânea com um Direito Penal sintonizado com o princípio da 
exclusiva tutela de bens jurídicos”.31 
 
p. 186 – Acrescentar antes do tópico 11.3 ANÁLISE DOS TERMOS “RAÇA”, “COR”, 
“ETNIA”, “RELIGIÃO” E “PROCEDÊNCIA NACIOANAL”, o texto que segue: 
 
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! A Lei 12.288/2010 instituiu o Estatuto da Igualdade 
Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a 
defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às 
demais formas de intolerância étnica. Para efeito deste Estatuto, “considera-se discriminação 
racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, 
descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o 
reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e 
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro 
campo da vida pública ou privada” (inciso I do parágrafo único do art. 1.° da Lei 12.288/2010). 
 
p. 188 – Substituir a transcrição do art. 3º pelo exposto abaixo: 
 
 
30 STF, HC 104.206/RS, j. 10.08.2010. 
31 STJ, AgRg no REsp 932.828/RS, j. 02.08.2010. 
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer 
cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de 
serviços públicos. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de 
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional. 
(Incluído pela Lei 12.288, de 2010) 
Pena: reclusão de dois a cinco anos. 
 
p. 188 – Acrescentar após o parágrafo “O crime se consuma com o efetivo...”, o texto que 
segue: 
 
 
NOTE! O parágrafo único foi acrescentado pela nova Lei 12.288/2010, com o objetivo de 
alargar a hipótese de incidência da norma penal para as situações de obstáculo à promoção 
funcional em razão de discriminação de raça, cor etnia, religião ou procedência nacional. 
 
p. 188 – Substituir a transcrição do art. 4º pelo que segue: 
 
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada. 
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas 
resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica: (Incluído pela Lei 
12.288, de 2010) 
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições 
com os demais trabalhadores; (Incluído pela Lei 12.288, de 2010) 
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profi ssional; 
(Incluído pela Lei 12.288, de 2010) 
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, 
especialmente quanto ao salário. (Incluído pela Lei 12.288, de 2010) 
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo 
atividades de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de 
recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para 
emprego cujas atividades não justifi quem essas exigências. Pena: reclusão de dois a cinco anos. 
 
p. 189 – Acrescentar antes do tópico 11.5.3 Condutas de impedir o acesso a determinados 
locais, o texto que segue: 
 
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! A nova Lei 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade 
Racial) incluiu o § 1.º, criando três novas hipóteses de ação criminosa: deixar de conceder os 
equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições com os demais 
trabalhadores; impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício 
profissional; e proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, 
especialmente quanto ao salário, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas 
resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica. 
 
p. 190 – Substituir texto do parágrafo “No caso do parágrafo anterior, o juiz...”, pelo que 
segue: 
 
No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a 
pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência: I – o recolhimento 
imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo; II – a cessação das 
respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas; III – a interdição das respectivas 
mensagens ou páginas de informação na rede mundial de computadores (§ 3.º do art. 20 da Lei, 
com a redação dada pela Lei 12.288/2010).

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