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SÍNDROME DO OLHO SECO

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SÍNDROME DO OLHO SECO
Olho seco, também conhecido como síndrome do olho seco, cerato-conjuntivite seca,
disfunção do filme lacrimal ou instabilidade do filme lacrimal, caracteriza-se pela
deficiência ou desordem de um ou mais componentes do filme lacrimal, que altera a
sua estabilidade e, consequentemente, compromete a integridade da superfície
ocular.
Ceratoconjuntivite sicca (KCS) refere-se a qualquer olho com algum grau de secura.
• Xeroftalmia descreve um olho seco associado ao déficit de vitamina A.
• Xerose refere-se à secura ocular extrema e à ceratinização que ocorre em olhos com
cicatrização conjuntival grave.
• Síndrome de Sjögren é uma doença inflamatória autoimune, na qual o olho seco é
uma característica.
Os sinais e sintomas mais frequentes do olho seco
● Olho vermelho I Irritação ocular I Sensação de “areia nos olhos” I Sensação de peso
nas pálpebras I Fotofobia I Sensação de secura nos olhos
Quais os componentes do filme lacrimal e por quais células são
secretados?
As lágrimas são uma mistura das secreções das glândulas lacrimais, das células
caliciformes e das glândulas meibomianas.
O filme lacrimal então é composto de três camadas: a mais externa ou oleosa formada pela
secreção das glândulas de Meibomio; a camada média, aquosa, pelas glândulas lacrimais; e
a camada mais interna, mucosa, formada pela secreção das células caliciformes.
Camada lipídica
● A camada lipídica externa é composta por uma fase polar que contém fosfolipídios,
adjacente à fase mucina aquosa e a uma fase não polar, contendo ceras, ésteres de
colesterol e triglicerídeos.
● O movimento da pálpebra durante o piscar é importante na liberação dos lipídios das
glândulas. A espessura da camada pode ser aumentada pelo piscar forçado e
reduzida por um piscar infrequente.
FUNÇÕES
● Prevenir a evaporação da camada aquosa e manter a espessura do filme lacrimal.
● Agir como surfatante, permitindo a distribuição do filme lipídico.
● A deficiência resulta em olho seco evaporativo.
Camada aquosa
• Secreção
As glândulas lacrimais principais produzem cerca de 95% do componente aquoso das
lágrimas, e as glândulas lacrimais acessórias de Krause e Wolfring produzem o restante.
.
• Composição
● Água, eletrólitos, mucinas dissolvidas e proteínas.
● Fatores de crescimento originários da glândula lacrimal, cuja produção aumenta em
resposta a lesões.
● Citocinas interleucinas pró-inflamatórias que se acumulam durante o sono, quando a
produção lacrimal está reduzida.
• Funções
● Fornecer oxigênio atmosférico ao epitélio corneano.
● Exercer atividade antibacteriana devido a proteínas, como IgA, lisozima e
lactoferrina.
● Lavar detritos e estímulos nocivos e facilitar o transporte de leucócitos após uma
lesão.
● Melhorar opticamente a superfície corneana, eliminando irregularidades mínimas.
Camada mucosa
• Composição
● As mucinas são glicoproteínas de alto peso molecular que podem ser de tipo
transmembranar ou secretório.
● As células epiteliais superficiais da córnea e conjuntiva produzem mucinas
transmembranares que formam o seu glicocálice (revestimento extracelular).
● A coloração do epitélio lesado com rosa bengala indica que as camadas mucosas
transmembranares e de gel estão ausentes e que a superfície celular está exposta. A
lesão das células epiteliais vai impedir a aderência normal do filme lacrimal.
• Funções
● Propiciar o umedecimento da córnea pela conversão do epitélio corneano de uma
superfície hidrofóbica em hidrofílica.
● Lubrificação.
● A deficiência da camada mucosa pode ser uma característica tanto de estado de
déficit aquoso como de estado evaporativo. A perda de células caliciformes ocorre
em conjuntivite cicatrizante, déficit de vitamina A, queimaduras químicas e toxicidade
medicamentosa.
Quais os fatores de risco que podem desencadear o quadro clínico
apresentado?
Com o crescimento de fatores de piora do olho seco (uso de microcomputadores, poluição,
alérgenos e aparelhos de ar condicionado), sua prevalência tem aumentado, afetando a
qualidade de vida. Outros fatores responsáveis pelo aparecimento do olho seco são: idade,
doenças autoimunes, fumo, diabetes, estresse, consumo elevado de cafeína, e medicações
como antidepressivos e antipsicóticos.
Quais as doenças que estão associadas ao caso?
A classificação do olho seco utilizada correntemente é a do Subcommittee of the
International Dry Eye WorkShop 2007 (DEWS), com uma divisão-base em déficit aquoso e
evaporativo. A maioria dos indivíduos tem uma sobreposição considerável entre os
mecanismos.
Déficit da camada aquosa
● Olho seco da síndrome de Sjögren (primária ou secundária).
● Síndrome do olho seco não Sjögren.
● Deficiência lacrimal: primária (p. ex., olho seco relacionado com a idade, alacrimia
congênita, disautonomia familiar) ou secundária (p. ex., infiltração inflamatória ou
neoplásica da glândula lacrimal, síndrome da imunodeficiência adquirida [AIDS],
doença do enxerto contra o hospedeiro, ablação da glândula ou nervo lacrimal).
● Obstrução do ducto da glândula lacrimal (p. ex., tracoma, penfigóide cicatricial, lesão
química, síndrome de Stevens-Johnson).
● Hipossecreção reflexa: sensorial (p. ex., uso de lentes de contato, diabetes, cirurgia
refrativa, ceratite neurotrófica) ou bloqueio motor (p. ex., lesão do sétimo nervo
craniano, fármacos sistêmicos).
Evaporativo
• Intrínseco
● Deficiência da glândula meibomiana (p. ex., blefarite posterior, rosácea).
● Doenças de abertura da pálpebra (p. ex., esclera aparente em excesso, retração da
pálpebra, proptose, paralisia do nervo facial).
● Baixa frequência do piscar de olhos (p. ex., doença de Parkinson, uso prolongado de
computadores, ler, ver televisão).
● Ação de fármacos (p. ex., anti-histamínicos, betabloqueadores, antiespasmódicos,
diuréticos).
• Extrínseco
● Déficit de vitamina A.
● Fármacos tópicos, incluindo o efeito dos conservantes.
● Uso de lentes de contato.
● Doenças da superfície ocular, como conjuntivite alérgica.
Efeito dos fatores ambientais
Além da classificação básica, a DEWS chama a atenção para os efeitos do ambiente no tipo
de olho seco que o paciente apresenta. Eles podem ser internos, como idade, estado
hormonal e padrões de comportamento; e externos, como exacerbação de fatores
evaporativos em uma atmosfera com umidade relativa baixa.
Obs: Síndrome de Sjögren
A síndrome de Sjögren (SS) é uma doença autoimune, caracterizada por inflamação
linfocítica e destruição das glândulas lacrimais e salivares e de outros órgãos exócrinos. A
tríade clássica consiste em olhos secos, boca seca e aumento da glândula parótida. A
doença é classificada como primária, quando existe isoladamente, e secundária, quando
associada a outra doença, frequentemente artrite reumatoide ou lúpus eritematoso
sistêmico.
O paciente do caso foi atendido pela oftalmologia e submetido aos testes
do BUT e de Schirmer. Além desses, existem outros testes que poderiam
auxiliar para o diagnóstico? Quais?
1.Teste de Schirmer I e II
Estes testes visam avaliar a camada aquosa do filme lacrimal, através da colocação de tiras
de papel de filtro específicas como dispositivo para medir a secreção da lágrima.
O teste de Schirmer I é realizado sem anestésico tópico e, assim, mede a função da
glândula lacrimal, cuja atividade secretora é estimulada pela natural irritação provocada pelo
papel de filtro (secreção reflexa).
O teste de Schirmer II já é realizado após instilação de colírio anestésico e mede a função
das glândulas lacrimais acessórias que na realidade é a secreção basal.
Os resultados podem ser variáveis, e um único teste de Schirmer não deve ser
usado como critério exclusivo para diagnosticar olho seco, mas testes
repetidamente anormais são altamente indicativos.
2. Teste de tempo de ruptura do filme lacrimal ( BUT )
Este teste pode determinar o estado da camada de mucina, pois é ela que mantém o filme
lacrimal íntegro entre uma piscada e outra. É feito após instilação de fluoresceína a 2% e
contagem do tempo de ruptura do filme lacrimal.
3. Testede Rosa Bengala
É realizado após instilação do corante vital de Rosa bengala em solução a 1% que cora
células lesadas e mortas sem penetrar nos defeitos epiteliais, que se coram com a
fluoresceína.
4. Análise Bioquímica da lágrima
· Dosagem da Lisozima lacrimal
A lisozima é uma enzima que possui atividade bacteriostática e que encontra-se tocada na
síndrome de Sjogren.
· Osmolaridade Lacrimal
· Dosagem de Lactoferrina lacrimal
5. Biópsia de glândula lacrimal
Quais as possíveis formas de tratamento para o caso?
O tratamento consiste basicamente em restabelecer a fisiologia normal do filme lacrimal e da
superfície ocular. Para a recuperação do filme lacrimal em pacientes com superfície ocular
pouco danificada, o uso de lubricante ocular ou lágrima artificial com ou sem conservante
em colírio, pomada ou gel, pode ser o suficiente para restabelecer o filme lacrimal normal
.Entre outros procedimentos que variam de acordo com a gravidade do olho seco estão:
colírio de soro autólogo a 20%, oclusão temporária ou definitiva do ponto lacrimal, uso de
imunomodulador tópico (ciclosporina), uso de drogas antiinflamatórias tópicas, pilocarpina
sistêmica, óculos com proteção lateral, suplementos alimentares como ômega-3,
umidificadores de ambiente, tarsorrafia temporária ou definitiva e lente de contato
córneo-escleral.
Todos os fatores agravantes devem ser considerados no tratamento de olho seco,
principalmente o tratamento da doença de base e as alterações oftalmológicas agravantes
como a blefarite e a meibomite.
As cirurgias de reconstrução de superfície ocular são realizadas para restabelecer a
anatomia funcional normal e retirar irregularidades da córnea que podem estar envolvidas no
olho seco.

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