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justifica-se a ação governamental, com a regulamentação da comercialização de bens e serviços. Cinto de segurança, prazos de validade. Prof. Marcia Julião 107 3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência O Monopólio caracteriza-se quando um produtor (ou grupo de produtores) aumenta unilateralmente os preços (ou reduz a quantidade), ou diminui a qualidade ou variedade de produtos ou serviços, com a finalidade de aumentar os lucros. Em resposta a essas falhas de mercado, normas jurídicas possibilitaram que a atuação do governo na economia fosse cada vez mais abrangente. Pouco a pouco, a sociedade foi vivenciando a mão visível do governo como forma de aumentar a eficiência econômica. Sua atuação se faz por meio de leis – Leis de defesa da concorrência, que regulam tanto as estruturas de mercado, como a conduta das empresas. Prof. Marcia Julião 108 3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência O controle de monopólios e oligopólios surgiu nos Estados Unidos, no final do sec. XIX. Empresas de pequeno porte passaram a ser absorvidas por outras maiores, que passaram a limitar a oferta e a encarecer os preços dos bens e serviços. Paralelamente, maquiagens nos balanços permitiram colocar no mercado ações com preços bem acima do valor real dessas empresas. Prof. Marcia Julião 109 3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência Em 1890 foi votada a lei Sherman contra os trusts (proibindo a formação de monopólios no comércio e na indústria); Em 1914, Clayton Act define quais condutas seriam ilícitas; Em 1950 a lei Celler-Kefauver proibiu as fusões de empresas por meio da compra de ativos. Prof. Marcia Julião 110 3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência O Brasil, desde 1960 possui legislação em defesa da concorrência, porém até meados dos anos 90, tinha sido pouco eficaz, devido aos altos níveis de proteção à indústria nacional e aos altos índices de inflação. Constituição Federal de 1988 determinou princípios básicos da atuação do estado na economia, funções de fiscalização, incentivo e planejamento. Prof. Marcia Julião 111 3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência Lei nº 8.884, de 11 de Junho de 1994 criou o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) formado pelos três órgãos de defesa do país: Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), do Ministério da Fazenda, e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), autarquia vinculada ao Ministério da Justiça. Prof. Marcia Julião 112 3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência O CADE tem um poder decisório sobre os processos por ele julgados, e as secretarias apresentam um caráter instrutor. Criado em 1962 e transformado em autarquia em 1994, o CADE tem por finalidade orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos de poder econômicos e é responsável pela decisão final sobre a matéria concorrencial. Prof. Marcia Julião 113 3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência O CADE baseia suas decisões na lei antitruste de 1994, que regulamenta os acordos de união e cooperação entre as empresas. Esta lei julga os atos de cooperação quando a junção representa mais de 20% do mercado. As secretarias SEAE e SDE dão o parecer e o CADE julga os processos, desempenhando três papéis: PREVENTIVO, REPRESSIVO E EDUCATIVO. Prof. Marcia Julião 114 3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência SDE + SEAE + CADE controle das estruturas de mercado: quanto a concentração econômica (fusões + incorporações +constituição de sociedade) controle de condutas: apuração de práticas anticoncorrenciais – (fixação de preços de revenda + vendas casadas + carterização de mercados); ação governamental: coibição e repressão dos abusos no mercado. Prof. Marcia Julião 115 3.3 Arcabouço jurídico das políticas macroeconômicas Políticas monetária, de crédito, cambial e de comércio exterior são de competência da União. Esse ente federal tem a competência para emitir moeda e legislar sobre o sistema monetário e de medidas, títulos e garantias sobre metais, política de crédito, câmbio, comércio exterior, etc... Art 48 da CRFB/88 dispor sobre moeda, seus limites de emissão e montante da dívida mobiliária federal, cabe ao congresso nacional com a sanção do Presidente da República. Prof. Marcia Julião 116 3.3 Arcabouço jurídico das políticas macroeconômicas Política fiscal (arrecadação e despesas públicas) é de competência da União, Estados e Municípios: Arts 145 a 162 da CRFB/88 trata dos princípios gerais: das limitações do poder de tributar; das competências para instituir impostos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios; além da repartição das receitas tributárias. DESTAQUE ESPECIAL : papel do estado na geração de renda, produção e emprego por meio dos gastos em investimentos como obras de infra-estrutura, rodovias, hidroelétricas, gerando aumento da demanda agregada. Prof. Marcia Julião 117 Processo de globalização Integração econômica global sobre bases econômicas e jurídicas; No Brasil: abertura comercial, a partir dos anos 1990; privatizações e fim dos controles de preços; Muitas transações realizadas dentro do aparelho estatal passam a ser realizadas por meio dos mecanismos de mercado; Necessidade de criar órgãos especiais de regulação, surgem as: AGÊNCIAS REGULADORAS Prof. Marcia Julião 118 Principais agências reguladoras ANEEL ANATEL ANP ANS SUSEP ANAC Prof. Marcia Julião 119 3.4 Estado promovendo o bem-estar da sociedade Ação do Estado: voltada para o bem-estar da população e é o Direito que estabelece as normas que regulam as relações entre grupos e indivíduos, entre governos, indivíduos e organizações internacionais. John Locke: direitos naturais sob controle do governo parlamentar, cuja finalidade seria promover e ampliar direitos do homem à vida, à liberdade e à prosperidade. Prof. Marcia Julião 120 Artigo 170 da Constituição “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I. soberania nacional; II. propriedade privada; III. função social da propriedade; IV. livre concorrência; V. defesa do consumidor; VI. defesa do meio ambiente; VII. redução das desigualdades regionais e sociais; VIII. busca do pleno emprego; IX. tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. Prof. Marcia Julião 121 Parágrafo Único É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente da autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”. Há ligação entre Economia e Direito também na análise: dos princípios gerais da atividade econômica; dá política urbana, agrícola e fundiária; do Sistema Financeiro Nacional; das políticas monetária, de crédito, cambial e de comércio exterior; Os governos também criam normas jurídicas que protejam o meio ambiente, como o Protocolo de Quioto. As normas jurídicas buscam regularizar as atividades econômicas buscando tornar os mercados mais eficientes e melhor qualidade de vida para a população como um todo. Prof. Marcia Julião 122 Intervenção do Estado na Economia Intervenção Direta: Artº 173 CRFB/88 “ Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração da atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessários aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivos, conforme definidos em lei.” Intervenção Indireta: Artº 174 CRFB/88 “ Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo esse determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”