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GST0012-WL-LC-Economia para ADM

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FUNDAMENTOS DA ECONOMIA
GST 0012
Prof. Márcia Julião
2012.2
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Prof. Marcia Julião
EMENTA
A ciência econômica e seus principais conceitos. A evolução do pensamento econômico. Os fundamentos básicos da Microeconomia e da Macroeconomia. A importância da ciência econômica para as demais ciências e para o Direito. Análise da estrutura de mercado. Os objetivos da política Macroeconômica e o papel do estado na economia. O desenvolvimento econômico e a integração.
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OBJETIVOS GERAIS
Compreender a ciência econômica, seus fundamentos de Microeconomia e de Macroeconomia.
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1. Interpretar o funcionamento da economia e desenvolver o senso crítico sobre as diferentes situações econômicas;
2. Estabelecer as inter-relações da economia com outras áreas do conhecimento;
3. Apresentar de forma introdutória a evolução do pensamento econômico apresentando seus principais pensadores;
4. Compreender os conceitos fundamentais da Microeconomia;
5. Apresentar os principais conceitos de funcionamento dos mercados;
6. Compreender dos conceitos fundamentais de Macroeconomia;
7. Discutir a importância do papel do estado na economia.
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1- Conceitos básicos
1.1 Conceitos básicos de Economia
1.2 Curva de possibilidades de produção
1.3 Fluxos real e monetário
2- A inter-relação com as demais ciências
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
2.1 Economia e as demais Ciências
2.2.Economia e Direito
3- Evolução do Pensamento Econômico
3.1 Principais pensadores
3.2 A teoria Clássica
3.3 A teoria Keynesiana
3.4 Outras teorias
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
4- Introdução a Microeconomia
4.1 Pressupostos básicos
4.2 Análise do mercado
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
5- Demanda, Oferta e Equilíbrio
5.1 Demanda individual e de mercado
5.2 Oferta individual e de mercado
5.3 Equilíbrio de mercado
5.4 O conceito de elasticidade
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Introdução a Macroeconomia
6.1 Objetivos da Política Macroeconômica
6.2 Instrumentos Macroeconômicos
6.3 Estrutura Macroeconômica
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
7- O Setor Público
7.1 A participação do estado na economia
7.2 Estrutura tributária
7.3 Déficit e dívida
7.4 Funções econômicas
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PROCEDIMENTO DE ENSINO:
O conteúdo programático deverá ser desenvolvido através de exposições dialogadas. A cada tópico o professor deverá contextualizar procurando interligar os conceitos através de estudos dirigidos, casos práticos e exercícios.
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Avaliação
As avaliações serão feitas através da aplicação de provas teóricas, sendo AV1, AV2 e AV3 quando necessário.
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UNIDADE 1 – CONCEITOS BÁSICOS
Deriva do grego: oikonomia (de oikos, casa; nomos, lei) “aquele que administra o Lar”.
 Economia é uma ciência social que estuda como os indivíduos e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos e escassos na produção de bens e serviços de modo a distribuí-los entre os grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer as necessidades humanas.
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Conceitos Básicos
Essa definição contém vários conceitos importantes, que são a base e o objeto do estudo da Ciência Econômica.
Escolha
Escassez
Necessidades
Recursos
Produção
Distribuição
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UNIDADE 1 – CONCEITOS BÁSICOS
A ciência que estuda a escassez.
A ciência que estuda o uso dos recursos escassos na produção de bens alternativos.
O Estudo da forma pela qual a sociedade administra seus recursos escassos.
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UNIDADE 1 – CONCEITOS BÁSICOS
Em qualquer sociedade, os recursos produtivos, ou fatores de produção (mão-de-obra, terra, matérias-primas, dentre outros) são limitados. Por outro lado, as necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam por força do próprio crescimento populacional e do contínuo desejo de elevação do padrão de vida. Independente do grau de desenvolvimento do país, nenhum deles dispõe de todos os recursos necessários para satisfazer todas as necessidades da coletividade.
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UNIDADE 1 – CONCEITOS BÁSICOS
Tem-se então, um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se a necessidades humanas ilimitadas.
Em função da escassez de recursos, toda a sociedade tem de escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva entre os vários grupos da sociedade.
Essa é a questão central do Estudo da Economia: como alocar recursos produtivos limitados , de forma a atender ao máximo das necessidades humanas.
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Os problemas econômicos fundamentais
Da escassez dos recursos ou fatores de produção associada às necessidades ilimitadas do homem, originam-se os chamados Problemas Econômicos Fundamentais: O quê e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir?
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O quê e quanto produzir?
Dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas.
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A sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, dados o nível tecnológico existente. A concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços. Os produtores escolherão entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção possível.
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Como produzir?
A sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição da renda dependerá não só da oferta e da demanda nos mercados de serviços produtivos, ou seja, da determinação dos salários, das rendas da terra, dos juros e dos benefícios do capital, mas também da repartição inicial da propriedade e da maneira como ela se transmite por herança.
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Para quem produzir?
Problemas econômicos
O modo como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende da forma da organização econômica do país, ou seja, do Sistema Econômico de cada nação.
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Sistemas Econômicos
Um Sistema Econômico pode ser definido como a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. É um particular sistema de organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar.
Os elementos básicos de um sistema econômico são:
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Sistemas Econômicos
Estoque de recursos produtivos ou fatores de produção: aqui se incluem os recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as reservas naturais e tecnologia;
Complexo de unidades de Produção: Constituído pelas empresas;
Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são a base da organização da sociedade;
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Sistemas Econômicos
Os S.E. podem ser classificados em:
Sistema Capitalista, ou Economia de Mercado: É regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção;
Sistema Socialista ou Economia Centralizada, ou ainda Economia Planificada. Nesse sistema as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção chamados Meios de Produção (bens de capital, terra, bancos, prédios, matérias-primas)
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Sistemas Econômicos
Pelo menos até o início do século XX, prevalecia nas economias ocidentais o Sistema de Concorrência Pura em que não havia a intervenção do Estado na Atividade econômica. Era a filosofia do Liberalismo.
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Sistemas Econômicos
A partir de 1930, passaram a predominar os Sistemas de Economia Mista, no qual ainda prevalecem as forças de mercado, mas com a atuação do estado, tanto na alocação e distribuição de recursos como na própria
produção de bens e serviços, nas áreas de infra-estrutura, energia, saneamento e telecomunicações.
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Sistemas Econômicos
Em Economias de Mercado, a maioria dos preços dos bens, serviços e salários é determinada predominantemente pelo mecanismo de preços, que atua por meio da oferta e da demanda dos fatores de produção. Nas Economias Centralizadas, essas questões são decididas por um órgão central de planejamento, a partir de um levantamento dos recursos de produção disponíveis e das necessidades do país.
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Sistemas Econômicos
Após o fim da chamada “Cortina de ferro” ao final dos anos 1980, mesmo as economias guiadas por governos comunistas, como a Rússia e China, têm aberto cada vez mais espaço para atuação da iniciativa privada, caracterizando um “Socialismo de Mercado” regime político comunista, com economia de mercado
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Curva de possibilidade de produção (ou curva de transformação)
A curva (ou fronteira) de possibilidades de produção (CPP) expressa a capacidade máxima de produção da sociedade, supondo pleno emprego dos recursos ou fatores de produção de que se dispõe em dado momento de tempo. Trata-se de um conceito teórico com o qual se ilustra como a escassez de recursos impõe um limite à capacidade produtiva de uma sociedade, que terá de fazer escolhas entre diferentes alternativas de produção.
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Curva de possibilidade de produção (ou curva de transformação)
Devido a escassez de recursos, à produção total de um país tem um limite máximo, uma produção potencial ou produto de pleno emprego, quando todos os recursos disponíveis estão empregados (todos os trabalhadores que querem trabalhar estão empregados, não há capacidade ociosa).
Suponhamos uma economia que só produza máquinas (bens de capital) e alimentos (bens de consumo) e que as alternativas de produção sejam:
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Tabela 1.1 Possibilidades de Produção
Alternativas de Produção
Máquinas (Milhares)
Alimentos (Toneladas)
A
25
0
B
20
30,0
C
15
47,5
D
10
60,0
E
0
70,0
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Figura 1.1 Curva (ou fronteira) de possibilidades de produção
Scanear e inserir figura pag. 6
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Custo de Oportunidade
A transferência dos fatores de produção de um bem X para produzir um bem Y implica um custo de oportunidade, que é igual ao sacrifício de se deixar de produzir parte do bem X para se produzir mais do bem Y. O Custo de Oportunidade também é chamado de Custo Alternativo, por representar o custo de produção alternativa sacrificada.
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Custo de Oportunidade
É de se esperar que os custos de oportunidade sejam crescentes, uma vez que, quando aumentamos a produção de determinado bem, os fatores de produção transferidos dos outros produtos se tornam cada vez menos aptos para a nova finalidade, ou seja, a transferência vai ficando cada vez mais difícil e onerosa, e o grau de sacrifício vai aumentando.
Os fatores de produção são especializados em determinadas linhas de produção, e não são completamente adaptáveis a outros usos.
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Figura 1.2 Curva de possibilidades de produção/custo de oportunidades crescentes
Scanear figura da pagina 7
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Deslocamentos da curva de possibilidades de produção.
O deslocamento da CPP para a direita indica que o país está crescendo. Isso pode ocorrer em função do aumentos da quantidade física de fatores de produção como em função do melhor aproveitamento dos recursos já existentes, o que pode ocorrer com o progresso tecnológico, maior eficiência produtiva e organizacional das empresas e melhoria no grau de qualificação da mão-de-obra.
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Figura 1.3 Crescimento econômico
Figura
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Funcionamento de uma economia de mercado: fluxos reais e monetários
Vamos supor que uma economia de mercado que não tenha interferência do governo nem transações com o exterior (economia fechada). Os agentes econômicos são as famílias (unidades familiares) e as empresas (unidades produtoras). As famílias são proprietárias dos fatores de produção e os fornecem às unidades de produção no mercado dos fatores de produção. As empresas, pela combinação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias no mercado de bens e serviços. A esse fluxo de fatores de produção, bens e serviços, denominamos Fluxo Real da Economia
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Figura 1.4 Fluxo Real da Economia
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Fluxo Real da Economia
Famílias e empresas exercem um duplo papel. No mercado de bens e serviços, as famílias demandam bens e serviços, enquanto das empresas os oferecem; no mercado de fatores de produção, as famílias oferecem os serviços dos fatores de produção (que são de sua propriedade) enquanto as empresas os demandam.
No entanto, o FRE só se torna possível com a presença da moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços.
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Fluxo - definição
Um fluxo é definido ao longo de um dado período de tempo (ano, mês, etc.) Diferencia-se do conceito de estoque, que é definido num dado momento do tempo, e não ao longo de um período. Em Economia, essa diferenciação é particularmente importante: Exemplo:
O conceito de déficit público é um fluxo (mensal, trimestral, anual), enquanto a dívida pública é um estoque acumulado, até um dado momento.
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Figura 1.5 Fluxo monetário da Economia
Paralelamente ao fluxo real, temos um fluxo monetário da economia.
 
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Fluxo Circular de Renda
Unindo os fluxos real e monetário da economia, temos o chamado Fluxo Real de Renda.
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Fluxo circular de renda
Em cada um dos mercados atuam conjuntamente as forças da oferta e da demanda, determinando o preço. Assim, no mercado de bens e serviços formam-se os preços dos bens e serviços, enquanto no mercado de fatores de produção são determinados os preços dos fatores de produção (salários, juros, aluguéis, lucros, royalties, dentre outros).
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Fluxo circular de renda
Esse fluxo, também chamado de fluxo básico, é o que se estabelece entre famílias e empresas. O fluxo completo incorpora o setor público, adicionando-se o efeito dos impostos e dos gastos públicos ao fluxo anterior, bem como o setor externo, que inclui todas as transações com mercadorias, serviços e o movimento financeiro com o resto do mundo.
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Bens de Capital, de Consumo, Intermediários e fatores de produção
Os bens de capital são utilizados na fabricação de outros bens, mas não se desgastam totalmente no processo produtivo. É o caso, por exemplo, de máquinas, equipamentos e instalações. São usualmente classificados no ativo fixo das empresas, e uma das suas características é contribuir para a melhoria da produtividade da mão-de-obra.
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Bens de Capital, de Consumo, Intermediários e fatores de produção
Os bens de consumo destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas. De acordo com sua durabilidade, podem ser classificados como duráveis (geladeiras, fogões, automóveis) ou como não-duráveis (alimentos, produtos de higiene, limpeza)
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Bens de Capital, de Consumo, Intermediários e fatores de produção
Os bens intermediários são transformados ou agregados na produção de outros bens e são consumidos totalmente no processo produtivo (insumos, matérias-primas e componentes). Diferenciam-se dos bens finais, que são vendidos para consumo ou utilização final. Os bens de capital como não são “consumidos” no processo produtivo, são bens finais, e não intermediários
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Bens de Capital, de Consumo, Intermediários e fatores de produção
Os fatores de produção, chamados recursos de produção da economia, são constituídos pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia.
A cada fator de produção, corresponde uma remuneração ao seu proprietário, conforme o quadro a seguir:
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Fator de
produção e tipo de remuneração
Fator de Produção
Tipo de Remuneração
Trabalho
Salário
Capital
Juro
Terra
Aluguel
Tecnologia
Royalty
Capacidade Empresarial
Lucro
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Fator de produção e tipo de remuneração
As famílias são as proprietárias dos fatores de produção. Inclusive, como se observa, em Economia considera-se o lucro também como remuneração a um fator de produção, representado pela capacidade empresarial ou gerencial dos proprietários da empresa. As empresas vendem bens e serviços no mercado, e o resultado de suas atividades (lucro/prejuízo) pertence a seus proprietários (unidades familiares)
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Leis que explicam o comportamento humano e fazem parte do conjunto de conhecimentos.
Os Argumentos da Teoria Econômica podem ser:
Positivos: Economia Positiva: o que é de fato.
Normativos: Economia Normativa: O que poderia ou deveria ser.
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Teoria Econômica
Argumentos positivos versus argumentos normativos
A Economia é uma ciência social e utiliza fundamentalmente uma análise positiva, que deve explicar os fatos da realidade. Os argumentos positivos não envolvem juízo de valor, e referem-se a proposições objetivas, tipo se A, então B.
Exemplo: Se o preço da gasolina aumentar em relação a todos os outros preços, então a quantidade que as pessoas irão comprar de gasolina cairá. É uma análise do que é.
Mais comumente, a expressão juízo de valor refere-se a uma opinião individual. De fato, a opinião de um indivíduo é formada até certo ponto por seu sistema de crenças e a cultura a qual ele pertença.
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Argumentos positivos versus argumentos normativos
Neste caso, a Economia se aproxima da Física e da Química, que são ciências consideradas virtualmente isentas de juízo de valor. Em Economia, entretanto, defrontamo-nos com um problema diferente. Ela trata do comportamento de pessoas, e não de moléculas, como na Química. Freqüentemente nossos valores interferem na análise do fato econômico. 
Neste sentido, definimos também argumentos normativos, relativos a uma análise que contém, um juízo de valor sobre alguma medida econômica.
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Argumentos positivos versus argumentos normativos
Por exemplo: Na afirmação “o preço da gasolina não deve subir” expressamos uma opinião ou juízo de valor, ou seja, é uma análise do que deveria ser.
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Policymaker (Administrador de Política Econômica
Exemplo: Por suposição, desejamos uma melhoria na distribuição de renda do nosso país (argumento normativo). Isto é um julgamento de valor em que acreditamos. O Policymaker dispõe de algumas opções para alcançar este objetivo (aumentar salários, combater a inflação, criar empregos). A Economia Positiva ajudará a escolher o instrumento de política econômica mais adequado.
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Economia Positiva
A Economia Positiva ajudará a escolher o instrumento de política econômica mais adequado. Se a economia estiver próxima da plena capacidade de produção, aumentos de salários, que encarecem o custo da mão-de-obra, podem gerar desempregos. Isso é o contrário de desejado quanto a melhoria na distribuição de renda. Esse é um argumento positivo, indicando que aumentos salariais, neste exemplo, não constituem a política mais adequada.
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Inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento
É difícil separar os fatores essencialmente econômicos dos extra-econômicos, pois todos são significativos para o exame de qualquer sistema social. 
Cada ciência observa e analisa a realidade do aspecto material do seu objeto, segundo sua própria lógica formal. Na economia essa análise não é unilateral, ela deve ser realizada sob diferentes óticas: 
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Economia, Física e Biologia
O início dos Estudos da Economia, coincidiu com os grandes avanços da técnica e das ciências físicas e biológicas nos séculos XVIII e XIX.
A economia se consolidou como Ciência Econômica só a partir do século XVIII com os trabalhos de François Quesnay (1758) “O Quadro Econômico” e de Adam Smith (1776) “A Riqueza das Nações, período de grandes avanços da técnica e das ciências físicas e biológicas”. 
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Economia, Física e Biologia
A construção do núcleo científico inicial da Economia deu-se a partir das chamadas concepções organicistas (biológicas) e mecanicistas (físicas). 
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Economia, Física e Biologia
Concepção Organicista – economistas interpretavam os fenômenos econômicos com base no comportamento dos órgãos vivos, usando as terminologias: órgãos; funções, circulação, fluxos, fisiologias, etc.; 
Concepção Mecanicista – pretendiam que as leis da economia se comportassem como determinadas leis da física, aplicando as terminologias: estática, dinâmica, aceleração, rotação, velocidade, fluidez, forças, entre outras; 
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Economia, Física e Biologia
Concepção Humanística ou Concepção humana (atual) – valoriza o lado psicológico da atividade humana. A economia repousa sobre os atos humanos e é por excelência uma ciência social.
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Economia, Matemática e Estatística
A Economia faz uso da lógica matemática e das probabilidades estatísticas. Muitas relações do comportamento econômico podem ser expressas através de funções matemáticas.
A Matemática torna possível escrever de forma resumida, importantes conceitos econômicos.
Ex.: “O consumo nacional está diretamente relacionado com a renda nacional”
C= f (RN) 
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Economia, Matemática e Estatística
A Economia também apresenta muitas regularidades, que podem ser estimadas estatisticamente:
O consumo nacional depende diretamente da renda nacional;
A quantidade demandada de um bem tem uma relação inversamente proporcional com seu preço, tudo o mais constante;
As exportações e as importações dependem da taxa de câmbio.
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Economia, Matemática e Estatística
A área da Economia que está voltada para a quantificação dos modelos é a Econometria, que combina Teoria Econômica, Matemática e Estatística.
Econometria: A estratégia de se estimar as relações econômicas, matematicamente formuladas, a partir da minimização dos desvios aleatórios.
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Economia, Matemática e Estatística
A Matemática e a Estatística são instrumentos, ferramentas de análise necessárias para testar as proposições teóricas com os dados da realidade. Permitem colocar a prova hipóteses da teoria econômica, mas sã meios e não fins de si mesmas. A questão da técnica deve apenas nos auxiliar, mas não predominar quando tratamos de fatos econômicos, uma vez quye esses sempre envolvem relações humanas.
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Economia e Política
Política é a arte de governar. O exercício do poder. É natural que este poder tente exercer domínio sobre a coisa econômica.
Uso da política do estado para concessão de vantagens econômicas pelos grandes grupos econômicos.
Ex.: Agricultores na época da política do café com leite.
Crédito subsidiado e tarifas protecionistas para grandes indústrias.
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Economia e História
Os próprios sistemas econômicos estão condicionados à evolução histórica da civilização. As idéias que constroem as teorias são formuladas num contexto histórico onde se desenvolvem as atividades e as instituições econômicas.
Fatos econômicos também afetam o desenrolar da História como o Ciclo do Ouro e da Cana-de-açúcar, A Revolução Industrial, a quebra da Bolsa de Nova York, que foram permeadas por motivações econômicas.
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Economia e Geografia
Os acidentes geográficos interferem no desempenho das atividades econômicas e, inúmeras vezes, as divisões regionais são utilizadas para se estudar as questões ligadas aos diferenciais de distribuição de renda, de recursos produtivos, de localização de empresas, dos efeitos da poluição, das aglomerações urbanas, etc..
Algumas áreas de estudo econômico estão relacionados com Geografia: Economia Regional, Economia urbana, demografia econômica, etc..
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Economia,
Moral, Justiça e Filosofia
Antes da Revolução Industrial, no século XVIII, a atividade econômica era vista como parte integrante da Filosofia, Moral e Ética. A Economia era orientada por princípios morais e de justiça.
Ainda hoje, as encíclicas papais refletem a aplicação da filosofia moral e cristã às relações econômicas entre homens e nações.
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Divisão do Estudo Econômico
A análise econômica é dividida em quatro áreas de estudo.
Microeconomia ou Teoria de Formação de Preços: É o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos compradores (consumidores) e vendedores (produtores )de tais bens.
Estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual interagem. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados específicos.
ExO nível de vendas do varejo, numa capital.
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Macroeconomia
É o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento como um todo, procurando identificar e medir as variáveis (agregadas) que determinam o volume da produção total (crescimento econômico), o nível de emprego e o nível geral dos preços (Inflação) do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial.
Ex.: PIB, investimento, poupança, inflação.
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Economia Internacional
Estuda as relações de troca entre países (transações de bens e serviços e transações monetárias). Trata-se da determinação da taxa de câmbio, do comércio exterior, e das relações financeiras internacionais.
Analisa também as relações econômicas entre residentes e não residentes do país.
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Desenvolvimento Econômico
Estuda modelos de desenvolvimento que levam à elevação do padrão de vida (bem estar) da coletividade.
Questões estruturais, de longo prazo (crescimento da renda per capita, distribuição de renda, evolução tecnológica.
O enfoque é Macroeconômico.
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Capítulo 2
Evolução do Pensamento Econômico
Breve Retrospecto
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Durante muito tempo a economia constituiu um conjunto de soluções adaptadas a problemas particulares. 
	Termo econômico (oikos = casa e nomos =lei). Administração Doméstica
Na antiguidade Romana – intensivo comércio, navegação dos romanos – só limitaram-se fundamentalmente à política, mas a contribuição à economia quase nula.
Idade Média, principalmente século XI e XIV, surgiu uma atividade econômica regional e inter-regional – com feiras periódicas que se tornaram célebres.
Preocupação: dignidade do trabalho (manual e intelectual)
 	 Condenação taxa de juros (Lei da usura)
Percussores: Aristóteles, Platão e Xenofontes.
 Precursores da Teoria Econômica 
1. Antiguidade
Precursores da Teoria Econômica
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Na Grécia Antiga, as primeiras referências conhecidas à Economia aparecem no trabalho de Aristóteles(384-322a.C.);
Também encontramos algumas considerações de ordem econômica nos escritos de Platão e Xenofontes. 
Antiguidade
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Roma não deixou nenhum escrito notável na área de Economia;
Nos séculos seguintes até a época dos descobrimentos, encontramos poucos trabalhos de destaque, permeados de questões referentes a justiça e a moral (lei da usura, lucro justo, etc...)
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2.2.2 Mercantilismo
Séc. XVI nasce primeira escola econômica voltada para a acumulação de riquezas de uma nação e forte presença do Estado em assuntos econômicos;
Não representava um conjunto técnico homogêneo;
O governo de um país seria mais forte e poderoso quanto maior fosse seu estoque de metais preciosos; estimulou guerras.
Jean Baptiste Colbert (1619-83) representa o coração e alma do mercantilismo. Apoiava a expansão de exportações, redução de importações e leis que impedissem a saída de ouro do país.
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2.2.3 Fisiocracia
Séc. XVIII nasce a escola de pensamento francesa que coloca que a terra é a única fonte de riqueza e há uma ordem natural que faz o universo ser regido por leis naturais,absolutas, imutáveis e universais;
Dr. François Quesnay(1694-1774) foi o fundador e líder da Escola, elaborou o Tableau Economique que caracterizava um fluxo circular de bens e de moeda em uma economia ideal livremente competitiva.
Fisiocracia
A Fisiocracia surgiu como reação ao Mercantilismo. Sugeria que era desnecessária a regulamentação governamental, pois a lei da natureza era suprema, e tudo que fosse contra ela seria derrotado. Para os fisiocratas, a riqueza consistia em bens produzidos com a ajuda da natureza (fisiocracia significa “regras da natureza”) em atividades econômicas como a lavoura, a pesca e a mineração. Portanto, encorajava-se a agricultura e exigia-se que as pessoas empenhadas no comércio e nas finanças fossem reduzidas ao menor número possível.
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Fisiocracia
Em um mundo, constantemente ameaçado pela falta de alimentos, com excesso de regulamentação e intervenção governamental, uma economia com significativo desenvolvimento comercial e financeiro não se ajustava às necessidades da expansão econômica. Só a terra tinha capacidade de multiplicar a riqueza. 
Quesnay – que era médico e fisiocrata (organicistas) associaram conceitos de Medicina à Economia. 
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2.2.4 Os clássicos
O início da Escola Clássica pode ser datada em 1776, com a publicação da grande obra A Riqueza das Nações;
O livro é um tratado muito abrangente sobre questões econômicas que vão desde as leis do mercado e aspectos monetários até a distribuição do rendimento da terra, concluindo com um conjunto de recomendações políticas;
Adam Smith(1723-90): O mercado é como que guiado por uma “mão invisível”, a partir da livre iniciativa (laissez-faire), do trabalho humano, levando em conta a produtividade e a proteção à sociedade;
Adam Smith
Em sua visão harmônica do mundo real, Smith, renomado professor, entendia que a atuação da livre concorrência, sem qualquer interferência, levaria a sociedade ao crescimento econômico, como que guiada por uma “mão invisível”, e então esta mão orientaria todas as decisões da economia, sem a necessidade da atuação do Estado. É o princípio do Liberalismo.
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Adam Smith
Considerava-se que a causa da riqueza das nações é o trabalho humano (a chamada teoria do valor-trabalho) e que um dos fatores decisivos para aumentar a produção é a divisão de trabalho, isto é, os trabalhadores deveriam especializar-se em algumas tarefas. A aplicação desse princípio promoveu um aumento da destreza pessoal, economia de tempo e condições favoráveis para o aperfeiçoamento e invento de novas máquinas e técnicas. Para Smith a Produtividade decorre da divisão de trabalho e essa por sua vez, decorre da tendência inata da troca, que finalmente é estimulada pela ampliação dos mercados.
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2.2.4 Os clássicos
David Ricardo(1772-1822): Partindo das idéias de Smith, desenvolveu alguns modelos econômicos com grande potencial analítico;
Aprimora a tese de que todos os custos se reduzem a custos de trabalho e mostra como acumulação de capital, acompanhada de aumentos populacionais, provoca uma elevação da renda;
Sua análise de distribuição do rendimento da terra foi um trabalho seminal de muitas da idéias do chamado Período Neoclássico.
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2.2.4 Os clássicos – David Ricardo
Ricardo estudou e analisou por que as nações negociam entre si – comércio internacional – e desenvolveu a Teoria das vantagens comparativas.
A maioria dos estudiosos considera que os estudos de Ricardo deram origem a duas correntes antagônicas: a corrente neoclássica, por suas abstrações simplificadoras, e a corrente marxista, pela ênfase dada à questão distributiva e aos aspectos sociais na repartição da terra.
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2.2.4 Os clássicos
John Stuart Mill(1806-1873): sintetizador do pensamento clássico;
Sua obra consolida o exposto anteriormente e avança
ao incorporar elementos institucionais e ao definir melhor restrições, vantagens e funcionamento de uma economia de mercado.
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2.2.4 Os clássicos
Jean-Baptiste Say(1768-1832): retomou a obra de Smith, ampliando-a;
Subordinou o problema das trocas de mercadorias a sua produção;
Populariza a lei de Say, “a oferta cria sua própria procura”;
A lei de Say é um dos pilares da macroeconomia clássica.
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2.2.4 Os clássicos
Thomas Malthus(1766-1834): sistematiza uma teoria geral sobre a população, assinalando que o crescimento da população dependia da oferta de alimentos;
Deu apoio à teoria dos salários de subsistência e levantando o problema do excesso populacional;
A causa de todos os males da sociedade residia no excesso populacional: enquanto a população crescia em progressão geométrica, a produção de alimentos seguia em progressão aritmética.
Malthus
A capacidade de crescimento da população é dada pelo instinto de reprodução, mas encontra um conjunto de obstáculos que a limitam: a miséria, o vício e a contenção moral, que atuam sobre a mortalidade e a natalidade. Por isso, ele defendia o adiamento dos casamentos, a limitação voluntária de nascimentos em famílias pobres, e aceitava as guerras como uma solução para interromper o crescimento populacional.
Malthus não previu o ritmo e o impacto do progresso tecnológico na agricultura, nem as técnicas de controle da natalidade que se seguiram.
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2.3 A teoria Neoclássica 
Teve início na década de 1870, privilegiam-se os aspectos microeconômicos da teoria, pois a economia de mercado com a sua capacidade auto-reguladora não preocupava o planejamento macroeconômico;
Alfred Marshall(1842-1924): principal pensador desta escola. Publica “Princípios da Economia” e levanta questões do comportamento do consumidor, teoria marginalista e teoria quantitativa da moeda.
A teoria Neoclássica
Nesta época o comportamento do consumidor é analisado em profundidade. O desejo do consumidor de maximizar sua utilidade (satisfação no consumo) e do produtor de maximizar seu lucro são a base para a elaboração de um sofisticado aparato teórico.
Esta corrente é também chamada Teoria Marginalista.
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2.4 A teoria keynesiana
Inicia com a publicação em 1936 da “Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda” REVOLUÇÃO KEYNESIANA;
John Maynard Keynes (1883-1946), vive na época da Grande Depressão e constrói uma teoria que acredita na crise como problema temporário, mostrando combinações políticas econômicas e soluções para a recessão;
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2.4 A teoria keynesiana
Bases da Teoria:
Nível de produção nacional responsável pelo volume de emprego;
Demanda agregada ou efetiva(inverte a Lei de Say) – “a oferta cria sua própria procura”;
Fim do laissez-faire;
	Diferentes Correntes:
Monetaristas: (Milton Friedman)privilegiam o controle da moeda e um baixo grau de intervenção do estado.
 Fiscalistas: (James Tobin) uso de políticas fiscais e acentuado grau de intervenção do Estado na economia;
 Pós-Keynesianos: enfatizam o papel da especulação financeira e defendem um papel ativo do Estado.
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2.5 Período recente
Mudanças na teoria econômica, principalmente, após duas crises do petróleo;
Pontos: existe uma consciência maior das limitações e possibilidades de aplicações da teoria; avanço do conteúdo empírico da economia; e consolidação das contribuições anteriores;
O controle e o planejamento macroeconômico permitem antecipar muitos problemas e evitar algumas flutuações desnecessárias na economia;
A teoria econômica caminha em muitas direções: exemplo, área de finanças empresariais  mercados futuros e de derivativos. 
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2.6 Abordagens alternativas
Criticam a abordagem pragmática da economia e propõe enfoque analítico;
		Os marxistas:
Pilar ->“O Capital” de Karl Marx(1818-83);
A teoria do valor-trabalho, A teoria da exploração, o conceito de mais-valia, acumulação capitalista e crises.
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2.6 Abordagens alternativas
	Os Institucionalistas: Veblen e Galbraith, dirigem críticas ao alto grau de abstração da teoria econômica e ao fato de ela não incorporar em sua análise as instituições sociais.
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2.6 Abordagens alternativas
1969 - Prêmio Nobel da Economia: teoria econômica como corpo científico;
Seus primeiros ganhadores foram Ragnar Frisch e Jan Tinbergen.
Unidade 3
Economia e Direito
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3.1 Introdução
Conceitos da teoria econômica são relacionados ou dependentes do quadro de normas jurídicas do país.
 O aumento do papel regulador do governo na economia chamado Neoliberalismo visa garantir a defesa da concorrência e os direitos dos consumidores.
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
Quando se estuda a teoria dos mercados, que é parte da Microeconomia, dois enfoques são encontrados: de um lado, no econômico, analisa-se o comportamento dos produtores e dos consumidores quanto das suas decisões de produzir e de consumir; de outro lado, no jurídico, o foco reside nos agentes das relações de consumo – consumidor e fornecedor -, sendo que, conforme o Código Brasileiro de Defesa do Consumidor, os direitos do consumidor colocam-se perante os deveres do fornecedor de bens e serviços.
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
Quando se estuda o estabelecimento comercial e o papel do empresário, novamente, duas visões emergem da análise: a econômica e a jurídica. A visão econômica ressalta o papel do administrador na organização dos fatores de produção – capital, trabalho, terra e tecnologia -, combinando-os de modo a minimizar seus custos ou maximizar seu lucro. A jurídica, extraída do Direito comercial, apresenta várias concepções, que enfatizam que o estabelecimento comercial é um sujeito de direito distinto do comerciante, com seu patrimônio elevado à categoria de pessoa jurídica, com a capacidade de adquirir e exercer direitos e obrigações.
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
Consumidores e produtores/fornecedores encontram-se nos mais variados mercados, Adam Smith, analisando os mercados, descobriu uma propriedade notável: o princípio da mão invisível, pelo qual cada indivíduo, ao atuar na busca apenas de seu bem-estar particular, realiza o que é mais conveniente para o conjunto da sociedade. Assim, em mercados competitivos, não concentrados em poucas empresas dominantes, o sistema de preços permite que se extraia a máxima quantidade de bens e serviços úteis do conjunto de recursos disponíveis na sociedade, conduzindo a economia a uma eficiente alocação de recursos.
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
A justificativa econômica para a intervenção do governo nos mercados se apóia no fato de que no mundo real observam-se desvios em relação ao modelo ideal preconizado por Smith. Existem as chamadas Imperfeições de mercado = externalidades, informações imperfeita e poder de monopólio. 
As externalidades ou economias externas se observam quando a produção ou o consumo de um bem acarreta efeitos positivos ou negativos sobre outros indivíduos ou empresas, que não refletem nos preços de mercado.
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
As externalidades dão a base econômica para a criação de leis antipoluição, de restrições quanto ao uso da terra, de proteção ambiental, etc..
Os agentes econômicos possuem falhas de informação, ou seja, não tem informação completa a respeito de determinado bem ou serviço, eles não tomarão decisões corretas quando forem ao mercado desejando adquiri-lo. A análise chamada “Assimetria de informações” é um dos campos mais estudados na moderna teoria econômica. E como meio de proteger os consumidores,
justifica-se a ação governamental, com a regulamentação da comercialização de bens e serviços. Cinto de segurança, prazos de validade.
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
O Monopólio caracteriza-se quando um produtor (ou grupo de produtores) aumenta unilateralmente os preços (ou reduz a quantidade), ou diminui a qualidade ou variedade de produtos ou serviços, com a finalidade de aumentar os lucros.
Em resposta a essas falhas de mercado, normas jurídicas possibilitaram que a atuação do governo na economia fosse cada vez mais abrangente. Pouco a pouco, a sociedade foi vivenciando a mão visível do governo como forma de aumentar a eficiência econômica. Sua atuação se faz por meio de leis – Leis de defesa da concorrência, que regulam tanto as estruturas de mercado, como a conduta das empresas.
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
O controle de monopólios e oligopólios surgiu nos Estados Unidos, no final do sec. XIX.
Empresas de pequeno porte passaram a ser absorvidas por outras maiores, que passaram a limitar a oferta e a encarecer os preços dos bens e serviços. Paralelamente, maquiagens nos balanços permitiram colocar no mercado ações com preços bem acima do valor real dessas empresas.
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
Em 1890 foi votada a lei Sherman contra os trusts (proibindo a formação de monopólios no comércio e na indústria);
Em 1914, Clayton Act define quais condutas seriam ilícitas;
Em 1950 a lei Celler-Kefauver proibiu as fusões de empresas por meio da compra de ativos.
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
O Brasil, desde 1960 possui legislação em defesa da concorrência, porém até meados dos anos 90, tinha sido pouco eficaz, devido aos altos níveis de proteção à indústria nacional e aos altos índices de inflação.
Constituição Federal de 1988 determinou princípios básicos da atuação do estado na economia, funções de fiscalização, incentivo e planejamento.
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
Lei nº 8.884, de 11 de Junho de 1994 criou o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) formado pelos três órgãos de defesa do país: Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), do Ministério da Fazenda, e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), autarquia vinculada ao Ministério da Justiça.
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
O CADE tem um poder decisório sobre os processos por ele julgados, e as secretarias apresentam um caráter instrutor.
Criado em 1962 e transformado em autarquia em 1994, o CADE tem por finalidade orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos de poder econômicos e é responsável pela decisão final sobre a matéria concorrencial.
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
O CADE baseia suas decisões na lei antitruste de 1994, que regulamenta os acordos de união e cooperação entre as empresas. Esta lei julga os atos de cooperação quando a junção representa mais de 20% do mercado. As secretarias SEAE e SDE dão o parecer e o CADE julga os processos, desempenhando três papéis:
PREVENTIVO, REPRESSIVO E EDUCATIVO. 
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3.2 O Direito e a teoria dos mercados: Defesa do consumidor e da concorrência
			SDE + SEAE + CADE
controle das estruturas de mercado: quanto a concentração econômica (fusões + incorporações +constituição de sociedade)
 controle de condutas: apuração de práticas anticoncorrenciais – (fixação de preços de revenda + vendas casadas + carterização de mercados);
 ação governamental: coibição e repressão dos abusos no mercado.
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3.3 Arcabouço jurídico das políticas macroeconômicas
Políticas monetária, de crédito, cambial e de comércio exterior são de competência da União.
Esse ente federal tem a competência para emitir moeda e legislar sobre o sistema monetário e de medidas, títulos e garantias sobre metais, política de crédito, câmbio, comércio exterior, etc...
	Art 48 da CRFB/88 dispor sobre moeda, seus limites de emissão e montante da dívida mobiliária federal, cabe ao congresso nacional com a sanção do Presidente da República.
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3.3 Arcabouço jurídico das políticas macroeconômicas
Política fiscal (arrecadação e despesas públicas) é de competência da União, Estados e Municípios: Arts 145 a 162 da CRFB/88 trata dos princípios gerais: das limitações do poder de tributar; das competências para instituir impostos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios; além da repartição das receitas tributárias.
 DESTAQUE ESPECIAL : papel do estado na geração de renda, produção e emprego por meio dos gastos em investimentos como obras de infra-estrutura, rodovias, hidroelétricas, gerando aumento da demanda agregada.
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Processo de globalização
Integração econômica global sobre bases econômicas e jurídicas;
No Brasil: abertura comercial, a partir dos anos 1990; privatizações e fim dos controles de preços; 
Muitas transações realizadas dentro do aparelho estatal passam a ser realizadas por meio dos mecanismos de mercado;
Necessidade de criar órgãos especiais de regulação, surgem as: AGÊNCIAS REGULADORAS
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Principais agências reguladoras
ANEEL
ANATEL
ANP
ANS
SUSEP
ANAC
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3.4 Estado promovendo o bem-estar da sociedade
Ação do Estado: voltada para o bem-estar da população e é o Direito que estabelece as normas que regulam as relações entre grupos e indivíduos, entre governos, indivíduos e organizações internacionais.
John Locke: direitos naturais sob controle do governo parlamentar, cuja finalidade seria promover e ampliar direitos do homem à vida, à liberdade e à prosperidade.
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Artigo 170 da Constituição
“A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I. 	soberania nacional;
II. 	propriedade privada;
III. 	função social da propriedade;
IV. 	livre concorrência;
V. 	defesa do consumidor;
VI. 	defesa do meio ambiente;
VII. 	redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII. 	busca do pleno emprego;
IX. 	tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
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Parágrafo Único
	É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente da autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”.
Há ligação entre Economia e Direito também na análise:
 dos princípios gerais da atividade econômica; 
 dá política urbana, agrícola e fundiária;
 do Sistema Financeiro Nacional;
 das políticas monetária, de crédito, cambial e de comércio exterior;
Os governos também criam normas jurídicas que protejam o meio ambiente, como o Protocolo de Quioto.
As normas jurídicas buscam regularizar as atividades econômicas buscando tornar os mercados mais eficientes e melhor qualidade de vida para a população como um todo.
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Intervenção do Estado na Economia
Intervenção Direta: Artº 173 CRFB/88
“	Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração da atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessários aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivos, conforme definidos em lei.”
Intervenção Indireta: Artº 174 CRFB/88
“	Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo esse determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”
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As normas jurídicas buscam:
Regular as atividades econômicas no sentido de tornar os mercados mais eficientes (FUNÇÃO ALOCATIVA);
 E buscar melhor qualidade de vida para a população como um todo (FUNÇÃO DISTRIBUTIVA)
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Unidade 4
Fundamentos de Microeconomia
coeteris Paribus
Expressão latina traduzida como “ outras coisas sendo iguais ”, é usada para lembrar que todas as variáveis, que não aquela que está sendo estudada, são mantidas constantes.
-“tudo o mais constante”.
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Unidade 4 - Introdução a Microeconomia
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A Microeconomia analisa o comportamento das empresas e do consumidor no mercado, como interagem e a formação de preços e quantidades (oferta e demanda).
Custos contábeis: gastos explícitos
Custos econômicos: gastos explícitos + implícitos (custo de oportunidade)
Definição de Consumidor para Direito: pessoa natural ou jurídica que no mercado adquire bens ou contrata serviços como destinatário final, visando atender a uma necessidade própria.
Unidade 4 - Introdução a Microeconomia
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A conceituação de empresa possui duas visões:
Econômica: a empresa ou estabelecimento comercial é a combinação realizada pelo empresário dos fatores de produção: capital, trabalho terra e tecnologia, de tal modo organizados para se obter o maior volume possível de produção ou de serviços ao menor custo.
Na doutrina jurídica, o estabelecimento é uma universalidade de direito, incluindo-se na atividade econômica, e o objeto é constituído pelo estabelecimento, que é o complexo de bens corpóreos e incorpóreos utilizados no processo de produção. A empresa, neste contexto, é o complexo de relações jurídicas que unem sujeito ao objeto da atividade econômica.
Pressupostos básicos da análise Microeconômica
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2.1 A hipótese de coeteris paribus (tudo mais permanecendo constante). Estudo dos mercados específicos, independente de outros fatores.
2.2 Papel dos preços relativos
	Preço relativo é o preço do bem em relação aos demais e Preço absoluto (isolado). Oscilações de preço para baixo e para cima dos concorrentes.
 2.3 Objetivo da empresa
	Análise tradicional: supõe o princípio da racionalidade, o empresário sempre busca a maximização do lucro total, otimizando a utilização dos recursos de que dispõe.  (Marginalista – cap. VI)
	Correntes alternativas: o objetivo do empresário não seria a maximização do lucro, mas fatores como aumento da participação nas vendas do mercado ou maximização da margem sobre os custos de produção.
Princípio da Racionalidade
É aplicado extensamente na teoria microeconômica tradicional. Por esse princípio, os empresários tentam sempre maximizar lucros, estando condicionados pelos custos de produção; os consumidores procuram maximizar sua satisfação (ou utilidade) no consumo de bens e serviços (limitados por sua renda e pelos preços das mercadorias); os trabalhadores procuram maximizar lazer etc..
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Aplicações da Análise Microeconômica
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A análise microeconômica preocupa-se em explicar como se determina o preço dos bens e serviços, bem como dos fatores de produção; procura responder também a questões “por que, quando o preço de um bem se eleva, a quantidade demandada desse bem deve cair, coeteris paribus?
Entretanto, a teoria microeconômica não é um manual de técnicas, mas ainda assim ela representa uma ferramenta útil para estabelecer políticas e estratégias para as empresas e para políticas econômicas.
Aplicações da Análise Microeconômica
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Tomada de decisões para a empresa
 Política de preço da empresa;
 Previsões de demanda e faturamento;
 Previsões de custos de produção;
 Decisões ótimas de produção;
 Avaliação e elaboração de projetos de investimentos;
 Política de propaganda e publicidade;
 Localização da empresa;
 Diferenciação de mercados.
Setor Público
 Avaliação de projetos de investimentos públicos;
 Efeitos de impostos sobre mercados específicos;
 Políticas de subsídios;
 Fixação de preços mínimos na agricultura;
 Fixação do salário mínimo;
 Controle de preços;
 Política salarial;
 Política tarifas públicas;
 Política preços públicos;
 Leis anti-truste (controle de lucros de monopólios e oligopólios).
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Divisão do Estudo Microeconômico
Análise de demanda: divide-se em Teoria do Consumidor (demanda individual) e Teoria da Demanda de Mercado.
Análise da Oferta: (Oferta da firma individual e oferta do mercado). Dentro da análise da firma são abordadas a Teoria da Produção (analisa as relações entre as quantidades físicas do produto e os fatores de produção) e a Teoria dos custos de produção, que incorpora, além das quantidades físicas, os preços dos insumos.
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Divisão do Estudo Microeconômico
Análise das estruturas de mercado: A partir da demanda e da oferta de mercado, são determinados o preço e a quantidade de equilíbrio de um dado bem ou serviço. O preço e a quantidade, entretanto, dependerão da forma do mercado, ou seja, se ele é competitivo, com muitas empresas produzindo um dado produto, ou concentrado em poucas ou em uma única empresa. Na análise das estruturas de mercado, avaliam-se os efeitos no mercado de bens e serviços e no mercado de fatores de produção.
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Estruturas de bens e serviços:
Concorrência perfeita;
Concorrência imperfeita ou monopolística;
Monopólio;
Oligopólio.
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Estruturas de fatores de produção
Concorrência perfeita;
Concorrência imperfeita ou monopolística;
Monopsônio;
Oligopsônio.
No mercado de fatores de produção, a procura de fatores produtivos é chamada de demanda derivada, uma vez que a demanda por insumos (mão de obra, capital) está condicionada a procura pelo produto final da empresa no mercado de bens e serviços.
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Teoria do equilíbrio geral
Procura-se analisar se o comportamento independente de cada agente econômico conduz todos a uma posição de equilíbrio global, embora todos sejam, na realidade interdependentes.
A Teoria do bem-estar, ou welfare economics, estuda como alcançar soluções socialmente eficientes para o problema da alocação e distribuição dos recursos.
São abstratas e não serão exploradas neste estudo.
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Unidade 5
Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado
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Breve histórico
Utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado.
 A utilidade é a qualidade que os bens econômicos possuem de satisfazer as necessidades humanas. Como está baseada em aspectos psicológicos ou preferências, a utilidade difere de consumidor para consumidor. (uísque/cerveja).
A teoria do valor-utilidade contrapõe-se à chamada Teoria do valor-trabalho, ela pressupõe que o valor de um bem se forma por sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor. (soberania do consumidor.)
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Teoria do valor-trabalho
A teoria do valor-trabalho é uma teoria econômica associada maioritariamente a Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx. Por esta teoria o preço de uma mercadoria reproduz a quantidade de tempo de trabalho nela colocado, sendo o trabalho o único elemento que realmente gera valor. Num exemplo clássico entre os teóricos do valor-trabalho, a razão porque um diamante é mais valioso que um copo de água é porque dá, em média, mais trabalho, encontrar e extrair um diamante do que um copo de água.
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Teoria do valor-trabalho
A teoria do valor-utilidade veio complementar a teoria do valor-trabalho, pois não era mais possível predizer o comportamento dos preços dos bens apenas com base nos custos de mão-de-obra sem considerar o lado da demanda (padrão de gostos, hábitos, renda e outros).
A teoria do valor-utilidade permitiu distinguir o valor de uso, do valor de troca de um bem. O valor de uso é a utilidade que ele representa para o consumidor. O valor de troca se forma pelo preço
no mercado, pelo encontro da oferta e da demanda do bem.
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Utilidade Marginal e Total
Outro conceito recorrente em Economia é o que designamos como marginal, e que significa adicional.
Utilidade Marginal significa a utilidade adicional, ou seja a utilidade proporcionada pelo consumo de uma unidade adicional. Supondo que temos sede, que já bebemos dois copos de água, mas que resolvemos beber ainda um terceiro; a utilidade adicional proporcionada por este copo de água designa-se Utilidade Marginal. A Utilidade Marginal diminui à medida que consumimos unidades adicionais de um bem. A Utilidade Total, que é a soma das UM’s, cresce à medida que consumimos unidades adicionais, mas esse crescimento é cada vez mais atenuado.
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Utilidade Total e Utilidade Marginal
Ex.: Por que a água, mais necessária, é tão barata, e o diamante, supérfluo, tem preço tão elevado? Porque a água tem grande utilidade total, mas baixa utilidade marginal (é abundante), enquanto o diamante, por ser escasso, tem grande utilidade marginal.
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 Demanda de Mercado - Conceito
A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um certo bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo. 
A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas: o preço do bem ou serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor e o gosto ou a preferência do indivíduo. Para estudarmos a influência isolada dessas variáveis afetando separadamente as decisões do consumidor, utilizaremos a hipótese coeteris paribus.
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Relação entre quantidade procurada e preço do bem: A lei geral da demanda
Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem (coeteris paribus). É a chamada Lei Geral da Demanda.
Essa relação quantidade procurada/preço do bem pode ser representada por uma escala de procura, curva de procura ou função de demanda.
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Relação entre quantidade procurada e preço do bem: A lei geral da demanda – Escala de Procura
Alternativa de preço ($)
QuantidadeDemandada
1,00
11.000
3,00
9.000
6,00
6.000
8,00
4.000
10,00
2.000
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146
Relação entre quantidade procurada e preço do bem: A lei geral da demanda
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147
Outra forma de apresentar essas diversas alternativas é pela curva de procura. Para tanto, traçamos um gráfico com dois eixos, colocando no eixo vertical os vários preços P, e no horizontal as quantidades demandadas Q:
Relação entre quantidade procurada e preço do bem: A lei geral da demanda
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Matematicamente, a relação entre a quantidade demanda e o preço de um bem ou serviço pode ser expressa pela chamada função demanda ou equação da demanda.
Qd = f (P)
Onde:
Qd = quantidade procurada de um bem ou serviço num dado período de tempo.
P = Preço do bem ou serviço
Lei geral da demanda
A curva da demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade demandada será provocada por esses dois efeitos somados:
Efeito Substituição: caixa de fósforos / isqueiro
Efeito Renda: Quando o preço do produto aumenta e a renda continua a mesma ocorre uma tendência de reduzir a demanda com o objetivo de adequar a nova realidade do poder aquisitivo. Ex. produtos supérfluos
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Outras variáveis que afetam a demanda de um bem
Esse impacto em geral é uma relação direta, isto é quando a renda aumenta o consumo também cresce. É o caso dos bens normais. Porém pode acontecer do consumo reduzir quando a renda aumenta. Como? São os chamados bens inferiores. São os bens que geralmente são dispensados quando a renda aumenta. Ex: Carne de 2ª.
Existem também os chamados bens superiores ou de luxo: se o consumidor fica mais rico, demandará mais produtos de maior qualidade, e ainda os bens de consumo saciado (arroz, farinha e sal)
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Outras variáveis que afetam a demanda de um bem
A demanda de um bem ou serviço também pode ser influenciada pelos preços de outros bens e serviços. Eles são chamados de Bens substitutos ou concorrentes 0u ainda Sucedâneos.
Ex.: Aumento do preço da carne deve elevar a demanda de peixe, tudo o mais permanecendo constante.
Quando há uma relação inversa entre o preço de um bem e a demanda de outro, eles são chamados Complementares (automóveis e gasolina – camisa social e gravata)
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Outras variáveis que afetam a demanda de um bem
A demanda de um bem ou serviço também sofre influência dos Hábitos e Preferências dos consumidores. Os gastos em publicidade e propaganda objetivam aumentar a procura de bens e serviços influenciando preferências e hábitos.
Além destas variáveis, alguns produtos são afetados por efeitos sazonais, localização do consumidor, condições de crédito, perspectivas da economia, congelamentos ou tabelamentos de preços e salários.
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Demanda de bem X
A demanda de bem X = f (preço de X, preços dos bens substitutos do bem X, preço dos bens complementares ao bem X, renda dos consumidores, preferências dos consumidores).
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Análise da Demanda de Mercado
Variáveis que afetam a Demanda
qdx= f( pi, ps, pc, R, G): Função Geral da Demanda
qdx= quantidade procurada (demandada) do bem x
px =preço do bem x
ps= preço dos bens substitutos ou concorrentes
pc = preço dos bens complementares 
R= renda do consumidor
G= gostos, hábitos e preferências do consumidor
Obs.: Para estudar o efeito de cada uma das variáveis, deve-se recorrer à hipótese coeteris paribus.
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Distinção entre Demanda e Quantidade Demandada
Por Demanda entende-se toda a escala ou curva que relaciona os possíveis preços a determinadas quantidades.
Por Quantidade demandada devemos compreender um ponto específico da curva relacionando um preço a uma quantidade.
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155
Alteração na quantidade demandada
A demanda corresponde à reta indicada pela letra D, já a quantidade procurada relacionada ao preço P0 é Q0. Caso o preço do bem aumentasse pra P1, haveria uma diminuição na quantidade demandada, não na demanda. Ou seja, as alterações da quantidade demandada ocorrem ao longo da própria curva de demanda (reta D).
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156
Alteração na demanda
Suponhamos que agora a curva da procura inicial fosse a reta indicada pela letra D0. Sendo o bem normal, caso houvesse um aumento na renda dos consumidores, cp, a curva da procura D0 iria se deslocar para a direita, o que estaria indicando que, aos mesmos preços, por exemplo P0, o consumidor estaria disposto a adquirir maiores quantidades do bem, passando de Q0 para Q2. A nova curva de demanda é representada pela reta D1.
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Alteração da demanda
Antes do aumento da renda
Após o aumento da renda
Ao preço P0, o consumidor pode comprar Q0
Ao mesmo preçode P0, o consumidor pode comprar Q2
Ao preço P1, o consumidor pode comprar Q1
Aomesmo preço P1, o consumidor pode comprar Q3
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Dessa forma, movimentos da quantidade demandada ocorrem ao longo da própria curva, devido a mudanças no preço do bem. Quando a curva de procura se desloca (em virtude de variações da renda ou de outras variáveis, que não o preço do bem), temos uma mudança na demanda (e não na quantidade demandada).
Oferta de mercado
Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtos desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de vários fatores; dentre eles, de seu próprio preço, do preço (custo) dos fatores de produção e das metas ou objetivos dos empresários.
A função oferta mostra uma correlação direta entre quantidade ofertada e nível de preços, cp. É a chamada Lei Geral da Oferta.
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Escala de Oferta
Preço($)
Quantidade Ofertada
1,00
1.000
3,00
3.000
6,00
6.000
8,00
8.000
10,00
10.000
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Equação
da Oferta
Q0 = f(P)
Em que:
Q0 = quantidade ofertada de um bem ou serviço, num dado período.
P = preço do bem ou serviço.
Esta relação deve-se ao fato de que, cp, um aumento d0 preço de mercado estimula as empresas a elevar a produção; novas empresas serão atraídas, aumentando a quantidade ofertada do produto.
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161
Oferta de mercado
Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada pelos custos dos fatores de produção (matérias-primas, salários, preço da terra), por alterações tecnológicas e pelo aumento do número de empresas no mercado.
Ex.: um aumento dos salários ou do custo das matérias-primas, de provocar, cp, uma retração da oferta do produto.
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162
Oferta de mercado
A relação entre a oferta e nível de conhecimento tecnológico é diretamente proporcional, dado que melhorias tecnológicas promovem melhorias da produtividade no uso dos fatores de produção e, portanto, aumento da oferta. Da mesma forma, há uma relação direta entre a oferta de um bem ou serviço e o número de empresas ofertantes do produto no setor.
Oferta do bem X = f (preço de X, custos dos fatores de produção, nível de conhecimento tecnológico, número de empresas no mercado).
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163
Oferta e quantidade ofertada
Como no caso da demanda, também devemos distinguir entre a oferta e a quantidade ofertada de um bem. A oferta refere-se à escala (ou toda a curva), enquanto a quantidade ofertada diz respeito a um ponto específico da curva de oferta. Um aumento no preço do bem provoca um aumento da quantidade ofertada, cp, (diagrama a).
Ex.: Um aumento no custo das mp’s provoca uma queda na oferta: mantido o mesmo preço P0, cp, as empresas são obrigadas a diminuir a produção (diagrama b).
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164
Oferta e quantidade ofertada
Por outro lado, uma diminuição no preço dos insumos, ou uma melhoria tecnológica em sua utilização, ou ainda um aumento no número de empresas no mercado, conduz a um aumento da oferta, dados os mesmos preços praticados, deslocando-se, desse modo, a curva de oferta para a direita. (diagrama c).
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165
Alteração da quantidade ofertada e da oferta
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166
Equilíbrio de mercado
A lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio
A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado.Veja tabela da oferta e demanda de X.
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167
Preço (S)
Quantidade
Procurada
Quantidade Ofertada
Situação de mercado
1,00
11.000
1.000
Excesso de procura (escassezde oferta)
3,00
9.000
3.000
Excesso de procura (escassezde oferta)
6,00
6.000
6.000
Equilíbrio entre oferta e procura
8,00
4.000
8.000
Excesso de oferta ( escassezde procura)
10,00
2.000
10.000
Excesso de oferta ( escassezde procura)
Equilíbrio de mercado
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168
Equilíbrio de mercado
Quando há uma competição tanto de consumidores como de ofertantes, há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio estacionário – sem filas e sem estoques indesejados.
Para que isso ocorra, é necessário que não haja interferência nem do governo nem de forças oligopólicas.
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169
Deslocamento das curvas de demanda e oferta
Existem vários fatores que podem provocar deslocamento das curvas de oferta e demanda, com evidentes mudanças do ponto de equilíbrio.
Ex.: O mercado de um bem X (um bem normal, não inferior) esteja em equilíbrio. O preço de equilíbrio inicial é P0 e a quantidade, Q0 (ponto A).
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170
Deslocamento do pto de equilíbrio
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171
Interferência do governo no equilíbrio de mercado
O governo intervém na formação de preços de mercado quando fixa impostos, dá subsídios, estabelece critérios de reajuste de salário mínimo, fixa preços mínimos para produtos agrícolas, decreta tabelamentos ou, ainda, congela preços e salários.
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172
Estabelecimento de impostos
Impostos indiretos: incidentes sobre o consumo ou sobre as vendas. (ICMS, IPI)
Impostos diretos: incidentes sobre a renda e o patrimônio: (IR, IPTU).
Os indiretos se dividem em:
Específico: O valor é fixo, independente do valor da unidade vendida.
Ad valorem: É um percentual aplicado sobre o valor da venda. 
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173
Estabelecimento de impostos
Um aumento de impostos representa um aumento dos custos de produção para a empresa. Se ela quiser continuar vendendo as mesmas quantidades anteriores, terá de elevar o preço de seu produto – repassando o imposto para o consumidor; caso contrário terá de reduzir seu volume de produção.
A proporção do imposto pago por produtores e consumidores é a chamada Incidência Tributária, que mostra sobre quem recai efetivamente o ônus do imposto.
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174
Estabelecimento de impostos
Conceito jurídico e econômico de incidência:
Do ponto de vista legal: incidência refere-se a quem recolhe os impostos aos cofres públicos.
Do ponto de vista econômico: diz respeito a quem arca com o ônus.
Política preços mínimos em agricultura: Dar garantia ao produtor para protegê-lo de oscilações de preço no mercado.
Tabelamento: intervenção do governo no sistema de preços para segurar a inflação: Plano Bresser, Plano Cruzado e Plano Collor.
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175
Conceito de Elasticidade
Sensibilidade de uma variável quando ocorrem alterações em outra. Relação entre as variações do preço e renda.
Elasticidade-preço da demanda: variação percentual na quantidade procurada do bem X em relação a uma variação percentual no seu preço. 
Podemos expressar esse conceito:
EpD = variação percentual em Qd
		 variação percentual em P
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176
Conceito de Elasticidade
Exemplo:
P0 = Preço inicial = $ 20,00
P¹ = Preço final = $ 16,00
Q0 = Quantidade demandada ao preço Q0 = 30
Q¹ = Quantidade demandada ao preço Q¹ = 39
A variação percentual do preço é dada por:
	P¹ - P0 = -4 = -0,2 ou -20%
 		 P0 20
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177
Variação percentual da quantidade demandada
			Q¹ - Q0 = 9 = 0,3 ou 30%
			 Q0 30
O valor da elasticidade-preço da demanda é dado por:
EpD = variação percentual de Qd = +30% = -1,5 ou EpD = 1,5
	 variação percentual de P -20%
Significa que, dada uma queda de 20% no preço, a quantidade demandada aumenta em 1,5 vez os 20%, ou seja, 30%. Trata-se de um produto cuja demanda tem grande sensibilidade a variações do preço.
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178
Demanda elástica
A variação da quantidade demandada supera a variação do preço ou EpD > 1.
Em caso de aumentos de preços, diminui drasticamente o consumo; quando há queda no preço de mercado, aumenta o consumo em uma vez e meia a variação no preço.
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179
Demanda inelástica
Ocorre quando uma variação percentual no preço provoca uma variação percentual relativamente menor nas quantidades procuradas. 
				EpD < 1
Nesse caso, uma suposta redução de 10% nos preços provoca um aumento de 5% nas quantidades procuradas. Os consumidores reagem pouco a variações dos preços, i.e., possuem baixa sensibilidade ao que acontece com os preços de mercado.
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180
Demanda de elasticidade-preço unitária
As variações percentuais no preço e na quantidade são de mesma magnitude, porém em sentido inverso.
			EpD = -1 ou /EpD/ = 1				
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181
Fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da demanda
Bens substitutos: pequenas variações em seu preço farão com que o consumidor adquira um produto substituto.
Essencialidade do bem: demanda pouco sensível á variação de preço – demanda inelástica
Importância do bem: a elasticidade-preço da demanda de carne tende a ser mais elevada que a de fósforos.
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182
Formas de cálculo: Elasticidade num ponto específico ou no ponto médio
Ponto específico: Quando calculamos a elasticidade apenas para um dado preço e quantidade.
Ponto médio: Em vez de utilizar apenas um ponto, consideram-se as médias de preços e de quantidades em um dado trecho da demanda.
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183
Relação entre receita total
do produtor e grau de elasticidade
RT = P X Q
RT= Receita total
P = Preço unitário
Q= Quantidade vendida
Caso exista uma variação no preço do produto o que acontecerá com a receita total do produtor?
Dependerá da reação do consumidor, ou seja, do grau de elasticidade-preço da demanda:
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184
Relação entre receita total do produtor e grau de elasticidade
Demanda elástica: consumidores sensíveis a preço = aumento de preço provocará redução da receita total e diminuição do preço provocará um aumento da receita total.
Demanda inelástica: aumento de preço provoca aumento da receita total e redução de preço provoca redução na receita total.
Demanda de elasticidade unitária: Aumento ou redução no preço não afetam a receita total.
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185
Incidência tributária e elasticidade-preço da demanda
O recolhimento dos impostos aos cofres públicos é feito pelas empresas, porém as empresas podem repassar parte do ônus para o consumidor via aumento dos preços da seguinte forma:
Quanto mais inelástica for a demanda de um bem, maior será a proporção do imposto repassado ao consumidor.
Quanto mais elástica for a demanda do bem, menor será a proporção do imposto repassado ao consumidor.
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186
Elasticidade-renda da demanda
ER = variação percentual na quantidade demandada 
Variação percentual na renda do consumidor 
Se a ER é negativa o bem é inferior (aumento na renda x queda no consumo.
Se a ER é positiva, mas menor que 1, o bem é normal (aumento de renda leva a aumento menos que proporcional no consumo)
Se a ER é positiva e maior que 1, o bem é superior (aumento na renda levam aumento mais que proporcional no consumo).
 
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187
Elasticidade-preço cruzada de demanda
Exy = variação % na quantidade demanda de um bem x
Variação % no preço de um bem Y
Se X e Y forem bens substitutos, Exy será positiva: um aumento no preço do guaraná eleva o consumo da Soda .
Se X e Y forem bens complementares, Exy será negativa: aumento no preço da camisa social levará a uma queda na demanda de gravatas.
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188
Elasticidade-preço da oferta
Quanto maior o preço, maior a quantidade que o empresário estará disposto a ofertar.
Epo = Variação percentual da quantidade ofertada
		 Variação percentual do preço do bem
A elasticidade-preço da oferta mais frequentemente estudada é a dos produtos agrícolas, sendo apontada como a principal causa da inflação.
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189
Estruturas de Mercado
Cap. 7
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190
Concorrência pura ou perfeita
É um tipo de mercado em que há grande número de vendedores (empresas), de tal forma, que uma empresa sozinha não afeta a oferta no mercado, em o preço de equilíbrio. Elas são chamadas Tomadoras de preços ou price-takers.
Mercado atomizado: composto de grande número de empresas, como se fossem “átomos”.
Produtos homogêneos: não existe diferenciação entre produtos;
Não existem barreiras para o ingresso de empresas no mercado;
Transparência do mercado: todas as informações sobre lucros, preços, etc. são conhecidas por todos os players do mercado.
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191
Monopólio
No mercado Monopolista existe um único empresário (empresa) dominando inteiramente a oferta. Não já concorrência, nem produto substituto ou concorrente. 
Ao ser exclusiva no mercado, a empresa monopolista determina o preço de equilíbrio, de acordo com sua capacidade de produção: se ela aumentar a oferta, o preço de mercado diminuirá; se reduzir a oferta, o preço aumentará. 
Por não existirem bens concorrentes ou substitutos, a demanda de mercado tende a ser inelástica.
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192
Monopólio
Neste caso, quando o preço se elevar, haverá uma queda relativamente pequena no consumo da mercadoria, o que redundará em aumento da receita total da empresa (o aumento do preço supera proporcionalmente a queda no consumo).
Entretanto, se o bem se elevar em demasia, pesará muito no orçamento dos consumidores, que tenderá a consumir menos do produto; isto é; a demanda deixará de ser inelástica e passará a ser elástica (quando a queda no consumo supera o aumento de preço).
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Monopólio
Para que existam monopólios, deve haver barreiras que praticamente impeçam a entrada de novas firmas no mercado. São elas:
Monopólio puro ou natural: Quando o mercado exige elevado volume de capital. As empresas já instaladas operam com grandes plantas industriais, com elevadas economias de escala e custos unitários bastante baixos, o que possibilita a cobrança de preços relativamente baixos por seu produto;
Patentes: Enquanto a patente não cai em domínio público, a empresa é a única que detém a tecnologia;
Controle de matérias-primas básicas: Ex.: controle das minas de bauxita pelas empresas produtores de alumínio.
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194
Monopólio
Ainda temos o Monopólio institucional ou estatal em setores estratégicos como energia, comunicações e petróleo.
Dada a existência de barreiras à entrada de novas empresas, os lucros extraordinários devem persistir também no longo prazo em mercados monopolizados.
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195
Oligopólio
É um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado. Ele pode ser definido como um mercado em que há pequeno número de empresas, como a indústria automobilística, ou então em que há grande número de empresas, mas poucas dominam o mercado, como na indústria de bebidas.
No Oligopólio, tanto as quantidades ofertadas como os preços são fixados entre as empresas por meio de conluios ou cartéis.
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196
Cartel
É uma organização (formal ou informal) de produtores dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ela pertencem. Costumam adotar uma política de preços comum, agindo como monopolistas (Solução de monopólio). Elas podem fazer uma concorrência extra-preço em termos de propaganda, publicidade, promoções, etc.
As empresas líderes, geralmente são as que fixam os preços e as empresas “satélites” seguem as regras ditadas pelas líderes. Esse é o modelo Liderança de preços (no Brasil – setor de bebidas)
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197
Oligopólio
Temos ainda oligopólios com produtos diferenciados (como a indústria automobilística) e oligopólios homogêneos (alumínio e cimento).
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198
Objetivos da empresa Oligopolista
A teoria econômica tem duas correntes principais:
A teoria marginalista ou neoclássica, pela qual o oligopolista maximiza lucros e,
A teoria da organização industrial, na qual o objetivo principal do oligopolista é maximizar mark-up:
Mark-up = Receita de vendas – Custos diretos (ou variáveis)
O preço cobrado pela empresa, no modelo de mark-up é calculado assim:
 P= (1 + m)C onde:
P= preço do produto
C= custo direto unitário(que corresponde, na teoria marginalista, ao custo variável médio)
m = taxa de mark-up, que é porcentagem sobre os custos diretos
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199
Mark-up
A taxa de mark-up deve ser fixada de forma a cobrir os custos diretos, os custos fixos e atender a uma rentabilidade desejada.
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200
Concorrência monopolística
É uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, em que são produzidos bens diferentes, porém com substitutos próximos, passíveis de concorrência, sem chegar a ser um Oligopólio.
Número relativamente grande de empresas com certo poder concorrencial, porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados (embalagem, pós-venda, etc) Exemplo: batata frita (sabor a queijo, natural, tipos de embalagem, com brindes, com tatuagens, formato ondulado, liso, entre outros). 
Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla (produtos substitutos no mercado)
Embora o mercado seja competitivo, essas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço do produto.
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201
Principais características das estruturas básicas de mercado
Características
Concorrência perfeita

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